segunda-feira, julho 11, 2022

Só mesmo no Brasil: Bolsonaro reclama de repercussão de assassinato de petista

Em sua primeira manifestação no domingo (10), o presidente disse que dispensa o "apoio de quem pratica violência contra opositores", mas, no mesmo pronunciamento, atacou a esquerda

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com apoiadores na manhã desta segunda-feira (11) e se limitou a criticar a forma como está sendo divulgada a morte do militante petista Marcelo Aloizio de Arruda, que foi assassinado a tiros no sábado (9) por um policial penal bolsonarista.

"Vocês viram o que aconteceu ontem, né? Uma briga de duas pessoas lá em Foz do Iguaçu. "Bolsonarista não sei o que lá". Agora, ninguém fala que o Adélio é filiado ao PSOL, né? A única mídia que eu tenho é essa que está nas mãos de vocês aí", disse Bolsonaro a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. Adélio, autor da facada em Bolsonaro na campanha de 2018, foi filiado ao PSOL.

No último sábado, um policial penal federal bolsonarista invadiu uma festa de aniversário e matou a tiros o guarda municipal e militante petista Marcelo Aloizio de Arruda, em Foz do Iguaçu (PR)

Durante a ação, o petista reagiu e efetuou disparos contra seu agressor, identificado como Jorge José da Rocha Guaranho. A Polícia Civil do Paraná a princípio disse que Guaranho também tinha morrido, mas a informação depois foi corrigida. Ele permanece internado.

A delegada responsável pelo caso, Iane Cardoso, afirma que a hipótese de motivação política para o crime contra o petista é investigada. Ela diz que ainda está sendo apurada se a razão foram divergências políticas.

"Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos", escreveu o chefe do Executivo.

Fonte: Folhapress

domingo, julho 10, 2022

Foragida de São Paulo é presa no interior do Pará

Ela é suspeita de tráfico de drogas e tinha mandado de prisão aberto desde abril , em Guarulhos

A Polícia Civil, em Vitória do Xingu, sudoeste do Pará, comunicou que prendeu, neste sábado (9), Keila de Melo Soares, de 27 anos. A acusação é de tráfico de drogas, com um mandado de prisão em aberto, desde abril deste ano de 2022, expedido pela Justiça no município paulista de Guarulhos. Com informações do site Debate Carajás.

Ainda conforme a PC, a mulher é suspeita de traficar drogas do Brasil para outros países. Keila Soares teria vindo parao estado do Pará, há pouco tempo, fixando residência em Vitória do Xingu.

Com a suspeita, também foi conduzido para a Delegacia de Vitória do Xingu, o companheiro dela, para averiguações, se existe algum crime contra ele.

Após ser interrogada pelas autoridades policiais, Keila Soares, fez exames de corpo de delito no Hospital Municipal do município. Ela foi apresentada no complexo penitenciário, onde segue à disposição da Justiça, no Pará. 

Avião de piloto de Novo Progresso pode ter caído na Venezuela, diz mãe

Segundo a família de Robert Santos, de 25 anos, as buscas estão sendo feitas por conta própria em área de mata com apoio de tribos indígenas

Familiares do piloto de avião Robert Santos, de 25 anos, que reside e trabalha no município de Novo Progresso, região sudoeste do Pará, acreditam que ele possa ter caído na Venezuela. O jovem está desaparecido desde o dia 24 de junho de 2022, quando decolou da vila Campos Novos, em Iracema, sul de Roraima, com destino ao país vizinho. Segundo a família dele, as buscas estão sendo feitas por conta própria em área de mata com apoio de tribos indígenas.

A mãe de Robert, Sandra Santos, 40 anos, disse à reportagem que o filho nasceu em Manaus, no Amazonas, porém veio para Novo Progresso ainda criança junto da família. O piloto trabalha com transporte de carga, sobretudo alimento e diesel, para um garimpeiro que possui dois garimpos venezuelanos. Ela contou ainda que a última localização do avião apontada pelo rastreador mostrava uma região de mata fechada na Venezuela.

“Nesse dia, ele saiu de Campos Novos e levou alimentos para o patrão dele em dois garimpos na Venezuela. Ele tinha comprado um aparelho chamado Spot, que rastreia a localização do avião a cada 10 minutos, para nós acompanharmos onde ele estava. Um amigo nos contou que nós deveríamos ter comprado um dispositivo que localiza o trajeto a cada a 2,5 minutos”, comentou.

MEDO DE ATRAPALAREM AS BUSCAS

Sandra Santos contou ainda que as buscas pelo filho estão sendo feitas por conta própria. “Nós iniciamos as buscas desde quando ele desapareceu. Duas tribos indígenas estão nos ajudando a encontrá-lo nessa área de mata que é bastante montanhosa. Em troca de ajuda nós damos comidas para eles. Os indígenas disseram que só voltam de lá depois de encontrarem o meu filho. O patrão dele também está ajudando, usamos um helicóptero que está sobrevoando o local”, disse a mãe Robert.

Ela conta que não sabe como acionar as autoridades brasileiras e venezuelanas para procurarem por Robert e teme que órgãos dos dois países atrapalhem as buscas particulares. “Temos medo de que eles atrapalhem quem está ajudando. O patrão dele é de garimpo e sabe como são essas coisas. De repente eu chamo as autoridades, eles não vão atrás do meu filho, interrompem a nossa procura e eu perco a chance de ter ajudado. Esse é o meu medo”, desabafou.

Mais de 15 dias se passaram desde o sumiço de Robert Santos, porém Sandra diz que não perde as esperanças de encontrá-lo com vida. “Já vimos tantos casos de pilotos que desapareceram, após acidentes e mesmo assim foram encontrados dias depois de terem sumido. Temos fé que ainda vamos encontrá-lo com vida”, disse a mãe do piloto. A família de Robert realiza uma campanha nas redes sociais para custear a procura. As doações podem ser feitas via pix.

Fonte: O Liberal

Garimpeiro alvo da PF ostentava mansão com heliponto em Novo Progresso, no Pará

A Polícia Federal identificou gastos milionários com helicópteros, lanchas, caminhonete importada e uma festa de casamento com a participação de duplas sertanejas famosas

A operação Ganância, deflagrada na última quinta-feira (7), pela Polícia Federal, revelou a vida de luxo que esbanjava Márcio Macedo Sobrinho, sócio da Gana Gold, atual M.M Gold, empresa investigada por garimpo ilegal no Norte do Brasil. De acordo com jornal Folha de São Paulo, o empresário possuía uma mansão de luxo com heliponto no município de Novo Progresso, no sudoeste do Pará.  

"Chama a atenção a ostentação da residência de Márcio no Município de Novo Progresso/PA, de onde gerencia toda a estrutura de seus garimpos ilegais no estado, totalmente destoante dos demais imóveis da região, sobretudo por contar com heliponto próprio no imóvel", diz um documento da PF anexado ao pedido de buscas e prisões.

Também foram registrados gastos com helicópteros, lanchas, caminhonete importada e uma festa de casamento de Macedo, com a participação de duplas sertanejas famosas. Bruno e Marrone, dos clássicos Dormi na Praça e Choram as Rosas, e Jads e Jadson cantaram no evento, de acordo com o jornal.

As investigações indicam que a empresa Gana Gold "esquentava" o ouro extraído ilegalmente em garimpos da região Norte do país. Para isso, ela se valia de licenças ambientais inválidas, extrapolando os limites de pesquisa que possuía. Segundo a reportagem, o relatório da Polícia Federal mostra a movimentação financeira de Macedo e de seu grupo empresarial e aponta que, entre os anos de 2020 e 2021, a exploração ilegal de ouro rendeu cerca de R$ 1,1 bilhão ao garimpeiro.

De acordo com a PF, o grupo empresarial liderado por Macedo é suspeito de garimpo ilegal de ouro e teria movimentado cerca de R$ 16 bilhões entre 2019 e 2021. Parte dos valores proveniente do garimpo teria sido lavada em criptomoedas.

Operação Ganância
 
As investigações da Operação Ganância começaram em fevereiro de 2021 após uma denúncia envolvendo empresas de Porto Velho/RO ligadas ao ramo da saúde, as quais estariam lavando dinheiro de valores recebidos em licitações fraudulentas. Após as primeiras diligências, verificou-se que recursos ilícitos injetados em empresas da capital rondoniense eram oriundos de garimpo ilegal, praticado, pelo menos, desde 2012 pelos líderes da organização criminosa.

Policiais federais cumpriram 65 mandados judiciais, sendo 5 de prisões preventivas e 60 de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Criminal da Justiça Federal de Porto Velho/RO, nos estados de Rondônia, Pará, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Acre.

Fonte: Folha

Mais de 200 toneladas de ouro tem indícios de venda ilegal

Dados do Instituto Escolhas mostram que, entre 2015 e 2020, foram comercializadas 229 toneladas de ouro com indícios de ilegalidades no Brasil.

No Brasil, a extração de ouro movimenta R$ 14,2 bilhões por ano, segundo a Agência Nacional de Mineração (AMN). Com um mercado tão valioso, a exploração do metal precioso atrai olhares de inúmeras pessoas há décadas e provoca os mais diversos efeitos na sociedade.

Um estudo inédito do Instituto Escolhas, mostra que, entre 2015 e 2020, o Brasil comercializou 229 toneladas de ouro com indícios de ilegalidade. O número inédito e alarmante foi levantado por meio da análise de mais de 40 mil registros de comercialização de ouro e imagens de extração.

Para Larissa Rodrigues, gerente de Portfólio do Escolhas, o estudo é muito importante para se trazer uma dimensão do que já se sabia. “Já se sabia do ouro com indícios de ilegalidade circulando no mercado, mas ainda não se tinha uma ideia mais concreta sobre qual era o volume disso”, explica.

“Conseguimos mostrar que em cerca de 6 anos — de 2015 até 2020 — esse volume chegou a 229 toneladas, quase a metade da produção nacional”, pontua.

Rodrigues ressalta que o número foi o que o estudo conseguiu mostrar, mas que ele pode ser maior. “Tem ouro que não passa por nenhum registro, mas esse número dá uma pista de como esse ouro pode estar em territórios indígenas — mas não pode ter títulos de ouro nessas terras, ou seja, não pode pegar o ouro dessas terras. Como não pode, de onde está saindo esse ouro?”, questiona.

Segundo a gerente de Portfólio do Escolhas, a quantidade é uma consequência da total falta de controle e transparência na cadeia do ouro.

ESQUEMA

O estudo mostra que há cinco empresas ligadas aos indícios de irregularidades que têm laços por toda a cadeia do ouro.

Das 229 toneladas de ouro com indícios de ilegalidade, o estudo identificou que um terço, ou 79 toneladas, foi comercializado por cinco Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs) que compram ouro de garimpos na Amazônia

O estudo confirmou ainda que essas DTVMs, autorizadas a funcionar pelo Banco Central (BC), possuem vinculações empresariais e familiares por toda a cadeia do ouro. Rodrigues observa que é o BC quem dá autorização para essas empresas funcionarem e operarem com o ouro. “Isso não tem sido feito, a autoridade monetária está muito distante deste assunto, mesmo sendo uma competência que ele tem”, comenta.

Leia a matéria completa no Correio Brasiliense
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Radical bolsonarista mata aniversariante por usar tema de Lula

O decoração tinha imagens de Lula e Marcelo Arruda usava uma camiseta com a foto do ex-presidente

A polarização política no Brasil atingiu um nível elevado de intolerância que supera a média internacional de 27 países observados em uma pesquisa do Instituto Ipsos.

Tema perceptível no cotidiano do brasileiro nos últimos anos, o radicalismo que envolve as discussões político-partidárias foi o aspecto medido na pesquisa. O levantamento mostrou que os entrevistados no Brasil estão menos propensos a aceitar as diferenças.

Na madrugada deste domingo, 10, Marcelo Arruda, guarda municipal de Foz do Iguaçu (PR) comemorava seu aniversário de 50 anos, com o tema da festa do Partido dos Trabalhadores (PT). Quando um homem invadiu o local armado e ameaçou a todos. 

Segundo informações da Polícia, houve uma troca de tiros e o guarda Marcelo Arruda morreu.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, o invasor levou três tiros e está internado em estado grave. De acordo com testemunhas, o homem que entrou na festa é um agente penitenciário apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O bolo de aniversário tinha a estrela do PT, a decoração tinha imagens de Lula e Marcelo Arruda usava uma camiseta com a foto do ex-presidente.

nota, Gleisi Hoffmann, deputada federal pelo Paraná e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) afirmou: “Nosso companheiro e amigo Marcelo Arruda, guarda municipal de Foz do Iguaçu, foi assassinado ontem em sua festa de 50 anos. Um policial penal, bolsonarista, tentou invadir a festa c/arma. Trocaram tiros. Uma tragédia fruto da intolerância dessa turma”.

Arruda deixa esposa e quatro filhos. Ele cantava “Parabéns à você” e assoprava as velas de 50 anos ao lado de dois filhos pouco antes de ser baleado.

Fonte: UOL

sexta-feira, julho 08, 2022

Hitler, Mussolini e Erdogan também foram eleitos...

“Neste momento, vocês estão nas mãos de um ditador”, disse o sociólogo italiano Domenico de Masi, autor de O Ócio Criativo, argumentando que Mussolini, Hitler e Erdogan também foram eleitos.

“Esta ditadura reduz a inteligência coletiva do Brasil. Durante esta pandemia, Bolsonaro se comportou como uma criança, de um jeito maluco. Ou seja, o ditador conseguiu impor um comportamento idiota em um país muito inteligente. Porque é isso que fazem as ditaduras.

Este me parece um fato tão óbvio que às vezes nos passa despercebido. Quando o país é comandado por pessoas tão tacanhas, a tendência é o rebaixamento geral do nível cognitivo da sua população.

É fácil entender por quê. Sob Bolsonaro, Damares, Araújo, Pazuello, Salles, Guedes & Cia, vemo-nos obrigados a retomar debates passados, alguns situados na Idade Média, ou no século 19, como se fossem novidades.

Terraplanismo, resistência à vacinação e a medidas básicas de segurança sanitária, pautas morais entendidas como questões de Estado, descaso com o meio ambiente, tudo isso remete a um passado que considerávamos longínquo.

Quando entramos nesse tipo de debate entre nós, ou com as “autoridades”, é como se voltássemos da pós-graduação às primeiras letras do curso elementar. Somos forçados a recapitular consensos estabelecidos há décadas, como se nada tivéssemos aprendido.

É como forçar cientistas a provar de novo a esfericidade da Terra ou a demonstrar eficácia da vacinação. Ou defender, outra vez, a necessária separação entre Igreja e Estado, mais de 230 anos depois da Revolução Francesa.

É muita regressão e ela nos atinge. De repente, nos surpreendemos discutindo o óbvio, gastando tempo com temas batidos e desperdiçando energia arrombando portas abertas séculos atrás na história da humanidade.

À parte a necessária luta política para nos livrarmos o quanto antes dessa gente, entendo que existe uma luta particular e que depende de cada um de nós: a luta para não emburrecer.

Manter a lucidez e a inteligência através da leitura de bons autores e da escrita. Manter viva a sensibilidade pela conversa com pessoas normais e pela boa música. Assistir a bons filmes para contrabalançar a barbárie proposta pela vida diária e pelas redes sociais.

Enfim, mantermo-nos íntegros e fortes para a reconstrução futura do país. Não podemos ser como eles. Não devemos imitá-los em sua violência cega. Não podemos nos deixar contaminar por sua estupidez. Eles passarão. E estaremos aqui, para recomeçar.

Provavelmente, o que leva a esse rebaixamento é o ódio e o ressentimento por levar as pessoas a se sentirem, no fundo, perdedoras e ter de encontrar bodes expiatórios para culpá-los. A cultura competitiva, que estabelece, com critérios perniciosos, o que é ter sucesso, faz com que quem entra nesse jogo perverso, sinta-se, no final das contas, sempre um perdedor.”

https://viladeutopia.com.br/sociologo-italiano-domenico-di-masi-constata-o-rebaixamento-da-inteligencia-coletiva-brasileira/