Weliton Lima |
A expansão da internet no
inicio da década de 1990, transformou-se num fenômeno da tecnologia moderna,
que em pouco tempo passou a revolucionar as comunicações interpessoais e de
massa, chegando a ser comparada no seu começo com o surgimento da televisão no
inicio dos anos 50. A diferença em favor da internet é que esse sistema de
comunicação continua evoluindo e em ritmo acelerado. A todo instante surgem
novas ferramentas que dão maior instantaneidade às notícias, onde quer que elas
aconteçam.
As plataformas de informação
estão cada vez mais acessíveis à população, seja através de provedores, portais
de serviços online, celulares e smatphones. Todo esse avanço tecnológico
colocado a serviço da comunicação, em dado momento, em função de sua
vertiginosa expansão começou-se a especular sobre o possível desaparecimento do
habito da leitura matinal do velho e bom jornal de papel impresso, e não há
duvidas de que o imediatismo da informação através da internet sacudiu as
redações dos grandes jornais, e o baque disso foi sentido na diminuição diária
da tiragem impressa, forçando
os grandes grupos de mídia impressa a se adaptarem a nova tecnologia e passar
também a investir na versão eletrônica de seus jornais.
Se os grandes grupos
editoriais, alguns estabelecidos com a solidez de quase séculos de atividade
enfrentaram problemas com o advento da internet, imaginem então os pequenos
informativos que além da concorrência com os outros veículos de comunicação,
enfrentam ainda a disputa acirrada por anunciantes. Num cenário aonde o poder
do capital costuma asfixiar quem se insurge a fazer publicações editoriais
baseados na ética, atendo-se tão somente à descrição imparcial dos
acontecimentos, chega ser quase um ato de bravura se manter no mercado por um
período tão longo como é o caso do JORNAL DO COMÉRCIO.
Paralelo de longevidade como
esse são raríssimos encontrados no interior do estado e, na capital pode se
destacar somente um caso, o JORNAL PESSOAL, do conceituado jornalista Lúcio
Flávio Pinto, que por questões princípios decidiu romper com a grande mídia
impressa da capital e passou a editar o seu próprio semanário, tornando-se
referencia ao leitor, em razão da linha editorial adotada, trazendo para o conhecimento
público, fatos que propositalmente são omitidos pelos jornais tradicionais do
estado.
Aqui em Itaituba, ao longo
dos mais de vinte anos que trabalho na imprensa, já acompanhei o surgimento de
dezenas de tabloides que se mantiveram em atividade por algum tempo, a maioria
deles a serviço de grupos políticos, por isso, sem a credibilidade que se faz
necessário para um veiculo de comunicação adquirir o respeito e a confiança do
leitor, atributos que tornaram o JORNAL DO COMERCIO o mais lido e respeitado de
Itaituba, pelo conteúdo de suas matérias e opiniões criticas sempre pautadas e
fundamentadas no mais claro sentido de informar aos seus leitores os
acontecimentos mais importantes da vida cotidiano itaitubense.
Nas paginas do jornal estão
registrados fatos que marcaram a história do município, seja na política, na economia
ou eventos sociais, e esses registros com o decorrer dos anos vão se tornando
documentos que atestam a veracidade dos fatos acontecidos e servirão com
certeza como fonte de pesquisa para pesquisadores interessados em conhecer a
nossa historia. E os recortes de seus artigos podem ser utilizados pela classe
acadêmica para ilustrar teses ou monografias de conclusão de cursos.
Por tudo isso, como colaborador
do JORNAL DO COMÉRCIO, sinto-me honrado em ter contribuído para que o jornal
alçasse esse marco na imprensa escrita de Itaituba e afirmo que todo o
sacrifício feito pela editoria do jornal, para manter a regularidade de suas
publicações sem para isso precisar se curvar aos interesses de grupos políticos
ou econômicos, representa uma grande vitória não somente do JORNAL DO COMÉRCIO,
mas de toda a imprensa itaitubense.
Artigo publicado na
edição 203, comemorativa dos dez anos do Jornal do Comércio