A reportagem começa com as informações da área da saúde sobre
a coletiva concedida por médicos de Santarém sobre a situação da Unidade de Pronto
Atendimento, a UPA 24 horas que voltou a funcionar ainda na quarta-feira à
noite.
Os profissionais deram um prazo de 15 dias para que as
reivindicações da categoria fossem atendidas; eles pedem principalmente,
melhores condições para trabalhar.
O Hospital Municipal de Santarém, também está à beira do caos,
afirmaram médicos que participaram da coletiva. Eles foram escolhidos para representar
a categoria, que paralisou as atividades na Unidade de Pronto Atendimento 24
horas em Santarém na última segunda-feira.
Os profissionais relataram que a falta de condições de
trabalho na unidade de saúde foi determinante para um pedido de rescisão de
contrato da empresa junto ao IPG.
O médico Alberto Tolentino Sotelo Filho falou em nome dos
demais colegas sobre a situação na UPA e no Hospital Municipal de Santarém.
“Tem o médico lá, mas, o exame não funciona, tem o médico lá,
chega um cara infartado, só o fato de ter o médico lá, não resolve; a gente não
é pai de santo, a gente precisa de instrumentais, a gente precisa de
equipamentos, precisa de retaguarda de laboratório para que a gente possa
desenvolver uma medicina de qualidade para a população.
Colocar bem claro que a preocupação da classe médica é
atender a população de uma maneira qualificada, de uma maneira humanizada para
que a gente possa realmente está desenvolvendo um processo de atendimento
médico e não fingir que você está atendendo esse paciente para dar uma
satisfação para quem quer que seja”.
Ainda segundo os médicos, a falta de fiscalização das
atividades desenvolvidas pelo Instituto na gestão, tanto da UPA quanto do Hospital
Municipal de Santarém, uma unidade de pronto atendimento de urgência e
emergência setor já tão carente, fez com que os problemas chegassem ao caos.
“Esse episódio valeu para que abrissem os olhos das entidades
envolvidas, como a Câmara Municipal, o Conselho Municipal de Saúde e a própria
Secretaria de Saúde, na qual agente exigia que tivesse alguém fiscalizando o
trabalho da Organização Social, porque não pode deixar uma organização trabalhando
sozinha.
Precisamos desse tipo de fiscalização para que a gente possa
ver a real situação do atendimento que está sendo ofertado para nossa população”.
Ontem a Secretaria Municipal de Saúde assinou um Termo de Compromisso
com os médicos, onde constam cinco prioridades que serão atendidas no prazo de
15 dias para que os profissionais retornassem para o atendimento da UPA.
1. Contratação
de profissionais de segurança;
2. escala
de médicos que será composta por cinco profissionais durante o dia e quatro
durante a noite;
3. a realização de
treinamento com profissionais que fazem a triagem para facilitar o atendimento
e o encaminhamento dos pacientes;
4. a fiscalização diária
da SEMSA para que não faltem os insumos;
5. e que
a prefeitura cobre diálogos entre o Instituto Pan-americano de Gestão - IPG e
os médicos prestadores de serviços;
A secretária de Saúde de Santarém, Dayane Lima disse, que a
mesma cobrança que vai ser feita do IPG sobre os serviços, será feita também por
escrito, notificar, porque não é possível que a população sai prejudicada por
coisas que poderia se resolver no diálogo.
Eles fizeram exigências, mas vai ter que ter uma qualidade no
atendimento, vai ter que cumprir carga horária e vai ter que responder pela
qualidade do serviço, disse a secretária.
A escala na unidade de pronto-atendimento ainda não foi
fechada; hoje cerca de 7 médicos estão se revezando no atendimento à população
para o fechamento da escala com rodízio dos profissionais. Serão necessários
cerca de 50 médicos; a situação ainda não está totalmente normalizada.
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