domingo, setembro 08, 2019

Dívidas atingem 58,6% dos paraenses, diz pesquisa

Fábio Costa / Arquivo O LiberalO Liberal - De todos os meses do ano, agosto apresentou a maior taxa de pessoas endividadas no Pará, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), levantamento divulgado pela Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio). 

Do total de consumidores paraenses, 58,6% possuem dívidas a pagar, referentes a compras em cartão de crédito (78,9%), crédito pessoal (16,6%), carnês (6,9%), crédito consignado (5,3%) e cheque especial (3,7%) e financiamentos de veículo ou imóvel. Já a inadimplência apresentou redução, passando do percentual de 27,4% em janeiro para 19,8% em agosto. Também reduziu o número de pessoas que não têm condições de quitar as dívidas do mês seguinte. 

No início do ano, essa condição alcançava 14,9% dos paraenses economicamente ativos, e agora chega representa 11,8% do total.Embora tenha havido redução neste índice, o economista Marcus Holanda não acredita que seja um sinal de recuperação econômica. Conforme explicado por ele, endividados são todas as pessoas que têm contas a pagar, de forma parcelada, seja no cartão de crédito ou em financiamentos, por exemplo. 

Já os inadimplentes são os que não pagam suas contas a mais de 90 dias e acabam entrando em listas como Serasa e SPC. “O que acontece, hoje em dia, é que as pessoas não partem do princípio de gastar apenas o que têm, elas comprometem uma renda que não vai entrar no final do mês. Isso gera um descontrole no orçamento financeiro e se torna uma ‘bola de neve’, que cresce a cada dia. A pesquisa mostra um sinal positivo, que as pessoas estão menos inadimplentes, mas isso não muda muita coisa porque o número de pessoas que têm dívidas ainda é muito alto", comentou. 

Ainda de acordo com a pesquisa da Fecomércio, os que detêm rendimentos acima de 10 salários mínimos possuem uma taxa de endividameneto maior (74,6%) do que as pessoas que têm rendimentos abaixo desse valor (56,4%). 

Segundo a assessora econômica da entidade, Lúcia Andrade, isso se deve, em parte, à maior facilidade de acesso ao crédito que essa categoria possui, com mais modalidades de financiamentos e oportunidades de renegociação de dívidas. Já entre os endividados, os consumidores que se situam na faixa de renda inferior a 10 salários mínimos apresentaram taxa mais elevada de inadimplência (20,4%), enquanto o indicador para os inadimplentes que ganham acima de 10 salários mínimos ficou em 10,5 %.

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