Médico urologista Marcos Tobias Machado. | Reprodução |
Diário do Pará - A campanha
Novembro Azul alerta os homens para os fatores de risco e a importância da
prevenção e combate ao câncer de próstata, uma doença que tem entre 80% e 90%
de chances de cura se detectada no início.
De acordo com informações da
Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e do Departamento de Informática
do Sistema Único de Saúde (DataSUS), entre 1º de janeiro a 5 de setembro deste
ano, foram registrados 68 casos de câncer de próstata no Pará.
Em
todo o Brasil, só no ano passado foram mais de 68 mil novos diagnósticos,
segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), sendo essa a segunda causa de
morte por câncer em homens no país, com mais de 14 mil óbitos. “O maior
obstáculo à prevenção é o educacional. No momento em que o homem compreender a
necessidade de vir ao médico, ser examinado e realizar exames preventivos para
evitar doenças de evolução silenciosa mas potencialmente letais, como a
hipertensão arterial, diabete, stress e o câncer de próstata dentre muitas
outras, esse cenário deve mudar”, avalia o urologista especialista no
tratamento de tumores, Marcos Tobias Machado.
Citando
o Inca, o urologista fala em 60 mil casos novos em 2019, com aproximadamente 13
mil mortes pela doença. E com o detalhe de que esses dados são subestimados, já
que as estatísticas no Brasil são precárias, segundo ele. “Temos observado uma
curva de crescimento no número de casos e mortes em nosso país, e que
provavelmente deve aumentar nos próximos cinco a dez anos. Dados dos EUA
estimam que um a cada seis homens terá câncer de próstata durante a vida, um
número realmente alarmante e que merece atenção”, destaca.
Segundo
ele, o número de urologistas que prestam serviço na rede pública no país é
insuficiente “tanto para o diagnóstico como para o tratamento das doenças da
próstata e outras afecções do aparelho urogenital”, justifica. Marcos Machado
sugere a contratação de mais especialistas por parte dos governos, aumentando o
acesso dos pacientes ao urologista.
Exames
Cabe
destacar a importância do exame de toque retal, e a dosagem do Antígeno
Prostático Específico, o PSA. Aqueles que têm antecedentes familiares de câncer
de próstata ou outros adenocarcinomas (mama, cólon e outros) letais, pessoas de
raça negra e com dificuldades ao acesso a serviços de saúde são considerados
como grupo de risco.
“Há
alguns anos, publicamos um estudo importante, em colaboração com pesquisadores
da Fundação Pio XI, utilizando os dados coletados pelo Hospital do Câncer de
Barretos (SP), mostrando que o fato do indivíduo ser analfabeto aumentava
significativamente o risco dele ter um câncer mais grave. Isso reflete que o
entendimento da doença e o acesso à saúde também são fundamentais na prevenção
do câncer da próstata”, explica.
Dependendo
dos fatores de risco é definido o intervalo de investigação necessário para
cada indivíduo. Há a necessidade de se fazer uma primeira consulta preventiva
na faixa dos 40 anos e seguir as orientações médicas de seguimento. “O câncer
de próstata é uma doença de apresentação clínica muito variável. A maioria dos
casos tem um comportamento biológico lento e pouco agressivo, o que confere a
alta chance de cura se confirmado nas fases iniciais”, complementa o
urologista. Dez a 20% dos casos já são diagnosticado em fase mais avançada, ou
seja, já com presença de disseminação da doença fora da próstata, chamada de
metástase.
O
tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia e as terapias com fontes de
energia (HIFU e crioterapia), até os tratamentos paliativos, como o emprego de
drogas antiandrogênicas. O tempo de tratamento depende muito do estágio da
doença e do tipo de tratamento prescrito.
“A
campanha Novembro Azul é um grito de alerta para que os homens, esposas e
governantes se atentem para a necessidade dos homens realizarem exames
preventivos, no sentido de preservação da sua sobrevida e qualidade de vida.
Isso inclui a saúde integral do homem, cardiovascular, hormonal,
genito-urinária e psíquica, dentre outras”, destaca.
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