segunda-feira, junho 14, 2021

Base de Bolsonaro já evita apoio à reeleição e cogita migrar para Lula

A entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida eleitoral abalou a tentativa de Jair Bolsonaro de manter intacto em seu entorno, na disputa à reeleição, o arco de parlamentares que hoje forma sua base de sustentação no Congresso.

A reportagem ouviu nos últimos dias vários governistas que, embora mantenham-se alinhados ao Palácio do Planalto, evitam nesse momento carimbar a adesão à chapa de Bolsonaro à reeleição. Alguns sinalizam a possibilidade de, lá na frente, pular para o palanque petista.

A hipótese de terceira via é desejada pela maioria deles, mas ao mesmo tempo descartada por vários sob o argumento de que não tem se mostrado até agora factível, mesmo com a manutenção do discurso de partidos de centro e de direita de continuar a busca por uma frente ampla.

Os deputados Cacá Leão (PP-BA) e Marcelo Aro (PP-MG), por exemplo, integram o PP, o partido que lidera o centrão e está na linha de frente da defesa e da sustentação política a Bolsonaro.
Sobre 2022, os dois afirmam ser preciso ainda um clarear de cenário para haver uma definição entre Lula e Bolsonaro.

"Vai ser uma eleição polarizada. Não acredito em terceira via, eles se retroalimentam", diz Cacá Leão, líder da bancada do PP na Câmara. Sobre seu estado, a Bahia, afirma que hoje há uma maioria de apoio a Lula, mas que é preciso esperar. Questionado sobre se votaria no petista ou em Bolsonaro, se limitou a dizer: "Calma! Calma! Deixa o partido tomar a decisão."

Marcelo Aro lista condições para essa tomada de decisão. "Acho que tem vários perfis de centrão aqui dentro, vários grupos dentro do centrão, Mas eu sinto que tudo isso vai depender sobretudo das pesquisas eleitorais e, obviamente, de como vai estar a economia do país", afirmou.

"Se tiver a economia do país indo bem, provavelmente o Bolsonaro passa a ter uma posição relevante e isso pode fazer com que boa parte do centrão continue dentro daquele barco governista. Agora, se a economia vai mal, desemprego em alta, pandemia continuando e o Bolsonaro desidratando na pesquisa, aí pode ser que parte do centrão pule para o outro lado, por sobrevivência."

Nos bastidores, parlamentares tanto do governo quanto da oposição dizem acreditar em defecções pró-Lula mais robustas apenas no início de 2022, já que os congressistas precisam ainda dos cargos federais e das verbas extras do Orçamento para direcionar a seus redutos eleitorais e manter as chances de eles próprios se reelegerem.
Isso não impediu, porém, o PSD de Gilberto Kassab de se descolar de Bolsonaro e dar sinais de que, não havendo sucesso no fortalecimento de um terceiro nome, pode voltar a se aliar a Lula.

O deputado Neucimar Fraga (PSD-ES), um dos vice-líderes do blocão de apoio ao governo, também defende uma terceira via para 2022, mas, se isso não ocorrer, afirma que terá que pensar bem antes de tomar uma decisão.

"Lula foi, na minha opinião, o melhor presidente dos últimos 30 anos no Brasil", afirma, sem, entretanto, cravar apoio ao petista por enquanto.
Para ele, a alternância de poder entre partidos de esquerda e de direita é saudável. Enquanto os primeiros investem em saúde, educação e infraestrutura, os últimos são responsáveis por sanear as contas públicas para possibilitar que esse investimento ocorra, argumenta.

O deputado José Rocha (PL-BA) também diz esperar um nome novo, mas, ao ser perguntado sobre em quem votaria caso se mantivesse o atual cenário polarizado, desconversou. "O nosso partido não vai tomar posição ainda", disse. "Eu sou PL, sou partidário."

Nos bastidores, dirigentes partidários dizem que Valdemar da Costa Neto, o principal cacique do PL, é, entre os atuais comandantes das siglas do centrão, o que mais tem inclinação de levar o partido para a candidatura de Lula até o primeiro semestre de 2022.

Deputado eleito por um estado amplamente lulista, o Maranhão, Hildo Rocha (MDB) diz que o fator regional irá pesar na decisão sobre qual chapa integrar.

"Por enquanto, sou governo. Estou apoiando o governo aqui, mas isso não significa dizer que eu vá apoiar a reeleição dele [de Bolsonaro]. Precisa do entendimento do partido. Vou seguir o que o partido decidir", afirmou.

Hoje, como afirmou até o aliado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, a situação de Bolsonaro está desconfortável.
A demora em prorrogar o auxílio emergencial e a lentidão na retomada econômica se somam aos erros e omissões no combate à Covid-19. O desempenho deu origem a uma CPI no Senado com grande potencial para desgastar politicamente Bolsonaro ao longo da disputa eleitoral.

Rompido com o partido que o elegeu, o PSL, e sem ter conseguido colocar de pé a própria legenda, o Aliança pelo Brasil, o presidente avalia ingressar no nanico Patriota para disputar a reeleição. A sigla, que filiou o senador Flávio Bolsonaro, está rachada internamente sobre a conveniência de filiar Bolsonaro e seus aliados, o que deixa o desfecho da história ainda nebuloso.

Do outro lado, Lula teve as condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal, o que o deixou livre para disputar as eleições do próximo ano. Além disso, sinalizou que deve adotar uma postura mais moderada, parecida com a que assumiu em 2002, atraindo aliados no centro e o apoio do mercado.

O petista também se apresenta como um contraponto a Bolsonaro no que diz respeito ao enfrentamento da pandemia, pregando o distanciamento social, uso de máscara e a vacinação em massa.

Os momentos diferentes dos dois pré-candidatos são capturados em pesquisa realizada pelo Datafolha em maio, que deu ao petista 41% das intenções de voto no primeiro turno, ante 23% de Bolsonaro. Num eventual segundo turno contra Bolsonaro, Lula levaria ampla vantagem, 55% a 32%.

De acordo com essa mesma pesquisa, um pelotão de possíveis candidatos segue bem atrás dos dois, todos embolados: o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (sem partido), com 7%, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6%, o apresentador Luciano Huck (sem partido), com 4%, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que obtém 3%, e, empatados com 2%, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o empresário João Amoêdo (Novo).

Amoêdo anunciou na quinta (10) ter saído da disputa em razão de divergências internas no partido.

Fonte: O Tempo

Mesmo com boa fase da Seleção Brasileira, SBT perde para a Blogo na estreia da Copa América

A Copa América começou neste domingo (13) com a vitória do Brasil diante da Venezuela por 3 a 0, no Estádio Mané Garrincha. O SBT transmitiu o confronto para todo o país na rede aberta, mas não conseguiu desbancar a audiência da Rede Globo, que contou com o apresentador Tiago Leifert, para comandar o “Domingão do Faustão”. Os números, inclusive, ficam bem abaixo das transmissões da Rede Globo no mesmo torneio em 2019.

Veja os números da audiência

Segundo apurado pelo UOL Esporte, a média arredondada do jogo de abertura da Copa América, no SBT, foi de 14 pontos na região metropolitana de São Paulo, local utilizado para análise publicitária. Vale ressaltar que os dados são prévios e sujeitos a correções do consolidado divulgado somente na próxima semana.

Com 14 pontos, o jogo do Brasil ontem (13) superou o então recorde de audiência do SBT com o futebol em 2021, na metrópole paulista. Isso porque, a liderança pertencia à vitória do Palmeiras contra o Independiente del Valle por 2 a 0, dia 11 de maio, jogo que o Ibope registrou 10 pontos. Cada ponto de audiência na Grande SP equivale a 76.577 domicílios.

Em comparação com a abertura da Copa América de 2019, exibida pela Globo, os números da emissora de Silvio Santos ficam bem atrás. Em 14 de junho de 2019, o Brasil venceu a Bolívia por 3 a 0, na abertura do torneio. Segundo o Ibope, o canal conquistou 32,9 pontos.

Naquela edição, o recorde ficou com a semifinal entre a equipe de Tite e a Argentina, dia 2 de julho. A vitória por 2 a 0 dos brasileiros diante do seu rival, garantiu 43,3 pontos para a emissora carioca. Já a grande final da competição no dia 7 de julho, com vitória do Brasil por 3 a 1 contra o Peru, renderam 36,8.

Dupla invade clínica médica e foge levando mais de R$ 100 mil em Itaituba

Uma dupla suspeita de furtar cerca de R$ 105 mil de uma clínica médica localizada no bairro Bom Remédio, em Itaituba, foi presa pela Polícia Militar na madrugada desta segunda-feira (14). Parte do dinheiro foi recuperada.

Imagens gravadas por câmera do circuito interno de segurança mostram o momento em que a dupla força o cofre onde o dinheiro estava e fogem. Eles utilizaram uma ferramenta pontiaguda para realizar o arrombamento do cofre.

A dupla foi localizada pela polícia horas depois do crime próximo ao porto da balsa, na Avenida Getúlio Vargas. Aos policiais, a dupla confessou que praticaram o assalto e indicaram onde estaria escondido parte do dinheiro furtado: uma casa localizada no bairro Vitória Régia.

No local, os agentes encontraram uma quantia de R$ 78 mil dentro de uma máquina de lavar roupas. Duas motocicletas, uma modelo CB Twist branca e outra CG Titan de cor vermelha foram apreendidas na ação.

Segundo informações, os veículos foram comprados com o dinheiro do assalto, um no valor de R$ 10 mil e outro no valor de R$ 5,5 mil. A polícia descobriu que a dupla realizou também um deposito no valor de R$ 9 mil para uma conta de terceiro. A investigação continua.

O caso foi registrado na 19ª Seccional de Polícia Civil de Itaituba.

Fonte: Portal Giro *colaborou Mauro Torres da TV Tapajoara. (De O Impacto)

Presidente Jair Bolsonaro deve visitar três municípios paraenses na sexta-feira (18); veja os locaisPresidente Jair Bolsonaro deve visitar três municípios paraenses na sexta-feira (18); veja os locaisPresidente Jair Bolsonaro deve visitar três municípios paraenses na sexta-feira (18)

Belém, Marabá e Novo Repartimento estão no roteiro, segundo programação enviada aos parlamentares. Mas a agenda pode sofrer alterações.

O presidente Jair Bolsonaro cumprirá agenda, na próxima sexta-feira (18), no Pará. Conforme a programação enviada aos parlamentares aliados, estão previstas visitas a três cidades do Estado: Marabá, Novo Repartimento e a capital, Belém. Procurada, a Assessoria da Presidência também informou que existe programação em território paraense, mas explicou que ainda não está oficializada e pode sofrer mudanças ao longo da semana. 

Segundo o deputado federal Joaquim Passarinho (PSD), pela agenda divulgada, Bolsonaro deve desembarcar no final da manhã, entre 10h e 11h, em Marabá. De lá, ele segue para Novo Repartimento, onde vai inaugurar parte da BR 230 (Transamazônica), que foi asfaltada, e dar ordem de serviço para a BR 422. De volta a Marabá, ele fará a entrega de título de terras, no Parque de Exposições da Cidade. A visita do presidente, aliás, já vinha sendo anunciada por produtores rurais da região. Existe a expectativa de que ele se reúna com o setor produtivo. 

Depois de Marabá, o presidente deve seguir para Belém, para participar de um culto religioso pelo aniversário de 110 anos da Igreja Assembleia de Deus. A previsão é que o evento seja a noite, por volta das 19h. "É a agenda que está prevista de sexta-feira. Não sei se daqui pra quinta pode mudar alguma coisa", ressalta Passarinho.

Última visita

A última visita do presidente Jair Bolsonaro ao Estado do Pará foi há menos de dois meses, no dia 23 de abril, para participar do ato simbólico de entrega de cestas básicas às famílias em situação de vulnerabilidade social, dentro da iniciativa Brasil Fraterno. Na ocasião, ele estava acompanhando de deputados e ministros e ficou um pouco mais de uma hora na cidade.

Essa visita, aliás, chegou a sofrer mudanças pouco antes do desembarque do presidente. Inicialmente, a agenda incluía uma passagem pelo 8º Depósito de Suprimentos, no bairro da Pratinha II, onde o ato simbólico de entrega das cestas de alimento seria realizado. Uma enorme fila se formou em frente ao endereço anunciado, com pessoas acreditando que seriam distribuídas cestas básicas e o trânsito na área ficou congestionado. Cerca de uma hora antes da chegada do presidente, foi informado à imprensa e autoridades presentes no 8º Depósito de Suprimentos que ele não iria mais para o local, que já estava todo arrumado para receber a comitiva presidencial, e que ficaria apenas na base aérea. O motivo da mudança não foi revelado. 

Vários grupos de apoiadores do presidente lotaram o trecho da Arthur Bernardes, em frente à Base Aérea. Alguns dos apoiadores conseguiram entrar e foram conduzidos pelo ônibus do Comando da Aeronáutica para próximo do local do desembarque. 

Relatório do Google enviado para a CPI da Covid desmascara a indústria da desinformação

*Natália Portinari* (O GLOBO)

Dados sigilosos enviados pelo Google à CPI da Covid mostram que canais no YouTube, entre eles de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, ganharam dinheiro disseminando notícias falsas sobre a pandemia antes que seus vídeos fossem apagados da rede social. A pedido da comissão, a empresa de tecnologia forneceu uma lista de 385 vídeos removidos pelo Youtube ou deletados pelos próprios usuários após serem identificados como disseminadores de desinformação sobre formas de tratamento para a Covid-19 ou a pandemia. A listagem foi acompanhada de quanto cada publicação rendeu aos donos dos canais até saírem do ar.

O jornalista Alexandre Garcia encabeça a relação, com 126 vídeos tirados do ar por ele próprio ou pela plataforma que haviam rendido quase R$ 70 mil em remuneração pela audiência e publicidade. Gustavo Gayer (R$ 40 mil), Notícias Política BR (R$ 20,7 mil), Brasil Notícias (R$ 17,7 mil), completam as primeiras colocações. Ao todo, os usuários ganharam US$ 45 mil, o equivalente a R$ 230 mil.

Desde o início da pandemia, responsáveis por canais que tiveram conteúdo removido pela plataforma refutam ter publicado desinformação de forma deliberada. Em alguns casos, afirmam ser vítima de censura pelas empresas de tecnologia.

O Google forneceu dados sobre 385 vídeos de 34 canais identificados como disseminadores de notícias falsas no Brasil. Destes, 90 publicações não geraram renda aos administradores. A empresa frisou, em sua resposta à CPI, que os vídeos em questão se encontram fora do ar, alguns deles por desrespeitarem os termos de uso da plataforma.

Grande parte é de vídeos com propagandas de drogas comprovadamente ineficazes contra o coronavírus, como a ivermectina e a cloroquina, denunciando um suposto complô contra o uso desses medicamentos da parte de opositores de Jair Bolsonaro.

Procurado, o Google disse que não pode comentar o que foi enviado à CPI "pois se tratam de dados sujeitos a sigilo, nos termos da lei aplicável". "O Google apoia consistentemente o trabalho das autoridades, produzindo dados em resposta a pedidos específicos, desde que sejam feitos respeitando os preceitos constitucionais e legais previstos na legislação brasileira."

"Destacamos, ainda, nosso trabalho contínuo para apoiar a saúde e o bem-estar da comunidade de usuários do YouTube, com especial atenção a nossas políticas de desinformação médica sobre a COVID-19. Desde 2020, fizemos mais de 10 atualizações nessas diretrizes para que se mantivessem alinhadas às orientações atualizadas das autoridades de saúde globais sobre a doença."

Títulos com disfarce

O canal Aconteceu na Política alegou sem provas, por exemplo, que “governadores estão estocando vacinas e 6 milhões sumiram” e disseminou mentiras sobre a CoronaVac (“A Vacina de Taubaté de Doria — Bolsonaro sai na frente mais uma vez”).

Em um vídeo do Aconteceu na Política, o youtuber afirma que o Brasil havia superado a porcentagem de população vacinada da Europa, o que nunca ocorreu. Um vídeo com título idêntico do canal de Gustavo Gayer continua no ar. Gayer teve 56 publicações deletadas ou removidas.

“Pazuello detona Mandetta e diz que muita gente poderia ter sido salva com tratamento precoce!”, diz o título de um dos 25 vídeos deletados do canal Brasil de Olho. O mesmo canal publicou os vídeos “Pesquisa surpreende ao mostrar quantos brasileiros tomariam hidroxicloroquina” e “REUNIÃO SECRETA DE DORIA É VAZADA E PROVA USO POLÍTICO DA V4C1NA E REVELA PLANO PRA TIRAR B0LS0NAR0”, entre outros.

Em um vídeo do canal Casando o Verbo, havia a alegação de que os registros de 62 mil pessoas que morreram de AVC foram falseados para incluir Covid-19 como causa da morte, sem base em provas. O título fazia referência à morte do ator Tom Veiga, intérprete do Louro José, que morreu após um AVC.

Os youtubers apelavam a título cifrados para impedir que o Google encontrasse o conteúdo, como o uso da palavra “V4C1NA” e “tratamento inicial” em vez de “tratamento precoce”, nome mais comum para se referir ao “kit Covid”, de medicamentos ineficazes contra o coronavírus, defendido em 2020 pelo governo Jair Bolsonaro.

O levantamento contém três vídeos do Foco do Brasil, canal investigado no inquérito dos atos antidemocráticos, aberto pelo STF, pela ligação com o Palácio do Planalto. O assessor do chamado “gabinete do ódio” Tercio Arnaud Tomaz repassou vídeos ao canal e ajudou seu administrador a retransmitir imagens da TV Brasil.

Em depoimento em julho do ano passado, o dono do Foco do Brasil, Anderson Rossi, disse à Polícia Federal ter um faturamento mensal de R$ 50 mil a R$ 140 mil. Nos vídeos citados sobre Covid, porém, a monetização foi baixa, de apenas R$ 368.

Graves consequências

Os dados foram enviados à CPI a pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), com base em um levantamento da Novelo Data sobre vídeos que “desapareceram” da rede social em 2021.

“A propagação de fake news a respeito da pandemia tem sido uma ação orquestrada e com consequências diretas no agravamento do número de mortes pela covid-19”, frisa o senador em seu pedido.

No mundo todo, o Google removeu mais de um milhão de vídeos desde fevereiro do ano passado por disseminarem desinformação sobre a pandemia.

sábado, junho 12, 2021

Homem foi executado ontem à noite em uma barbearia do bairro da Floresta

No início da noite de sexta-feira (11), uma dupla de criminosos em uma motocicleta efetuou vários disparos contra dois homens em uma barbearia, situada na rua do bairro da Floresta, em Itaituba, sudoeste do Pará.

Segundo relatos de testemunhas, Ivanildo da Silva Macedo de 28 anos e Josenei Azevedo Fernandes de 25 anos, estava na barbearia quando dois homens chegaram em uma moto. O carona armado efetuou vários disparos contra ambos. Ivanildo Macedo não resistiu os ferimentos e morreu no local. Já Josenei Fernandes, foi alvejado mas sobreviveu.

Ainda de acordo com informações, a vítima tem passagens pela polícia.

O IML esteve no local para remoção do corpo. Policiais civis e militares foram acionados para os procedimentos cabíveis ao crime.


Por Diene Moura

RG15/ O Impacto com informações Júnior Ribeiro

Carrefour fecha acordo na Justiça de R$ 115 milhões para ações de combate ao racismo após morte de João Alberto

Segundo o Ministério Público, trata-se do maior Termo de Ajustamento de Conduta destinado a políticas de reparação e promoção de igualdade racial no Brasil

PORTO ALEGRE - O Carrefour assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no valor de R$ 115 milhões, na noite desta sexta-feira, relacionado à morte de João Alberto Silveira Freitas, homem negro assassinado em uma unidade da rede, em Porto Alegre, em novembro do ano passado.

O dinheiro deve ser destinado a políticas de enfrentamento ao racismo. Seis pessoas ainda respondem pelo crime na Justiça. Relembre detalhes do caso ao fim da reportagem.

O acordo foi firmado com Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPRS), Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE-RS), Defensoria Pública da União (DPU) e as entidades Educafro – Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes e Centro Santo Dias de Direitos Humanos.

Em nota, o Carrefour informou que, "através deste termo, o grupo reafirma seu compromisso irrevogável de lutar contra o racismo e de atuar como um agente de transformação da sociedade. Passados poucos mais de seis meses do ocorrido, o grupo já indenizou todos os membros da família da vítima, reformulou o modelo de segurança nas lojas e vem colocando em prática os demais compromissos assumidos publicamente desde novembro para combater o racismo e promover a equidade". [Leia abaixo a nota na íntegra].

Segundo o Ministério Público, trata-se do maior TAC assinado no que se refere aos valores envolvidos e destinados a políticas de reparação e promoção de igualdade racial no Brasil.

“Estamos transformando um fato triste, a perda da vida do João Alberto, em algo construtivo, na intenção de que isso não se repita”, disse a promotora de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Gisele Müller Monteiro, que assina o termo pelo MPRS.

6 meses de negociações

De acordo com Monteiro, foram seis meses de negociações semanais diretas com os movimentos sociais representativos da população negra e demais entidades que assinam o TAC, de forma a construir um plano de atuação que dialogasse com as demandas sociais dos movimentos negros e para que o acordo, de fato, impactasse a sociedade e trouxesse pessoas pretas, pardas e indígenas para posições de liderança e de igualdade.

Também assina o TAC pelo MPRS a subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Angela Salton Rotunno.

Conforme a Defensoria Pública, com o acordo, caberá ao Carrefour a adoção e execução de um Plano Antirracista a partir do estabelecimento de ações que vão desde protocolos de segurança, relações de trabalho, canal de denúncias, treinamentos para dirigentes e trabalhadores em relação a atos de discriminação, compromissos em relação à cadeia ou rede de fornecedores, até a reparação de danos morais coletivos.

O valor acordado terá como destino iniciativas como a oferta de bolsas de educação formal (R$ 74 milhões), contribuição para projeto museológico, campanhas educativas e projetos sociais de combate ao racismo (R$16 milhões), além de projetos de inclusão social (R$ 10 milhões), entre outras.

Tratativas

Na quarta, o Carrefour havia anunciado que estava avançando nas tratativas junto às autoridades públicas e associações civis. O valor do acordo era inicialmente de R$ 120 milhões, que seriam desembolsados ao longo dos próximos anos. Posteriormente, foi reduzido para R$ 115 milhões.

Segundo o Carrefour, foi um "redimensionamento" que não compromete o avanço de todas as ações acordadas no Termo de Ajustamento de Conduta.

No final de maio, a viúva de João Alberto aceitou a proposta de indenização feita pelo Carrefour. Segundo o advogado de Milena Borges Alves, o valor pago pelo hipermercado é superior a R$ 1 milhão. Milena estava com o marido no supermercado.

A empresa pagou outras oito indenizações aos demais familiares, entre eles o pai, os filhos e a enteada de João Alberto.

Seis pessoas denunciadas

Denunciadas pelo Ministério Público, seis pessoas respondem pelo crime na Justiça. São elas: Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges, seguranças que estão presos; Adriana Alves Dutra, fiscal do Carrefour; Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende, funcionários do mercado; e Paulo Francisco da Silva, funcionário da empresa terceirizada de segurança que prestava serviços ao estabelecimento.

Giovane, que é ex-policial militar temporário, solicitou um habeas um corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) no final de maio. Em abril, a Corte já havia negado pedido semelhante feito pela defesa do réu.

No dia 19 de novembro de 2020, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças no Carrefour do bairro Passo D'Areia, na Zona Norte de Porto Alegre.

Ele foi conduzido até a saída do supermercado por duas pessoas após se desentender com uma funcionária. Na porta do local, João Alberto deu um soco em um dos seguranças, que responderam com mais agressões. Os seguranças então imobilizaram o homem no chão e continuaram com o espancamento.

Fonte: Zero Hora