domingo, fevereiro 24, 2019

Governo brasileiro condena 'atos de violência de ditador ilegítimo Maduro' e pede apoio a Guaidó

Apoiadores da oposição fazem marcha em Caracas contra Maduro Foto: CRISTIAN HERNANDEZ / AFP
Manifestantes contra Maduro
O Globo -  CÚCUTA, COLÔMBIA — O Governo do Brasil condenou, por meio do Ministério das Relações Exteriores, os "atos de violência perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro"  nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia neste sábado. Em nota oficial, a pasta ressaltou que a atitude de Maduro causou mortes e deixou dezenas de feridos. 

Líder opositor Juan Guaidó sobe em caminhão de ajuda internacional, barrado na fronteira com a Colômbia Foto: GUILLERMO MUNOZ / AFP
Guidó, líder do governo paralelo
Data marcada pela oposição para o início da operação de entrada de ajuda internacional, o dia "D" da Venezuela acabou frustrado pelo fechamento das fronteiras pelos militares leais ao governo de Nicolás Maduro. Os caminhões da ajuda internacional entraram em solo venezuelano, mas não passaram dos postos fronteiriços. 

No sábado, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, chegou a gravar um vídeo informando que camionetes com alimentos destinados aos venezuelanos haviam entrada no país pela fronteira em Pacaraima, Roraima, mas o carregamento não foi autorizado a passar e agora está armazenado na base militar da cidade brasileira.

"O uso da força contra o povo venezuelano, que anseia por receber a ajuda humanitária internacional, caracteriza, de forma definitiva, o caráter criminoso do regime Maduro. 

Trata-se de um brutal atentado aos direitos humanos, que nenhum princípio do direito internacional remotamente justifica e diante do qual nenhuma nação pode calar-se", diz a nota do Itamaraty.

No mesmo pronunciamento, o Brasil apelou à comunidade internacional, sobretudo aos países que ainda não reconheceram o opositor Juan Guaidó como presidente interino, "a somarem-se ao esforço de libertação da Venezuela, reconhecendo o governo legítimo de Guaidó e exigindo que cesse a violência das forças do regime contra sua própria população". 

A entrega da ajuda internacional foi, até agora, a grande aposta da oposição para levar os militares a abandonar a lealdade a Maduro e abrir as fronteiras. 

No entanto, apesar de 23 integrantes das Forças Armadas e da Polícia Nacional bolivariana terem desertado para a Colômbia, outras centenas de agentes das forças de segurança, fiéis ao Palácio de Miraflores, avançaram contra os manifestantes. Quatro pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas a bala, em Santa Elena, cidade venezuelana perto da fronteira com o Brasil. 

Na fronteira com a Colômbia, 285 pessoas ficaram feridas em confrontos com as forças de Caracas.

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