Cerca de 500 trabalhadores atingidos pelos projetos do complexo hidrelétrico do Tapajós bloquearam a rodovia Transamazônica nesta segunda-feira (21) na altura do km 32 (Ponte do rio Água Preta), no município de Itaituba, oeste do Pará. Desde o ano passado os trabalhadores vêm se mobilizando e cobrando do governo o avanço das pautas da região. Além disso, a mobilização também denuncia o leilão do campo de Libra, que acontece hoje no Rio de Janeiro.
Para Iury Paulino, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a ameaça de construção das hidrelétricas no rio Tapajós já atinge essa população. “Por isso avaliamos de extrema importância à consolidação de uma política nacional de direitos dos atingidos, inclusive com o direito de dizer não às barragens”, declarou Paulino.
As demandas dessas populações são históricas, decorrentes do processo de ocupação impulsionadas pelo governo no período da Ditadura Militar, ainda nas décadas de 70 e 80. Pessoas de diversos estados brasileiros migraram para a região com promessas de desenvolvimento. Desde então, as populações que habitam a região vivem num completo abandono por parte dos governantes.
“O governo apenas promete resolver os problemas do povo e não cumpre, por isso vamos continuar na luta por nossos direitos”, afirma Maria do Socorro, presidente do Sindicato dos trabalhadores Rurais de Itaituba.
Os agricultores exigem que a pauta de reivindicação já em discussão com o governo avance. Entre os pontos reivindicados estão o asfaltamento da Transamazônica e BR 163, aceleração do Programa Luz para Todos, regularização fundiária e revisão das unidades de conservação que sobrepõem assentamentos já existentes, além de políticas públicas nas áreas de educação, saúde e segurança.
Participam da mobilização os trabalhadores organizados nos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Itaituba e Aveiro, além de movimentos sociais como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e associações de agricultores.
A manifestação deverá prosseguir até que seja apresentado pelo Comitê Gestor Estadual do Programa Luz um cronograma de trabalho nas comunidades e também abertura do dialogo com o INCRA para solucionar.
Enviado por Cleidiane Vieira, para o blog
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