terça-feira, maio 15, 2018

Aumento da CIP continua rendendo na Câmara e nas ruas



A Contribuição de Iluminação Pública (CIP) é um assunto que continua na ordem do dia, e pelo jeito vai demorar para ser esquecido. A menos que o Executivo e o Legislativo itaitubense deem uma resposta satisfatória para a população.

E a única resposta que os consumidores querem ouvir é a diminuição do índice que passou a vigora a partir do mês passado, que continua causando estragos entre os dois poderes responsáveis pelo envio da matéria; o Executivo, que enviou o pedido de aprovação URGENTE URGENTÍSSIMA, e o Legislativo, que acreditou nas explicações dos técnicos do governo municipal sobre a necessidade e a viabilidade do aumento.

A necessidade havia, pois, há mais de 15 anos não era concedido nenhum tipo de reajuste, o que fez com que a CIP ficasse muito defasada e não houvesse mais condições de a prefeitura arcar com a manutenção dos serviços de iluminação pública.

Já quanto a viabilidade do que foi proposto, está mais do que claro que a administração municipal não tinha conhecimento pleno estava por vir, ou do quanto aumentaria em certas faixas de consumidores, principalmente os que tem consumos mais elevados, como indústrias e comércios.

E a Câmara Municipal continua tentando livrar-se da carga de abacaxis que desembarcou no legislativo, que os vereadores receberam, mas, até agora não sabem o que fazer com o indigesto pacote.

Hoje foi lido um projeto de lei de autoria do vereador Peninha, do mesmo partido do prefeito Valmir Clímaco, que vai de encontro ao que defende o gestor, pois pede a revogação da eleição que majorou a CIP.

O prefeito escalou o secretário de governo, Israel Santos, que chegou cedo à Casa de Leis para conversar com os vereadores e trabalhar para que o projeto de Peninha fosse rejeitado.

Ocorre que tal projeto de lei foi assinado por dez vereadores e foi aprovado em duas comissões da Câmara, a de Finanças e a de Constituição, Justiça e Redação Final, e por unanimidade.

Mal começou a ser discutido, a vereadora líder de governo, Antônia Borroló pediu vistas do PL, pedido esse que nem chegou a ser votado como manda o regimento interno da Casa de Leis, tal era a pressa de encerrar o assunto.

Com esse pedido de vistas, a vereadora terá que devolver o projeto de lei para a Mesa Diretora, cujo presidente Cebola pode não colocar em pauta por um bom tempo, ou para sempre, se não for pressionado.

Outras possibilidades são: o vereador autor do PL solicitar a retirada do mesmo, ou se outro vereador pedir a mesma coisa, mas, nesse caso, só sairá de pauta se o plenário aprovar.

Questionado pela reportagem do blog do Jota Parente sobre se seu projeto de lei observa o princípio da constitucionalidade, Peninha desconversou inicialmente.

Como houve insistência na pergunta, o vereador afirmou que sua maior preocupação é com a reclamação da população, e que se o prefeito, aconselhado pela Procuradoria Geral do Município for aconselhado a vetar, caso seja aprovado, a discussão deverá prosseguir até que se encontre uma solução que atenda a todas as partes.

O vereador Davi Salomão, presidente da Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final, também foi questionado pelo blog, se o projeto em pauta é ou não é inconstitucional, ao que ele respondeu que nesse caso sua análise é meramente dos aspectos políticos do mesmo.

A reportagem do blog perguntou se ele, que é advogado, ao votar dessa maneira, deixava para a PGR a responsabilidade de definir sobre a constitucionalidade da matéria, ao que ele repetiu que sua análise é política, e que caberá aos advogados da prefeitura analisarem a matéria do ponto de vista da Constituição Federal.

Seja qual for o resultado disso, primeiramente o vereador Peninha como autor do projeto, e em seguida os outros nove vereadores por terem assinado o pedido de revogação siarão desse round um pouco menos complicados junto aos usuários de energia, pois tudo que todos os afetados pelo aumento desejam é que a lei seja revogada.

Se for retirado de pauta pela iniciativa de algum vereador, quem pedir ficará mal com os consumidores. Porém, não parece muito provável que alguém faça isso.

Se o presidente Cebola engavetar e isso for divulgado, vai pegar mal para o presidente.

Quanto ao prefeito, tudo indica que antes de qualquer decisão a respeito de mudar a lei, ele vai esperar o resultado da reunião com a direção da Celpa, em Belém, que foi acordada semana passada com os vereadores.

Nessa reunião foi acertado que uma comissão de três vereadores (Diego Mota, Peninha e Antônia Borroló) e do próprio prefeito Valmir Clímaco irá a Belém para discutir com a Celpa uma série de questões.

Perguntas que a Celpa terá que responder, como disse o vereador Peninha ao programa O Assunto é Este, de sábado passado:

1)    Como a Celpa cobra a cobra de iluminação pública da prefeitura?
2)    Quantos bicos de luz são cobrados?
3)    Os bicos de luz que ficam fora de áreas residenciais também entram na conta?
4)    Como é feita a divisão do que é arrecado pela Celpa?
5)    Por que sobra tão pouco para a prefeitura, pois a Celpa fica com a parte do leão?

Como disse Peninha, é importante abrir o que ele chama de caixa preta da Celpa, pois essa conta da iluminação pública é um mistério. E a hora de conhecer tudo sobre esse assunto, e dar uma explicação para quem mais interessa, que é o consumidor, é agora.

Pelo menos para uma coisa essa confusão toda serviu: para fazer a Câmara ser notada, pois no ano de 2017 pouco se falou do legislativo itaitubense, e na maioria das vezes, quando se falou, não foi de forma elogiosa.

Jota Parente

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