Aguardada com muita expectativa, foi realizada na manhã de hoje, na Câmara Municipal de Itaituba, uma audiência pública que foi denominada de Mesa Redonda da Garimpagem, para tratar de questões atinentes à regularização de áreas de garimpos na Reserva Mineral do Tapajós.
Como era de se esperar, as
discussões não ficaram restritas apenas ao tema proposto, pois há outros
problemas de fundamental importância que dificultam a vida de quem trabalha no
garimpo, como é o caso das ações repressivas do IBAMA, que queima equipamentos
caros, que poderiam ser utilizados pelas prefeituras dos municípios onde
ocorrem as fiscalizações.
Lincoln Silva (Brazauro) |
O presidente da Câmara, vereador
João Bastos Rodrigues abriu os trabalhos, dando as boas-vindas aos presentes e
chamando para assumir a presidência da audiência pública, o vereador Wescley
Tomaz, que de forma sucinta explicou que quem iria presidir a reunião seria o
deputado federal Joaquim Passarinho, vice-presidente da Comissão de Minas e
Energia, da Câmara Federal.
Passarinho começou dizendo o que
quase todos os presentes queriam ouvir, afirmando que a queima de equipamentos
de garimpeiros pelo IBAMA é um ato criminoso. Falou que não apoia
irregularidades, referindo-se a quem trabalha no garimpo de forma ilegal, mas,
que não pode apoiar, também, esse tipo de ação do Ibama, porque está errado,
pois além de privar os municípios de utilizarem equipamentos apreendidos, como
PCs, ainda comete crime ambiental quando queima os equipamentos, pois derrama
derivados de petróleo, como óleo diesel, no leito do rio, ou mesmo quando
queima os mesmos em terra firme. Um crime não deve ser combatido com outro crime,
disse Passarinho.
Depois de abrir oficialmente a
audiência pública, o deputado Joaquim Passarinho passou a palavra para os
representantes da empresa Brazasuro, cuja licença de Implantação saiu em abril
deste ano.
O diretor Lincoln Silva fez uma
exposição detalhada do projeto de exploração da minha do Tocantinzinho, que
deve trazer bons resultados para a economia do município de Itaituba, tanto no
decorrer de sua implantação, quanto a partir do momento em que começar a
exploração da mina.
A Brazauro é uma empresa de origem
canadense, e a mina do Tocantinzinho localiza-se acerca de 400 km da sede do
município de Itaituba.
As pesquisas feitas para determinar
a viabilidade da instalação de uma planta constaram que em média, cada tonelada
de material produzirá 4 gramas de ouro com teor de pureza entre 85% e 90%.
O investimento para a preparação de
toda a estrutura para que a exploração da mina seja iniciada está estimado em
500 milhões de dólares, dinheiro que poderá vir de duas fontes, sendo uma
proveniente da China e outra das bolsas de Nova Iorque e do Canadá.
De acordo como informou Lincoln
Silva, serão gerados no período de implantação da infraestrutura, 1.500
empregos diretos, preferencialmente destinados a trabalhadores residentes no
município de Itaituba, para evitar fluxos migratórios que tumultuem o processo.
Para que seja possível empregar
pessoas de Itaituba, a empresa promoverá cursos de qualificação num total de 12.
O período destino a essa preparação de mão de obra será estendido por 18 meses.
A Brazauro informou que, somente de
salários quando estiver com sua planta em funcionamento, serão pagos entre 50 e
60 milhões de reais por ano para os 630 trabalhadores contratados. Inicialmente,
serão 515.
Essa empresa comprou de 2015 até
agora, no comércio de Itaituba, R$ 16 milhões, sendo R$ 5,8 milhões em 2015, R$
6,6 milhões em 2016 e até o mês de julho deste ano, R$ 3,6 milhões.
O compromisso, disse o diretor
Lincoln Silva em sua explanação, é comprar sempre no comércio de Itaituba,
desde que as empresas se qualifiquem.
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