segunda-feira, agosto 06, 2012

Tapajoara chega aos 24 anos

            É um clichê dos mais usados, contudo, no caso da TV Tapajoara pode-se dizer que parece que foi ontem que a emissora foi inaugurada. Lá se foram 24 anos de bons serviços prestados à comunidade itaitubense, da qual ela faz parte de forma efetiva. Este ano as comemorações são apenas um pequeno aquecimento para a grande festa que já está sendo pensada para 2013, para festejar 25 anos, um quarto de século. O Jornal do Comércio conversou com o diretor Ivan Araújo a respeito do passado, do presente e do futuro da retransmissora do STB em Itaituba.
JC – O que tem marcado a emissora ao longo desses anos todos?
Ivan – A constância de suas ações, as quais tem se identificado com o público que acompanha o nosso trabalho durante todo esse tempo. Temos servidora (Ray) que é remanescente da fundação da emissora; fazem parte de nossa equipe, e aí eu me incluo, colegas que vieram para cá quando o veículo mudou de dono, portanto, há 19 anos. Isso faz com que haja uma sequência do trabalho desenvolvido.
            A história da TV Tapajoara mostra que a mesma sempre teve vocação para trabalhar o mais próximo possível da comunidade. Foi assim com Sebastião Lima e Haroldo Pedrosa, logo que a televisão foi para o ar. Em 1993 nós tivemos a felicidade de estar aqui, juntamente com você, Jota Parente, que veio dirigir esta emissora, a partir do momento em que o então prefeito Wirland Freire adquiriu o canal do empresário Sílvio Macedo.
            Considero que foi a partir daquele momento que começou a se consolidar essa aproximação da emissora com as coisas da terra. Começaram a ser valorizados os patrimônios históricos, a dança, a arte nas diversas manifestações e o esporte. Aquilo começou a dar uma identidade para TV Tapajoara, a partir de 1993. A partir de 2.000 a emissora deu um salto na área técnica, iniciando o processo de automação, passando a oferecer um sinal melhor, uma imagem mais bem definida.
            O carro chefe da programação local foi sempre o jornalismo, que teve um momento marcante que está registrado em nossa história, que foi a introdução do telejornal Focalizando, uma criação do jornalista Jota Parente, que implantou esse informativo que está há 19 anos no ar. Inicialmente o Focalizando foi inspirado no Aqui Agora, que fez muito sucesso na rede, depois, foi definindo seu próprio estilo, procurando estar cada vez mais perto da comunidade. Através do jornalismo foram descobertos novos talentos, muitos dos quais estão por aí, trabalhando até fora de Itaituba.
            Depois de consolidado o Focalizando, a gente sentiu necessidade de ampliar essa programação jornalística, surgindo a idéia da criação do Focalizando 2ª Edição. Hoje esse novo telejornal apresentado por Sammya Ferreira está completando um ano no ar, alcançado seus objetivos.
            Na década de 1990 nós criamos o Fim de Semana, programa de variedades que mostrava o talento dos artistas locais em qualquer atividade. Em 2005 a gente realizou o maior projeto cultural deste município, que foi a gravação do CD e do DVD Ita em Canções. Então, embora o jornalismo tenha sido nossa marca maior junto à comunidade, a emissora nunca se afastou dessas outras áreas, o que só fez nos aproximar mais e mais da comunidade da qual fazemos parte.
            Em termos gerais a gente pode dizer que TV Tapajoara completa 24 anos de muito sucesso, com projetos para ampliação de sua programação local e neste momento, principalmente, trabalhando para se enquadrar dentro das exigências do Ministério das Comunicações que é a digitalização completa.
JC Manter esse trabalho do jornalismo custa caro?
Ivan – Certamente, sim. Fazer jornalismo em TV implica em suprir várias etapas, desde a concepção para a confecção da pauta, até o produto final, que é a apresentação da notícia. Isso também obriga a ter uma equipe relativamente numerosa, além de todo o equipamento necessário para fazer o trabalho. Fazer um jornalismo no padrão que a gente faz torna-se quase inviável no município de Itaituba devido ao custo elevado. Ficamos quase 18 horas no ar, consumindo energia elétrica nos nossos quatro estúdios, além do que, precisamos estar sempre em dia com nossos equipamentos.
            Para completar, ainda temos a dificuldade da ausência de um técnico, mão de obra que não temos em nossa cidade. Isso faz com que se torne difícil fazer televisão em Itaituba. Então, apesar de tudo, embora seja um produto caro, é o jornalismo que de uma forma decisiva mostra a proximidade da emissora com a comunidade.
JC – Como você avalia o jornalismo de hoje em Itaituba?
Ivan – O jornalismo teve uma evolução muito grande em Itaituba. Eu divido o mesmo em duas etapas. Mesmo levando-se em consideração o processo de redemocratização do Brasil, entendo que a imprensa foi conquistando sua liberdade aos poucos.  Aqui o jornalismo divide-se no período de Wirland Freire e outra pós-Wirland Freire. Ele conseguiu abrir esse espaço através das pessoas que trabalhavam com ele, e depois, no período de seu filho, Wilmar Freire, que tem dado sequência a esse trabalho. Hoje não é mais possível retroceder; não há possibilidade de haver censura do que vai ou do que deixa de ir para o ar. A própria audiência tem um bom domínio disso, julgando o trabalho de cada um e dando-lhe a devida importância.
JC – Como está o trabalho para que a TV Tapajoara, dentro do prazo limite do Ministério das Comunicações esteja com o sinal digital no ar?
Ivan – O processo começa com o governo recolhendo a permissão analógica, entregando a permissão digital. Nosso processo está nas mãos de um profissional qualificado para fazer esse trabalho, o Dr. Rogério, de Belém. O importante é que já demos entrada nesse processo. Não tem saída. Todos tem que se adequar às exigências do governo e nós já estamos trabalhando nesse sentido. É a evolução da tecnologia que a gente tem que acompanhar.
            Nós ainda temos um longo caminho pela frente. Nós já estamos preparados no que diz respeito aos nossos estúdios para mandar o sinal digital para o ar. Porém, com referência à transmissão desse sinal ainda estamos em fase de discussão e planejamento. Temos conversado com nosso diretor presidente Wilmar Freire sobre o assunto. Uma coisa que a gente já sabe é que vamos ter que aprontar tudo para colocar o sinal digital no ar, pois não dá para tirar a emissora do ar por um longo tempo para fazer a troca.
JC – Quais serão as próximas novidades na programação?
Ivan – Já estamos trabalhando para colocar no ar, em agosto, um programa que vai substituir o antigo Fim de Semana, que vai se chamar Ritmos do Fim de Semana, com Ana Pedrollo, que já está fazendo treinamento e adaptações há três meses. Os outros projetos para este ano tem sido na parte técnica, com grandes investimentos em novos equipamentos. Hoje o programa Da Minha Terra joga o sinal pronto para o máster, para ir para o ar. Estamos discutindo quais os nossos projetos que já realizamos, poderão voltar. Dificilmente a Copa Ouro estará entre eles. Deveremos dar atenção especial à música. Finalizo ressaltando nossa concentração na transformação do nosso sinal para digital, ou HD.

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