quarta-feira, julho 11, 2012

Davi inicia novo mandato à frente da CDL

O empresário Davi Meneses teve seu mandato de presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaituba renovado, dia 20 de junho. Seu nome liderou chapa única fruto de consenso dentro da entidade para comandar a entidade por mais um período. No mandato que expirou, ele afastou-se por uns tempos, período no qual foi substituído pelo então vice, empresário Afábio Borges. Logo após a eleição Davi conversou com a reportagem do Jornal do Comércio a respeito dessa nova gestão que inicia.
JC – O que lhe levou a aceitar essa missão de continuar à frente da CDL?
Davi – A necessidade de dar continuidade a esse trabalho que a gente já vinha fazendo, comigo e com o Afábio, dando mais essa parcela de colaboração para com nossa entidade. Eu me afastei um pouco no mandato anterior, e agora estou de volta à presidência. E já começamos o mandato tendo trabalho com essa fiscalização que foi realizada há poucos dias, que alvoroçou muito o comércio local. A CDL é uma entidade presente na vida dos lojistas de Itaituba, a qual pode crescer muito mais, se mais empresários decidirem filiar-se a ela. Essa é uma das razões para que a gente tenha decidido continuar aqui, lutando para que a mesma cresça, que os empresários não procurem a gente somente quando tem algum problema para resolver, ou quando forem convocados para reuniões.
JCA CDL é uma entidade que presta serviço aos seus associados. É importante que mais empresas se associem para que a entidade se fortaleça e seja cada vez mais representativa?
Davi - Com certeza. A gente precisa muito que isso aconteça. Hoje, na cidade, a gente tem mais de 1.500 empresas constituídas. Dessas, somente 230 estão filiadas à CDL. Nós temos um custo considerável para mantermos uma estrutura que nos permite atender bem os nossos associados. Temos funcionários, despesa com a estrutura física e outras. Sabemos que tem empresas que oferecem alguns serviços similares aos nossos, como consulta ao Serasa e SPC, exclusão e inclusão de clientes. Muitos empresários não sabem que o nosso Sistema de Proteção ao Crédito é vinculado em nível de Brasil. Então, porque não dar prioridade à nossa entidade, que é daqui, ligada ao comércio local, em vez de usar os serviços de quem vem de fora. Ainda oferecemos assessoria jurídica aos nossos associados.
JCHá quase dois anos o Jornal do Comércio entrevistou o então presidente Afábio Borges a respeito de algumas empresas de fora que prestavam alguns desses serviços, mas, prometiam mais do que podiam fazer. Isso melhorou?
Davi – Melhorou um pouco. Ainda há muita gente usando serviços de empresas de fora, alegando que é por economia, para não pagar uma mensalidade de R$ 62,00. Semanalmente a gente é procurado por empresários em busca de serviços avulso. A gente explica que é muito melhor ele pagar a mensalidade e ter a entidade à sua disposição.
JCQuando se fala em CDL, a primeira coisa que costuma vir à cabeça é o SPC. Mas, a entidade é muito mais do que isso, não é presidente?
Davi – É muito mais do que isso. Trata-se de uma entidade representativa em nível local, estadual e federal. Qualquer tipo de informação que o empresário precisar, de onde quer que seja, nós vamos atrás e damos uma resposta a ele. Ainda há empresários que pensam que a CDL se limita a ações em Itaituba, quando não é. Semana passada eu estive participando de uma reunião na Federação do Comércio, em Belém, e vi a estrutura enorme que pode ser utilizada por todos. A CDL, além do SPC, é uma fonte de assessoria jurídica, econômica e empresarial para o empresariado local.
JC – Qual é o foco principal dessa gestão que está sendo iniciada?
Davi – Um dos nossos principais objetivos é buscar parcerias com empresas que estão chegando para construir os portos em Miritituba, assim com a Eletronorte, que está para se instalar, prevendo-se para dezembro de 2013 a licitação do projeto de construção de hidrelétricas no Tapajós, para ver como elas podem contribuir com investimentos para construção de escolas técnicas que nos permitam preparar mão de obra em diversas áreas, a fim de que o município usufrua os muitos empregos que serão gerados, mas, cuja maioria vai exigir mão de obra qualificada. Temos que lutar para trazer o SENAI para cá, para preparar parte desse pessoal, além de outras escolas de preparação. Pouco vai adiantar para nós, se esses empregos forem ocupados por trabalhadores que venham todos de fora, que vão receber seus salários aqui e mandar o dinheiro pra fora, ao passo que se forem daqui, o dinheiro vai circular na economia local.
JC -Mal o senhor assumiu esse novo mandato e já teve trabalho pesado com essa fiscalização da Fazenda Estadual no comercial de Itaituba. Houve excessos?
Davi - Aconteceu o seguinte: o Ministério Público Estadual fez a denúncia junto à SEFA, de que estariam ocorrendo algumas irregularidades de certos estabelecimentos comerciais da cidade, na questão do cupom fiscal. A SEFA fez o seu trabalho, a partir da denúncia, acompanhada de um representante do Ministério Público, de Belém. O que assustou, de fato, foi o aparato policial que acompanhou o começo dos trabalhos, por solicitação do Ministério Público, o que é uma prerrogativa do órgão. Alguns empresários se assustaram com toda aquela força policial, houve quem passasse mal, mas, é importante que todos saibam que foi a pedido do MP e não da SEFA. Não é fácil você estar no seu comércio trabalhando. De repente, quando você levanta a cabeça se depara com um aparato de oito policiais militares armados de fuzil. Isso assusta qualquer um.
            Depois que isso aconteceu, e partir do momento em que nós tomamos conhecimento do que estava acontecendo, procuramos o Ministério Público para conversar. A gente se entendeu e a partir do segundo dia aquela força policial já não foi mais utilizada, mas, apenas a presença dos fiscais da SEFA e do representante do MP. A partir daí o trabalho transcorreu normalmente.
JC – Isso pode ter tido alguma coisa a ver, ainda com a velha fama de Itaituba ser um lugar muito violento, o que não condiz com a realidade atual?                 
Davi – Não cheguei a pensar nisso, mas, quem sabe não pode ser. O importante é o promotor viu que estava lidando com gente pacífica, ordeira, sem sofrer nenhum tipo de ameaça.
JC – Há um grande número de estabelecimentos que trabalham na informalidade. Sem pagar impostos dá para vender mais barato e se pratica a concorrência desleal. O que fazer para resolver isso?
Davi – Nós já até colocamos isso para a SEFA, sugerindo que seja feito um levantamento de todos esses estabelecimentos, fazendo-se primeiramente um trabalho de conscientização junto a esses comerciantes, e não chegar logo multando, fechando. Deve ser dado um prazo de 30 ou 60 dias para que eles possam se regularizar. Sabemos que qualquer empresário, para adquirir o equipamento completo para emitir o cupom fiscal precisa investir mais de R$ 5 mil. Mas, isso pode ser feito de forma parcelada.
            É uma determinação do governo, que todo comerciante tenha o cupom fiscal. A nota fiscal de bloco vai desaparecer. O que vai haver é somente a nota fiscal eletrônica. Toda empresa, seja do tamanho ou gênero que for, terá que ter a nota fiscal eletrônica. Não tem para onde correr. Sabemos que existem diversas empresas em Itaituba que recebem produtos de outros estados sem declarar nada, enquanto outras pagam seus tributos direito. Isso é concorrência desleal. 
JC – Como anda o serviço da Certificação Digital?
Davi – Nessas duas semanas, com essa mudança que implicará em não haver mais bloco de nota fiscal, temos trabalhado até nove ou dez horas da noite atendendo à demanda pela certificação digital. Parte desse pessoal que está utilizando o serviço não é filiado à CDL. Se a gente não oferecesse essa possibilidade aqui em Itaituba, os empresários estariam sendo obrigados a ir a Santarém ou a Altamira para resolver o problema. Mas, tem gente que acha muito pagar uma mensalidade de R$ 62,00 para ter à sua disposição todo essa gama de serviços que oferecemos. Até hoje a CDL está pagando para utilizar esse serviço de certificação digital, porque a demanda tem sido pequena, fora desse período em que todos precisam correr para se adequarem.

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