quinta-feira, outubro 16, 2014

O domínio das mineradoras no Pará

No início de outubro mais uma libe­ração de exploração de lavra mineral foi concedida a uma mineradora estrangeira no Brasil. A Avanco, de capital australia­no, passa a atuar, agora, ao lado da Vale no Pará, nas cidades de Canaã dos Cara­jás, Parauapebas e Curionópolis.

Conforme o relatório final da pes­quisa do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a porta­ria compreende uma área de 7.290 mil hectares e abrange a reserva medida de 6.763.732 toneladas de minério bruto de cobre a ser explorado pela empresa australiana.

Estima-se a produção anual média de 380 mil toneladas, relativa à reserva la­vrável de 3.421.681 toneladas de minério bruto do Plano de Aproveitamento Eco­nômico da Jazida, aprovado pelo DNPM.

O cobre extraído será escoado, em big bags, por caminhão de Parauape­bas para o porto de Belém, com desti­nação para a Europa. A meta é embar­car cerca de 1 mil toneladas de concen­trado por semana.

O projeto de tal magnitude de extra­ção da riqueza mineral do subsolo brasi­leiro não passou por nenhuma consulta prévia à população. Ademais, todo pro­cesso de outorga foi constituído silencio­samente numa combinação entre a em­presa, o DNPM e o Ministério de Minas e Energia (MME).

O diretor da Avanco, Luis Maurício Azevedo, expõe o acordo: “A Avanco é a prova que no Brasil pode-se trabalhar cumprindo prazos e cronogramas, e con­tar com a cooperação dos órgãos regula­tórios. A Sema, o DNPM e o MME sem­pre foram informados dos avanços do projeto e, quando precisamos das licen­ças, elas foram obtidas num prazo mui­to razoável”.

Esse é um dos exemplos do poderio das mineradoras no Brasil, que, ademais, burlam impostos a serem pagos e são as principais financiadoras de campanhas eleitorais, com vistas a estender seus do­mínios ao poder público das cidades on­de atuam.

Fonte: Brasil de Fato
Enviado para o blog pelo geólogo José Waterloo Leal

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