Sonda sobrevoará objeto celeste mais distante já explorado - a cerca de 6,5 bilhões de quilômetros da Terra.

O
sobrevoo estabelecerá um novo recorde para objeto celeste mais distante já
explorado - a cerca de 6,5 bilhões de quilômetros da Terra.
A New Horizons deve chegar a cerca de 3,5 mil quilômetros da superfície de
Ultima Thule, sendo o momento de maior aproximação previsto para as 3h33
(horário de Brasília) da madrugada desta terça-feira.
A sonda está
programada para capturar fotografias e fazer análises científicas nas horas que
antecedem e logo após o esperado "encontro".

Hal Weaver,
cientista da missão e pesquisador do Laboratório de Física Aplicada da
Universidade Johns Hopkins, disse que o corpo celeste diminuto é
"provavelmente o objeto mais primitivo já encontrado por uma espaçonave, a
melhor relíquia possível do antigo Sistema Solar".
Por
que a New Horizons vai passar por Ultima Thule?
A Nasa queria
explorar algo além de Plutão e esse objeto era alcançável.
Catalogado
inicialmente como (486958) 2014 MU69, o corpo celeste recebeu o nome de Ultima
Thule com base em uma consulta pública promovida pela Nasa. É um termo em latim
que significa algo como "um lugar além do mundo conhecido".
Como muitos
objetos do cinturão de Kuiper que têm seu tamanho, é provável que seja composto
por muito gelo, poeira e talvez alguns fragmentos de rochas maiores, que se
juntaram nos primórdios do Sistema Solar.
Uma teoria
sugere que esses corpos têm uma forma alongada ou semelhante a um lóbulo.
Imagine uma batata ou amendoim.
Observações
telescópicas distantes sugerem que sua superfície é muito escura, com uma
coloração levemente avermelhada. Essa escuridão (que reflete apenas cerca de
10% da luz que bate em sua superfície) se deve ao fato de ter sido
"queimada" durante eras por radiação de alta energia - como raios
cósmicos e raios-X.
A New
Horizons estudará a forma, a rotação, a composição e o ambiente de Ultima
Thule.
Os
cientistas querem saber como esses mundos longínquos surgiram. Uma teoria é que
eles foram criados a partir da acumulação de massa de um grande número de grãos
do tamanho de uma pedra. O
que podemos esperar do sobrevoo? Se você
piscar, pode perder. Ao contrário do encontro com Plutão em julho de 2015, não
haverá imagens progressivas da aproximação para serem admiradas. Ultima Thule
permanecerá um borrão no visor praticamente até as últimas horas do sobrevoo.
Como a New Horizons precisa girar para apontar sua câmera, ela não consegue manter a antena na mira da Terra enquanto está coletando dados.
Por isso, os controladores vão precisar esperar até mais tarde para dar o sinal de que a missão foi bem-sucedida e começar a transmissão das imagens - o que deve acontecer por volta de 13h28 (horário de Brasília).
Qual o tamanho do desafio?
De certa maneira, esse evento é mais difícil do que a passagem por Plutão.
O objeto no visor é quase cem vezes menor.
A New Horizons vai chegar mais perto de Ultima Thule do que de Plutão, o que é bom para o nível de detalhamento das imagens; mas isso significa que se estiver apontando para fora, a sonda pode enviar fotos do espaço vazio.
E isso é realmente uma grande preocupação. Como a Ultima Thule só foi descoberta há quatro anos, sua posição e movimentação no espaço são muito mais incertas que as coordenadas de Plutão.
E, lembre-se, tudo isso está sendo realizado a uma distância de 6,5 bilhões de quilômetros da Terra.
Devido à distância, os sinais de rádio levam seis horas e oito minutos para chegar ao nosso planeta.
Além disso, as taxas de transferência de dados são de cerca de 1 mil bits por segundo.
Por isso, na tarde desta terça-feira deverão ser enviadas apenas algumas poucas imagens selecionadas - e apenas em setembro de 2020 será finalizada a transmissão de todos os dados coletados pela New Horizons. (Revista Galileu)
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