segunda-feira, maio 18, 2015

Comissão da Câmara deve votar nesta terça relatório da reforma política

Reunião do ultimo de 12 de maio para apresentação de relatório na comissão especial da reforma política (Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados)

Relatório gera divergências entre deputados e especialistas.
Texto prevê adoção do 'distritão' e financiamento misto de campanha.


G1 - Sem consenso, a comissão especial da reforma política na Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira (19) o relatório final da proposta que cria o chamado sistema "distritão" nas eleições do Legislativo e prevê um teto para o financiamento da campanha por empresas.

Depois de votado na comissão, o texto seguirá para apreciação no plenário da Câmara, onde deverá ser colocado em pauta no próximo dia 26, segundo informou o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O parecer ainda gera divergências tanto entre deputados da comissão quanto entre especialistas e, segundo Cunha, vai ao plenário mesmo que a comissão não conclua a votação do texto.
Pelo distritão, são eleitos para vereador, deputado estadual e deputado federal os candidatos que receberem individualmente mais votos em cada estado ou município, sem considerar os votos para o partido ou a coligação.

Atualmente, o sistema em vigor no Brasil para eleição de deputados e vereadores é o proporcional, que leva em conta a soma dos votos em todos os candidatos do partido ou da coligação e também os votos na legenda. Por essa conta, mesmo candidatos com poucos votos conseguem se eleger se estiverem dentro de coligações mais robustas.

“O relatório é um pacotão antidemocrático”, critica o juiz eleitoral Márlon Reis, idealizador da Lei da Ficha Limpa e membro da Coalizão pela Reforma Política Democrática, que reúne 112 entidades. “O distritão caminha grosseiramente para piorar o nosso sistema. O povo não se sentirá representado no parlamento”, avalia.

Reis defende eleições proporcionais em dois turnos. No primeiro, vota-se no partido e depois, no candidato.

Na questão do financiamento, ele considera que a proposta do relator peca por autorizar as doações por empresas. "Sabemos que elas não são feitas de forma desinteressada", diz.

O ideal, na avaliação dele, é que o financiamento seja público e liberado para pessoa física com limite de R$ 700.

O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus Vinicius Furtado Coêlho, também critica o distritão.

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