A caminho de Teixeira de Freitas, onde Eu dormi Segunda, 12 de abril, passei perto de uma região com algumas elevações que encantam o viajante. A tarde findava, o que deu um tom especial à paisagem da foto na qual eu caprichei.
Tendo percorrido mais da metade do estado do Espírito Santo, sentido Norte-Sul, quando cheguei a Vila Velha, fiquei na dúvida se passaria por fora, pela BR$ 101, ou se esticaria até a capital do Espírito Santo, Vitória, da qual estava distante apenas trinta quilômetros. Quer saber de uma coisa, disse para mim mesmo, vou passar pela capital, embora isso vá me atrasar algum tempo.
Só para ilustrar para os leitores que acompanham a história dessas aventuras, o Espírito Santo é um dos menores estados brasileiros. Seu comprimento, do extremo Norte ao extremo Sul não passa de 370 km, enquanto a parte mais larga de seu território não passa dos 150 km.
Fui até o centro de Vitória, cujo trânsito àquela altura, por volta de uma da tarde, estava bastante travado. Tive alguma difuldade para voltar para a rodovia, tendo entrado pela Rota do Sol, que vai para o baneário de Guarapari, o mais famoso do estado. Enquanto estive nela, paguei dois pedágios. O primeiro até que normal, ao preço de R$ 0,90, mas o segundo foi de lascar: R$ 3,60. Nesse eu desabafei com o funcionário da concecionária. Disse que sabia que ele estava apenas exercendo sua função, mas, que não poderia deixar de registrar, que tendo viajado por toda a América do Sul, o único país onde a gente pagou pedágio foi no Brasil. E que pedágio.
Achei que chegaria de noite à cidade de Cachoeiro do Itapamerim, o meu destino daquele dia. Contudo, às 17:15 deixei a BR 101 para entrar na BR 482. De lá para cachoeiro são cerca de dez quilômetros de distância. Fui recepcionado por um maravilhoso por do Sol. O astro rei começava a esconder-se por detrás dos montes que ornamentam a paisagem da terra do mais vitorioso cantor popular do Brasil, Roberto Carlos.
Em pouco tempo estava trafegando pela movimentada avenida Beira Mar, que passa ao lago do Rio Itapemerim. O povo de lá não tem nada de modesto, pois o Rio Itapemerim é alguma coisa parecida com um riacho de bom tamanho, dos nossos. Mas, não dispensaram o pomposo nome de avenida Beira Mar, para a via que passa ao lado do mesmo.
Saí procurando um lugar decente para pernoitar, que não ficasse longe do centro. Minha preocupação era fazer tudo que tinha agendado para aquela cidade, sem gastar mais do que o tempo necessário para isso. Uma senhora que vendia algumas guloseimas perto do rio, indicou um lugar. Demorei um pouquinho para encontrar o local, mas, quando cheguei lá vi que valeria a pena, pois era bem legal e tinha garagem para a moto.
Fazia três dias que eu não dava notícias para casa, falei com a Marilene, sabendo notícias dela e do Parentinho. Naquele dia eu estava bastante cansado, porque mais uma vez pilotei por rodovias muitos sinuosas. Desde o Sul da Bahia que vinha encarando esse tipo de estrada, coisa que eu gosto muito, mas, que requer uma atenção redobrada.
Eu não sou apenas um aventureiro. Antes disso, sou um jornalista que está sempre atento ao que acontece ao seu redor. Logo, precisava conversar com algumas pessoas daquela cidade, para saber o que aquele povo sente pelo filho mais ilustre daquela terra. Nesse particular, com as várias pessoas que eu conversei, percebi que quase todas sentem muito orgulho de serem conterrâneas de Roberto Carlos. Eu disse quase todas, pois para minha surpresa encontrei gente ressentida pelo fato do Roberto não ir mais vezes visitar sua terra, como se ele tivesse uma agenda folgada. Mas, a grande maioria sente mesmo é orgulho.
Eu quise saber como era a Cachoeiro de antes, bem antes de Roberto fazer sucesso e da cidade crescer, pois a Pequeno Cachoeiro da música que tornou a cidade conhecida em todo o Brasil, ficou para trás. Antes era cidade tranquila. Mas, cresceu muito nos últimos anos, não por o rei nascleu lá, mas, por causa de sua grande jazida de mármore. Cachoeiro possui uma das maiores jazidas de mármore do Brasil e é um centro internacional de rochas ornamentais, sendo o responsável pelo abastecimento de 80% do mercado brasileiro de mármore.
A cidade é berço de grandes empresas com destaque para a Viação Itapemirim e a Itabira, a maior Fábrica de Cimento do Grupo João Santos, segundo maior produtor de cimento do País. Cachoeiro de Itapemirim é hoje sobretudo um centro de extrativismo e beneficiamento mineral (mármores, granitos e moagem de calcário). Na indústria sobressai a produção de cimento, calçados e laticínios, havendo também significativa pecuária e cafeicultura. Pólo educacional do sul capixaba, o município conta com estabelecimentos de ensino superior.
No próximo capítulo vou contar a história da melodia Meu Pequeno Cachoeiro, que quase todo mundo pensa que se trata de uma obra de autoria exclusiva de Roberto Carlos, mas, não é. Também, no capítulo seis começarei a contar a visita feita à casa onde ele nasceu e viveu até a adolescência. Foi acima de tudo para isso, para conhecer aquele local, que eu me desloquei até Cachoeiro do Itapemirim, que asseguro, é algo menor do que eu pensava.
Olá! Já fiz esse roteiro em 2008... Lindo mesmo! Parabéns pelo blog, cheio de dicas. Quando puder visite meu espaço...
ResponderExcluirBjs e boas viagens!
Carla Nogueira
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