sexta-feira, fevereiro 09, 2018

Uma breve análise do que pode acontecer na eleição para governador

O ministro Helder Barbalho nadava de braçadas sem concorrência. Os nomes que eram citados como possíveis adversários, não assustavam, até que Simão Jatene conseguiu convencer o presidente da ALEPA, deputado Márcio Miranda, a deixar uma disputa na qual era favorito disparado, fosse para a Câmara Federal, fosse para o Senado da República.

Era quase barbada, mas, Márcio Miranda viu o cavalo selado passar às suas proximidades, e se tem uma coisa que seduz o ser humano, mais do que o poder, é mais poder. Ser governador do Estado é ter muito mais poder nas mãos, do que um deputado federal ou um senador.

A leitura que o presidente da Assembleia Legislativa faz, segundo me contou um ex-deputado estadual da região, que esteve há poucos dias na casa do pré-candidato ao governo do Estado, cujo nome pediu para não ser revelado, é a seguinte: sabe que é pouco conhecido no interior do Estado, então, a tática que adota a partir de agora é massificar ao máximo seu nome em Belém,  municípios da grande Belém e do Nordeste paraense, para abrir vantagem suficiente para superar a votação de Helder no interior, onde ele é forte.

Até agora, Helder tem se mostrado bastante para os eleitores do Estado, usando a oportunidade da vitrine do Ministério da Integração. Não há rincão do Pará onde ele não seja conhecido. Todavia, ele precisará capitalizar ao máximo essa exposição 0800, porque resta pouco tempo, conquanto terá que deixar o cargo em abril, para desincompatibilizar-se.

Embora ainda pese sobre ele o fardo do nome do pai, Jader Barbalho, que deverá vir candidato a deputado federal, Helder conseguiu desatrelar-se consideravelmente, deixando de ser apenas o filho de Jader, para fazer voo próprio.

Jader é um paradoxo na política paraense, pois, tem muita dificuldade para enfrentar uma eleição majoritária para o governo, mas, dá um passeio quando se candidata a deputado federal, ou a senador. Como candidato a deputado federal, mais uma vez deverá eleger-se com uma enorme quantidade de votos, levando consigo mais alguns do partido, pois a partir deste ano acabou a mamata dos partidos menores eleger candidato a reboque.

Helder ou Márcio? Quem vai levar? Quem é o favorito?

Conversei com um amigo jornalista de muitos anos, que atua na capital do Estado, muito ligado à cobertura dos acontecimentos políticos, querendo saber dele como vê o quadro atual. Ele ratificou o meu ponto de vista acrescentando alguns pormenores.

Disse que, de fato, Helder estava em ótima situação, até a entrada de Márcio Miranda no páreo. Na sua análise, embora as pesquisas continuem apontando o ainda ministro na frente, ele já não tem mais o sossego de antes. Mais do que isso, já enxerga o presidente da ALEPA no retrovisor.

Por tudo que se pode observar, o jogo está aberto. Qualquer prognóstico desapaixonado que se fizer no momento, aponta para uma disputa muito acirrada, porque, enquanto Helder Barbalho deixará o Ministério da Integração em abril, Márcio Miranda vai estar galopando nas costas da máquina pública do
Estado, sob as bênçãos do seresteiro e pescador Simão Jatene, que não terá nenhuma cerimônia em usá-la sem escrúpulos.

Em breve, uma breve análise da disputa para deputado estadual e deputado federal, em Itaituba.

Jota Parente

Jornalista, editor-responsável do Jornal do Comércio e do blog do Jota Parente

Nenhum comentário:

Postar um comentário