
Mais um investimento vultoso e de grande relevância na área médica acaba de ser inaugurado em Itaituba. É a CLINORT, primeira clínica especializada em ortopedia, em Itaituba. Antes dela, pelo menos um hospital, o Menino Jesus dispunha em seu quadro de um profissional da área, Dr. Luiz Minamihara, que foi embora há mais de três anos. Mas, não havia um centro especializado em ortopedia.
A chegada da Clinort preenche essa lacuna, que já durava um tempo considerável, o que causava muitos transtornos. Quem precisava de qualquer atendimento de um ortopedista tinha que ir para Santarém, Belém ou Manaus. O doutor Jorge Alberto Teixeira Ramos, ortopedista, é o responsável pelo empreendimento. Ele recebeu a reportagem do Jornal do Comércio, ocasião em que falou de sua decisão de investir em Itaituba.
JC - Quando e como aconteceu seu primeiro contato com Itaituba?
Dr. Jorge – Eu trabalhava no Norte de Mato Grosso (Guarantã do Norte e Colíder), onde recebia pacientes procedentes de Itaituba, que iam para lá fazer cirurgias. Isso chamou minha atenção, por se tratar de um município com mais de 100 mil habitantes. Certo dia, um colega meu, um cardiologista chamado Dr. Tomás falou que o único ortopedista da cidade tinha ido embora e eu vislumbrei a chance de vir para cá fazer o meu trabalho, mesmo sendo servidor concursado do governo de Mato Grosso, do qual pedi licença por dois anos. Eu acho que não vou reassumir minhas funções por lá, depois desse investimento feito aqui. Fora isso, eu vi aqui, a primeira vez, a convite do prefeito Roselito Soares, em dezembro de 2006.
JC - Qual foi o custo de implantação da Clinort
Dr. Jorge – Por volta de R$ 140 mil, de recursos próprios e algum financiamento.
JC – A demanda por esse tipo de atendimento justifica o investimento?
Dr. Jorge – Olha! Estatisticamente, de acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia, da qual faço parte, estima-se que entre quinze e vinte por cento dos atendimentos médicos são pacientes ortopédicos. Então, isso me dá confiança de que eu tenha feito o investimento certo, levando-se em conta, como disse no início de nossa conversa, que a cidade não dispunha desse tipo de atendimento. Juntando-se os mais de 100 mil habitantes de Itaituba e mais a população dos municípios vizinhos, acredito que a demanda justificará totalmente o empreendimento.
JC – Num primeiro momento, quando se fala em clínica de ortopedia, a primeira idéia que vem à cabeça é gente quebrada, com algum tipo de fratura. Mas, na realidade, no caso da Clinort, outros tipos de atendimentos já estão sendo disponibilizados.
Dr. Jorge – Com certeza! Além de atender fraturados, a gente pode fazer um gesso, pequenas reduções; pode fazer o atendimento a pacientes que sentem uma dor no ombro, dores na coluna, pacientes com escoliose (desvio da coluna vertebral para um lado), cifose (curvatura da espinha vertebral que provoca um arqueamento das costas ), dores no nervo ciático, dores nas articulações em geral, lesões musculares, tendinite e osteoporose. Nós temos um aparelho para fazer o exame conhecido por DENSITOMETRIA ÓSSEA, que serve para se fazer a prevenção, em primeiro lugar, e o tratamento da osteoporose. É até interessante falar nisso, porque a osteoporose é uma doença que atinge, principalmente as mulheres. Homem, também pode ter problema de osteoporose, mas em idade mais avançada. Já as mulheres, no período pré-menopausa começam a ter uma perda de massa óssea na ordem de 2% a 3% ao ano, o que é muito. A partir dos 35 ou 40 anos as mulheres devem fazer a prevenção, que poderá ser feita aqui, na Clinort.
JC – O que pode acontecer com quem tem osteoporose?
Dr. Jorge – Veja bem. Se alguém é diagnosticado com apendicite, tem que ser operado, se não morre. Se um paciente tem osteoporose, mesmo diagnosticada no começo, nem sempre ele vai fazer o tratamento, porque as fraturas só começarão a acontecer dentro de dez ou quinze anos. Só que, quando elas ocorrem, o paciente pode ficar de seis meses a um ano acamado. Então, ela é uma doença traiçoeira, que pode ocorrer do final da segunda para o começo da terceira idade, mas, geralmente dos cinqüenta anos para cima. E a prevenção deve começar cedo, pois uma massa óssea perdida é difícil de ser recuperada, além do tratamento acabar ficando bem caro e o paciente perder muito em qualidade de vida.
JC – Esse exame, a densitometria óssea, feito na Clinort, é muito caro?
Dr. Jorge – Vamos fazer por volta de R$ 140. Sai muito mais barato do que qualquer tratamento dessa doença. Ademais, nós vamos fazer algumas parcerias com alguns sindicatos e outras entidades que nos procurarem.
JC – O senhor tem um outro desafio, que é tornar sua clínica conhecida. Mas, conta com uma ajuda de quem entende muito disso, que é sua esposa, Cristina Ramos, que tem curso superior em Publicidade, com formação em Marketing.
Dr. Jorge – É verdade. A gente está aqui para mudar esse fluxo de saída para outros municípios, de quem precisa desse tipo de atendimento. Às vezes as pessoas dizem: Ah! Os serviços oferecidos em Itaituba não prestam. Não é bem assim. No meu caso, eu tenho três anos de treinamento e serviço credenciado pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, na Santa Casa de S. Vicente, além de estágio na Beneficência Portuguesa da cidade de Santos, o que nos respalda para oferecer um serviço de qualidade, que poderia ser prestado em qualquer cidade, de porte médio ou grande. Por fim, digo aos pacientes que vierem a ter algum tipo de fratura, que devem lembrar que em sua cidade agora há uma clínica em condições de atendê-lo com qualidade e com preço competitivo em relação a outros municípios, ou, até em relação a Belém e Manaus.
Esta matéria faz parte da 41ª edição do Jornal do Comércio, que circula desde ontem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário