sábado, novembro 09, 2019

Partidos pequenos podem começar a desaparecer a partir da eleição para vereador em 2020

Entre os pré-candidatos a uma cadeira na Câmara Municipal, poucos tem ciência exata das dificuldades adicionais que a mais recente Reforma Eleitoral causou para a eleição proporcional. Se, eleger-se vereador já era uma tarefa árdua, ficou muito mais complicado. Quem não souber fazer contas, ou mexer as pedras direito, vai ficar fora do páreo.

Não existe mais coligação proporcional na legislação eleitoral brasileira. Os partidos grandes vinham ensaiando há bastante tempo dar uma freada nos partidos pequenos, até que aprovaram a mudança.

O objetivo disso sempre foi claro: diminuir a sopa de letrinhas das siglas dos partidos que permeiam o Congresso Nacional. E a próxima eleição vai ser um bom ensaio para se ter um termômetro disso.

O vereador é a ligação mais forte do deputado estadual em qualquer município. É fundamental, também, para a eleição de deputado federal. É o vereador quem conhece a comunidade, sabe das suas demandas e leva o nome do seu deputado.

Atualmente, nove partidos estão representados nas quinze cadeiras do parlamento itaitubense. Nove em quinze, quase dois terços das vagas.

Pode ter certeza que esse quadro vai mudar, e pode ser que mude drasticamente, pois com a mudança na legislação, alguns partidos não conseguirão alcançar o quociente eleitoral, e não conseguindo, não elegerão ninguém.

O quociente mínimo na eleição do ano que vem, não ficará abaixo de 3.500 votos. A tendência é de que seja maior. Os mais otimista estabelecem um teto de 4.000 votos.

Já faz alguns meses que o prefeito Valmir Clímaco vem fazendo suas costuras para chegar forte na eleição, visando a fazer o maior número possível de vereadores. 

Entre os pré-candidatos a prefeito, Valmir é o mais adiantado. Ele já tem tratado do assunto com seus pré-candidatos a vereador. Inclusive com os atuais vereadores do seu grupo, com os quais tem conversado sobre a formação de um chapão com todos os vereadores que o acompanham. Devem ser montados dois chapões, um que terá os vereadores e mais alguns nomes para completar o número, e outro com quem não é detentor de mandato.

Entre alguns vereadores existem dúvidas sobre a viabilidade desse chapão, mesmo porque se trata de uma novidade. O certo é que, com a popularidade do prefeito, os grupões dele tendem a eleger mais gente. Essa é a tendência.

Sem possibilidade de coligar, os pequenos partidos podem virar atores coadjuvantes na próxima eleição, com chance de saírem muito enfraquecidos e com tendência de desaparecer a maioria deles na eleição nacional e estadual de 2022. Aí, o objetivo das grandes agremiações partidárias (MDB, PSDB, PSL, PT, PSB...) estará alcançado.

Como ser político e cidadão antenado com os acontecimentos da vida política do país, considero que essa depuração é necessária, porque fará bem para a Democracia brasileira. Entendo que até a governabilidade deverá ficar mais viável.

Jota Parente

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