quarta-feira, julho 24, 2019

Santarém, Belém e Ananindeua estão entre as piores cidades em investimentos em saneamento

Ontem o Instituto Trata Brasil divulgou o ranking de saneamento básico das 100 maiores cidades do Brasil. Infelizmente, mais uma vez desde 2010 quando o levantamento é feito, as três maiores do Pará aparecem entre as piores do país em acesso a água tratada, coleta de lixo, coleta e tratamento de esgoto.

Belém aparece na posição 90, Santarém na posição 97 e Ananindeua na posição 99 (a frente somente de Porto Velho,RO). De acordo com a pesquisa, as 20 melhores cidades brasileiras investem 4 vezes mais que as 20 piores cidades do país. Em média, as melhores investem R$ 15 milhões (média de R$ 84,61 por habitantes) enquanto que as piores investem R$ 2,6 milhões (média de R$ 25,02). Isso indica um ciclo vicioso e virtuoso, pois os melhores municípios em saneamento investem mais que os piores municípios, isto é, as diferenças continuam aumentando (as melhores continuam a evoluir enquanto as piores estão a passos de tartaruga ou estagnadas).

O Instituto Trata Brasil classificou as piores cidades em “zona de rebaixamento”, são cidades que estão entre as piores há anos como é o caso das três cidades paraenses. O principal problema é o modelo de gestão ineficiente das empresas estatais responsáveis pelo serviço de saneamento básico nestas cidades. Édison Carlos, diretor do Instituto Trata Brasil, destaca que essas empresas estatais têm alto comprometimento dos seus caixas com a folha de pagamento e de insumos, o que evidencia má gestão. A Cosanpa mesmo vem operando em déficit há mais de uma década.

Portanto, tem-se a explicação de as piores cidades investirem pouco em saneamento: gasta-se mais da arrecadação para pagar despesa e sobra pouco ou nada para investir. São empresas inchadas, que servem como cabides de empregos, sem planejamento nenhum com os gastos em insumos e energia elétrica. Sem dinheiro sobra nada para ampliar e nem mesmo para fazer a manutenção, por isso é comum canos e adutoras romperem pelas ruas de Belém, por exemplo.

O diretor do Trata Brasil recomenda: “Primeiro, precisa olhar para a situação da empresa operadora na cidade. Qual é a capacidade de investimento que ela tem que fazer frente aos desafios da cidade? Segundo, precisa ter uma cobrança por parte dos prefeitos, já que saneamento básico é de responsabilidade municipal. O prefeito não pode esperar eternamente a companhia avançar. Ele tem que procurar parceiro privado, tem que reorganizar o setor.”

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