Considerada uma das maiores operações realizada
no estado do Pará para combater corrupção no fisco estadual, a chamada
“Operação Quinta Parte”, desarticulou um esquema criminoso que envolvia
servidores públicos da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), contadores e
empresários, no sul do Pará. Ao menos 48 pessoas foram presas, destes, 33 são
servidores públicos.
Nesta
semana, nossa equipe de reportagem conversou com um dos principais responsáveis
pelo desmanche do esquema de corrupção, o Delegado Geral de Polícia Civil do
Estado do Pará, Dr. Rilmar Firmino (foto), que esteve em Santarém acompanhando
comitiva do governo estadual, que veio realizar a inauguração de três Unidades
Integradas Pro Paz na região oeste do Pará.
De acordo
com a autoridade policial, o que mais chamou atenção das forças de segurança,
foi o nível de organização que o esquema operava.
“O trabalho
de investigação na SEFA durou seis meses, inicialmente no sul do Pará, e no
decorrer das investigações, nós chegamos a outras regiões.
A operação foi deflagrada no mês passado, e
cumprimos as medidas cautelares determinadas pela Justiça. A partir daí nós
concluímos o inquérito policial, que foi encaminhado para a Justiça. No
decorrer das investigações conseguimos muitas informações novas, que ensejaram novos
procedimentos, e em 2017 os trabalhos terão prosseguimento, em situações que
por si só são objetos de novas investigações.
Na verdade, o que mais chamou atenção da
Polícia, foi a questão do nível de organização do grupo criminoso. A atuação
dos integrantes era complexa, principalmente nas zonas próximas às fronteiras
com outros estados, como no caso de Conceição do Araguaia, Redenção e Xinguara.
Também chamou-nos atenção o fator tempo. Essa
prática ilícita por parte dos servidores da SEFA não é recente. Até porque nós
tivemos servidores que constituíram um patrimônio lá na região, totalmente
incompatível com o que ganha um servidor público da SEFA. Então, isso aí não
foi de uma hora para outra, o que chamou atenção foi o fato do esquema que
estava enraizado, ser uma corrupção histórica. Mas foi muito importante a ação
do Estado. Tenho certeza que com essa ação, nós chegaremos a um patamar de
acordo com que a sociedade exige”, informou Rilmar Firmino.
Segundo o Delegado Geral, com a realização da “Operação
Quinta Parte”, novos dados foram obtidos, e com essas informações adicionais,
outras investigações estão em andamento, o que poderá resultar em novas
prisões.
Fonte: O Impacto