terça-feira, julho 12, 2022

Compra de diesel russo planejada por Bolsonaro pode trocar uma crise pela outra, dizem especialistas

Presidente diz que negociação está 'quase certa', mas operação não é simples. Será preciso vencer obstáculos de logística e as sanções impostas à Rússia

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que está “quase certo” um acordo para o Brasil importar óleo diesel da Rússia para reduzir risco de desabastecimento, já que o país não produz todo o combustível que consome.

No entanto, segundo especialistas ouvidos pelo GLOBO, aumentar a oferta de combustível tende a reduzir o preço, porém, importar diesel da Rússia, país alvo de sanções econômicas das potências ocidentais, pode ter um custo alto para o Brasil.

Há duas semanas, ele já havia afirmado que a possibilidade existia e que o tema havia sido tratado em uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ontem, porém, foi mais enfático, dizendo que a possibilidade é consequência de sua viagem a Moscou, pouco antes da invasão da Ucrânia pela Rússia.

-  Está quase certo um acordo para comprarmos diesel bem mais barato da Rússia. Onde a Petrobras, alguns, compravam mais caro — afirmou Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, onde voltou ao tema mais tarde. 

- Está acertado. Em 60 dias já pode começar a chegar aqui, já existe essa possibilidade. A Rússia continua fazendo negócio com o mundo todo, parece que as sanções econômicas não deram certo.

Alinhamento indesejado

O advogado Fábio Pimentel, sócio do escritório Pimentel e Aniceto Advogados, diz que, legalmente, não há impedimento na importação em si. Porém, ao transacionar com a Rússia neste momento, o Brasil acaba explicitando um alinhamento econômico enquanto outros parceiros comerciais do país estão impondo embargos ao país. O melhor, diz o jurista, seria buscar alternativas neutras.

- Buscar outros fornecedores fora do eixo da guerra pode ser uma boa alternativa, senão o Brasil corre o risco de trocar uma crise energética por uma crise econômica internacional. É obrigação do governo brasileiro garantir a segurança energética nacional — afirmou Pimentel, que vê risco de o país se tornar alvo de sanções, caso fique claro que há outros mercados com produto disponível. — Pior que comprar combustível russo é não explicitar que essa compra é feita por falta de opção.

Bolsonaro defendeu a medida afirmando que o país importa cerca de 30% do diesel consumido e que é preciso importar de quem está vendendo mais barato e não de quem pratica preços maiores. A aquisição seria feita pela Petrobras, que compraria o combustível russo por meio de traders (comercializadoras), segundo uma fonte do setor. Procurada, a companhia não se manifestou.

Operação não é simples

Segundo Sérgio Araujo, presidente da Abicom, associação dos importadores, o Brasil não importa diesel da Rússia atualmente. Para colocar a operação de pé, seria necessário vencer dificuldades como o valor do seguro da carga e até mesmo a forma de pagamento, já que o sistema bancário russo está parcialmente desconectado dos sistemas internacionais que utilizam o dólar como moeda de troca.

Outra fonte do setor ressalta que as empresas que atuam no segmento de distribuição no Brasil, com acionistas ou sede na Europa ou nos Estados Unidos, precisariam de uma autorização especial.A compra de derivados de petróleo é feita por meio de traders. As empresas do segmento que atuam no Brasil, mas têm sede nos EUA ou na Europa, não podem fazer negócios com a Rússia em razão das sanções econômicas impostas após a invasão da Ucrânia.

A Rússia pode descontar o preço do frete na venda do diesel a fim de se equiparar ao valor do produto oriundo do Golfo, de acordo com fontes do mercado. Segundo o executivo de uma distribuidora, a importação da Rússia é inexistente hoje por uma questão de preço.

Atualmente, a maior parte do diesel importado pelo Brasil vem do Golfo do México, por uma questão de logística e menor custo de transporte. Porém, desde o início da Guerra na Ucrânia, a oferta de diesel no mercado vem se tornando mais restrita. Hoje, o estoque de diesel no país, sem considerar importações, seria suficiente para abastecer o mercado por apenas 48 dias.

Na avaliação de integrantes do governo, o Brasil deve ser livre para fazer negócios com o mundo todo. Esse ponto é lembrado por Edmar Almeida, professor do Instituto de Energia da PUC-Rio. Ele destaca que o governo brasileiro já deixou claro que não apoia sanções contra a Rússia, portanto não vê risco na operação:

- O Brasil não está apoiando as sanções contra a Rússia. Não faz sentido não se alinhar com a Europa e deixar de comprar. Mas não acho que, se comprar (petróleo russo), vai ter algum efeito sobre o alinhamento dos preços com o mercado internacional.

A restrição na oferta de diesel no segundo semestre é um fenômeno global. No Brasil, coincidiria com o período da safra agrícola, o que poderia ter impacto sobre os preços dos alimentos.

Além disso, é o combustível usado no transporte público. Uma crise por escassez de diesel a menos de três meses da eleição é tudo que o governo busca evitar no momento. Na avaliação de fonte da área diplomática, o abastecimento do produto é prioridade total e qualquer erro poderia ter consequências graves para o governo em ano eleitoral.

No primeiro semestre, o país aumentou em 91,8% suas importações da Rússia, de acordo com dados do Ministério da Economia. Do total de itens comprados daquele país, 77% são adubos e fertilizantes, que registraram alta de 172% nas aquisições.

Fonte: O Globo

Missão cumprida: Ao mandar "fuzilar a petralhada", Bolsonaro estimula a violência política e colhe o que plantou

Definindo-se em redes sociais como conservador e cristão e exibindo foto ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho matou na noite de sábado (9), em Foz do Iguaçu, o militante petista Marcelo de Arruda.

A vítima, que atuava como guarda municipal, comemorava seu aniversário de 50 anos em festa temática do PT, do qual era tesoureiro. Antes de morrer, Arruda feriu seu agressor. Segundo relatos à polícia, Guaranho havia passado antes de carro pelo local da festa gritando "Aqui é Bolsonaro" e "Lula ladrão".

O chocante assassinato de um petista por um ferrenho bolsonarista cumpre, em certo sentido, missão dada diretamente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que já incentivou seus simpatizantes a "fuzilar a petralhada". Foi exatamente isso o que aconteceu no sábado.

O presidente sequer disfarçou a hipocrisia ao comentar a morte de Arruda. Depois de escrever em rede social que dispensa o apoio de quem pratica violência contra opositores, emendou: "A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos".

Bolsonaro qualificou o assassinato como "uma briga de duas pessoas lá em Foz do Iguaçu" e disse que "ninguém fala que o Adélio é filiado ao PSOL", como se os dois episódios fossem equivalentes.

Adélio Bispo, autor da facada no presidente na campanha de 2018, de fato foi filiado ao partido de esquerda. Todavia, segundo as investigações, foi considerado inimputável por sofrer de uma doença mental e concebeu, planejou e executou sozinho o atentado.

Desde que assumiu, Bolsonaro abusa de linguajar vulgar e violento e acumula episódios de desprezo incivilizado contra adversários políticos, além de escárnio em relação aos demais brasileiros. Seu infame "E daí?", ao comentar as primeiras milhares de mortes na pandemia, revela o que passa, sem filtros, pela cabeça do mandatário.

Partidário de armar a população e se exibindo frequentemente atirando ou fazendo o gesto da "arminha" com as mãos, Bolsonaro estimula o comportamento violento, sobretudo de seus simpatizantes.

Caberá agora às autoridades investigar as motivações do crime e, daqui para frente, tomar precauções no entorno dos principais candidatos à Presidência. Além do assassinato de Arruda, eventos recentes e perturbadores sugerem um período perigoso à frente.

No mesmo sábado da tragédia, o ex-presidente Lula fizera elogios a militante do PT que quase matou um opositor político durante agressão em 2018. Mais do que nunca, será preciso cuidado extremo com as palavras nessa campanha.

editoriais@grupofolha.com.br

ANS põe fim ao limite de sessões e consultas com psicólogos por plano de saúde

Depois de ampliar a cobertura dos planos de saúde para usuários com transtornos globais do desenvolvimento, como o TEA (Transtorno do Espectro Autista), a diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou nesta segunda-feira (11) o fim da limitação do número de consultas e sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas.

A medida, tomada em reunião extraordinária, vale para os usuários de planos de saúde com qualquer doença ou condição de saúde listada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como, por exemplo, paralisia cerebral, síndrome de Down e esquizofrenia.

Segundo o comunicado da entidade, "o objetivo é de promover a igualdade de direitos aos usuários da saúde suplementar e padronizar o formato dos procedimentos atualmente assegurados, relativos a essas categorias profissionais. Dessa forma, foram excluídas as Diretrizes de Utilização (condições exigidas para determinadas coberturas) para as consultas e sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, e o atendimento passará a considerar a prescrição do médico assistente."

Essa nova norma passa a ser válida para pacientes com qualquer diagnóstico, de acordo com a indicação do médico que o atende, a partir de 1º de agosto, após publicação no Diário Oficial da União.

Em decisão recente, de 8 de junho, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) desobrigou as operadoras de custear procedimentos não incluídos na lista de cobertura da ANS. E um dos tratamentos mais afetados foi o das crianças com transtorno do espectro autista, já que muitas das terapias não constam na lista.

Chamada de Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, a lista especifica consultas, exames, terapias e cirurgias que constituem a cobertura obrigatória dos planos de saúde regulamentados, ou seja, contratados após 2 de janeiro de 1999 ou adaptados à lei 9.656/98. Segundo a ANS, o rol tem atualmente cerca de 3.000 procedimentos.

Fonte: Folha

Jacareacanga – Cansados de promessas e com medo de represálias, garimpeiros não comparecem em Audiência Pública

Aconteceu no sábado (9), na Câmara de Vereadores de Jacareacanga, uma Audiência Pública que pretendia debater junto a classe garimpeira, pontos sobre legalização e a garimpagem na área branca da região de Jacareacanga.

O evento foi presidido pelo vereador Neumar Xavier, contou com a participação do vereador de Itaituba, Wescley Tomaz .

Contudo, chamou atenção a pouca presença do público, para atividade que estava sendo considerada de muita relevância e era aguardada com muita expectativa.

Segundo informações, o fracasso da reunião se deve ao cansaço dos garimpeiros com as promessas dos políticos. Para eles, fica cada vez mais difícil acreditar nas mobilizações, idas a Brasília, etc., se no dia seguinte, as operações das forças de seguranças são deflagradas, tratando os trabalhadores como bandidos.

Tal situação, tem gerado um sentimento de insegurança nos trabalhadores, que com medo de represálias, acabam não se expondo em tais reuniões, tornando assim, baixa a participação em movimentos promovidos em prol da legalização do garimpo.

O Impacto

segunda-feira, julho 11, 2022

Joaquim Barbosa: Forças Armadas devem ficar quietas

As Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto”

JOAQUIM BARBOSA, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ao criticar uma fala do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, sobre a segurança das urnas eletrônicas. 

Barbosa afirmou em suas redes sociais que pressão sobre a Justiça Eleitoral no pleito deste ano sinaliza ao mundo que Brasil caminha para um golpe de Estado.

Fonte: O Liberal, Repórter 70

Ministério da Mulher pede 'punição exemplar' e Jair Bolsonaro se posiciona

Nesta segunda-feira (11), o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos prestou solidariedade à mulher estuprada pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, no Hospital da Mulher de Vilar dos Teles, em São João de Meriti (RJ). 

O médico foi preso em flagrante. O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para lamentar que a Constituição Brasileira não preveja prisão perpétua para esses casos. As informações são do portal Metrópoles.

Em nota oficial, a pasta comandada por Cristiane Rodrigues Brito afirmou que o abusador “aproveitou-se da vulnerabilidade da vítima e da relação de confiança médico-paciente para praticar um ato covarde e criminoso, justamente no momento mais sublime para uma mulher, que é a maternidade”.

“Esperamos punição exemplar em todos os meios, administrativo e judicial, para que o criminoso nunca mais exerça a profissão e seja condenado, nos termos da lei. Vamos acompanhar o caso”.

O ministério garantiu apoio profissional para a mãe e para a família, que precisarão de atendimento para superar o trauma, para se recuperar da violência sofrida e garantiu apoio.

“Parabenizamos as enfermeiras e técnicas do Hospital da Mulher pelo ato de coragem de filmarem e denunciarem imediatamente a conduta criminosa. A agilidade permitiu a prisão em flagrante do anestesista, que agora será levado à Justiça”.

Canais de denúncia

O ministério lembra que qualquer cidadão pode denunciar esse tipo de violência no Ligue 180, hoje também disponível no aplicativo Direitos Humanos Brasil, no Telegram ‘direitoshumanosbrasilbot’ ou no whatsapp (61) 99656-5008, 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive finais de semana e feriados.

“Nos canais digitais é possível enviar fotos, vídeos, áudios ou documentos que comprovem o abuso. Mas nenhuma prova é necessária. Orientamos a denúncia ao menor sinal de desconfiança e garantimos o anonimato. As informações serão encaminhadas aos órgãos competentes”, reforçou a pasta.

Nota de solidariedade à mãe vítima de abuso em hospital fluminense

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos vem prestar solidariedade à vítima de estupro praticado pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, no Hospital da Mulher de Vilar dos Teles, em São João de Meriti (RJ).

O abusador aproveitou-se da vulnerabilidade da vítima – e da relação de confiança médico-paciente – para praticar um ato covarde e criminoso, justamente no momento mais sublime para uma mulher, que é a maternidade.

Esperamos punição exemplar em todos os meios, administrativo e judicial, para que o criminoso nunca mais exerça a profissão e seja condenado, nos termos da lei. Vamos acompanhar o caso.

Agora, essa mãe e essa família vão precisar de atendimento para superar o trauma, para recuperarem-se da violência sofrida num momento que deveria ser somente de alegria. Estamos à disposição caso necessitem de apoio.

Parabenizamos as enfermeiras e técnicas do Hospital da Mulher pelo ato de coragem de filmarem e denunciarem imediatamente a conduta criminosa. A agilidade permitiu a prisão em flagrante do anestesista, que agora será levado à Justiça.

Qualquer cidadão pode denunciar esse tipo de violência no Ligue 180, hoje também disponível no aplicativo Direitos Humanos Brasil, no Telegram ‘direitoshumanosbrasilbot’ ou no whatsapp (61) 99656-5008, 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive finais de semana e feriados.

Nos canais digitais é possível enviar fotos, vídeos, áudios ou documentos que comprovem o abuso. Mas nenhuma prova é necessária. Orientamos a denúncia ao menor sinal de desconfiança e garantimos o anonimato. As informações serão encaminhadas aos órgãos competentes.

Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política).

Homem mata mulher, escreve pedido de perdão com sangue dela e depois se mata

Na parede do quarto do casal, o homem escreveu com sangue da vítima: “me perdoa”

Uma mulher é vítima de violência a cada 5 horas e ao menos um feminicídio é registrado por dia no Brasil, segundo a Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa que monitora a criminalidade no Brasil. 

E mais uma vítima entrou para esta triste estatística em Marabá, sudeste do estado. Ela foi assassinada a facadas pelo próprio companheiro na residência do casal, no Residencial Magalhães II, Lote 15, Casa 111, no Núcleo São Félix.   

Os corpos foram encontrados no início da tarde desta segunda-feira (11). A vítima foi identificada como Karine Conceição Silva, 26 anos. Ela estava deitada na cama. Após o crime, o marido dela, Rivaldo Borges Valadares, de 24, tirou a própria vida.   

Segundo levantamentos da polícia, Rivaldo matou Karine com quatro facadas no peito e em seguida se enforcou na sala da residência. Ele apresentava também perfuração no peito. 

Segunda a perícia, as mortes ocorreram por volta das 21h deste domingo (10), pois os corpos já estavam com rigidez cadavérica.

A equipe de investigação encontrou na casa uma carta que Rivaldo escreveu antes de cometer o assassinato pedindo perdão aos familiares. Além disso, na parede do quarto ele escreveu com sangue da vítima: “Me perdoa”. A arma utilizada no crime também foi encontrada no local. 

De acordo com vizinhos, constantemente o casal brigava, mas logo em seguida fazia as pazes. Rivaldo Borges trabalhava numa serralheria na Folha 28, na Nova Marabá.

Fonte: DOL