quinta-feira, setembro 30, 2010

*Não basta ligar a seta para chegar inteiro em casa, em Itaituba

No trânsito de Itaituba, não basta ligar a seta para onde se deseja dobrar. Esse ato, por si só, não é garantia de que o condutor que vem atrás vai respeitar as normas de trânsito mais elementares, vigentes em qualquer parte do mundo, passando pelo lado contrário ao que se está sinalizando. Deveria ser assim, mas, não é, diferentemente do ocorre em quase todos os lugares civilizados. Essa situação é muito mais grave quando se trata de motocicleta.



Quarta-feira, 15 de setembro, poucas horas depois de deixar a edição de número 110 do Jornal do Comércio, na Gráfica Amazônia, eu passei pela amarga experiência de sofrer uma batida de moto, por trás, provocada por alguém, que teoricamente, deveria conhecer bem as regras de trânsito e que deveria observá-las com todo rigor. Falo de um mototaxista, dos regularizados.


Vinha eu pela Avenida Belém, às 12:40, dando sinal que iria dobrar à esquerda, na direção da Praça do Congresso. E eu não ligo a seta quase no momento de fazer a curva, como infelizmente faz muita gente nesta cidade. Ligo muito antes, para dar tempo de sobra para quem vem atrás de mim fazer sua manobra com segurança, passando do outro lado. Mas, não adiantou, porque com todas essas providências, o motaxista entrou na traseira de minha motocicleta, derrubando-me antes que eu conseguisse fazer a curva.


Ele deveria ter sido mais cuidadoso do que o normal, pois carregava uma passageira em moto. Mas, isso não impediu que ele fosse imprudente, imprevidente e irresponsável. Para sorte dele e de sua passageira, somente eu caí. Com a maior cara de pau, ele ainda me acusou de não estar com o pisca ligado, o que não era verdade.


O nome do referido motoqueiro, só Deus sabe, porque quando eu consegui levantar do chão, as dores eram tamanhas, que não tive concentração para olhar o número da placa da moto, nem perguntar pelo nome dele. A única coisa que eu queria e precisava naquele momento, era de atendimento médico.


Felizmente, um motoqueiro que chegou na hora, levantou minha moto. Eu subi na garupa dizendo que era para ele me levar para a Cimaq Motos. Talvez as dores estivessem embotando meu raciocínio, pois ele insistia em me levar para o hospital. Alguns metros depois que ele deu a partida eu pedi para ir para o Hospital Municipal. Chegando lá, com a pressão em níveis muito baixos, eu perguntei se poderia confiar nele. Ele disse que sim. Então, pedi que deixasse minha moto na Cimaq Yamaha Motos, sem ter nenhuma garantia de que ele faria isso. Mas, trata-se de uma pessoa de bom caráter, que eu nunca tinha visto antes. A XTZ foi entregue como solicitado. Quanto ao mototaxista que me bateu, nunca me procurou, embora me conheça, pois falou o meu nome depois do acidente.


Quem anda de moto, em Itaituba, não pode prescindir de alguns cuidados adicionais, que fazem bem à saúde e podem representar a diferença entre chegar em casa inteiro, ou terminar no leito de um hospital, no mínimo. Eu mesmo tenho por costume, mesmo ligando a seta bem antes do lugar onde pretendo dobrar, antes de dar a guinada, olhar no retrovisor para ver se a manobra pode ser feita com risco zero.


Por duas vezes, em 2009, eu me preparei para dobrar, quando levei um baita susto. Seguia pela Transamazônica, com a intenção de dobrar na 4ª Rua, da Bela Vista. Poucos segundos antes de fazer a manobra para a direita, olhei no retrovisor. Qual minha surpresa, quando surgiu um motoqueiro passando em alta velocidade


pelo lado que eu estava sinalizando que dobraria. Nessas duas situações eu tive tempo de abortar a manobra, seguindo em frente, até que me recuperasse do susto.


Depois de passar por essas duas situações de perigo, prometi a mim mesmo, que sempre que fosse dobrar, tomaria o cuidado de olhar no retrovisor antes de executar a manobra. Mas, seres humanos que somos, falhamos de vez em quando. Por um rápido momento de desconcentração, eu deixei de consultar o meu retrovisor. Se o tivesse feito, não estaria com a clavícula fraturada em dois lugares, hoje.


Não é que eu tenha sido o culpado pelo acidente do qual fui vítima. Posso afirmar que não me acidentei, fui acidentado. A culpa foi do camarada que me bateu por trás. Mas, como diz o título acima, em Itaituba, não basta ligar a seta para mostrar para quem vem atrás que a gente vai dobrar. É imprescindível consultar o retrovisor pouco tempo antes de dobrar. Já aconteceu comigo e pode acontecer com qualquer um. Olhar o retrovisor, antes de dobrar, passou a ser uma questão de sobrevivência no trânsito de Itaituba. Costumo dizer, que quem dirige no trânsito maluco desta cidade, pode dirigir em qualquer lugar do mundo.

* Na edição 111 do Jornal do Comércio, que circula no final da tarde de hoje

Um comentário:

  1. norton sussuarana2:20 PM

    Caro Parente,
    Sou solidário com você; eu mesmo já escapei de sofrer diversos acidentes, motoqueiro que sou. Sempre tenho o cuidado de ligar o pisca com bastante antecedência, bem como olhar pelo retrovisor. Há alguns anos, quando ainda funcionava a Auto Escola Universal alí perto da rotatória, dei sinal de que iria entrar à esquerda, bem em frente à drogaria Transamazônica; fiquei do lado esquerdo; quando fui concluir a manobra, uma BIZ entrou pela esquerda, entrando na contra mão da Transamazônica e, só não caí, tendo em vista estar em uma moto 250; caso a moto fosse mais leve, com certeza, teria ido ao chão. Quanto a quem dirige nesse trânsito maluco dirigiria em qualquer lugar, discordo: um motorista desses não sobreviveria uns dois quilômetros.

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