Os altos índices de crescimento do PIB vividos
enquanto a ditadura esteve instalada no país também não foram acompanhados de
uma melhora nos indicadores sociais. Foi exatamente o oposto do que aconteceu.
Além disso, como o governo militar fez uma
escolha de investir maciçamente na industrialização, inclusive do campo, muitas
pessoas decidiram abandonar o sertão com o sonho de tentar uma vida melhor na
cidade, incentivando um êxodo rural sem planejamento e nunca revertido.
Segun
do
o IBGE apenas 16% da população morava no interior do país em 2010.
O crescimento econômico durante a ditadura
começou a ser alavancado durante o Governo de Castelo Branco, que adotou um
ambicioso programa de reformas para equilibrar as contas públicas, controlar a
inflação e desenvolver o mercado de créditos. Batizado de Plano de Ação
Econômica do Governo (PAEG), ele foi responsável por reformas fiscais,
tributárias e financeiras.
Castello
Branco implementou diversas medidas no sentido de incentivar um maior grau de
abertura da economia brasileira ao comércio e ao movimento de capitais com o
exterior. A partir de 1964, também foram introduzidos na legislação brasileira
diversos mecanismos de incentivos às exportações.
Mas foi no Governo do general Emílio Garrastazu
de Médici, sob o comando do então ministro da Fazenda, Antonio Delfim Netto,
que o projeto econômico teve como princípio o crescimento rápido, com
expressivo aumento da produção – com destaque para indústria automobilística- e
grandes obras de infraestrutura. “O Governo apostou em grandes obras e
investimento estimulando o setor privado e usando o crescimento como propaganda
para legitimar o regime durante a época mais repressiva da ditadura. Era muito
importante que ele tivesse apoio de uma parte da sociedade”, explica Muller.
Foi nessa época que nasceu o primeiro Plano
Nacional de Desenvolvimento (IPND). O plano investiu principalmente na
construção de estradas e obras de infraestrutura, como por exemplo, a Ponte
Rio-Niterói (começou em 1969 e foi inaugurada em 1974) e a nunca terminada
rodovia Transamazônica. (El País)
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