sábado, janeiro 22, 2022

Eles estão chegando", disse Elza Soares antes de morrer

Segundo o empresário e familiares, Elza avisou de sua morte antes de partir

O Brasil se despediu na última quinta-feira (20) de um de seus maiores talentos, a cantora Elza Soares, que morreu em casa de causas naturais.

Antes de sua partida, logo cedo, Elza Soares fez sessão de fisioterapia e segundo uma de suas netas, ela se sentia um pouco cansada. "A gente achou que fosse cansaço da viagem. Era um corpo de 90 anos!" Pontuou Vanessa Soares.

Vanessa também conta que momentos antes de Elza falecer, a cantora afirmou: "eles estão chegando" e fechou o olho e foi indo, completou a neta. 

“Quando foi por volta de meio-dia, 13h, ela começou a passar mal (...). Ela virou para mim e disse assim: ‘Eu tô morrendo’. Eu falei: ‘Tá não, minha rainha.’”, recordou.

Pedro Loureiro, empresário de Elza, contou que a quinta feira começou como outra qualquer, disse que Elza estava bem, gravou o seu DVD no dia 17 e 18 de janeiro, acordou e fez sua fisioterapia como de costume: "A gente até percebeu um leve cansaço nela, uma respiração mais ofegante, mas achamos que foi por causa da físio", lembra.

Ainda segundo Pedro, Elza pediu para descansar e apresentou a sua a sua fala um pouco embolada, a cena chamou atenção de Pedro e outros familiares, e logo em um tempo depois Elza dirigiu-se aos seus familiares e disse: "Eu acho que vou morrer".

Logo após, os familiares checaram a sua pressão e notaram uma leve alteração e acionaram o médico da cantora que chamou uma ambulância por precaução, após 40 minutos ela foi morrendo aos poucos.

"Foi uma morte tranquila, sem traumas, sem motivo. Morreu de causas naturais. Esse, aliás, era um grande medo dela: ter uma morte sofrida, por doença. Hoje, ela simplesmente desligou", conta Pedro.


Sérvia "expulsa" mineradora da Austrália após deportação de Novak Djokovic

A mineradora anglo-australiana Rio Tinto não pode mais extrair lítio da região do rio Jadar, em Loznica, na Sérvia, após a primeira-ministra sérvia Ana Brnabic ter revogado as licenças de exploração do precioso metal usado em baterias, especialmente as de veículos elétricos.

Como mostra a emissora americana CNN, a decisão da Sérvia ocorre à medida que se aproxima de uma eleição geral no país europeu e em meio à tensão das relações entre Belgrado e Canberra após a deportação australiana do tenista nº 1 do mundo, o sérvio Novak Djokovic, devido às regras sanitárias da pandemia de covid-19.

A mina de lítio faria da Rio Tinto uma das 10 maiores produtoras do metal do mundo, e era o único projeto da mineradora anglo-australiana, que investiria US$ 2,4 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) no projeto em Jadar.

De acordo com a CNN, a decisão da primeira-ministra da Sérvia teria vindo após pedidos de vários grupos ambientalistas que pediam a interrupção do projeto no rio Jadar, planejado para iniciar a produção em 2027.

O governo australiano disse lamentar a decisão da Sérvia de revogar as licenças da Rio Tinto.

“Nós entendemos os fortes benefícios econômicos do investimento significativo da Rio Tinto na Sérvia. As empresas australianas de mineração têm uma excelente reputação em todo o mundo, principalmente quando se trata de experiência”, diz o comunicado do governo da Austrália, citado pela emissora americana.

O problema é que a mineradora Rio Tinto já gastou US$ 450 milhões (cerca de R$ 2,45 bilhões) em estudos de viabilidade em Jadar para entender a natureza do depósito de lítio, revela a CNN.

A Gritaria Tardia, Depois da Lama Derramada

Agora que a água lamacenta que corre no leito e nas margens do Rio Tapajós chegou a Santarém, afetando e ameaçando comprometer o paraíso turístico de Alter do Chão, ouvem-se gritos assustados e surpresos de todos os lados.

Não deveria ser assim, porque com tantos alertas anteriores que foram feitos, essa atual fase de destruição do nosso rio é a crônica de uma morte anunciada. Ou será que todo mundo esqueceu das muitas matérias que foram feitas a respeito da garimpagem de ouro na região a origem do Tapajós e suas consequências desde os anos 1980?

Não faz tanto tempo assim, que foram mostradas imagens aéreas das águas barrentas do rio Tapajós passando pela frente da cidade de Aveiro, mostrando a diferença da coloração entre essa parte que descia e a parte que ainda preservava sua cor original. Chegar até Santarém, passando por Alter do Chão, seria questão de tempo.

Em Itaituba ninguém jamais se preocupou com isso, porque desde os tempos do começo da garimpagem de ouro no Tapajós, as pessoas vieram e continuam vindo para cá, com o único objetivo que tem em suas mentes, que é ganhar dinheiro. Meio ambiente não representa a menor preocupação para essas pessoas. Pelo contrário: a preocupação é saber se certas decisões que são tomadas pelos órgãos ambientais não vão prejudicar quem quer investir sem nenhuma preocupação com o que poderá acontecer.

O Rio Tapajós já era emporcalhado antes disso, pelas águas pluviais que descem pelas ruas e travessas das cidades, levando todo tipo de sujeira, além das águas levadas pelos esgotos. Raramente se ouve alguém falar a respeito desse problema.

Todos têm um pouco de culpa, tanto a sociedade civil, quanto os poderes constituídos da República, de acordo com a capacidade de ação de cada um, incluindo o Ministério Público Federal, que tratando das providências tomadas pelo órgão, no passado e no presente, veio a público para tentar fazer alguma coisa, mas, mesmo o MPF demorou muito a agir, embora isso não diminua a responsabilidade, ou irresponsabilidade dos outros agentes públicos e privados que deveriam estar tratando dessa questão, sem tréguas.

Antes do rompimento da barragem de Brumadinho destruir o que restava do Rio Doce, em uma de minhas viagens de motocicleta, tive oportunidade de passar ao lado daquele rio por mais de uma vez. Confesso que as imagens daquelas águas lamacentas ficaram na minha cabeça. Eis que agora vejo a coloração do Rio Tapajós muito parecida com a que vi no Rio Doce, no Espírito Santo e em Minas Gerais.

Ganância e bom-senso não combinam, e nesse caso do Rio Tapajós, a ganância venceu o bom senso.

Jota Parente

Como é que um país desse pode ir pra frente? Estatais têm salários que podem chegar a R$ 145 mil e até vale-alimentação acima de R$ 2 mil

Relatório de Benefícios das Empresas Estatais Federais (Rebef), publicado nesta sexta-feira (dia 21) pela Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados (SEDDM), do Ministério da Economia, revela que um funcionário da Petrobras — que não é diretor da empresa — recebe como salário mensal R$ 145.184. O documento ainda traz valores gastos com remunerações por outras 45 estatais controladas pela União.

Com 48.274 empregados, a Petrobras paga salário mínimo de R$ 1.541, fazendo com que a média das remunerações seja R$ 25.164. A assistência alimentar é de R$ 1.254,48, além de R$ 192 em vale-refeição, totalizando R$ 1.446,48. A companhia ainda garante adicional de 100% de férias aos seus trabalhadores, quando a previsão legal é de 33,3%. Isso significa que, ao sair de férias, o funcionário recebe um salário extra.

Auxílio-alimentação

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por sua vez, tem o maior auxílio-alimentação, pagando R$ 2.157,97 aos seus colaboradores. O valor é suficiente para comprar 3,23 cestas básicas na cidade do Rio de Janeiro, tomando como base os preços divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no mês de dezembro.

A estatal tem remuneração média de R$ 31.070, sendo que o salário mais alto pago é de R$ 76.790. Também chama a atenção que o BNDES chega a pagar R$ 1.261,65 por mês por cada dependente de até 17 anos e 11 meses para funcionários.

Maior ganho médio

O maior provento médio, no entanto, é da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA): R$ 34 mil. A empresa tem apenas 57 funcionários, o maior salário é de R$ 44.905, e a companhia oferece benefício de R$ 527,50 para alimentação.

Também entre as empresas com maiores salários médios aparece a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional. No grupo de estatais dependentes de aportes de recursos do Tesouro Nacional para fechar as contas, tem remuneração média de R$ 20.797. Além disso, o auxílio-alimentação/refeição é pago 13 vezes ao ano, no valor de R$ 1.015,50.

O relatório traz dados apenas de benefícios de empregados. Ao todo, com os salários de 453,91 mil servidores federais de todas as estatais, a União gastou R$ 96,6 bilhões.

Para bancar planos de saúde e previdência complementar, foram R$ 22,74 bilhões, e o custo com benefícios de saúde chegou a R$ 8,64 bilhões. Já as despesas de previdência passaram de R$ 14,10 bilhões. As remunerações consolidadas de diretores ainda vão ser divulgadas por meio de outro boletim.

Fonte: Extra


sexta-feira, janeiro 21, 2022

MPF requisita dados a órgãos ambientais sobre medidas contra escurecimento das águas de Alter do Chão (PA)

A instituição também alertou a Justiça sobre descumprimento de sentença que determinou realização periódica de exames da balneabilidade

O MPF requisita dados a órgãos ambientais sobre medidas contra escurecimento das águas de Alter do Chão (PA)

Instituição também alertou a Justiça sobre descumprimento de sentença que determinou realização periódica de exames da balneabilidade.

O Ministério Público Federal (MPF) enviou, nesta quinta-feira (20), requisições a órgãos ambientais para que informem quais medidas estão adotando para conter danos ao rio Tapajós, na região oeste do Pará.

Desde o início da semana a imprensa vem noticiando o escurecimento das águas na área do distrito de Alter do Chão, no município de Santarém.

As requisições foram encaminhadas ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

O MPF enviou, ainda, solicitação à Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), para que a universidade informe se há estudos sobre a turbidez das águas e sobre casos de contaminação por mercúrio na população humana e animal da região.

Também foi definido pelo MPF, nesta quinta-feira, que a instituição vai convidar pesquisadores, órgãos e entidades públicos e a sociedade civil organizada para discutir as medidas de contenção do avanço da poluição no leito do rio Tapajós.

Sentença descumprida – Também nesta quinta-feira o MPF encaminhou manifestação à Justiça Federal para alertar que o município de Santarém vem descumprindo sentença de 2019 que determinou a realização de exames de balneabilidade periódicos na região das praias do distrito de Alter do Chão.

O MPF pediu à Justiça que o município seja obrigado a apresentar imediatamente os resultados dos exames. Em setembro do ano passado a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) informou ao MPF que os exames seriam realizados naquele mês, mas desde então não apresentou os resultados, mesmo tendo sido cobrada pelo MPF.

A sentença de 2019 estabelece que, em caso de constatação de condições impróprias, os locais afetados devem ser interditados, as áreas devem ser sinalizadas e a qualidade ambiental das águas deve ser regularizada.

Mineração ilegal – Sobre o escurecimento das águas em Alter do Chão, o MPF tem várias frentes de atuação relativas a potenciais causas do fenômeno apontadas por cientistas ouvidos pela imprensa.

Em ação ajuizada em 2019 para pedir à Justiça providências contra a completa precariedade no controle da cadeia econômica do ouro no país, o MPF alertou que só em quantidade de sedimentos lançados nas águas do Tapajós, por exemplo, a mineração ilegal de ouro despeja sete milhões de toneladas por ano, de acordo com laudo elaborado pela Polícia Federal (PF) e pela Ufopa.

A cada 11 anos, a quantidade de sedimentos despejados é equivalente à barragem da Samarco que rompeu em Mariana (MG) em 2015, destruindo a calha do rio Doce, entre Minas Gerais e Espírito Santo.

Na ação, o MPF pediu à Justiça que obrigue a União e a Agência Nacional de Mineração (ANM) a informatizar o sistema de controle da cadeia econômica do ouro no país, a fiscalizar o uso das licenças simplificadas para garimpos, e a definir quem pode ter acesso a essas licenças.

Também foi pedido que o BC apresente à Justiça e execute plano de implantação de medidas administrativas que garantam um maior controle da custódia do ouro adquirido pelas Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs) e pelos Postos de Compra de Ouro (PCOs).

O MPF pediu, ainda, que a União, a ANM e o BC sejam obrigados a apresentar à Justiça um conjunto de ações de combate à extração e comercialização de ouro ilegal, e relatórios com informações sobre todas as medidas tomadas para combater a comercialização ilegal do minério.

Nesta quinta-feira o MPF encaminhou à Justiça manifestação em que reitera a urgência da adoção de ações efetivas por todas as partes do processo, mesmo que emergencialmente e previamente a eventual acordo entre elas.

Outras frentes – O MPF também tem ajuizado ações e aberto investigações para combater ocupações ilegais de áreas públicas na região de Alter do Chão. Em um dos casos, a Justiça condenou a seis anos e dez meses de prisão, além de multa, um acusado de instalar loteamento urbano privado em gleba federal na região.

O MPF também recomendou que a prefeitura não expeça licenças para intervenção, construção ou desmate em áreas de preservação permanente fora das exceções expressamente previstas no Código Florestal.

A necessidade do cumprimento de práticas de controle de erosão nas lavouras de grãos também foi citada pelo MPF, em ação que tratou do assoreamento de curso d’água pela monocultura da soja e do milho e pela pecuária na região.

A atuação do MPF relativa a potenciais causas do escurecimento das águas em Alter do Chão inclui, ainda, o ajuizamento de ações contra o desmatamento ilegal e o descumprimento da legislação ambiental e da obrigação da consulta prévia, livre e informada a povos indígenas e comunidades tradicionais em procedimentos de licenciamento ambiental de obras, como terminais portuários e projetos hidrelétricos. 

Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação

Elza Soares: "A Copa Que Não Comemorei"

A cantora Elza Soares morreu ontem, 20 de janeiro de 2022, no mesmo dia em que morreu Mané Garrincha, seu eterno amor a 40 anos passados.

O destino fez da vida do casal um folhetim recheado de problemas, totalmente diferente daquilo que as pessoas gostariam que fosse.

Alguns anos atrás, Elza escreveu um texto no qual conta que teve que fugir do Brasil juntamente com Garrincha, depois que sua casa foi invadida e metralhada por militares da ditadura de 1964, por motivos que ela disse nunca ter sabido até o momento de sua morte.

"Além de ter sido um período muito difícil para o Brasil, a ditadura militar foi quando tive minha casa metralhada. Estávamos todos lá: eu, Garrincha e meus filhos. Os caras entraram, metralharam tudo e nunca soube o motivo.

Era 1970, já tínhamos recebido telefonemas e cartas anônimas, nos sentíamos ameaçados e deixamos o país. Acredito que fizeram isso por conta do Garrincha, mas também por mim, pois eu era muito inflamada e então, como ainda hoje, de falar o que penso. Eu andava muito com o Geraldo Vandré e devem ter pensado que eu estava envolvida com política. Mas eu sou uma operária da música, e qual é o operário que não se revolta?

Fomos para Roma, e lá o Garrincha, que não tinha sido convocado para aquela Copa, estava em desespero por não estar jogando e por não ter onde morar. Estávamos num hotel, vendo o Brasil ser campeão. Foi quando o Juca Chaves foi comemorar na Piazza Navona, onde fica a embaixada brasileira.

Estávamos trancados dentro de um apartamento, e o Garrincha queria sair de qualquer maneira: queria participar da festa, mas ao mesmo tempo estava altamente deprimido. Ele perdeu a casa, teve de deixar o país e não sabíamos como voltar.

Enquanto se celebrava o fato de o país se tornar o primeiro tricampeão na história da Copa do Mundo, o Brasil fazia barbaridades com sua população. O Garrincha sentia um misto de alegria e dor, porque ele queria comemorar, mas, ao mesmo tempo, sentia repulsa por tudo que nos havia acontecido.

Imagine o que é para um homem que, para mim, está acima de qualquer nome no futebol brasileiro, ser mandado embora do país. Isso já é tenebroso, vergonhoso; imagine então esse homem vendo aquela conquista, confinado numa selva de pedra, no exterior, sem entender nada, sem saber o que havia acontecido com nossa casa.

Aquela foi a época em que ele mais bebeu, e não saía de casa, pois tinha vergonha de aparecer embriagado. Eu fazia de tudo para ele não beber, mas não adiantava.

Era tão grande a minha angústia que eu tinha vontade de invadir a embaixada brasileira em Roma. Mas segurei a onda. Continuamos vivendo num hotel e tivemos grande ajuda de Chico Buarque e Marieta. Eles tinham se exilado na cidade e foram dois amigos de alma.

Ali eu tive um bom empresário, trabalhei muito e fui ganhando o dinheiro com o qual pagava todas as contas. Durante um jantar, conheci Ella Fitzgerald, que estava fazendo shows com repertório de bossa nova e teve um problema de saúde. Eu acabei substituindo-a.

Mas, quando descobriram que eu estava trabalhando na Itália sem documentação, tivemos de sair de Roma -então fomos para Portugal por um tempo.

Um dia, estávamos no Cassino Estoril, perto de Lisboa, e encontramos o apresentador Flávio Cavalcanti e o Maurício Sherman, que dirigia um programa na TV Tupi. Eles deram ao Garrincha uma camisa do Brasil, querendo homenageá-lo -mas quem queria camisa da seleção naquela altura?

"Obrigado o..., cadê minha casa, cadê minha moradia? Já vesti a camisa do Brasil anteriormente, já dei tudo que eu poderia ter dado ao Brasil", ele disse.

Passados 50 anos do golpe, ninguém jamais tomou nenhuma atitude sobre o que nos aconteceu naquele 1970, e eu continuo brigando pelo Mané, até hoje.

Quando eu canto "Meu Guri", canto com muita força, e essa é uma maneira que eu tenho de cantar uma música do Chico, mas homenageando o Mané. Eles são os dois guris de "my life".
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Comentário do blog: E ainda tem muito brasileiro que diz ter saudade dessa época. Isso é gente que pela idade, talvez tinha perdido a memória, gente que se beneficiou da ditadura, alienado que não está nem aí para esse ou aquele lado ou simpatizante do fascismo.

segunda-feira, janeiro 17, 2022

Bolsonaro fracassa e Angola julga as finanças da Universal

Depoimentos em juízo indicam que, na última década, a Universal arrecadou em média US$ 120 milhões por ano nos templos, além de US$ 40 milhões em eventos

As finanças da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola começaram a ser expostas num tribunal de Luanda.

O caso judicial representa o fracasso da maior operação diplomática já realizada pelo governo Jair Bolsonaro.

Na tentativa de impedir o julgamento, a pedido da Universal que controla o Partido Republicanos, Bolsonaro escreveu uma carta de apelo ao presidente angolano João Lourenço, enviou o vice Hamilton Mourão para negociar e mobilizou a estrutura do Itamaraty na África. Não adiantou.

A Universal enfrenta um cisma em Angola. Ano passado, 85 templos foram assumidos por pastores angolanos em rebelião contra a liderança brasileira. Eles justificaram a separação com denúncias de crimes diversos.

Os depoimentos no Tribunal da Comarca de Luanda, segundo o jornal Maka Angola, indicam que na última década a Universal arrecadou em média US$ 120 milhões por ano em coletas, além de US$ 40 milhões em eventos especiais.

Parte do dinheiro angolano financiou a construção de templos na África, em Portugal e no Brasil. O de Talatona, em Luana, foi entregue à construtora da família do ex-presidente José Eduardo dos Santos, custou US$ 30 milhões e está inacabado.

As remessas para o exterior eram rotineiras, segundo os dissidentes da Universal angolana. Às vezes com transporte de dinheiro vivo (US$ 15 mil por pessoa) por comitivas de mais de duas centenas de peregrinos, em aviões alugados.

A defesa da Universal em Luanda alega inocência do cliente e diz que tudo será esclarecido no julgamento: “Quaisquer confissões desacompanhadas de elementos de prova não constituem corpo de delito.”

Fonte: Veja