quinta-feira, novembro 13, 2014

OAB vai pedir afastamento de juiz barrado em blitz

A Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro (OAB-RJ) vai pedir nesta sexta-feira (14) o afastamento imediato do magistrado João Carlos de Souza Corrêa, envolvido em polêmicas após processar uma agente de trânsito depois de ser abordado em uma blitz da Lei Seca em 2011 na zona sul carioca - que disse a ele que "juiz não é Deus". A petição será entregue às corregedorias do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do Tribunal de Justiça do Estado.
"Vamos mandar a carta [petição] nesta sexta-feira e vou pedir uma audiência na segunda-feira (17) com o corregedor do tribunal para apresentar pessoalmente as denúncias", afirmou o presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz.
Segundo Santa Cruz, a ordem pedirá o afastamento até que as denúncias sejam apuradas. Entre elas há uma em que o magistrado teria mandado fazer uma placa especial para o seu carro com os dizeres "Armação de Búzios - 01" - apesar de juízes de primeira instância não terem o direito a tal placa restrita. De acordo com o presidente da OAB-RJ, o objetivo do juiz era simular um carro oficial.
Outra denúncia diz que, enquanto juiz da Comarca de Búzios, na região dos Lagos do Rio, João Corrêa teria mandado todos os clientes de um restaurante saírem porque haveria uma "reunião sigilosa do Judiciário". Um cliente, porém, se negou a deixar o estabelecimento alegando ser filho de um desembargador - e só assim teria sido convidado a permanecer no local.
A reportagem tentou contato com o juiz João Corrêa, mas ele disse por intermédio de um estagiário do Jecrim (Juizado Especial Criminal) do Fórum de Campo Grande, zona oeste do Rio, que "não vai se pronunciar sobre o caso".
Nesta quarta (12), o Tribunal de Justiça do Rio manteve a condenação da agente de trânsito Luciana Silva Tamburini por danos morais por ter dito ao magistrado, durante uma fiscalização em 2011, que 'juiz não é Deus'.
(Folhapress)

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