sábado, abril 17, 2021

Revista francesa de centro direita diz que Bolsonaro está transformando o Brasil na Venezuela

Veículo de linha editorial de centro-direita publicou um contundente editorial sobre a incapacidade de Jair Bolsonaro em combater a pandemia

Na semana em que o Brasil superou a marca de 365 mil mortes causadas pela Covid-19, a revista semanal francesa Le Point, de linha editorial de centro-direita, publica um contundente editorial sobre a incapacidade de Jair Bolsonaro em combater a epidemia.

O texto assinado pelo ensaísta e advogado Nicolas Baverez mostra como o presidente de extrema direita, que tantas vezes apontou o risco de a esquerda transformar o Brasil na Venezuela chavista, está ele mesmo conduzindo o país a um colapso econômico e social comparável ao drama vivido pelos venezuelanos. “O Brasil terá uma última chance em 2022 de bloquear a marcha que está em vias de colocar o país na trajetória fatal da Venezuela chavista”, adverte a Le Point.

A França, que em muitos aspectos é “o Brasil da Europa”, pela tentação que representa a candidatura da líder de extrema direita Marine Le Pen para uma parcela do eleitorado, também terá uma eleição decisiva no próximo ano, prossegue o texto.  “A campanha presidencial francesa será dominada por candidatos populistas de direita e de esquerda”, observa o editorialista. Para evitar um desastre  semelhante ao que se vê atualmente no Brasil, Baverez recomenda aos franceses que recordem uma reflexão do escritor Charles Péguy (1873-1914), confirmada pelo Brasil de Bolsonaro: “O triunfo dos demagogos é passageiro, mas suas ruínas são eternas”.

Naufrágio sanitário, econômico e social

O Brasil, que responde por 60% da economia da América Latina, naufragou, constata a revista, apontando medidas recentes de Bolsonaro. “Inédito em um país assombrado pela memória da ditadura militar que reinou de 1964 a 1985, os chefes das Forças Armadas renunciaram para protestar contra a destituição do ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, que havia rejeitado a politização do Exército”. A “valsa dos ministros da saúde – quatro desde o início da epidemia – e a demissão do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, acusado de postergar o aumento do preço do petróleo no preço de combustíveis” são outras decisões controvertidas  citadas no texto.

“O desastre ocorre principalmente na saúde, mas o gigante latino-americano também está à beira de um colapso econômico e social”, ressalta o editorial.

“A recessão atingiu 4,1% em 2020 e continua em 2021, elevando o desemprego para 13,5%, enquanto a inflação subiu para 5,2% somente em fevereiro. Os trabalhadores do setor informal, que representam 40% da população ativa, sobrevivem apenas com auxílio social, que foi fortemente reduzido desde o início de 2021. O benefício de fato contribuiu para elevar o déficit para 13,7% do PIB e a dívida pública para 90% do PIB no ano passado. A consequência foi uma aceleração da fuga de capitais e a queda de 40% no valor do real.”

Internacionalmente, o líder brasileiro perdeu seu principal apoio com a derrota de Donald Trump, e a dependência de Brasília da China é cada vez mais forte, tanto no campo da saúde quanto no plano econômico e tecnológico, destaca a Le Point.

O Brasil também apresenta cada vez mais características de uma democracia iliberal, como são chamados os governos ultraconservadores de direita da Hungria e da Polônia, que cerceiam a liberdade de imprensa, perseguem opositores e controlam o Judiciário. “Como se não bastasse não lutar contra a Covid-19, Jair Bolsonaro está de fato destruindo os fundamentos do Estado de Direito”, denuncia a publicação. Na mesma linha de Donald Trump, “ele organiza metodicamente o caos para a eleição presidencial de 2022 a fim de se dar a oportunidade de desafiar o resultado”.

Incompetência e irresponsabilidade

Como o juiz do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin anulou todas as condenações do ex-presidente Lula, o petista poderá concorrer a um terceiro mandato contra Bolsonaro. “Assim como aconteceu nos Estados Unidos em 2020, a polarização política chegou a tal ponto [no Brasil] que existe o risco de se transformar em guerra civil”, teme a Le Point. Bolsonaro busca garantir o controle do Exército para permanecer no poder em qualquer circunstância.

“Para o Brasil, o pior ainda está por vir”, lamenta o editorialista. “O pico da epidemia está longe de ser alcançado; a economia está paralisada; a situação financeira é muito frágil; a democracia está sendo deslegitimada. (…) E o país tinha meios para enfrentar a epidemia de Covid-19: uma população jovem; a experiência com epidemias tropicais; uma forte indústria farmacêutica; um sistema público de saúde gratuito e universal.  Mas essas forças foram frustradas pela incompetência e irresponsabilidade de Jair Bolsonaro”, conclui a Le Point. (Matéria publicada pela revista Carta Capital)

sexta-feira, abril 16, 2021

MPF recomenda a ministérios e órgãos que não negociem com minoria indígena financiada por garimpeiros no Pará

Comitiva com pouco mais de cem indígenas está a caminho de Brasília, mas grupo não representa a maioria Munduruku, contrária ao garimpo

O Ministério Público Federal (MPF) enviou recomendação nesta quinta-feira (15) a ministérios e órgãos públicos em Brasília (DF) para que essas instituições não façam acertos sobre mineração em terras indígenas com uma comitiva de 102 indígenas Munduruku, do sudoeste do Pará. O grupo pretende defender a atividade ilegal em encontros com autoridades públicas na capital federal durante a semana do Dia do Índio, que começa na próxima segunda-feira (19).

Também não devem ser feitas tratativas com a comitiva sobre o planejamento e a operação de ações de repressão e retirada de garimpeiros/mineradores ilegais do território indígena Munduruku, no sudoeste do Pará, recomenda o MPF.

A comitiva não representa o interesse da maioria da etnia Munduruku, e sim apenas o interesse de mineradores ilegais que aliciaram e financiam o grupo minoritário. Áudios postados em grupo de garimpeiros revelam que a estratégia dos criminosos é levar os indígenas a Brasília para barrar operações contra a mineração ilegal, e para pressionar pela aprovação do Projeto de Lei 191/2020, que libera a mineração em terras indígenas.

‘Matar no ninho’ – “Mais uma vez se vê necessário ir pra Brasília, levar uns dois ônibus lotados de índio, pra que nós podemos tentar reverter esse quadro da Polícia Federal, que tá preparada pra vir aqui dentro da área indígena, junto com o Ibama e Exército, igual veio da outra vez. Dessa vez é ordem judicial, não tem como eles saírem fora”, diz o líder garimpeiro Vilelú Inácio de Oliveira, o Vilela, referindo-se ao processo judicial em que o MPF pede à Justiça Federal decisão para obrigar a atuação de forças federais na região.

“Então se faz necessário ir pra Brasília pra tentar matar esse passarinho no ninho, lá, e também o pedido da PL 191, pra podermos legalizar, aí, nossa atividade dentro da terra indígena”, prossegue Vilela. “A hora é agora, se alguém realmente que não tenha operação na terra indígena, e queira que essa lei seja aprovada, é agora”, conclui.

Na recomendação o MPF aponta que “permanece em vigor um estado de coisas totalmente ilegal e inconstitucional, em que, de maneira evidente, determinados grupos organizados se sentem à vontade não apenas para incorrer em crimes, como também para aliciar e buscar intervir politicamente nas decisões dos órgãos e entidades de proteção territorial e de prevenção e repressão aos ilícitos ambientais, inclusive para promover atos de violência e interferir na realização da fiscalização ambiental”.

Grupo sem representatividade e violento – A comitiva patrocinada pelos garimpeiros é formada por grupo indígena Munduruku vinculado à associação indígena Pusuru, destaca a recomendação. Segundo o protocolo de consulta prévia, livre e informada da etnia, as decisões do povo Munduruku são tomadas em assembleia geral, e não por associações.

O documento também cita que, em março, integrantes da comitiva participaram tentativa de invasão armada a região próxima a uma das principais bacias hidrográficas do território indígena Munduruku.

Além disso, também em março integrantes da comitiva tiveram envolvimento na depredação do prédio da sede das mulheres indígenas Munduruku Wakoborũn, de uso coletivo com outras organizações indígenas antigarimpo.

Responsabilização da República – Para o MPF, esses crimes “podem ensejar inclusive a responsabilização da República Federativa do Brasil em foros de Justiça Internacional, o que impõe que as autoridades públicas recomendadas ajam com especial cautela a fim de não corroborar as omissões do Estado Brasileiro com o dever de proteção aos seus povos originários”.

Em nota publicada no último dia 9, escritórios da Organização das Nações Unidas (ONU) pediram urgência na tomada de medidas efetivas para proteger os direitos do povo Munduruku, com a responsabilização dos agentes envolvidos no ataque ocorrido à sede da Associação Wakoborũn, em Jacareacanga (PA).

“A atuação dos indígenas favoráveis ao garimpo perpassa o apoio político à campanha de exploração minerária. Trata-se de indivíduos que praticam pessoalmente a extração irregular de minérios e coordenam as frentes garimpeiras, em consórcio com pariwat’s (não indígenas), localizadas no Território indígena dos Mundurukus, pelo que prestam também o apoio na parte logística para entrada de máquinarios, à revelia dos membros Munduruku contrários à atividade ilegal, convertendo os em proveito econômico particular os bens e recursos que se destinam constitucionalmente ao usufruto coletivo da etnia. Destacase ainda a pressão que exercem sobre membros da própria etnia Munduruku se dá, por vezes, mediante ameaça, para forçar a aceitação da mineração ilegal ou silenciar aqueles que são contrários”, detalha a recomendação.

Demais prejuízos – Na recomendação o MPF também cita que a mineração tem promovido desmatamento, contaminação de rios, tráfico de drogas, prostituição, e a disseminação da covid-19 nas terras indígenas. Sobre o risco da pandemia em território Munduruku, o MPF observa que a ida da comitiva a Brasília sem respeito a protocolos sanitários também pode representar risco de contaminação pelo novo coronavírus nas aldeias, e por isso recomendou também que ministérios e órgãos públicos orientem os indígenas a retornarem ao território Munduruku.

A recomendação foi enviada à Fundação Nacional do Índio (Funai), à Agência Nacional de Mineração (ANM), ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e às secretarias executivas dos ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Justiça e Segurança Pública, e de Minas e Energia.

Assim que receberem o documento, os ministérios e órgãos destinatários terão 24 horas para apresentar respostas. Recomendações são instrumentos do Ministério Público que servem para alertar agentes públicos sobre a necessidade de providências para resolver uma situação irregular ou que possa levar a alguma irregularidade. O não acatamento infundado de uma recomendação, ou a insuficiência dos fundamentos apresentados para não acatá-la total ou parcialmente pode levar o Ministério Público a adotar medidas judiciais cabíveis.

Fonte: Assessoria de Comuniucação do MPF

Pará recebe mais 170.300 doses de vacinas contra a Covid-19 nesta sexta-feira (16)

Envio para os municípios será feito por vias terrestre, aérea e fluvial, e contará com o apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup)

No final da manhã desta sexta-feira (16), o Pará recebeu mais um lote com 170.300 doses de vacina contra a Covid-19, enviadas pelo Ministério da Saúde. Dessa vez foram 102.500 doses da Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e 67.800 da CoronaVac/Sinovac, imunizante desenvolvido no Brasil pelo Instituto Butantan. Esta é a 13ª remessa enviada ao Estado pelo Ministério da Saúde, totalizando 1.617.590 doses, a serem enviadas a todos os municípios do Estado, menos os da Região Metropolitana de Belém. As novas doses devem imunizar idosos com mais de 60 anos e quilombolas.

"Com essa nova remessa recebida hoje, daremos continuidade ao plano de imunização do Estado, vacinando os grupos prioritários, então nossa preocupação agora é garantir a entrega das vacinas em todos os municípios de maneira rápida e segura. Ressalto, novamente, a importância da vacinação para os grupos prioritários, assim como do uso de máscara e álcool em gel, além do distanciamento social. Todos devem fazer sua parte", frisou o secretário de Estado de Saúde (Sespa), Rômulo Rodovalho. (Agência Pará)

Operação da PM apreende 171,65 Kg de drogas no Baixo Amazonas


Operação da PM apreende 171,65 Kg de drogas no Baixo Amazonas  

Durante uma operação policial para a fiscalização de cumprimento do decreto 1273/2021, que proíbe a entrada de passageiros do estado do Amazonas por rodovias e portos do Pará, o Comando de Policiamento Regional I apreendeu 171,65 Kg de drogas, encontradas dentro de carros transportados em uma embarcação abordada no porto do município de Juruti, no oeste paraense. Um homem, identificado como proprietário de um dos veículos, foi preso e conduzido para a Delegacia do município, junto com as drogas apreendidas.

Os policiais militares abordaram a embarcação "N/M Rondônia" para fiscalizar a presença de passageiros no navio. Durante a busca, realizada dentro de um dos veículos transportados, as equipes encontraram dez pacotes de skunk (maconha concentrada) e 56 de cocaína, totalizando 75,31 Kg de entorpecentes. Os militares receberam informações do setor de carga sobre o pagamento do transporte e identificaram o embarcador do automóvel, que teria seguido de lancha, de Manaus a Belém, onde aguardaria o carro e a carga.

Em outro veículo, também transportado dentro do navio, foram encontrados 96,34 Kg de drogas, distribuídas em 25 pacotes de maconha e 11 de cocaína. O proprietário desse carro estava dentro do navio e foi detido pelos policiais militares, que o conduziram para a Delegacia de Polícia Civil de Juruti, junto com os veículos e a droga apreendida.

Deputada do PSOL envia carta pedindo apoio de Bernie Sanders contra projeto Ferrogrão. A quem isso interessa?

Ferrogrão, a ferrovia da devastação, é alvo de denúncia internacional

Em carta endereçada ao senador Bernie Sanders, a deputada federal Vivi Reis (PSOL/PA), juntamente com a bancada do seu partido na Câmara dos Deputados e com movimentos sociais, faz um “chamado à solidariedade e justiça" contra os ataques de Bolsonaro à Amazônia  


Representante do Pará - um dos estados da Amazônia brasileira - na bancada do PSOL, a deputada federal Vivi Reis encaminhou nesta quinta-feira (15) uma carta endereçada ao senador Bernie Sanders denunciando os crimes ambientais que envolvem a implantação do projeto Ferrogrão, cuja construção tornou-se uma das principais metas do governo Bolsonaro. A Ferrogrão é uma linha ferroviária com quase mil quilômetros de extensão que cruzará a Amazônia atingindo territórios de povos tradicionais e alterando os limites do Parque Nacional do Jamanxim, provocando um incalculável prejuízo ambiental e social.


Vivi Reis explica que a intenção é denunciar para a comunidade internacional o pode ser um dos mais graves crimes contra o ambiente e os povos da Amazônia a serem cometidos pelo governo Bolsonaro.


“A Ferrogrão, pela amplitude do seu impacto ambiental e social e pela falta de transparência, se iguala a outros grandes projetos que geraram enormes passivos para a região, mas se é um dos maiores, não o único crime cometido pela dupla Bolsonaro e Salles na Amazônia. Com políticas que favorecem os madeireiros ilegais, os garimpeiros invasores de Terras Indígenas e os grileiros, o governo brasileiro vem promovendo um verdadeiro ecocídio da região", afirma.


A carta faz um “chamado à solidariedade” contra os atos de violência e desrespeito do governo de Jair Bolsonaro e será apresentada nesta quinta-feira (15) durante a Emergência Amazônica - Em defesa da Floresta e da Vida, evento organizado pelo Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia (FNPDA - Brasil) e pelo coletivo formado por Coica  (Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica), Gregorio Mirabal, Repam, Fospa, Asamblea por la Amazonía e Amazon Watch,  com apoio de várias organizações nacionais e internacionais, às vésperas do encontro de líderes mundiais na Cúpula Climática pelo Dia da Terra.


“A Amazônia tem sido alvo sistemático de ataques contra seus povos e contra seu ambiente, permanentemente denunciados nas instâncias da Câmara dos Deputados pelo nosso mandato, que também se soma aos esforços desta grande frente internacional em defesa da Amazônia”, afirma a deputada Vivi Reis.


Assinam a carta junto com Vivi Reis e com os deputados da bancada federal do PSOL, a deputada Joênia Wapichana (Rede/RR), presidenta da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas, o Movimento Xingu Vivo Para Sempre, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Auricélia Arapiuns, do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns, Edilberto Sena, do Movimento Tapajós Vivo, e Lenivalda de Souza Xavier e Marcelino Conti de Souza, ambos do Movimento Negro Unificado. 


Comentário do blog: São muitos os interesses de todos lados, incluindo os de prejudicar a economia do Brasil, porque os Estados Unidos, como grande produtor e exportador de soja, tem interesse de que essa ferrovia não saia do papel, porque ela vai baratear ainda mais o transporte da produção de grãos de Mato Grosso, diminuindo a capacidade competitiva dos norte-americanos.

quinta-feira, abril 15, 2021

Pastor da Assembleia de Deus diz que ora pela morte de Paulo Gustavo

O religioso causou revolta em fiéis e nos fãs do ator

O pastor José Olímpio, da Assembleia de Deus, publicou em seu perfil no Instagram que ora pela morte de Paulo Gustavo, que está internado em estado grave com covid-19. O religioso, que é de Alagoas, causou revolta em fiéis e nos fãs do ator.

O pastor José Olímpio, da Assembleia de Deus, publicou em seu perfil no Instagram que ora pela morte de Paulo Gustavo, que está internado em estado grave com covid-19. O religioso, que é de Alagoas, causou revolta em fiéis e nos fãs do ator.


“Esse é o ator Paulo Gustavo, que alguns estão pedindo oração e reza. E você, vai orar ou rezar? Eu oro para que o dono dele o leve para junto de si”, escreveu o religioso na legenda de uma foto do ator dentro de uma igreja.

Nos comentários da publicação, os seguidores reclamaram da postura do pastor. “Que Deus salve a vida do ator Paulo Gustavo”, escreveu um. “Meu Deus, pastor. Se você reconhecesse a bíblia, não estaria falando isso”, comentou outro. "O amor de Deus é incondicional. Eu oro para que a saúde dele seja restaurada", disse uma terceira.

Mesmo com as orações do pastor, o quadro de Paulo Gustavo apresentou melhora nesta quinta-feira (15), apesar de ainda ser grave. A evolução tem deixado os médicos otimistas.

Fonte: Correio 24 Horas

Médica que aplicou nebulização de cloroquina em paciente com covid que morreu é demitida

A mulher morta após inalar hidroxicloroquina havia acabado de dar à luz. A médica é defensora do "tratamento precoce", com medicamentos sem comprovação de eficácia contra covid-19

A médica ginecologista Michelle Chechter, que aplicou nebulização de hidroxicloroquina como tratamento para covid-19 e deixou ao menos uma paciente morta após o procedimento foi demitida e está sendo investigada pela Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas. Michelle trabalhava na maternidade Instituto da Mulher Dona Lindu, em Manaus.

A mulher morta após inalar hidroxicloroquina havia acabado de dar à luz. A Secretaria informou, por meio de nota, que o tratamento não faz parte dos protocolos terapêuticos da unidade de saúde, "nem de outra unidade da rede estadual de saúde, ainda que com o consentimento de pacientes ou de seus familiares". O bebê passa bem.

"O procedimento tratou-se de um ato médico, de livre iniciativa da profissional, que não faz mais parte do quadro da maternidade, onde atuou por cinco dias", disse a nota. A pasta estadual também explicou que "tão logo tomou conhecimento do ato, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas determinou abertura de sindicância e o afastamento da profissional".

A morte da paciente foi tornada pública nos últimos dias, mas aconteceu em fevereiro deste ano. A médica passou a fazer parte da equipe em 3 de fevereiro "após contratação em regime temporário pela secretaria junto com outros 2,3 mil profissionais de saúde, via banco de recursos humanos disponibilizados ao Estado pelo Ministério da Saúde", conforme informou a secretaria.

Duas pacientes foram submetidas ao tratamento de nebulização com o medicamento, que não tem comprovação de efetividade contra a covid-19. Ambas assinaram termo de consentimento, conforme foi relatado em prontuário. “Uma das pacientes veio a óbito e a outra teve alta. Todas as informações sobre o atendimento estão registradas em prontuário", relata a Secretaria.

Ainda de acordo com a nota, a pasta e o instituto não compactuam com a prática de "qualquer terapêutica experimental de teor relatado e não reconhecida e entendem que tais práticas não podem ser atribuídas à unidade de saúde, que tem como premissa o cumprimento da lei e dos procedimentos regulares, conforme os órgãos de saúde pública e os conselhos profissionais".
"Tratamento precoce"

Em suas redes sociais, Michelle Chechter mantém um selo com os dizeres "covid-19. Eu apoio o tratamento precoce". Por "tratamento precoce", entende-se o uso de medicamentos sem comprovação de eficácia contra covid-19, como cloroquina e ivermectina.

A médica é ainda apoiadora do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que também defende o uso desses medicamentos sem eficácia contra a doença.

Fonte: Correio Braziliense