Protesto de estudantes em Belém, colocou a taça da copa em risco

O motivo foi o aumento do preço da passagem de ônibus

Não foi totalmente pacífica a manifestação dos estudantes contra o aumento da passagem de ônibus. Uma multidão tomou as ruas de Belém no fim da tarde desta terça-feira (20) para protestar contra o aumento do valor da passagem de ônibus para R$2,40. 

Os manifestantes consideram a medida abusiva e decidiram organizar o movimento de protesto para pressionar as autoridades a rever a decisão e chamar a atenção da opinião pública. Cerca de duas mil pessoas se concentraram na Praça da República desde as 17h e uma hora depois decidiram sair em passeata até o São José Liberto, onde havia a exposição da taça da Copa do Mundo, no bairro da Cidade Velha, em Belém.

Ao chegar em frente ao São José Liberto, os manifestantes gritavam palavras de ordem. A Polícia Militar acompanhava toda a movimentação com um forte esquema de segurança, envolvendo 120 homens da tropa especial (Rotam, canil, cavalaria e Comando de Policiamento Militar Especializado - CPME).

CONFRONTO

Com a frente do Polo Joalheiro completamente tomada por manifestantes, o clima ficou tenso. Os estudantes tentaram entrar à força no prédio, mas foram detidos pela PM com balas de borracha e bombas de gás. “Eles queriam invadir o prédio, que é um patrimônio público, por isso a atitude da polícia em usar esses recursos para conter o movimento”, explicou o tenente-coronel Salim. “Tentamos entrar no prédio como forma de protesto pela presença da Taça, que simboliza o absurdo da realização da Copa”, informou um manifestante.

FERIDOS E DETIDOS

No confronto, dois policiais foram levemente atingidos no olho e no peito. Para conter o movimento, a PM deteve três estudantes, sendo dois adultos e um adolescente, que foram encaminhados para a Divisão de Investigações e Operações Especiais da Polícia Civil (Dioe). 

ORDEM DA SEGUP

Informações extraoficiais davam conta de que teria partido do próprio secretário de segurança do Estado a decisão de levar os manifestantes para a Dioe. A PM fez um cordão de isolamento em frente ao Polo Joalheiro, impedindo a aproximação dos manifestantes, que decidiram sair em caminhada para a Dioe.PROTESTO CONTINUOUNa avenida 16 de Novembro, o movimento voltou a ficar tenso e novamente uma estudante foi detida. Segundo o comando da PM, ela foi flagrada pichando um ônibus. A via foi interditada por cerca de vinte minutos. Dois ônibus foram apedrejados e uma pessoa que passava pelo local foi atingida por uma pedra de raspão na mão. “Qual é a acusação?”, gritavam os estudantes.A manifestação só terminou por volta das 22h e até o fim da noite os advogados das entidades organizadoras do ato tentavam liberar os manifestantes da divisão, que chegaram a ser acusados de crime de formação de quadrilha.

(Diário do Pará)