
JC - Essa é sua
primeira tentativa como candidata?
Andreia- Esta é minha
primeira tentativa na política. E foi interessante como as coisas foram
acontecendo e se em encaminhando para tal. Como começou com um forte apoio
entre amigos de trabalho, pessoas que sempre estiveram ao meu lado, como o
amigo e publicitário Clovis Guedes, ou Clovis Penedo como é conhecido; Lorimar
Santos, liderança jovem da igreja católica; o blogueiro Gilson Vasconcelos e o
editor de imagens Tonico.
JC - Por que você
quer ser vereadora?
Andreia - Ser vereadora
seria uma maneira de contribuir de uma forma mais efetiva com minha cidade,
lugar que amo muito e de onde não consigo me ver longe. Todo cidadão de bem,
que trabalha e paga seus impostos, acredito que contribui com sua cidade, porém
quando se passa a ocupar um cargo público do nível de vereador, que é criar
leis que beneficiem o coletivo e fiscalizar o andamento dos recursos públicos,
garantindo que estes sejam aplicados de fato onde devem ser - saúde, educação,
infraestrutura e lazer - acredito que é um empenho mais eficaz nesse desejo de
colaborar com Itaituba. Ademais, enquanto as pessoas de bem não se envolverem
na política, não decidirem tomar essa atitude de coragem, vamos continuar
apenas reclamando as atitudes ruins que vemos na política.
JC - Em um cenário no
qual a classe política, de vereador a presidente da República gozam de completa
falta de credibilidade, não lhe assusta esse quadro?
Andreia - Do ponto de vista
da credibilidade, infelizmente, acompanhamos hoje em todos os telejornais os
escândalos na vida política do país; são várias as operações realizadas pelo MP
e PF desmascarando esquemas de desvio de dinheiro público. Isso cria um
descrédito geral de Brasília, a municípios, em termos de política. O povo foi
às ruas, o país está financeiramente em situação difícil, esse cenário é
historicamente visto propício a mudanças e é isso que povo brasileiro deve
fazer, iniciar um processo de mudanças com pessoas de bem, trabalhadores que
vivem dignamente, que honram suas dívidas, que respeitam as pessoas com quem
convivem, pois a tendência é que mantenham esse perfil quando chegarem ao
poder. Quando o povo escolhe um representante com uma vida pregressa duvidosa
constroem o que os jornais nos mostram hoje. O Brasil e nossa cidade precisam
mudar e isso não vai acontecer num passe de mágica, porém, é necessário iniciar
essa mudança.
JC - Que
direcionamento você vai dar à sua campanha no que tange ao recado que pretende
dar ao eleitor para convencê-lo a votar em você?
Andreia - Sou muito pratica
nesse aspecto, aliás, praticidade é uma marca em minha personalidade. Pensar
rápido e resolver os problemas de forma em que se adequem aos planejamentos
realizados é algo que gosto e pratico. Parto do princípio de que minha vida de
trabalho sério e jeito de ser falam por mim. Coloquei meu nome à disposição
para as pessoas avaliarem; tenho levado essa mensagem pessoalmente a muitos
cidadãos itaitubenses e estarei participando das propagandas políticas
permitidas em lei. Acredito que se o povo não renovar a câmara e o poder executivo
da cidade é porque aprovam a maneira em que a cidade se encontra, desse modo só
posso respeitar a opinião da maioria e me voltar para meus projetos pessoais de
vida. Pode parecer um pensamento muito direto, porém o processo de eleição é
soberano, o povo escolhe, aprova e convive com suas escolhas por quatro anos.
JC - Você espera
contar com o voto da juventude?
Andreia - O voto da
juventude tem um grande peso nessa campanha e pra mim também. Muitas pessoas
que estão ao lado, familiares e amigos são jovens. Amigos mais idealistas,
formadores de opinião também estão entre os que me apoiam. Jovens que vieram
pessoalmente me dizer " eu nunca votei, mesmo podendo votar, mas agora vou
votar em você Andreia", isso é muito gratificante.
No entanto, não posso deixar de citar uma
grande parcela de idosos que também gostam de mim e se encontram entre esses
eleitores. Tenho amigos de todas as idades e gosto muito de ouvir as
experiências de vida dos mais velhos, além do que o trabalho na Imprensa local
me deu uma abertura muito boa com público de todas as idades. Apesar de sempre
ter feito trabalhos para o público jovem, crianças e idosos sempre nos
acompanharam muito e eu sou e grata a Deus por esse carinho.
JC - É nessa faixa do
eleitorado que pretende mirar sua campanha?
Andreia - Minha campanha não
tem faixa etária de idade, tem verdade, emoção e desejo de mudança. Mudança
real, mudança de atitude. Vai dar trabalho, mas é preciso iniciar esse
processo. É preciso respeitar mais o servidor público para que se cobre deste
respeito no trato com a população. Quantas pessoas vemos reclamando que não
tiveram a informação devida ou que não se sentiram acolhidas em determinada
situação? Penso que isso é comportamento, comportamento que apenas reflete os
líderes que estão no poder. Convido a população a pensar e agir diferente, a
optar pelo novo com responsabilidade.
JC - O Brasil tem um
sistema político viciado, anacrônico e corrupto. Sente-se preparada para
ingressar nesse mundo para o qual muitos entram com a esperança de mudá-lo,
mas, em vez disso terminam sendo tragados por ele?
Andreia - De fato muitos
entram na política com esperança de mudar o sistema e saem sem sucesso. Eu já
tenho tido uma prévia agora na pré-campanha, adversários disseminando
inverdades inclusive dizendo que não viríamos pra eleição. Minha filosofia de
vida é caminhar sempre, e assim tenho feito. O futuro a Deus pertence e pra mim
o que importa é minha consciência, quando faço as coisas com retidão e sei que
dei o melhor de mim, minha consciência fica em paz.
Sei que esse sistema que está aí não será
modificado como passe de mágica, porém é preciso iniciar um processo de
mudança. A história da humanidade mostra isso, períodos difíceis como
escravatura, ditadura militar, diretas já, mostraram que pessoas iniciaram um
processo e lutaram por mudanças. Acredito nesse desejo, nessa força que move as
pessoas e transforma as coisas ao nosso redor.
JC - Ser vereador ou
vereadora é abrir mão de uma vida mais reservada, abdicando até da privacidade,
além de receber muitas cobranças e ser muito mal falado. Está ciente disso é
disposta a encarar esse desafio?
Andreia - Esse descredito pelo
qual a política passa hoje juntamente com as cobranças que são naturais a um
cargo político foi algo que me fez pensar longo tempo, pois herdei de meu avô a
honra da palavra, de cumprir direitinho meus compromissos, e arranhar esse
legado é algo que me preocupa. Porém nunca vou saber até onde posso ir e
colaborar com o coletivo sem manchar minha história, se não arriscar, se não me
lançar ao desafio. Aceitei o desafio. Estou pela primeira vez em uma campanha e
se for aprovada pelo povo também vou encarar esse novo caminho de cabeça
erguida.
JC - Se eleita, quais
serão suas prioridades como vereadora?
Andreia: Minhas
prioridades começam com funções de um vereador: legislar e fiscalizar. No
entanto, há causas e bandeiras que me são afins, como o tratamento de modo
geral dispensado à população nos serviços essenciais, como saúde, educação e
social. Espero juntamente com nosso majoritário a prefeito promover essa
valorização do servidor público e incutir nele o desejo de melhorar o
tratamento dado ao povo no dia a dia dos serviços.
Cultura também é uma pauta de nossas ações. É
preciso sentar com o gestor e dentro das condições financeiras reais do
município, criar a Secretaria de Cultura, para buscarmos recursos e desenvolver
as inúmeras expressões artísticas e culturais que nosso povo tem.
Inadmissível ver nossos representantes
falando que valorizam a cultura e hoje esse setor está atrelado à Secretaria de
Ação Social, sem falar que os recursos não chegam, pois são brecados assim que
os órgãos veem que há uma incompatibilidade na relação entre o setor e a
secretaria. Portanto, é necessário desatrelar a cultura, revogando uma lei, de
2008, se não me engano, criar a Secretaria Municipal de Cultura e o Fundo
Municipal de Cultura, para captar recursos e geri-los de forma responsável e
organizada juntamente com as pessoas que já trabalham heroicamente a cultura de
nossa cidade.
Outra ação e bandeira pessoal minha,
que inclusive já trabalhei na TV, é a educação ambiental. Não serei demagoga e
dizer que vamos implantar a coleta seletiva de lixo em Itaituba de imediato,
mas é preciso iniciar um trabalho em conjunto com a população em relação ao
lixo. Eu fazia coleta seletiva do meu lixo doméstico e levava pra reciclagem,
uma pena que por falta de incentivo a pequena fábrica de reciclagem que
funcionava em Itaituba fechou. Um lugar que recolhia mais de 80 toneladas de
lixo por mês em nossa cidade não era só um comércio, era um trabalho social.
Parto do princípio de que lixo é tudo aquilo
que a natureza vai demorar séculos para destruir. Sinceramente me dói jogar
tanto plástico e embalagens novas na sacola do lixo, sabendo que é possível
reciclar. Precisamos trabalhar juntos e incentivar cooperativas e ações comuns
como as que vemos aqui na nossa vizinha Santarém, em supermercados vemos
aqueles grandes vasilhames onde as pessoas podem jogar garrafas pet de produtos
que consumiram. É disso que falo, que atitudes e boa vontade podem sim iniciar
um processo de mudança em Itaituba.
JC - O que lhe levou
a optar por apanhar o grupo do pré-candidato Ivan D’Almeida?
Andreia – Quando estava
demostrando apoio a outro pré-candidato, ao qual também tenho simpatia, ainda
estava somente apoiando o nome para gestor. Quando respondi a pergunta 9
dizendo que foi uma decisão difícil, que me fez pensar longo tempo, também foi
a isso que me referi. Deixei as pessoas falarem meu nome, mas minha decisão de
por meu nome à disposição no processo eleitoral só foi tomada verdadeiramente
quando resolvi me filiar no PTC 36 - Partido Trabalhista Cristão.
Quando tomei a decisão, achando ser
a melhor e hoje vejo que foi, de seguir o advogado Davi Salomão, presidente do
partido, me deparei com outro desafio, pois agora teria que apoiar outro
candidato a prefeito. Mais uma vez ponderei e tirei uns dias para pensar e
analisar; fui conhecer a história do seu Ivan. Já me deparei de cara com um
conterrâneo cearense do meu avô, que igualmente ao amado avô veio pra Itaituba
em 1974. Já começou uma empatia.
Ao conhecer mais seu Ivan, saber que
tem funcionários que trabalham com ele há dez, vinte anos, também vi que se
trata de um homem que respeita as pessoas ao seu redor e cumpre com sua
palavra. Só aí já ganhou mais da minha simpatia, sou fã de pessoas que honram
seus compromissos. Foi aí que decidi por mudar de partido e de majoritário e
encarar de fato uma campanha eleitoral pela primeira vez.
Temos todas as condições de desenvolver um
bom trabalho; quero que ele chegue também e juntos possamos promover mudanças
reais; é nisso que acredito, é pra isso que vou lutar, é por isso que conto com
o apoio do povo de Itaituba, é isso que pretendo cobrar do gestor: compromisso
com Itaituba.
Comprometimento
com nossa cidade.
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