terça-feira, novembro 16, 2010

BR 163: só vendo para crer*

Faz tempo que eu entrei para o rol dos que não acreditavam que a pavimentação da Santarém – Cuiabá pudesse sair em curto espaço de tempo. Motivos não faltavam para a gente desconfiar. A cada nova eleição para presidente da República a ladainha se repetia: se eleito for, vou asfaltar a rodovia Santarém – Cuiabá. Essa era a promessa de quase todos os candidatos. Quem se elegia, esquecia completamente do assunto quando subia a rampa do Palácio do Planalto.



O projeto da rodovia Santarém - Cuiabá, embora tenha sido estudado desde os tempos do II Império, somente na década de 70 foi iniciado. A Rodovia Santarém-Cuiabá, que liga essas duas cidades que lhe emprestam o nome, numa extensão oficial de 1.777 Km (1.754 de fato), tem 770 Km no Estado do Mato Grosso e 1.007 Km no Estado do Pará. Suas obras foram executadas a partir de Cuiabá pelo 9º BEC. e, a partir de Santarém pelo 8º BEC, as quais foram concluídas em 1976/77. Mas, Cuiabá é apenas a metade da viagem pela BR 163, partindo-se de Tenente Portela, no Rio Grande do Sul. São 3.467 km até Santarém.


Já se passaram mais de três décadas da conclusão das obras de abertura dessa estrada. O que se tem visto é que ela foi relegada ao esquecimento, mais de trinta anos, situação da qual parece que está a caminho de sair. Os fatos atuais animam até os mais incrédulos.


Há um velho ditado que diz: “contra os fatos não há argumentos”. E no presente caso da BR 163, os fatos mostram que o tão sonhado asfaltamento dessa rodovia, finalmente, deixou de ser uma peça de retórica dos políticos em tempos de eleição, para se tornar realidade palpável, visível, concreta.


Eu estive lá, semana passada, por quatro dias, convivendo com a realidade da Santarém – Cuiabá de hoje. Aqui em Itaituba a gente não tem dimensão do que está acontecendo, da cidade de Trairão, até a divisa do Pará com Mato Grosso. O pessoal está trabalhando pra valer. As máquinas começam a funcionar de manhã bem cedo e trabalham até o fim do dia.


Percorri em torno de 700 km, contando com minha partida de Miritituba. 1.400 entre ida e volta. Mas, meu trabalho só começou em Trairão, onde fiz a primeira parada para conversar com o engenheiro Tiago Cassaro de Carvalho, com o qual visitei o trecho em obras tocando pelo consórcio que ele gerencia. Assim fiz em Moraes de Almeida, em Novo Progresso, onde há dois consórcios, um trabalhando numa direção e o outro noutra direção, rumo a Castelo de Sonhos. Também fui aos acampamentos dos consórcios instalados ao longo da estrada e o que eu vi foi gente, muita gente e muitas máquinas trabalhando.


Esse pessoal não está brincando de fazer estrada. Tratam-se de muitas empresas privadas, que não perdem tempo. Elas recebem de acordo com o que produzem. Então, não espaço para corpo mole. Muita coisa já foi feita, muito trabalho que não aparece, porque fica enterrado, como os bueiros e os trabalhos de drenagem em geral, já está pronto. Em alguns trechos já há vários quilômetros asfaltados.


Confesso que fiquei muito animado com o que vi e ouvi. Voltei dessa viagem convencido de uma coisa: de que nunca se viu tão de perto a possibilidade da Santarém – Cuiabá, enfim, ser pavimentada. Esse otimismo aumentou quando perguntei a todos os gerentes de consórcios como o governo está se comportando quanto aos pagamentos. Todos me responderam que houve um pequeno atraso nos meses de junho, julho e agosto, atraso de alguns dias em cada um desses meses, mas, agora está tudo sendo pago em dia.


Sendo a presidente eleita, Dilma Russef, a mãe do PAC, como disse o presidente Lula, quando fazia campanha para ela, não existe razão alguma para se desconfiar de que essa obra possa parar, pois o que ela prometeu em campanha foi exatamente o contrário. Disse que o asfaltamento iria continuar sem nenhuma protelação.


Com a chegada do inverno, que está batendo à porta, os consórcios dispensarão a maioria dos trabalhadores de campo, ficando apenas com aqueles que farão as obras de drenagem. Isso pode assustar um pouco quem venha a passar pela BR 163, achando que a obra está sendo desacelerada. Mas, quando chegar o verão, provavelmente, mais gente do que está sendo utilizada neste momento será contratada, pois há consórcios que já poderão concluir seus trechos até o final de 2011.


A verdade é que, do entroncamento da Santarém-Cuiabá, até a divisa com o estado de Mato Grosso está tudo contemplado nessa grande obra, que é esperada como redentora para a economia e para o desenvolvimento desta região e das outras que amargam tantos anos de sofrimento ao longo dessa rodovia. Virão problemas, junto com o crescimento. Mas, não podemos pensar apenas nisso. Fui convencido pelos fatos, de que desta vez dá para acreditar que não se trata apenas de jogo de cena de políticos em tempos de eleição. Creio que o asfaltamento da BR 163, desta vez está no caminho certo.
 
Jota Parente
 
*Na edição 114 do Jornal do Comércio, que está circulando a partir de hoje.

Um comentário:

  1. Caro Jota Parente, que bom ler em seu blog que você viu com seus próprios olhos todo o trabalho desenvolvido pelas 23 empresas (consorciadas ou não) e os batalhões de engenharia de construção do Exército (8º e 9º) nas obras de pavimentação da BR-163.Gostaria de complementar ainda que, além das obras, o empreendedor (DNIT) vem investindo 70 milhões de reais em 21 Programas Socioambientais na rodovia, além da Supervião Ambiental das obras. Foi-se o tempo em que um empreendimento de grande porte era feito sem esse cuidado com a população do entorno e com o meio ambiente. Os Programas atendem tanto a sociedade, quando os envolvidos (trabalhadores das obras), quanto às questões ambientais que dizem respeito às obras. O Programa de Comunicação Social da BR-163, do qual faço parte, está à disposição para lhe informar, bem como os seus leitores, sobre essa importante obra da infraestrutura nacional. Um abraço à vc, um abraço aos seus leitores.
    Gianni Queiroz
    Programa de Comunicação Social da BR-163 / (66) 9981-9304

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