terça-feira, julho 07, 2020

Jogador atua com covid-19 e causa surto com 20 infectados na Bulgária


Martin Kavdanski, zagueiro do Tsarko Selo, atuou no Campeonato Búlgaro no dia 2 de julho contaminado pela COVID-19 devido a um erro no laboratório responsável pela testagem dos jogadores. Além de Martin, 16 adversários e três companheiros de equipe foram diagnosticado com a doença.

- Depois que soubemos pela mídia que o jogador de futebol Kavdanski jogou contra nós como positivo para COVID-19, fizemos dois testes de PCR em cada um de nossos jogadores e membros do governo. Infelizmente, 16 testes foram positivos. Todos os jogadores com resultados positivos já estão em quarentena e tomamos todas as medidas de precaução - disse um comunicado do Cherlo More, time que jogou conta o Tsarko Selo.

Apesar do surto que envolve 20 pessoas, a federação não adiou os próximos jogos do torneio, inclusive do Tsarko Selo, que entra em campo na próxima quinta-feira para enfrentar o Botev. Além disso, os estádios seguem abertos e podem receber 30% da lotação do estádio nas arquibancadas.

Durante três semanas, a Bulgária registrou aumento no número de novas infecções, com entre 100 e 180 casos por dia, segundo dados publicados pelo Ministério da Saúde. No total, o país europeu já contabilizou 5.740 infectados, incluindo 246 mortos.

Fonte: Lance

segunda-feira, julho 06, 2020

Publicação de Licenciamentos Ambientais

📣📣ATENÇÃO COOPERADOS‼️

𝐀 𝐂𝐎𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀𝐓𝐈𝐕𝐀 𝐌𝐈𝐒𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐃𝐄𝐒𝐄𝐍𝐕𝐎𝐋𝐕𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐎𝐂𝐑𝐄𝐏𝐔𝐑𝐈𝐙Ã𝐎 - 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐃𝐄𝐂, através de seu Presidente Sr. Elivaldo Pereira Barbosa, convocamos para Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada em sua sede na Av. Principal, s/nº, CEP 68.192-200, Distrito do Crepurizão, município de Itaituba Estado do Pará dia 01 de agosto de 2020, às 20 horas em primeira convocação, as 20:30 horas em segunda convocação e as 21:00 horas em terceira e última convocação respectivamente (Horário de Brasilia), deliberar sobre a seguinte ordem do dia:

➡️Projeto SMGI 
➡️Mudança na Equipe Técnica 
➡️Adesão de novos sócios 
➡️Notificações e Suspensões 
➡️Construção da draga para a retirada do material do rio e do viveiro florestal 
➡️Outros assuntos não deliberativos.  

Contamos com sua presença.

🕗20h 

📅01 DE AGOSTO DE 2020

📌SEDE DA COMIDEC

Após repercussão, padre justifica críticas a Bolsonaro: 'Não sou eu que não gosto. O mundo não gosta'

Edson Adélio Tagliaferro, da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, no interior de São Paulo, disse que sua fala foi tirada de contexto, mas não escondeu sua insatisfação com o presidente, a quem classificou como uma 'pessoa desequilibrada'


Estado de Minas - 
Neasse fim de semana, um padre viralizou na redes sociais ao criticar o
 presidente Jair Bolsonaro (sem partido), chamando-o de 'bandido', e dizendo que ‘quem votou nele deveria se confessar’. Era Edson Adélio Tagliaferro, da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, que fica em Artur Nogueira, no interior de São Paulo. A fala foi emitida na última quinta-feira, mas se espalhou pela web dias depois. Nesse domingo, o religioso disse que o trecho foi tirado de contexto, mas voltou a externar sua insatisfação com Bolsonaro.

“Por fim, pegando um gancho com a liturgia de hoje, eu queria deixar claro que não sou eu que não gosto do Bolsonaro. O mundo não gosta dele. O mundo está preocupado e debochando do Brasil, por causa do nosso presidente. Então não se preocupem com o padre Edson”, disse.

O padre também classificou Jair Bolsonaro como uma pessoa ‘desequilibrada’, que prefere pensar em interesses pessoais do que se importar com as vítimas do novo coronavírus no Brasil, que passam de 64 mil.

“O padre Edson é uma fichinha, é uma gota nesse oceano de tantas pessoas que têm falado mundo afora contra os desmandos de uma pessoa desequilibrada, que se preocupa só com o seu grupeto, e não se preocupa com 64 mil mortos que já se foram por causa da pandemia”, afirmou.

Veja o trecho destacado pela reportagem clicando no link, a partir do minuto 24:12.

Fala descontextualizada


De acordo com o padre Edson, o vídeo que circula pelas redes sociais com críticas ao governo Bolsonaro e o aconselhamento de confissão dos eleitores do presidente teve o trecho tirado de contexto. O religioso disse que estava falando do profeta Amós, que prezava pela verdade e dizia nomes sem qualquer tipo de cerimônia.

“Não é novidade para ninguém, quem me conhece de perto, (sabe) que faço muitas críticas ao tipo de pessoa que ele é (Bolsonaro) e o tipo de governo que ele faz, desde antes da sua eleição, porque é uma pessoa que prega a violência, armas. Eu dizia na homilia justamente sobre profetismo. Eu falava da necessidade de que os cristãos tomassem uma posição clara a respeito do que Jesus prega e a respeito desse populismo, desse fascismo que a gente vê no mundo de hoje. Aí pegaram essa homilia e cortaram um trecho apenas e esparramaram pela internet. Acaba descontextualizando tudo o que foi dito”, justificou o padre.

Na noite desse domingo, o religioso divulgou uma nota de esclarecimento, reforçando que a descontextualização na fala, mas ressaltando que ele não era o primeiro a emitir opiniões fortes na internet.

“Há tantas pessoas que dizem isso na internet, não sou o primeiro. O que mudou? Talvez não seja somente eu a estar cansado e angustiado com tudo o que está acontecendo e esta voz acabou representando tantas vozes entaladas na garganta de muita gente”, escreveu.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

No dia dois de julho, durante a missa, fiz a homilia de costume. Havia cerca de cento e dez locais conectados conosco para a celebração da missa. A homilia foi cortada em um trecho específico e o vídeo viralizou. Quero comentar sobre isso.

Primeiro, vendo apenas a parte selecionada, fica descontextualizada a fala. Por isso a necessidade de esclarecimentos. Na missa do dia tínhamos a leitura do profeta Amós (Am 7, 10-17), que como todo bom profeta, foi incisivo em sua fala contra o rei Joroboão II, rei de Israel. Também no Evangelho (Mt 9,1-8), Jesus tem um embate com os fariseus por perdoar os pecados de um paralítico.

Antes de tudo, é bom que saibam reconhecer no padre um ser humano que também sofre as incoerências da vida, tem suas lutas interiores e desafios exteriores a enfrentar. Naquele dia específico eu tive uma conversa acalorada com uma apoiadora do presidente da República. Isso talvez tenha sido decisivo para o ocorrido.

Diante disso tudo fiz a homilia e nela refleti sobre Amós. Este profeta que viveu no ano 760 a.C. e saindo do Reino do Sul, Judá, foi pregar no Reino do Norte, Israel. Deveria ser um homem simples, agricultor e pecuarista. Em Israel falou das incoerências do rei e que as consequências de seus desmandos e das elites que o apoiavam iriam levar o país à ruina. A preocupação de Amós, com certeza eram os pobres que sucumbem junto com seus líderes. A grandeza de sua atitude foi associada a sua coragem, pois ele não falou de forma velada, mas direta, “dando o nome aos bois”. Isso trouxe evidentemente consequências para o profeta que muito sofreu e foi expulso do Reino do Norte.

Trazendo isso para nossa realidade é possível entrever que, se fosse Amós a pregar teria também falado dando nomes aos argumentos. Foi o que fiz. Toda pessoa séria na vivência de sua fé está preocupada com o destino do país e a dor dos pobres. Não é difícil fazer quarentena numa bela casa, com a geladeira cheia e vultosa conta bancária. Mas não é esta a realidade do nosso país. Infelizmente. E isso não está aí por acaso, é fruto de uma história. Afinal foram 388 anos de escravidão negra dos 500 de nosso país colonizado. Somente na cidade de São Paulo são 30.000 pessoas na rua nestes dias de frio. Quantos inocentes ainda terão que morrer baleados em nosso país? E por aí vai.

Eu sabia das consequências embora não imaginasse que pudesse sair dos limites da cidade onde vivo. Já dizia o grande biblista Carlos Mesters: “Ser profeta é inspiração e transpiração” (não que eu seja um profeta, claro). Também o Mestre, Jesus Cristo, nos garantiu a cruz como consequência do discipulado. Aliás, se não estamos tendo críticas e somente glórias, é preciso reavaliar nossa vida, porque é possível que algo possa estar errado. Os santos também me inspiram, como o grande santo de minha devoção Santo Antônio de Pádua (ou Lisboa), grande orador e pregador, certo dia foi pregar aos “peixes” porque ninguém quis ouvi-lo. Imaginem eu, um simples “padre de aldeia”.

O pano de fundo da referida homilia não foi pregar o ódio e divisões. Não tinha a intenção de fazer críticas vazias e apenas provocativas. Mas meu objetivo claro foi dizer que, como cristãos que somos, não podemos ser dúbios quanto a prática da fé. Mais que uma crítica política, foi uma provocação teológica. Não foi a defesa de outro partido político como alguns disseram. Foi uma explanação à cerca da fé em Jesus Cristo e a clareza do seu Evangelho de vida. Quem comunga o seu Evangelho não pode se associar ao reino da morte. Por isso citei até a confissão. Num coração que se pretende viver a opção pela vida, não pode dar espaço ao mal, seja ele qual for. Aliás, sempre onde Jesus chega e há um “demônio”, este logo grita: “O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!” (Lc 4,34). Antes de Jesus falar, o mal já sabe que não cabe onde está o Senhor! Sempre enfatizei isso nas minhas homilias. Jesus veio nos salvar ou nos destruir? Quais são nossa escolhas? Nossa resposta depende de quem estamos deixar tomar conta do nosso coração.

Naquela homilia do dia 02/07 lembrei-me e citei Mt 5, 37 ( Que teu sim, seja sim, que teu não seja não!) e Ap 3, 14 -16 (nem frio nem quente, seria melhor ser frio ou quente, porque os mornos eu vomito da minha boca). Este foi o pano de fundo da reflexão. Qual está sendo nossa opção como cristãos? Ela representa o Evangelho de Jesus? Olhando a realidade a nossa volta, que tipo de Igreja queremos ser? Que cada um responda segundo sua consciência!

Seria bom ainda se perguntar por que um vídeo dizendo estas coisas se espalhou como fogo no capim seco? Há tantas pessoas que dizem isso na internet, não sou o primeiro. O que mudou? Talvez não seja somente eu a estar cansado e angustiado com tudo o que está acontecendo e esta voz acabou representando tantas vozes entaladas na garganta de muita gente.

Termino citando o grande escritor Dante Alighieri e uma citação em sua obra prima Divina Comédia. Segundo ele, na porta do inferno está escrito: “Ao entrar deixe a esperança”. Eu posso até ir para o inferno, porque jamais quero desobedecer a uma ordem do meu Senhor e sou merecedor disso pelos meus muitos pecados, mas não terei como deixar a esperança ao entrar, pois minha esperança é Cristo e ele estará para sempre no meu coração, por toda a eternidade. Rezem por mim!

Padre Edson Adélio Tagliaferro

domingo, julho 05, 2020

Rádio Rural, 56 anos de uma rica história


Jota Parente com pouco mais de 20 anos, na primeira foto superior

Hoje, 05 de julho, a Rádio Rural de Santarém completa 56 anos de atividades e de bons serviços prestados a toda essa imensa região amazônica.

Foi inaugurada três meses depois da implantação da ditadura militar, com a qual jamais compactuou a Rádio Emissora de Educação Rural, primeiramente conhecida por Rádio Educadora, depois, como Rádio Rural. Por isso, foi muito perseguida. Quem esteve lá por 14 anos como eu, sabe muito bem disso.

Até para se incluir na programação do dia, a transmissão de uma partida de futebol acertada de última hora, era necessário fazer um ofício para o Departamento de Censura da Polícia Federal. Sempre foi autorizado, mas, se não autorizasse, não haveria transmissão.

Quando digo que a emissora prestou grande serviços para a região amazônica é porque, embora hoje tenha suas transmissões com alcances bem mais limitados, porque opera somente em ondas médias, nos tempos em que atuava, também, em ondas tropicais, chegava aos lugares mais longínquos, rompendo até barreiras do território brasileiro.

Onda tropical - OT ou "Ondas tropicais" é uma faixa do espectro eletromagnético correspondente às radiofrequências entre 2300 kHz e 5060 kHz (comprimentos de onda dos 120 m aos 60 m). A reflexões nas camadas mais baixas da ionosfera, associada à refrações sucessivas na troposfera, permite a cobertura de extensas regiões e atingir pontos da superfície terrestre situados a milhares de quilômetros de distância a partir de uma única antena emissora.

A origem da designação "ondas tropicais" está associada ao (uso entre os trópicos) e com a comparação do seu "comprimento de onda", da ordem de dezenas de metros (sendo por isso também chamadas ondas decamétricas), com o comprimento de onda de outras radiações eletromagnéticas, mais longas, como as ondas médias (ondas hectométricas) e longas (ondas quilométricas). (Wikipedia)

Recebíamos cartas da Suécia, da Noruega, da Alemanha, da Itália e de outros países, fora as que eram enviadas por pessoas que conseguiam ouvir a emissora em cidades muitos distantes no Brasil.

Manuel Dutra: Rádio Rural de Santarém, 55 anosNaquele 05 de julho de 1964, eu tinha 13 anos. O garoto de Cipoal que morava na cidade, acompanhou aquele momento histórico para Santarém, porque nascia naquele momento, uma rádio que viria a se transformar num marco da radiodifusão na Amazônia. E eu nem sonhava em me tornar radialista algum dia.

Haroldo Sena, Manuel Dutra, Eduardo Augusto, gerentes; Edinaldo Mota, Edmar Rosas, Gerson Gregório, Cláudio Serique, Santino Soares, Sinval Ferreira, Osvaldo de Andrade, Campos Filho, Bena Santana, Oti Santos, Terezinha Pantoja, Natalino Souza, Habib Bechara, Eriberto Santos, Dário Tavares, Jota Nogueira, Osmar Simões, Maria dos Remédios, Dona Venita, Dona Zenaide, Dona Conceição Castro, Manolo Santos, Evadir Cardoso, Silvério Reis, Ray Marinho, Lorde Edgar, Cezário Torres, Clenildo Vasconcelos, Tadeu Maia, Erasmo Maia, RaixFran de Souza, Anadir Brito, Eduardo Castro (Boizinho), Hélio Nogueira, Thompson Mota, Leal di Souza, Toni Reis, Benna Lago, Jota Parente, e o grande D. Tiago Ryan.

Certamente cometerei injustiças, esquecendo de nomes de colegas, mas, eu tive o privilégio de fazer parte da mais brilhante equipe que a Rádio Rural montou em toda sua história.

Fui repórter, comentarista esportivo, chefe da equipe de esportes e coordenador de programação. Fiz de tudo na rádio. Quando foi preciso, fui operador, discotecário, atuei no jornalismo, puxei fio no estádio... Estava sempre pronto para fazer o que fosse necessário.

A Rádio Rural era o SMS ou o WhatsApp da época, com o seu Correspondente Rural, primeira e segunda edições, a primeira às 13:00 hs e a segunda às 17:30. Era por seus programas de mensagens que a população de Santarém e de municípios vizinhos conseguiam mandar recados para seus familiares que atuavam nos garimpos, ou que tinham viajado para outras cidades da região.

Quem não lembra da Parada Social, às 11:00 hs, quando músicas de sucesso eram oferecidas para aniversariantes. “A você Zefinha, que completa mais um ano de vida, hoje, seu admirador, Admildo, oferece a melodia, Eu não sou cachorro não”.

 Jornalismo de credibilidade. Deu na Rural, então, era verdade. O Jornal da Noite, antes da chegada da TV, que ecoava a partir das 21 horas.

 A Rádio Rural, que com seu imenso sucesso, levava para os lares dessa imensa região, a palavra de Deus, através da transmissão da Santa Missa, missa campal celebrada por D. Tiago, na frente da catedral de Nª Sª da Conceição, de A Voz do Pastor, e dos programas religiosos como A Bíblia em sua vida, hoje.

 Foi nas missas campais que D. Tiago fez pesadas críticas contra ações truculentas do regime. Ele era a voz dos mais fracos, porque com sua coragem ímpar, dizia coisas que os mortais comuns não poderiam dizer.

São apenas alguns fragmentos de uma rica e extensa história que tanto enriquece a radiofonia brasileira.

Apesar dos percalços, a Rádio Rural segue em frente com os atuais colegas que tem o compromisso de manter vivo esse nome que representa muito para Santarém.

Os tempos são outros, as conjuntaram são diferentes, mas, a essência permanece. Construir uma sociedade melhor e mais justa é o eixo central da missão da nossa rádio. Que assim seja por muito mais tempo.

Jota Parente


Países que seguiram regras da OMS enfrentaram o vírus muito melhor, constata estudo

Ao analisar dados de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia pós-pandemia, pesquisadora brasileira verifica que os países que adotaram corretamente o protocolo da instituição tiveram melhores resultados contra a doença

RIO - Em casos de epidemia e pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem uma recomendação central enquanto não existir vacina ou medicamento: os países devem seguir as chamadas intervenções não farmacológicas (INFs), um grupo de medidas de combate imediato à doença, entre as quais o isolamento social, testagem em massa e adoção por parte dos governos de uma comunicação de risco.

A adoção correta das medidas estabelecidas no protocolo da OMS é o fator decisivo para deter o avanço da doença, como reafirma a pesquisa realizada em alguns países da América do Sul pela brasileira Maíra Fedatto, mestre em Política Internacional e Comparada da Universidade de Brasília (UNB), doutoranda em Relações Internacionais e Saúde Global da Universidade de São Paulo (USP) e do King’s College, na Inglaterra, e consultora em projetos de saúde.

Nos últimos meses ela analisou a reação de  Brasil, ArgentinaUruguai, Paraguai e Bolívia após à chegada da pandemia. A conclusão é que os quatro países que seguiram a principal orientação da OMS obtiveram melhores resultados, com destaque para Uruguai e Paraguai. O Brasil, lamentou a especialista, foi o único que virou as costas para o manual global de luta contra pandemias.

O objetivo das INFs é retardar a chegada do vírus, a altura e o pico da pandemia, reduzir a transmissão através de medidas de proteção pessoal ou ambiental, conter o número total de infecções e, portanto, o número total de casos graves. Foi assim que quatro dos cinco países estudados pela pesquisadora conseguiram evitar uma explosão de casos nos últimos três meses e meio. 

A batalha não está ganha, já que a América Latina é hoje o epicentro mundial da pandemia. Mas os quatro estão em muito melhor situação que o Brasil e um deles, o Uruguai, voltou a ter acesso à União Europeia (UE), que na semana passada reabriu suas fronteiras a alguns países em que a pandemia é considerada sob controle.

 — O Uruguai tem vários elementos que explicam sua situação atual. Com poucos casos, o governo aplicou INFs e a adesão da cidadania foi impressionante. Mesmo não sendo obrigatório, pesquisas mostraram que 90% da população respeitou o isolamento social — comenta Maíra.

Ela lembrou ainda, que num país de apenas 3,5 milhões de habitantes, a desigualdade social é muito inferior à dos vizinhos. O Uruguai tem um bom sistema de saúde, fez testagem em massa e tem a maior média de leito hospitalar por habitante da América do Sul: 2,8 para cada mil habitantes. No estado brasileiro do Amazonas, existem 7 leitos para cada 100 mil pessoas.

— Além das INFs, o Uruguai tem uma boa educação, o que permitiu criar rapidamente uma sólida consciência coletiva. Hoje, o governo está atacando focos isolados, especialmente na fronteira com o Brasil —frisa a pesquisadora.

No caso paraguaio, que não conta com um sistema de saúde forte como o uruguaio, o governo fechou o país e aplicou uma rígida quarentena em tempo recorde. As fronteiras foram militarizadas e, entre meados de março e fim de maio, a população ficou confinada, sob controle militar nas ruas.

— A reabertura está sendo em quatro fases, e cada vez que surge um foco essa cidade ou departamento volta atrás. Uma ação muito coerente — observa Maíra.

DIFERENÇAS ENTRE PAÍSES

A importância das INFs ficou ainda mais clara nos últimos dias, na Bolívia. Entre quinta e sexta-feira da semana passada, o país, que vem afrouxando as medidas de distanciamento social, registrou 1.301 novos casos de contágio e 70 óbitos.

No começo, o governo implementou uma quarentena dura, restringiu as jornadas de trabalho, o transporte público e houve toque de recolher das 17h às 5h. Com o tempo, o relaxamento começou a trazer consequências.

A situação na Bolívia tem um complicador político: desde novembro do ano passado, com a saída sob pressão militar do ex-presidente Evo Morales (2006-2019), o país enfrenta tensões e o governo interino da presidente Jeanine Áñez é acusado de perseguir opositores. Um de seus decretos sobre a pandemia foi denunciado pela ONG Human Rights Watch, por considerá-lo uma estratégia para prender dirigentes da oposição.

A questão dos supostos abusos em matéria de direitos humanos, somada a duas trocas de ministros da Saúde (um deles preso, sob suspeita de corrupção), impediram o país, que tem um precário sistema de saúde, de ter melhores indicadores sanitários, apesar de ter adotado as INFs.

A Argentina é um caso misto, já que as medidas tomadas deram certo em grande parte do país, mas o plano falhou na chamada Área Metropolitana de Buenos Aires (Amba), e obrigou o governo do presidente Alberto Fernández a estender, recentemente, a quarentena mais longa do mundo. 

Já são mais de 100 dias de isolamento na capital e região da Grande Buenos Aires, com indicadores sanitários que se deterioraram de forma expressiva nas últimas semanas. Segundo admitiram epidemiologistas que assessoram a Casa Rosada, o calcanhar de Aquiles do plano argentino foi a circulação do vírus em bairros populares.

Com a economia em frangalhos, mais uma vez, os argentinos mais humildes têm enormes dificuldades de respeitar o distanciamento social. Muitos vivem o dilema de se expor ao vírus ou passar fome.

'TEATRO DO ABSURDO'

A Covid-19 é uma doença com alta taxa de transmissibilidade que, lembra Maíra, pode levar qualquer sistema de saúde ao colapso. O Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, destaca a pesquisadora, era considerado em 2018 o nono melhor do mundo. Mas o país optou por um caminho diferente ao de seus vizinhos e os resultados e projeções mostram que essa alternativa levou o Brasil a ser epicentro global da pandemia.

— O Brasil tinha tudo pra dar certo e demos bem errado. Hoje, com mil mortos por dia, estão reabrindo comércios. Um teatro do absurdo — conclui Maíra.

Para auxiliar em sua pesquisa, a brasileira contou com dados da Universidade de Washington, que projetou o avanço da doença no mundo a partir da situação atual e no pior cenário (caso as medidas como distanciamento social e o uso de máscaras não sejam respeitadas com rigidez, apesar do aumento de casos e mortes).

Por essas projeções, no início de outubro o número de óbitos decorrentes da Covid-19 no Brasil chegará a 166.362, pelo cenário atual. No pior deles, as mortes passarão de 340 mil. (O Globo)

 

Justiça obriga Globo a transmitir Fluminense e Botafogo pelo Cariocão


Os torcedores de Fluminense e Botafogo poderão acompanhar pela televisão aberta a semifinal da Taça Rio, que acontece neste domingo (05). A juíza Eunice Bitencourt Haddad, da 24ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, concedeu liminar nesta sexta-feira (03) à Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), obrigando a Rede Globo de Televisão a transmitir a partida. A Globo anunciou que vai acatar a decisão judicial.

Em nota oficial, a emissora informou que vai recorrer da decisão, mas que, em respeito à Justiça e aos clubes, decidiu exibir o confronto. Na última quinta-feira (02), a Globo rescindiu o contrato de transmissão do Campeonato Carioca alegando violação dos seus direitos de exclusividade após exibição, no dia anterior, de Flamengo x Boavista, pela FlaTV.

A partida entre Fluminense e Botafogo será transmitida em canal aberto para a cidade de Juiz de Fora (MG) e para os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. Os canais por assinatura SporTV e o Premiere exibem o jogo para todo o Brasil.

Fluminense e Botafogo se enfrentam pela segunda vez no campeonato carioca. No primeiro encontro, pela Taça Guanabara, o tricolor venceu por 3 a 0, com dois gols de Nenê e um de Wellington Silva. 

O “clássico vovô” começa às 16h, no Estádio Nilton Santos. No mesmo horário, Flamengo e Volta Redonda se enfrentam no Maracanã. A final da Taça Rio está inicialmente marcada para quarta-feira, dia 8 de julho. Se o Flamengo conquistar o segundo turno, não haverá final do Campeonato Carioca, uma vez que o rubro-negro já venceu a Taça Guanabara e é o time de melhor campanha na competição.

Agência Brasil

Pesquisadores da Unifesp apresentam tratamento que pode ser a cura do HIV

A cura da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) pode estar mais perto do que imaginamos! A Universidade Federal de São Paulo (Unufesp) realizou o primeiro estudo, em escala global, para testar um supertratamento em indivíduos cronicamente infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). A pesquisa está sendo coordenada pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, que é uma das referências mundiais no assunto.

De acordo com nota publicada pela Unifesp, Diaz é diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da Escola Paulista de Medicina (EPM/ Unifesp) - Campus São Paulo.

A pesquisa contou com a participação de 30 voluntários que possuem carga viral indetectável, sob tratamento padrão, conforme o que é atualmente preconizado: a combinação de três tipos de antirretrovirais, mais conhecida como “coquetel”. Os voluntários foram divididos em seis subgrupos, recebendo, cada um deles, diferentes combinações de remédios, além do próprio “coquetel”. 

Tratamento 

Diaz, e sua equipe, vem trabalhando em duas frentes para a cura da doença: uma utilizando medicamentos e substâncias que matam o vírus no momento da replicação e eliminam as células em que o HIV fica adormecido (latência); e a outra desenvolve uma vacina que leva o sistema imunológico a reagir e eliminar as células infectadas nas quais o fármaco não é capaz de chegar.

Os integrantes do subgrupo que apresentaram melhores resultados receberam mais dois antirretrovirais: o dolutegravir, a droga mais forte atualmente disponível no mercado; e o maraviroc, substância que força o vírus, antes escondido, a aparecer.

Outras duas substâncias também foram incluídas, que potencializam o efeito dos medicamentos: a nicotinamida – uma das duas formas da vitamina B3, que mostrou ser capaz de impedir que o HIV se escondesse nas células; e a auranofina – um antirreumático, também conhecido como sal de ouro, que deixou de ser utilizado há muitos anos para tratar a artrite e outras doenças reumatológicas. A auranofina revelou potencial para encontrar a célula infectada e levá-la ao suicídio. 

O infectologista explicou que os testes in vitroin vivo (em animais) e, agora, em humanos confirmam que a nicotinamida é mais eficiente contra a latência quando comparada ao potencial de dois medicamentos administrados para esse fim e testados conjuntamente.

Mas apesar da descoberta dessas substâncias (a nicotinamida e a auranofina) para a redução expressiva da carga viral, ainda seria necessário algo que ajudasse a imunidade dos pacientes contra o vírus. Dessa maneira, os pesquisadores desenvolveram uma vacina de células dendríticas, que conseguiu ensinar o organismo do paciente a encontrar as células infectadas e destruir uma a uma, eliminando completamente o vírus HIV.

A vacina de células dendríticas é extremamente personalizada já que é fabricada a partir de monócitos (células de defesa) e peptídeos (biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos) do vírus do próprio paciente.

Estímulo

Segundo Diaz, as células dendríticas são importantes unidades funcionais no sistema imunológico pois tem função é capturar microrganismos prejudiciais ao organismo para, em seguida, apresentá-los aos linfócitos T CD8. Quando apresentados, os linfócitos participam do controle de infecções, aprendem a encontrar e matar o HIV presente em regiões do corpo – chamadas pelos especialistas de “santuários” – aonde os antirretrovirais não chegam ou, quando chegam, atuam de forma muito modesta, como cérebro, intestinos, ovários e testículos.

Seis dos pacientes participantes receberam o supertratamento, mas ainda aguardam os resultados finais da terceira dose da vacina. “Somente após as análises de sangue e das biópsias do intestino reto desses pacientes vacinados é que partiremos para o desafio final: suspender todos os medicamentos de um deles e acompanhar como seu organismo irá reagir ao longo dos meses ou, até mesmo, dos anos”, conclui. “Caso o tempo nos mostre que o vírus não voltou, aí sim, poderemos falar em cura.”

No período sem conclusão dos resultados, o infectologista alerta: “apesar do avanço no tratamento e controle do HIV, a infecção por esse vírus ainda é a pior notícia que podemos dar ao paciente em termos de doenças sexualmente transmissíveis”, declara. “A pessoa com HIV, mesmo com carga viral indetectável, passa por inúmeros processos inflamatórios devido aos efeitos colaterais dos medicamentos."

Segundo o coordenador, o uso de preservativos durante as relações sexuais garante a proteção contra o HIV, além de outras doenças para quem não tem o vírus, mas principalmente para quem já o tem. “Atualmente, o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos afirma que pessoas com carga viral indetectável não transmitem HIV. A falta de proteção pode, porém, acarretar ao indivíduo com o vírus controlado a reinfecção por um tipo diferente de vírus HIV ou por outro mais resistente.”

Aids no mundo

A doença do sistema imunológico, causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), torna uma pessoa mais propensa às doenças oportunistas e, até mesmo, ao câncer do que outra, cujo sistema imunológico esteja saudável. As principais maneiras de transmissão são as relações sexuais desprotegidas, as transfusões com sangue contaminado, o compartilhamento de seringas entre usuários de drogas injetáveis e a disseminação de mãe para filho, durante a gravidez, parto ou amamentação.

Mesmo com a evolução no tratamento e das campanhas preventivas, os números sobre a doença mostram que a aids ainda é um grave problema de saúde pública global. Dados apresentados pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) mostram que 36,7 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com HIV em 2016 e quase dois milhões seriam infectados no mesmo ano.

O ínicio da epidemia ocorreu na década de 1980, onde cerca de 35 milhões de indivíduos perderam a vida por causas relacionadas à aids. No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) contabilizou, até junho de 2016, quase 843 mil casos da doença, cuja maioria era constituída por homens (65,1%); o país é o que mais concentra novos casos de infecções (49%) na América Latina, segundo a Unaids. Um terço das novas infecções ocorre em jovens de 15 a 24 anos.

* Com informações da Unifesp