domingo, agosto 26, 2018

Campanha de altos e baixos, mais baixos do que altos do Papão irrita torcida

Campanha de mais baixos que altos do Papão irrita a Fiel (Foto: Fernando Torres/Paysandu)Antes do jogo de ontem à tarde, na Curuzu, contra o Sampaio Corrêa, do Maranhão, a torcida do Paysandu não escondia a sua apreensão com a campanha de seu time na Série B do Brasileiro. 

E a inquietação tem sua justificativa, afinal de contas, após um início animador na competição, quando chegou a frequentar o G4 por cinco vezes, o Papão tem flertado com a zona de “degola” a cada nova rodada do campeonato. A possibilidade de o time voltar a Série C em 2019 causa calafrios nos bicolores. Alguns deles, ouvidos pelo Bola, apontam “soluções” para evitar o desastre.

O torcedor não critica só o desempenho do time, mas, ao mesmo tempo, aponta remédio para a recuperação do adoentada equipe bicolor. As opiniões são as mais diferentes, mas as recomendações são todas radicais, como, por exemplo, a troca de treinador, que ocorreria pela quarta vez este ano, e a dispensa em massa de atletas.
“Acho que só tem um jeito para mudar essa história: a diretoria dispensar um monte desses jogadores, que já mostraram que não têm condições de vestir a camisa do clube”, recomenda, em tom raivoso, Carlos Augusto Rodrigues, que afirma acompanhar, mesmo a contragosto, todos os jogos do Papão na Série B. “Não dá gosto ver, mas assisto a todas as partidas para poder falar com certo embasamento”, justifica o estudante de geografia. 
Na mesma linha de raciocínio, segue o metalúrgico Álvaro Luís Martins Souza, mas de forma resumida. “A maioria dos jogadores que foram trazidos são ‘pernas de pau’ e deveriam ser dispensados. Aliás, nem deveriam ter vindo”, analisa o operário.
Mais moderado, o vendedor Rosário Martins Siqueira também não exclui a possibilidade de uma limpeza no atual elenco bicolor. “Não vou ser radical e dizer que todos esses caras não prestam. Não pode ser assim. Tem gente de qualidade e que poderia continuar no grupo, mas alguns têm mesmo de serem substituídos”, aponta.
A saída do técnico Guilherme Alves é, na opinião de alguns torcedores, a saída para que o Papão volte a respirar mais tranquilo no campeonato. “Já deu pra ver que ele não deu certo”, acusa Osmar Ribeiro. “A troca de treinador poderia dar um novo ânimo”, argumenta o balconista.
"Acho que só tem um jeito para mudar essa história: a diretoria dispensar um monte desses jogadores, que já mostraram que não têm condições de vestir a camisa". disse Carlos Rodrigues, estudante de geografia.
"A maioria dos jogadores que foram trazidos são ‘pernas de pau’ e deveriam ser dispensados. Aliás, nem deveriam ter vindo". falou Álvaro Souza metalúrgico.
Comando
Está difícil acertar a mão. Do início do ano até aqui, o Paysandu já trocou de treinador por três vezes e corre o risco de chegar ao quarto comandante em plena disputa da competição mais importante do calendário do clube, a Série B do Brasileiro. O Papão começou 2018 tendo em sua direção Marquinhos Santos, que caiu do cargo ainda durante a disputa do Parazão, no primeiro semestre.
A direção do clube optou pelo retorno de um velho conhecido da Fiel - Dado Cavalcanti, que já havia ocupado a função em 2015 e 2016. Em seguida, foi a vez de Guilherme Alves assumir e ainda permanecer com as rédeas do time nas mãos.
 
A troca de treinador, principalmente quando o time não vai bem, é uma velha tradição do futebol brasileiro. Tão arraigada entre os torcedores, que essa acaba sendo a primeira medida para tentar tirar qualquer equipe de situação ruim.
Como não poderia deixar de ser, o pensamento se alastra entre os torcedores do Papão no momento em que o time cumpre campanha ruim no Brasileiro. “A substituição do Guilherme pode até não ser a grande solução, algo que vá mudar tudo da água para o vinho, mas acho que é o primeiro passo”, confia o professor Rui Miranda Carrascosa.
De acordo com a opinião de outro torcedor, Evandro Ribeiro Chagas Martins, o clube precisa avaliar bem um possível substituto para o atual treinador. “Esse elenco está precisando ser comandado por um técnico linha dura, como se diz. Um cara que chegue e não passe a mão na cabeça de ninguém. Que cobre mesmo”, recomenda o torcedor. 
Trocas são de seis por meia dúzia
O novato Hugo Almeida (esq.), ao lado de Edimar e Diego Ivo, é uma das recentes contratações da diretoria bicolor
CONTRATAÇÕES

Se a troca de treinador, num total de três, não surtiu o efeito esperado pela diretoria do Paysandu até aqui, o mesmo pode-se dizer da substituição de jogadores. Do começo do ano até agora, o clube já liberou alguns atletas e trouxe outros para recompor o elenco. O primeiro a sair foi o meia Fábio Matos, liberado após cometer ato de indisciplina. A partir daí, deixaram a Curuzu outros sete atletas. Apenas um deles, o atacante Cassiano, pediu para sair, seduzido por uma proposta vantajosa do futebol da China.
Todos os demais jogadores foram afastados do elenco pela falta de rendimento técnico adequado. Alguns deles vieram a Belém como verdadeiros turistas. Casos do zagueiro Derlan e do atacante Peu, atletas emprestados pelo Fluminense-RJ, que os recebeu de volta em pouco tempo. Em oito jogos, Peu não balançou a rede uma só vez.
Já o defensor fez cinco partidas sem convencer a ninguém. A lista conta ainda com Victor Lindenberg, Renan Gorne, Danilo Pires e Douglas Mendes.Embora afirme ser criterioso na escolha dos jogadores contratados pelo clube, o executivo André Mazzuco, num balanço geral, tem errado, e feio, na aquisição de atletas.
O caso mais recente é o do zagueiro Guilherme Teixeira, que nos jogos que fez pelo time não deixou a melhor das impressões. Pode ser que no futuro ele até venha a cair no gosto da Fiel, mas, pelo menos por enquanto, está devendo, o que acaba justificando as críticas dos torcedores. Já os demais contratados, no caso, Jonathan Almeida, Lúcio Flávio, Hugo Almeida e Guilherme Santos, este último que voltou ao clube, nas apresentações que fizeram, foram apenas e tão somente regulares, ao menos até antes da partida contra o Sampaio Corrêa
Protestos depois do jogo
O pau quebrou depois da humilhante derrota de ontem à para para o Sampaio Correa, em plena Cuzuzu.
A zanga dos torcedores teve motivos de sobra, embora tenham exagerado por confrontar a polícia.
Perder em casa para o penúltimo colocado na tabela, que tinha conquistado sua última vitória há mais de dois meses, aí já é demais.
Nos protestos, houve confronto com a PM, porque os torcedores queriam entrar em campo após o término do jogo, para tomar satisfações com jogadores, comissão técnica e dirigentes do clube, o que obviamente a Polícia Militar não permitiu.
A PM teve que usar de muita energia para conter os revoltados torcedores, sendo obrigada a fazer uso de spray de pimenta para fazer os aficionados recuar.
A coisa ficou feia no Curuzu.
(Nildo Lima/ Diário do Pará)

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