Dependente da Venezuela para obter o fornecimento de energia elétrica, Roraima segue sendo atendido 100% por usinas termelétricas locais. A situação se agravou após o país vizinho enfrentar um blecaute que já dura cinco dias, o pior já registrado na Venezuela.
Responsável
pela distribuição no estado, a Roraima Energia informou, na tarde do último
sábado (09), que não há previsão para que a energia venezuelana seja
restabelecida. No entanto, a empresa garante que a população não corre risco de
desabastecimento, já que haveria autonomia de combustível caso a situação
perdure ou ocorram novos imprevistos.
Único
estado no país que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), Roraima
opera com o parque termelétrico local ligado desde a noite da última sexta-feira
(8). O resultado é uma energia mais cara e poluente.
Venezuela
se diz vítima de ataques e sabotagem
Em
seu perfil no Twitter, a estatal venezuelana Corpoelec afirmou que parte do
apagão ocorreu por conta de sabotagem na usina hidrelétrica de Guri, situada no
Leste do país.
Já
o governo de Nicolás Maduro alegou que o apagão em quase toda a Venezuela tem
sido fruto de “ataques cibernéticos” feitos pelos Estados Unidos e por seus
aliados latino-americanos.
Crises hídrica e no comércio local
Em
Pacaraima (RR), cidade fronteiriça a 215 Km da capital Boa Vista e porta de
entrada dos imigrantes que fogem da crise na Venezuela, quase já não há mais
água. A única barragem do município está com apenas 30% da capacidade e o
abastecimento de alguns bairros tem sido feito por caminhões-pipa.
De
acordo com a Estação de Tratamento de Água de Pacaraima, a situação se agravou
em função da estiagem e do aumento no consumo de água por conta do fluxo
migratório.
Atualmente, Pacaraima tem cerca de 6 mil moradores. A cidade
enfrenta ainda uma crise no comércio local e a falta de combustível.
Nas lojas, grande parte da clientela venezuelana desapareceu
desde que a fronteira terrestre do país com o Brasil foi fechada, na noite de
21 de fevereiro.
Em relação ao combustível, o único posto da região fica em
território da Venezuela.
Rodrigo Vieira | Conexão AMZ
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