Presidente tem o nível mais baixo de vocabulário e complexidade no cargo desde 1929
NOVA YORK (The Independente) — Donald Trump pode se chamar de
gênio no Twitter, mas seu vocabulário aponta em outra direção. Uma análise das
30 mil primeiras palavras do presidente desde a eleição mostra que o governante
fala em um nível um terço menor que qualquer outro presidente desde 1929 — um
grau de leitura equivalente ao de uma criança na 7ª série.
O
vocabulário e a estrutura gramática de Trump são "significativamente mais
simples e menos diversos" que qualquer outro presidente desde Herbert
Hoover, apontou a análise. A comparação é baseada em entrevistas, discursos e
coletivas de imprensa de todos os presidentes desde 1929, compilados pela base
de dados Facta.se. A análise compara todos os registros não oficiais desses
governantes para trazer esses dados à tona, o que não leva em conta discursos
previamente preparados.
Os
analistas submeteram os registros do atual presidente em oito diferentes testes
de vocabulário e complexidade, diversidade e nível de compreensão. Em cada um
deles, Trump fez a pontuação mínima. A quantidade de sílabas por palavra é a
menor entre os 14 presidentes anteriores e há menos palavras únicas. Essas
falhas apareceram tanto na comparação de todos os registros feitos quanto na de
suas primeiras 30 mil palavras. Os posts em redes sociais foram excluídos do
balanço.
—
Comparado aos 14 presidentes que o precederam, sob qualquer ponto de vista o
uso de palavras do presidente Trump é muito menos diverso e mais simples —
disse o CEO da Facta.se, Bill Frischling.
O tema da
imprecisão mental do presidente tem tomado conta das conversas desde a
publicação de "Fire and Fury: Inside the Trump White House", um novo
e explosivo livro sobre os bastidores do governo Trump. O autor, Michael Wolff,
afirma que família, amigos e colegas do presidente questionaram sua habilidade
para o cargo e o tratam "como uma criança".
Cópias de
"Fire and Fury", livro que dá detalhes sobre o governo Trump até
agora, são exibidos em livraria em Londres. - Alastair Grant / AP
O
presidente respondeu às afirmações levantadas pelo livro em seu Twitter na
semana passada, dizendo ser um "gênio muito estável" e
"realmente esperto". Ele foi corroborado pela Secretaria de Imprensa
da Casa Branca, Sarah Huckabee Sandres, que chamou os questionamentos de
"indignantes".
— É
absolutamente indignante fazer esse tipo de acusação. Elas são simplesmente
mentira, e é triste que existam pessoas que façam esse tipo de ataque
desesperado ao presidente — disse ela em uma entrevista para o programa
"Fox & Friends".
Vários
democratas no Congresso, no entanto — e até alguns colegas republicanos de
Trump — não aceitam a ideia de que o presidente é intelectualmente superior.
Mais de uma dúzia de políticos republicanos da Câmara dos Representantes e do
Senado, em entrevista à CNN nesta segunda-feira, não concordaram em apoiar a
declaração do presidente sobre ser "um gênio".
O senador
republicano Jerry Moran, por exemplo, disse que Trump foi "esperto o
suficiente para se eleger presidente". Mas quando perguntado se o presidente
é de fato "um gênio", o senador foi taxativo: "Nada a ver".
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