segunda-feira, junho 23, 2014

Dudimar falada falta de juízes e do apoio do PROS a Helder

Antes de ser deputado federal representante a região Sudoeste do Pará, Dudimar Paxiúba é um dos mais respeitados advogados de Itaituba. Ele conversou com a reportagem do Jornal do Comércio a respeito de um problema recorrente na Comarca local, mas, que nunca havia chegado a esse nível, pelas peculiaridades da situação. Um único juiz está respondendo por um monte de atribuições. Também falou do acordo de seu partido com o PMDB para a eleição no Pará.
JC – O senhor já tinha visto algo igual, a respeito dessa falta de juízes?
Dudimar – Eu já estou na lide forense há mais de vinte anos e reputo este como um dos momentos mais críticos da Justiça aqui em Itaituba. Eu não me lembro de ter vivenciado nos últimos dez anos uma situação como esta. Itaituba que tem três varas e um juizado especial criado e em vias de ser instalado, hoje, não tem um juiz titular sequer.
Os dois juízes que estão gozando férias, tanto o da terceira vara como a juíza da primeira vara são juízes substitutos. A única vara que tinha uma juíza titular, a segunda vara, a Drª Vanessa Couto, ela passou quase seis meses sem trabalhar cuidando de problemas de doença em sua família. E agora que ela voltou recentemente, veio somente para arrumar as malas, pois ela havia concorrido com remoção para Breves, para onde foi, preterindo Itaituba.
            Um município do tamanho do nosso, com esse movimento efervescente, que tem como efeito um aumento das demandas judiciais, em vez da Comarca ser mais bem aparelhada em termos de recursos humanos, nós nos vemos nessa situação.
            Na edição 181 do Jornal do Comércio, circulando

O juiz Cleitoney Passos Ferreira é juiz titular de Jacareacanga, um município distante mais de 350 quilômetros de Itaituba, que precisa da presença de um juiz que resida lá, tanto é que foi criada a comarca para isso, e ele se dispôs a responder pelas três varas de Itaituba, pela 34ª Zona Eleitoral, pelo Termo Judiciário de Aveiro, pela direção do Fórum de Itaituba, pela direção do Fórum de Jacareacanga, pelo Juizado Especial e pela 102ª Zona Eleitoral, de Jacareacanga. Isso um absurdo. Como é que o jurisdicionado pode ver atendidos os pleitos formulados junto à Justiça Estadual? Eu nunca imaginei que nós fossemos voltar aos nada saudosos anos 80 e anos 90, quando a gente sofreu com falta de juiz na comarca de Itaituba.
JC – Está difícil para os advogados fazerem seu trabalho...
Dudimar – Muito! Extremamente difícil! Existem situações em que o advogado não sabe mais o que falar para seu cliente. Tem petição inicial que demora seis meses para o despacho, o cite-se do juiz. E outra coisa, como só tem um juiz, você não pode olhar para ele com a cara um pouco feia, porque ele se julga suspeito, e aí, o que vai ser feito daquela demanda judicial que você patrocina? É uma situação que preocupa, e eu não sei como vamos resolver esse impasse.
            Eu conversei com a presidente da subsecção da ordem em Itaituba sobre isso. Ela me falou que semana passada nós não tivemos juiz no Fórum de Itaituba. Até quinta-feira foi despacho zero, porque o juiz teve que atender a comarca da qual é titular, pois quando um juiz é colocado para atender como juiz substituto de uma determinada vara, isso tem que ser feito sem prejuízo da vara da qual ele é titular. Como ele tinha duas seções do tribunal do júri, ele teve que dar prioridade a isso.
            Estive com a presidente do Tribunal de Justiça do Estado há três semanas, a desembargadora Luzia Nadja Guimarães do Nascimento, uma vez que eu e diversos outros deputados federais colocamos no orçamento, recursos para que possa ser desenvolvido o programa Justiça Itinerante; no meu caso, também nesta região, principalmente para alcançar as comunidades ribeirinhas. Faltava incluir a região do Tapajós. Ela me perguntou se havia como alugar barcos aqui e eu respondi que sim.
            Pois bem, em aproveitei a oportunidade para falar com a presidente a respeito desta situação em Itaituba. Eu pedi permissão da presidente da subsecção da OAB, em Itaituba, a advogada Cristina Bueno para tratar desse assunto, que preocupa não só os advogados, mas, os jurisdicionados. Falei na condição de advogado militante na comarca de Itaituba e como deputado federal que tem como dever defender os direitos da população.
            Só para se ter uma ideia da gravidade disso, há processos dos juizados que estão aguardando sentença desde 2004. Não se trata do resultado final, mas, sentença em nível de primeiro grau para que quem não concorde com a decisão recorra para segunda instância. E desde 2004 centenas de processos  se encontram nessa situação. Isso fere o princípio que norteou a criação desses juizados dessas causas chamadas de pequeno valor, que alcançam um teto máximo de 40 salários mínimos, além de outras questões, como delitos de pequena causa que a gente também não vem conseguindo solucionar.
JC – Os problemas nessa área não se restringem à ausência de juízes na comarca. De primeiro, a população conseguia gravar os nomes dos promotores. Nos últimos anos tem havido uma rotatividade tão grande, que não se sabe mais os nomes dos representantes do Ministério Público. Porque isso acontece?
Dudimar – Isso preocupa tanto quanto a questão dos juízes. Essa alta rotatividade de promotores é ruim, porque embora o Ministério Público tenha por norma a continuidade do trabalho iniciado, o que gente vê e que há solução de continuidade, em virtude dos promotores terem posições diferentes a respeito de um mesmo caso. Isso se agrava na medida em que existe essa rotatividade de promotores.
JC – E a Justiça Federal, como vai, neste município?
Dudimar – Nós precisamos da Justiça Federal funcionando completa. Ela não pode funcionar apenas com um juiz e com os serventuários da Justiça. Cadê o Ministério Público Federal? Cadê a Polícia Federal, que até hoje não se instalou aqui em Itaituba? Enquanto não estiver tudo em funcionamento, vai continuar sendo como se não existisse Justiça Federal aqui, pois ela vai continuar capenga.
POLÍTICAJC – Seu partido, o PROS, vai apoiar a candidatura de Helder Barbalho ao governo do estado?
Dudimar – Semana passada nós definidos isso. Já havia a possibilidade muito grande disso acontecer, mas, agora é oficial. Terça-feira, 10 de junho, o Helder, juntamente com o deputado Parsifal Pontes, que será o coordenador de campanha, estiveram em Brasília, onde nós nos reunimos, junto com o senador Ataíde (PROS), do Tocantins, o presidente nacional do PROS, Eurípedes Jr., o Henrique, presidente de honra do partido, o presidente estadual do PROS, que é o prefeito João Salame, de Marabá e mais o deputado federal Dudimar Paxiúba, e sacramentamos definitivamente a formalização da participação do PROS            nesse conjunto de partidos que formarão a coligação que dará suporte à candidatura de Helder Barbalho ao governo do estado do Pará.
JC – O que essas conversações lhe trouxeram de vantagem, visando à sua candidatura em busca da renovação do seu mandato, levando-se em conta que o senhor é o único deputado federal do PROS no estado do Pará?
Dudimar – Tivemos uma conversa bastante transparente, sem subterfúgios. Eu deduzi que o Helder tem o perfil para liderar esse processo, tem demonstrado ser uma pessoa de uma sensibilidade politica muito aguçada, de uma visão admirável de formação de grupo e foram esses fatores que fizeram com que nós do PROS, tanto em nível nacional, quanto estadual, nos decidíssemos por esse apoio à sua candidatura.
            Algumas arestas precisam ser aparadas. Eu venho de uma campanha municipal onde os nervos estiveram muito alterados, e por isso nós precisamos de um diálogo, de uma conversa, para focamos no objetivo principal, a candidatura de Helder e a reeleição da presidente Dilma. Nosso partido tem como prioridade, em se tratando de eleição proporcional, a reeleição dos 21 deputados federais. É fundamental para o partido ter o maior número possível de deputados federais, pois é o número deles que determina o tempo de televisão e o fundo partidário. Sem deputado federal não existe partido que possa sobreviver. Por isso, a determinação da direção nacional do nosso partido é dar prioridade à reeleição dos seus 21 deputados federais.
            Na nossa conversa com Helder, ficou acertado em princípio, que o PMDB não lançará candidato próprio na região Oeste do Pará, em respeito aos partidos aliados, tanto ao Democratas, quanto ao PROS. Nossa decisão de fazer parte desse grupo político capitaneado pelo PMDB, esse gesto de cordialidade do PMDB, que entendeu que não se chega muito longe sozinho, demonstra que nós estamos coesos.
As vaidades pessoais ficam adormecidas, dando lugar ao entendimento coletivo. Dessa forma, está estabelecido nosso propósito principal que é derrotar o senhor Simão Jatene, que governou de costas para esta região. Estamos construindo a oportunidade de dar um cartão vermelho para o senhor Simão Jatene e vamos trabalhar para colocar no governo uma pessoa jovem, inteligente e preparada, que certamente herdou as virtudes do pai e de ter esquecido no passado os defeitos e os percalços de Jader Barbalho na política.

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