quinta-feira, setembro 11, 2008

A Igreja Catolica e as eleições

Padre João Mc Ateer - A Igreja Católica, em solidariedade com outras entidades sociais, procura ser a voz do povo em vista da necessidade de haver eleições limpas e administrações políticas em todos os níveis de governo responsáveis.
A hierarquia, então, aconselha o seu povo em particular, e o povo Brasileiro em geral a levar muito a sério a questão política. A igreja encoraja seus membros a serem candidatos (as) políticos (as). Incentiva o povo a votar com sabedoria e responsabilidade e não deixa a assumir este privilégio democrático.
Não há como duvidar da importância da política na vida do povo, nos níveis nacional e internacional. A história mostra como e perigoso quando um povo não se interessa pelo campo político e como a falta de interesse leva para o fácil engano do povo. No mundo atual é difícil dizer que o quarto poder, a Mídia, esteja realmente ao lado do povo. Onde esta a mídia livre e onde encontrar jornalistas independentes de confiança?
A política, embora seja algo essencial, infelizmente, nos olhos do povo perde credibilidade. Recuperar o crédito e tarefa árdua. Como em qualquer vício, a recuperação exige perseverança e fé no valor da missão. A compra e a venda de votos é um exemplo do vício. Outro exemplo: candidatos (as ) suspeitos de corrupção, que sem um pingo de vergonha voltam a disputar cargos eletivos. Vale lembrar, também, as promessas na hora das campanhas que nunca são compridas.
Existem outros aspectos que merecem atenção: falta de transparência na prestação de contas; a relação nada saudável entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo, e a interferência de políticos eleitos na administração judiciária. Para o bem democrático os poderes devem guardar uma separação e uma independência.
Preocupante é a falta de continuidade nas administrações: saúde, educação, agricultura etc. O quadro que aparece neste sentido é o desperdício de dinheiro público e o sumiço de material, além do tempo perdido na busca de informações sobre da administração anterior, dívidas não pagas, troca de trabalhadores por razões de política partidária, deixando de lado a obrigação de passar adiante uma administração estável com dados fundamentais.
Se educação é a solução para um povo mais bem formado e informado, o povo é a solução para se ter políticos melhor para que se alcance o avanço democrático.
A educação ajuda a dar valor à importância da política na vida do povo. Mas, só isso não é suficiente. A conversão dos políticos seria necessária. Em termos religiosos significa uma mudança de 180 graus. O pecado existe no mau uso do poder político com conseqüências sérias. Conversão então seria para não usar esse poder para fins incoerentes e utilizá-lo para o bem comum do povo todo.
O povo precisa se converter também. Mostrar mais interesse pela política, valorizá-la como algo essencial, não votar em pessoas que no passado aproveitaram o poder para interesses próprios, afastar as pessoas que não respeitam as leis, acompanhar na vida cotidiana as administrações, lutar pelas reformas em nível nacional.
Tenho certeza de que este assunto merece um tratamento mais adequado. Espero que isso ocorra tanto pela Igreja quanto por outras entidades sociais. A Igreja deve convidar os seus membros candidatos, dando-lhes subsídios para reforçar suas candidaturas. Não acho suficiente somente encorajar a entrada deles no campo da política partidária e depois deixar-los a própria sorte.
O Comitê 9.840 funcionou nas ultimas três campanhas políticas. É criação da Igreja e entidades populares e com certeza tem apoio de homens e mulheres de todos os estratos da sociedade. Precisa ser aceito como algo positivo e apoiado por todos. É uma arma da Justiça Eleitoral.
Pe. João Mc Ateer
Da Irlanda

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