"Acreditava que poderia fazer bem mais como vereador"

  Jornal do Comércio -  Edição 166 - Circulando - Há pouco mais de uma semana, o vereador Dirceu Biolchi (PMN), que representa o distrito de Moraes Almeida, subiu à tribuna da Câmara Municipal de Itaituba visivelmente aborrecido com o descaso da administração da prefeita Eliene Nunes para com sua comunidade. Ele enumerou um série de problemas que existem, para os quais não foi apresentada nenhuma solução até agora.

“Em vez da gente ficar vendo essas desavenças entre vereadores, por causa de partidos, ou por questões pessoais, nós temos que assumir que quem está no poder somos vereadores e a prefeita Eliene Nunes. No lugar da gente ficar culpando governos anteriores pelos problemas do município, destacando o que eles deixaram de fazer, nós é que devemos nos preocupar em resolver as demandas da sociedade.

O povo não está interessado nesse discurso de que a culpa é do Roselito, ou do Valmir. Nós temos que encarar o fato de que os problemas existem, precisamos admitir que a prefeita não está se achando e o grupo dela não consegue se encontrar. Eu estava ao lado dela, dia 4 de setembro, no desfile da Semana da Pátria, no Km 5 e vi que acima do palanque havia duas luminárias que deveriam clarear o ambiente, mas, estavam queimadas, embora a gente saiba que ela tinha pedido para que fossem trocadas. Coisas pequenas que mostram que não está funcionando o governo”.

O vereador do PMN disse que seu colega de parlamento, vereador Isaac Dias (PSB) foi novamente infeliz quando subiu à tribuna na sessão do dia 4 passado para endereçar pesadas críticas contra o vereador Nicodemos Aguiar. Ele acha que alguns estão usando mal a tribuna para ataques pessoais, o que distorce o papel do legislativo e desgaste os seus integrantes.


Dirceu também falou sobre as demandas de Moraes Almeida, onde foi realizada uma sessão itinerante com a participação da prefeita Eliene Nunes, tendo sido criada uma expectativa muito grande, mas, até agora nada foi concretizado.

“Quando eu me dispus a ser candidato a vereador eu sabia que não haveria facilidades, mas, não imaginava que as dificuldades que iria enfrentar para conseguir benefícios para minha comunidade não seriam tantas. Hoje, estamos com problemas na construção do colégio, que começou no governo anterior, mas, a obra está muito lenta no momento. Está muito difícil a situação para os alunos e eu sou muito cobrado por isso, com razão. Temos problemas na infraestrutura do distrito, porque as máquinas que estavam trabalhando ficaram de parar por falta de pagamento. Isso provoca um desgaste imenso, tanto para o vereador, quanto para a prefeita” afirmou Dirceu.

Ou problema muito sério diz respeito ao lixo, que estava sendo jogado em uma área no terreno de uma madeireira, com autorização do proprietário. O Ibama chegou e aplicou uma pesada multa no mesmo. Com isso, a comunidade precisou de outro local para esse fim. Só, que ninguém mais quis ceder uma área para depositar o lixo coletado diariamente.

Sem saída, o jeito foi começar um novo lixão a pouco mais de num km da comunidade, às margens da BR 163, terreno da União. Nesse caso, o Ibama não tem a quem multar, embora as lideranças de Moraes Almeida esperem por uma solução da prefeitura de Itaituba, que ao longo dos últimos quinze anos não conseguiu resolver, nem mesmo o problema da cidade. As lideranças de Moraes Almeida sabem que a solução é a implantação de um aterro sanitário,, que custa caro e a prefeitura não tem dinheiro para essa obra.

“Eu achava, quando decidi encarar o desafio de ser candidato, que em sendo eleito, fosse qual fosse o governo a gente poderia fazer um trabalho conjunto e diferenciado. Mas, estou vendo que a realidade é muito diferente. Mas, o mandato tem quatro anos e vamos continuar cobrando, e quem sabe uma hora dessas o Executivo traga respostas para os nossos questionamentos”, desabafou o vereador Dirceu.

Para não dizer que só tem notícia ruim, Dirceu comemora a liberação de R$ 8 milhões para a recuperação da Transgarimpeira, dinheiro que segundo ele, dará para fazer realmente um bom trabalho, desde que a verba seja de fato totalmente aplicada nessa obra. Ele se preocupa com os comentários que dão conta de que somente uma pequena parte vai ser usada, ganhando a maior parte, caminhos desconhecidos. Se chegar tudo ao destino, com cerca de R$ 40 mil por km, vai ser possível deixar aquela importante rodovia em condições muitos boas, afirma ele.