Aconteceu na eleição de 1992: Luis Preto e o garoto que falou a verdade

Luís Preto, um dos mais antigos garimpeiros de Itaituba decidiu lançar-se candidato a vereador pelo PSC, acompanhando o então candidato Wirlando Freire. Era o ano de 1992.

Ele se esforçou e gastou boa soma de dinheiro para tentar ganhar uma cadeira no legislativo. Mas, não conseguiu.

Naquele tempo dava-se de tudo. Era comum, inclusive, fazerem-se bingos ou sorteios para dar prêmios após as reuniões políticas, como forma de motivar os eleitores a irem ao local.

Luís marcou uma reunião grande em sua casa, na 18ª Rua da Bela Vista, mandando avisar pelo carro de som, que haveria sorteio de diversas cestas básicas.

Deu muito gente, como ele queria.

Chegou a hora dele falar. Pegou o microfone e disse: quem tem um votinho para Wirland Freire levante o dedo. Todos levantaram. Quem tem um votinho para Luís Preto levante o dedo. Todos levantaram, mas, um garoto de uns doze anos de idade atalhou:

Seu Luís, esse pessoal está lhe enganando. Eles só estão aqui por causa das cestas básicas.

Será, menino, perguntou o então candidato.

Passou a eleição, Luis Preto não se elegeu e alguns dias depois, num bate papo na casa do prefeito eleito o candidato derrotado virou para mim e perguntou:

Parente, tu sabes onde mora aquele garoto que falou aquele negócio na reunião lá em casa?

Surpreso com a pergunta eu disse para ele que não sabia, mas, que não seria difícil descobrir. Mas, quis saber o porque de seu interesse. Luis Preto me disse:

Parente, aquele garoto foi o único que falou a verdade. O restante das pessoas estava me enganando. Só queriam a cesta básica. Por isso, eu faço questão de dar um presente para aquele menino.

A conversa parou por ali e até hoje não sei se o Luis localizou o garoto e deu o presente.