A notícia da transferência de Conrado Wolfring, delegado de polícia de
Itaituba para a cidade de Trairão, deveria ser vista como um rodízio normal no
quadro de delegados da 19ª seccional; afinal, esse é um procedimento comum e
saudável em outras atividades do serviço público, e mais ainda na área
policial, pois evita o desgaste da imagem do agente público junto à
sociedade.
Não foram poucas as vezes que a população cobrou a mudança de delegados
e comandantes da Polícia Militar, mas, nesse caso o movimento é inverso.
A sociedade representada pela Câmara de Vereadores e outras instituições
estão se dispondo a fazer um manifesto pedindo a permanência do delegado
Conrado em Itaituba.
Longe de ter a popularidade de outros delegados, que por aqui passaram,
como o folclórico Paulo Mascarenhas, que marcou a sua passagem pela delegacia
de Itaituba nos anos noventa, o delegado Conrado ganhou o respeito e a simpatia
da população por sua conduta séria e pelo correto cumprimento do seu dever como
policial.
O delegado Conrado, também está colocando em prática algumas ações
que visam a reduzir a criminalidade, como o adestramento de cães farejadores
para ajudar no combate ao tráfico de drogas, e seriam essas iniciativas dele
que estaria incomodando a cúpula da polícia civil de Itaituba, por suposta
quebra de hierarquia. Entretanto, a população que sofre diariamente com a falta
de segurança, quer é exatamente isso, que a polícia tenha iniciativa e seja
eficiente no combate à criminalidade e não importa de quem seja a ideia; o que
o cidadão quer é segurança.
As pessoas querem poder andar nas ruas sem correr o risco de
serem assaltadas a qualquer momento, e o que mais tem desacreditado o trabalho
da polícia e também da justiça é o fato de que os criminosos presos, rapidamente
ganham a liberdade para continuar na prática delituosa, e nesse
momento em que os índices de criminalidade andam nas alturas, as instituições
entendem que transferir um delegado por conta de birras pessoais é prejudicar o
andamento do bom serviço que vem sendo prestado à sociedade, e as reações
contrarias à transferência do delegado Corando são por tanto compreensíveis e
justificadas.
Jornalista Weliton Lima
Comentário do Focalizando, hoje, 03.11.2017
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