sábado, setembro 01, 2007

SERIPA reuniu com pilotos em Itaituba

Três acidentes seguidos, ocorridos nos dias 11, 12 e 13 de julho passado, envolvendo aviões de pequeno porte, sacudiram o setor aéreo da região e fizeram com que as autoridades do setor se mexessem para chamar atenção dos pilotos que atuam em Itaituba e municípios vizinhos. Essa foi a razão pela qual o SERIPA (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes) viesse a Itaituba para reunir com os pilotos.
Durante quase quatro horas, quatro militares da FAB que fazem parte do SERIPA conversaram com os pilotos e com outras pessoas envolvidas nessa atividade. Cenas muito fortes, como as das condições em que ficaram aeronaves e vítimas foram mostradas. Por isso, não foi permitida a entrada da imprensa. O pessoal do SERIPA ressaltou o fato dos três acidentes terem ocorrido em pistas não homologadas.
A reportagem do Jornal do Comércio conversou com algumas pessoas que estiveram na reunião, as quais não podem ser identificadas, pois a reunião teve caráter sigiloso. Elas disseram que, num primeiro momento ficam todos muito assustados com uma seqüência de acidentes como essa recente. Durante pouco tempo todos os pilotos voam com muito mais atenção. Porém, à medida que o tempo passa volta tudo como era antes. Quem é cuidadoso e responsável continua operando dentro das normas; já quem é relapso, volta a operar como sempre fez, abusando e contribuindo para que novos acidentes possam ocorrer.
TRANSGREDINDO – Nossa reportagem apurou que continuam operando em Itaituba e na região, aeronaves sem a manutenção regular, que deve ser cumprida à risca, para segurança dos operadores e dos passageiros. Há aviões que são particulares, mas fazem o serviço de táxi aéreo, quando não estão legalmente autorizados para isso, além do que existem diversos aviões clandestinos voando para fazendas e garimpos, que operam de qualquer jeito. Há casos de aviões entregues a pilotos que não têm o brevê. São pilotos que aprenderam a voar, mas que tem apenas a prática. A eles falta o conhecimento teórico, que é essencial nesse tipo de serviço, onde o menor erro pode custar a vida. Os donos desses aviões compram peças clandestinas para reposição. Toda peça original tem um certificado, sendo sua comercialização controlada pelos órgãos do setor e motivo de controle por parte da ANAC.
Os abusos continuam ocorrendo, até mesmo com vôos partindo do aeroporto de Itaituba, de onde aviões pequenos decolam com excesso de carga para a região de garimpos ou para outros municípios onde não há controle algum. Essa fiscalização compete a ANAC, que tem apenas dois fiscais em Itaituba, os quais são muito pressionados e, às vezes, até ameaçados para liberarem aeronaves de qualquer jeito.
Quem precisa fretar um avião, nem sempre toma as medidas necessárias de segurança e entra naquele que consegue por menor preço, passando a correr riscos desnecessários. O certo é exigir o CHETA, que é o Certificado de Homologação de Empresa de Táxi Aéreo. Por incrível que parece, muitos representantes de grandes mineradoras multinacionais não tomam os cuidados necessários para sua segurança, preferindo voar com quem cobra mais barato, em detrimento do cumprimento das normas legais. Eles fazem vôos para garimpos cujas pistas não são homologadas, em aviões com manutenção duvidosa.
Pilotos de aviões pequenos que operam em Itaituba reclamam que a Prefeitura cobra taxas caras e não oferece a contrapartida dos serviços necessários. Uma das maiores reclamações é quanto à pista de táxi partindo dos hangares. Os aviões taxiam na poeira durante o verão e na lama no inverno.

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