segunda-feira, janeiro 20, 2020

Hospital Municipal de Itaituba Bateu Todos os Recordes de Atendimento em 2019


Enfermeiro Adriano
Coutinho, diretor do HMI
Blog do JP - Os números relacionados com os procedimentos de um modo geral no Hospital Municipal de Itaituba em 2019 foram bem maiores do que os registrados no ano de 2018, como confirmou ao blog, o diretor do HMI, o enfermeiro Adriano Coutinho.
Adriano - Em relação a 2019, tivemos um aumento na demanda. Isso foi notório e os números confirmam, porém, conseguimos acompanhar bem esse crescimento, a gente intensificou os serviços e ampliou, especialmente, em relação ao pessoal e a estrutura física do hospital. Por exemplo: na questão das cirurgias, praticamente não existem filas aqui no hospital, porque os nossos cirurgiões intensificaram ainda mais as cirurgias.
Temos o Dr. Hélio na ginecologia, Dr. Tolentino e Dr. Jarlison na Urologia e Dr. Benigno na cirurgia geral, que tem intensificado ainda mais seu trabalho para não deixar a população na fila, e tem a Ortopedia, que foi a grande mudança nessa gestão, com a implantação do serviço de Ortopedia, pela primeira vez na história no serviço público de saúde em Itaituba.
Esse serviço já tem mais de um ano aqui no hospital e a gente tem só ampliado. Muitos casos que antigamente tinha que esperar seis meses para ir para Santarém, agora se resolve tudo aqui no Hospital Municipal. É claro, não foi fácil.
Tivemos que implantar o arco cirúrgico, fazer uma nova sala, contratar novos profissionais, contratar um anestesista, que é um profissional que hoje não reside em Itaituba, mas nós conseguimos trazer para ampliar e melhorar o serviço e acompanhar o ortopedista e outros cirurgiões.
O balanço que a gente faz é que 2019 foi um ano muito positivo, pois a gente conseguiu ampliar e atender mais, e atender melhor a população.
Blog do JP - A nova emergência deu conta de atender à demanda?
Adriano - Com a inauguração da emergência, a população começou a ter uma maior confiança no serviço e aumentou a demanda. Aos poucos a gente foi fazendo algumas adaptações no fluxo do atendimento para conseguir controlar essa demanda. Hoje eu posso dizer que o paciente que chega hoje na emergência do Hospital Municipal não demora para ser atendido.
Temos duas frentes de triagem, sempre. Há médico direto; temos um médico clínico geral no plantão, o tempo todo, tem médicos de apoio, cirurgião geral, ultrassonografia 24 horas, temos o setor de obstetrícia que também funciona 24 horas, com médico obstetra, com ultrassom própria para o setor, então a gente percebe que houve grande avanço nessa questão.
Blog do JP - Com referência ao atendimento das grávidas, houve avanços?
Adriano - Houve, sim, pois quando o prefeito (Valmir Clímaco) assumiu, no Hospital Municipal existia apenas uma médica que ficava na Obstetrícia. Hoje nós contamos com três médicos Obstetras, que são o Dr. Ângelúcio, o Dr. Leonardo Peres e o Doutor Diniz, os três revezando dentro da Obstetrícia.
Temos o apoio do Dr. Antônio Alvarenga no serviço de Ultrassonografia, que ele faz diariamente para o setor de Obstetrícia, e outra questão que temos muito cuidado é que todas as enfermeiras que trabalham no setor de Obstetrícia são enfermeiras obstetras, que é uma exigência nossa.
Nosso serviço, hoje, é referência na região do Tapajós. Qualquer caso mais grave nesta região com relação a grávidas, vem para Itaituba, então a gente tem essa preocupação de melhorar a equipe e melhorar o atendimento a gestantes.
Blog do JP - Faz parte da preocupação da atual administração a humanização do parto?
Adriano - Faz, sim. O Ministério da Saúde, através dos seus protocolos, visa muito o contato humano do profissional com paciente e do paciente com a família; tanto que algumas coisas a gente está modificando aqui no Hospital Municipal, como por exemplo, a presença do pai junto a gestante, o acompanhamento, se o pai quiser, no momento do nascimento do bebê; ele tem esse direito aqui no hospital; então são alguns protocolos adotados para poder a gente se adaptar para poder humanizar mais o atendimento.
          Blog do JP - Segundo uma pesquisa realizada pela Fiocruz, o Brasil é o país que mais realiza cesarianas no mundo. Segundo o estudo, 52% das mulheres fazem este tipo de parto no país, e o índice sobe para 88% se for considerada apenas a rede privada de saúde.
          Os índices são alarmantes. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que somente 15% dos partos sejam realizados por meio de procedimento cirúrgico.
A cesariana expõe a mulher e o bebê a grandes riscos, e deve ser feita apenas em casos de real necessidade, como por exemplo, a desproporção do tamanho do bebê em relação à pelve, gestantes diabéticas, posição do bebê invertida e/ou dificuldade no trabalho de parto.
Os motivos para a alta porcentagem de cesarianas são muitos. As mulheres têm medo de sentir dor, e recorrem à intervenção cirúrgica. Muitas gestantes também consideram o parto normal como uma marginalização social, sendo a cesárea um direito “exclusivo para ricas”.
Além disso, a classe médica é uma das principais culpadas. Parto normal requer muito tempo e um grande acompanhamento. O médico muitas vezes não pode gastar um dia inteiro com apenas uma gestante, sendo mais fácil agendar e fazer uma cirurgia rápida.
Como está essa questão na saúde pública em Itaituba?
          Adriano - A gente ainda tem uma grande dificuldade nessa questão. Infelizmente, em Itaituba e nos demais municípios, prevalece a cultura da cesariana, pois um elevado percentual de mulheres grávidas acha que as vantagens são maiores que os riscos. Sabe-se que não é bem assim. Como profissional da saúde, posso garantir que o parto normal é o mais seguro e o de menor risco de infecção hospitalar.
Tudo melhora com o parto normal. Já as cesarianas dentro do SUS devem destinadas apenas aos casos de urgência. A gente ainda encontra muita resistência da população, porém, isso já foi muito pior. Hoje, devagarinho a nossa equipe de enfermagem, os nossos médicos obstetras estão conseguindo conscientizar a população, de forma lenta, das vantagens do parto normal, porque para o Ministério da Saúde, o parto normal é que deve ser sempre a primeira escolha; cesárea só para situações de emergência.
Blog do JP - Adriano, com referência à ampliação do Hospital Municipal, até para adequá-lo como centro de triagem para encaminhamento para o Hospital Regional do Tapajós, que deverá entrar em funcionamento muito em breve, tem alguma notícia nova?
Adriano - O prefeito vem tratando disso junto ao governador Helder Barbalho há algum tempo para a gente conseguir a ampliação do Hospital Municipal de Itaituba.
Depois da nossa reunião com toda a equipe técnica da Secretaria de Saúde, levamos a ideia que seria melhor a gente fazer uma nova unidade, que no caso, deverá ser uma nova maternidade, cujo terreno já está destinado aqui atrás do HMI. A gente vai desocupar a unidade Neonatal, a qual a gente pode transformar em uma UTI adulta. Vamos ganhar os leitos que hoje são ocupados com o atendimento das parturientes, cerca de 20 a 25 leitos, que poderão ser utilizados por outros pacientes, e ainda ganharemos mais uma sala cirúrgica.
Uma grande vantagem será que com a criação Maternidade Municipal, ela será uma instituição com verba própria do Ministério da Saúde. A gente tem que pensar também no custeio e na manutenção dessa unidade, porque vai ter que manter obstetra 24 horas, farmácia, médico de ultrassom 24 horas. Vai ser um grande avanço para o município.
O prefeito tem trabalhado muito nessa questão. Ele pediu, e toda a equipe técnica tem participado do projeto, e isso a gente fez, participando da construção do projeto, que está na mão do governador e da Secretaria Estadual de Saúde. Agora, estamos apenas esperando a decisão, que pelo que se percebe será favorável a essa grande obra que vai ser a Maternidade Municipal.
          Existem algumas situações previstas, como a inauguração de novos leitos já de imediato aqui no hospital. A Secretaria de Saúde, nos últimos dias,  tem se empenhado para comprar um novo aparelho de ultrassom para o Hospital Municipal, com resolução melhor, que faça Doppler e outros tipos de ultrassom como múltiplo esquelética.
Hoje nós temos um aparelho no Hospital Municipal, porém com o passar dos anos, com as novas tecnologias, vai ficando obsoleto. Então, vão surgindo exames cada vez mais específicos, e a ideia é que logo, logo, tenhamos um novo aparelho de ultrassom.
O secretário de Saúde, Iamax Prado, confirmou que já foi adquirido um novo aparelho de Raio-X, que está na secretaria pronto para ser instalado aqui no hospital, aguardando apenas um novo um técnico habilitado instalar.
Blog do JP - O município vive a expectativa da inauguração do Hospital Regional do Tapajós, que deve acontecer em breve. Esse é um acontecimento muito aguardado...
Adriano - A gente torce muito para que isso aconteça logo, porque, hoje, o nosso grande gargalo é o atendimento de média e alta complexidade.  Os demais atendimentos, de baixa complexidade e de urgência e emergência, o Hospital Municipal consegue fazer tranquilamente, porém, nessa de média e alta a gente precisa muito do regional.
Pelo que nós já vimos e pelo que foi mandado para nós, o Hospital Regional vai ajudar muito a região. Atualmente, a população de Itaituba e da região sofre muito, dependendo de Santarém para conseguir vaga nesse serviço.

Números de atendimentos no HMI em 2019

Atendimentos emergenciais: 75.000 (durante o ano)

Cirurgias: 4020 (durante o ano)

Internações: 7.500 ao mês

Exames de Radiologia: 4.200 ao mês

Exames laboratoriais: 4.100 ao mês


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