segunda-feira, setembro 24, 2018

Brasil: o que está ruim, ainda pode piorar


De que lado você está? É assim que começa uma conversa nos dias de hoje, por causa da eleição para presidente.

Eu não estou do lado de nenhum dos dois líderes das pesquisas na disputa pela presidência da República, e tenho evitado conversar com alguns amigos que defendem apaixonadamente, Bolsonaro ou Haddad, porque não me agrada o perfil de nenhum deles. 

Cada um defende uma ideia com a qual eu não simpatizo.

Meu candidato vai muito mal nas pesquisas, e deve ficar fora do segundo turno.

Como disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, poucas vezes na história da República, os destinos do país estiveram de forma tão decisiva nas mãos do povo brasileiro. Porém, parece que o Pelé tinha razão quando afirmou na década de 1970, que brasileiro não sabe votar. O mundo desabou sobre ele, mas, o tempo se encarregou de mostrar que ele estava certo.

Eu não acredito em salvador da pátria. A história é repleta de governantes que assumiram pelo voto o poder com a promessa de resolver todos os problemas de um país, mas, no final, quem os colocou lá se arrependeu.

Se por um lado não simpatizo com o comportamento autoritário de Jair Bolsonaro, do outro lado dá-me calafrios o programa do PT, que diz que vai mudar tudo que já foi feito no campo da economia no governo do presidente Temer, que pode não ser nenhuma maravilha, mas, teve coragem de tomar algumas medidas impopulares, porém, necessárias.

Sou um cidadão que preza a liberdade e o respeito à individualidade. Não gosto que me digam o que devo, ou não devo fazer. Isso, meus pais fizeram muito bem durante a minha formação, quando me passaram os valores éticos que deveria seguir na vida. A ameaça de um governo que possa atentar contra a minha liberdade me assusta. E por causa disso, muita gente teme o que Bolsonaro possa fazer se for eleito.

Se eu não desejo que haja retrocesso na jovem democracia brasileira, apavora-me a possibilidade cada vez mais forte do Partido dos Trabalhadores voltar ao comando dos destinos do Brasil. Faz tão pouco tempo que uma ação orquestrada pelo governo do PT e um monte de aliados levou o país à falência, que custa acreditar que uma parcela imensa da população possa patrocinar um possível retorno.

Eu sou uma pessoa de cabeça arejada, que convive bem com todos os setores da sociedade, seja na política, no esporte, na economia ou na religião. Sou um pai de família conservador no que diz respeito à instituição familiar, e minha tolerância é zero quando se trata de alguém se intrometer nessa área. Da minha família, sei eu. O que é melhor para ela, sei eu e os que fazem parte dela. Não tolero que nenhum elemento externo intrometa-se e venha me dizer como é que tenho de conduzir minha família. O PT já fiz isso nos treze anos que ocupou o poder central, e certamente vai fazer de novo.

Hoje saiu mais uma pesquisa do Ibope, encomendada pela Rede Globo. O Haddad subiu e o Bolsonaro estagnou. Pior que isso é que a projeção para o segundo turno dá vitória ao Haddad, um candidato teleguiado pelo comandante Lula, direto da prisão.

O Bolsonaro, caso se eleja, ao meno sinaliza com uma política econômica mais liberal por meio do economista escolhido por ele para ser ministro da economia, Paulo Guedes. Os nomes anunciados de outros prováveis ministros, ao menos alguns deles, são de pessoas que até prova em contrário, dão alguma esperança.

Não existe milagre em economia. Como disse um empresário paulista, quando passava o comando da empresa para os dois filhos, porque estava cansado por tantos anos de luta, respondendo ao que um deles perguntou, sobre qual era o segredo para o negócio dar certo. Não tem segredo, disse o pai, que pediu um velho livro caixa e mostrou a eles as colunas, entrada e saída. Olhem, na coluna entrada a soma tem que ser sempre maior do que na saída. Assim é a economia, não dá para fazer milagre, não dá para gastar mais do que arrecada. Quem faz isso, é irresponsável, que é o que mais tem acontecido na administração das finanças públicas do nosso país.

Direita, volver!

Esquerda, volver!

Valha-nos quem, nesse limbo em que vivemos na política brasileira. Mas, esse limbo pode se transformar em inferno. O que está ruim, ainda pode piorar.

Depois de tudo que a gente tem visto nessa campanha eleitoral, que ao menos os eleitores tenham juízo para escolher o menos pior.

Jota Parente

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