segunda-feira, março 11, 2019

Fronteira com Venezuela fechada há 18 dias deixa Roraima sem energia elétrica e combustível

REUTERS/Carlos JassoEstado é o único no País que não faz parte do Sistema Interligado Nacional. Em Pacaraima, moradores também sofrem com crise hídrica e reflexos negativos no comércio

Dependente da Venezuela para obter o fornecimento de energia elétrica, Roraima segue sendo atendido 100% por usinas termelétricas locais. A situação se agravou após o país vizinho enfrentar um blecaute que já dura cinco dias, o pior já registrado na Venezuela.

Responsável pela distribuição no estado, a Roraima Energia informou, na tarde do último sábado (09), que não há previsão para que a energia venezuelana seja restabelecida. No entanto, a empresa garante que a população não corre risco de desabastecimento, já que haveria autonomia de combustível caso a situação perdure ou ocorram novos imprevistos.

Único estado no país que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), Roraima opera com o parque termelétrico local ligado desde a noite da última sexta-feira (8). O resultado é uma energia mais cara e poluente.

Com fronteira fechada, venezuelanos usam rotas clandestinas para chegar a Roraima
Venezuela se diz vítima de ataques e sabotagem
Em seu perfil no Twitter, a estatal venezuelana Corpoelec afirmou que parte do apagão ocorreu por conta de sabotagem na usina hidrelétrica de Guri, situada no Leste do país.
Já o governo de Nicolás Maduro alegou que o apagão em quase toda a Venezuela tem sido fruto de “ataques cibernéticos” feitos pelos Estados Unidos e por seus aliados latino-americanos.

Crises hídrica e no comércio local
Em Pacaraima (RR), cidade fronteiriça a 215 Km da capital Boa Vista e porta de entrada dos imigrantes que fogem da crise na Venezuela, quase já não há mais água. A única barragem do município está com apenas 30% da capacidade e o abastecimento de alguns bairros tem sido feito por caminhões-pipa.

De acordo com a Estação de Tratamento de Água de Pacaraima, a situação se agravou em função da estiagem e do aumento no consumo de água por conta do fluxo migratório.

Atualmente, Pacaraima tem cerca de 6 mil moradores. A cidade enfrenta ainda uma crise no comércio local e a falta de combustível.

Nas lojas, grande parte da clientela venezuelana desapareceu desde que a fronteira terrestre do país com o Brasil foi fechada, na noite de 21 de fevereiro.

Em relação ao combustível, o único posto da região fica em território da Venezuela.

Rodrigo Vieira | Conexão AMZ

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