Morreu no início da tarde de hoje no Hospital da Unimed em Santarém, o empresário Raul Loureiro, que estava com 85 anos.
Raul estava internado na UTI em estado grave.
Dono do inesquecível Cine Olímpia, inaugurado ainda na década de 1960, foi o primeiro proprietário de uma sala de exibição de filmes na região Oeste do Pará.
O Cine Olímpia marcou de forma indelével algumas gerações, numa época em que o cinema era a maior diversão na cidade, mais até do que os memoráveis clássicos Rai.x Fran, pois no futebol, quase 100 por cento dos aficionados eram homens, enquanto ao cinema iam crianças, jovens e adultos de ambos os sexos.
Em 1972, durante a exibição de um filme de faroeste, enquanto um dos personagens acendia um fogo e tentava faze-lo crescer, iniciou-se um enorme incêndio por trás da tela, propagando-se rapidamente.
A evacuação do local foi feita com rapidez, pois o cinema tinha diversas portas laterais que facilitaram a saída.
Em estado de choque, Raul Loureiro ficou em pé, imóvel no meio do cinema, recusando-se a deixar o prédio que era consumido pelas chamas.
Foi necessário que o bispo D. Tiago Ryan, seu amigo, fosse retirá-lo, pois ninguém havia conseguido fazer isso.
Eu estava no plantão esportivo da Rádio Rural, que transmitia um jogo do campeonato santareno de futebol naquela tarde de sábado.
Diante do sinistro que destruiu completamente o cinema e deixou a cidade sem sua única sala de exibição de filmes, o velho prédio do Teatro Cristo Rei foi adaptado enquanto o Cine Olímpia era recuperado.
Alguns anos mais tarde o Cine Olímpia foi fechado e Raul Loureiro inaugurou o Cinerama, que embor mais moderno, jamais alcançou o mesmo glamour do seu antecessor.
Os mais velhos como eu tem boas lembranças daquele tempo em que se marcava encontro com a namorada ou com o namorado. Tempos do vesperal, quando a gente era moleque.
Descanse em paz, Raul Loureiro
Jota Parente
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