domingo, junho 18, 2006

Greve provoca crise na zona franca

Em Manaus, a greve dos auditores fiscais da Receita Federal provoca desemprego. Há um mês parados, eles afetam a produção de um dos principais pólos industriais do país.

Dois mil operários do Pólo Industrial de Manaus vão tirar férias coletivas antecipadas em função da greve dos auditores fiscais da Receita Federal, iniciada em 2 de maio. O Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas) disse que esse número poderá chegar a 5.000 se a greve não terminar em breve.
De acordo com a entidade, a Zona Franca de Manaus é especialmente afetada pela paralisação dos fiscais porque os componentes importados utilizados pelas empresas não estão sendo liberados. Segundo o Cieam, são US$ 33 milhões por dia de prejuízo. A soma no período pode chegar a US$ 1 bilhão. A expectativa de faturamento das indústrias do pólo para 2006 é de US$ 21 bilhões.
O resultado muito ruim para um ano de Copa. "Os volumes de produção ficaram aquém da necessidade de mercado por conta da greve dos auditores", disse o presidente do sindicado industrial de eletroeletrônicos, Wilson Périco.
Com a greve na Receita Federal, que dura quase um mês, a matéria-prima para abastecer a indústria demora até duas semanas para ser liberada nos portos e aeroportos. A falta das peças importadas é suficiente para parar toda a linha de produção.
A greve na Receita Federal já fez reduzir em 40% a atividade industrial em Manaus e as demissões foram inevitáveis: 1600 trabalhadores temporários foram dispensados; os que ficaram, passam a tarde conversando.
Maurício Loureiro, presidente do Centro da Indústria do Amazonas, está preocupado. "Quem não comprou pode não encontrar o produto à disposição porque nós estamos com um problema de entrega também em função de tudo isso. A expectativa agora é o segundo semestre". A última assembléia do Sindicato Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal ocorreu dia 14 passado. Os 2.400 trabalhadores presentes aprovaram a manutenção da greve. Eles reivindicam um reajuste salarial de 57,66% para a remuneração inicial, de 27,13% para os salários pagos ao final da carreira, e de 50,73% para os servidores aposentados. A Receita Federal não se pronunciou sobre a greve.

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