Mais de trinta colonos estiveram na Câmara Municipal, na manhã de hoje, na expectativa da presença do superintendente do INCRA, que viria de Santarém para participar da sessão. Mas, ele não veio, porque foi demitido. Sua substituta foi a Brasília para tomar posse, tendo se comprometido a vir a Itaituba assim que voltar.
Não faltam assuntos para tratar nesse encontro. Há a questão da desativação da representação do INCRA do município de Itaituba, cujo escritório funcionava em Miritituba, existem questionamentos a respeito da construção de casas pelo governo em assentamentos do órgão e os produtores rurais que moram nas vicinais que onde foram feitos trabalhos com dinheiro repassado pelo INCRA querem falar a respeito da péssima qualidade do servido realizado em quase todas elas.
quarta-feira, março 17, 2010
segunda-feira, março 15, 2010
4º quadrimestre
Na prestação de contas da Prefeitura de Itaituba, sexta passada na Câmara, foi informado que o município recebeu mais de 94 milhões de reais em 2009.
Perguntado se a Prefeitura estava pagando o imposto conhecido como Patronal, junto ao INSS, foi informado pelo contador, que dos concursados está tudo em dia. Entretanto, falou que há pendências de temporários, ressaltando que quem se sentir prejudicado deve procurar a Prefeitura.
Então, tá!
Perguntado se a Prefeitura estava pagando o imposto conhecido como Patronal, junto ao INSS, foi informado pelo contador, que dos concursados está tudo em dia. Entretanto, falou que há pendências de temporários, ressaltando que quem se sentir prejudicado deve procurar a Prefeitura.
Então, tá!
Aduência Pública da Celpa
Ainda não tem data definida, mas, será marcada para o mais breve possível uma audiência pública para tratar dos problemas ocasionados pelo serviço de distribuição de energia elétrica pela Rede Celpa.
O presidente da Câmara, vereador Hilton Aguiar disse ao blog que são inúmeras as reclamações de consumidores, de toda ordem.
As oscilações constantes causam prejuízos a empresas e aos domicílios, queimando eletrodomésticos e outros equipamentos eletroeletrônicos. Há, também, muitas reclamações a respeito das faturas mensais e de comunidades que ficam dois, três ou até quatros dias ser energia, quando ocorre alguma queda na rede.
Não vai faltar gente para reclamar.
O presidente da Câmara, vereador Hilton Aguiar disse ao blog que são inúmeras as reclamações de consumidores, de toda ordem.
As oscilações constantes causam prejuízos a empresas e aos domicílios, queimando eletrodomésticos e outros equipamentos eletroeletrônicos. Há, também, muitas reclamações a respeito das faturas mensais e de comunidades que ficam dois, três ou até quatros dias ser energia, quando ocorre alguma queda na rede.
Não vai faltar gente para reclamar.
CGU na Câmara
Neste terça-feira, 16/03, a equipe da Controladoria Geral da União que está em Itaituba, visitará a Câmara Municipal.
No Legislativo está marcada uma reunião do pessoal da CGU com todos os vereadores. A fiscalização que está sendo feita em Itaituba restringe-se à Prefeitura.
No Legislativo está marcada uma reunião do pessoal da CGU com todos os vereadores. A fiscalização que está sendo feita em Itaituba restringe-se à Prefeitura.
PF apura denúncias
A Polícia Federal está apurando denúncias a respeito de empresas de Itaituba que estariam se beneficiando de contratos com a Prefeitura. O foco está num contrato de R$ 4 milhões, cuja licitação foi constestada na Justiça.
Um testa de ferro da empresa envolvida nesse contrato foi ouvido.
Um testa de ferro da empresa envolvida nesse contrato foi ouvido.
A volta da América do Sul de moto - A Expedição, tintim por tintim - Capítulo 23
Escoltados por um batedor solitário, entramos em Itapiranga perto de cinco da tarde. A irmã do Jadir, a Rita, já estava nos esperando. Depois de uns chopes que eles tomaram, acompanhados do Miguel, cunhado do meu parceiro de viagem, fomos para a casa deles, que foram nossos anfitriões por quatro dias muito agradáveis. Na medida em que a noite foi chegando, mesmo sendo pleno meado de novembro, a temperatura caiu bastante. Seu Arno, pai do Jadir e mais o Flávio, professor que trabalho com ele na FAT, em Itaituba, chegaram para o churrasco que o Miguel preparou, o qual rolou até depois de meia-noite, regado a chope. Afinal de constas, fazia tempo que meu amigo não se encontrava com seus familiares e com os amigos de lá, além do que os viajantes tinham muita coisa para contar da viagem.
16.11.2008 – Levantamos depois das nove da manhã, já com programação completa para o domingo. Pegamos as motos e fomos até a Linha Santo Antônio. Aqui cabe uma explicação para os leitores: linha, para o pessoal daquela parte do Brasil significa uma comunidade. Chegando lá, encontramos uma enorme festa rolando, com um grupo musical tocando música regional e muita gente dançando, enquanto tantos outros comiam. Fiquei meio deslocado, porque entre todo aquele pessoal, eu só conhecia o Jadir, mas logo me enturmei, pois fui bem acolhido por todos. Pude confirmar a força da colônia alemã. Praticamente todo mundo em Itapiranga fala alemão. É comum a gente chegar onde há algumas pessoas reunidas, todas falando alemão com a maior naturalidade. Impressionou-me o tamanho da churrasqueira e quantidade de carne colocada na mesma. Outra coisa que chamou muito minha atenção foi o tamanho e a estrutura dos clubes sociais das comunidades do interior. A sede onde fomos tem dois pavimentos, liberada pelo Corpo de Bombeiros para mais de mil pessoas. Isso é comum por lá.
Neste dia 16 de novembro recebi um recado do amigo Jubal, passado por minha mulher Marlene. Ele mandou dizer para nós voltarmos por Belém, onde deveríamos embarcar nossas motos lá, com destino a Santarém e depois para Itaituba, retornando de avião da capital do Estado. De jeito nenhuma deveríamos enfrentar a parte de terra da Transamazônica, uma vez que existia muito perigo de assalto. Havia algumas histórias de caminhoneiros que tinham ficado só de cuecas, ônibus eram assaltados com certa freqüência, além de alguns homicídios. Mas, nós estávamos determinados a chegar a Itaituba em cima de nossas motos.
Em Itapiranga, pela primeira vez na viagem, desde Manaus, minha moto passou por uma revisão mais detalhada, tendo sido trocado o kit (corrente, coroa e pinhão), pastilhas do freio traseiro, pois eu cheguei lá quase sem freio, foi limpo o filtro de ar e foi trocado o óleo do motor. O pessoal da Transcar, a concessionária Yamaha da cidade foi muito legal, pois além de ter concedido um bom desconto nas peças, não cobrou a mão de obra. O Jadir conhece todo mundo na cidade e isso facilitou as coisas. Fiquei a segunda-feira a pé, o que me deu a oportunidade de conhecer o comércio da cidade com tranqüilidade. Visitei algumas lojas apenas para abelhudar.
Um pouco sobre a cidade - Itapiranga nasceu da idéia dos dirigentes da Sociedade União Popular, do Rio Grande do Sul, de criar um núcleo de colonização para germânicos católicos na década de 1920. Depois de percorrer 150 km em embarcações rústicas, navegando pelos rios da Várzea e Uruguai, os desbravadores, chefiados pelo missionário padre Max Von Lassberg, chegaram a Porto Novo, que em 10 de abril de 1926 se transformaria em Itapiranga – “pedra vermelha” em tupi-guarani. Loliza-se na margem direita do Rio Uruguai.
A cidade de Itapiranga é um minúsculo município do Sudoeste de Santa Catarina, com uma área de apenas 280 km2. Cabe 221,5 vezes dentro do território de Itaituba. Mas, a renda per capta da população é de R$ 22.447,00, enquanto a de Itaituba é de R$ 4.686,00. Tinha naquele período, e de lá para cá deve ter mudado muito pouco, cerca de sete mil habitantes. É um lugar onde a gente não vê um papel de bombons jogado na rua. A rua do comércio é toda ajardinada, sendo cuidada diariamente. Dá gosto de ver. O revelo é bastante acidentado. Lá, só não trabalha quem não quer, pois a oferta de empregos é expressiva. Estão instaladas na cidade, empresas multinacionais, além de outras nacionais. Empresas do porte da Cargil, da Bunge e da Seara geram muitas centenas de empregos. Só a Seara empregava na época, mais de três mil pessoas. Diariamente chegam dezenas de ônibus de cidades próximas, lotados de trabalhadores, conquanto Itapiranga não tem mão de obra suficiente para preencher todas as vagas. A suinocultura, a criação de frangos e a pecuária leiteira são pilares da economia de Itapiranga, cuja população tem uma qualidade de vida muito boa. Isso vale, tanto para a cidade, quanto para o interior. Produtores rurais têm boas casas de alvenaria, com energia elétrica, água encanada, TV por assinatura, um bom carro na garagem, máquinas agrícolas, mesmo tendo eles pequenas propriedades. Eles utilizam métodos modernos de cultivo da terra. Por isso, têm uma alta produtividade.
O Miguel, cunhado do Jadir, disse que nós éramos malucos, pois estávamos viajando com quase nenhuma estrutura. Na ocasião eu contei a ele o episódio ocorrido em Paso de Jama, na fronteira da Argentina com o Chile, já em território argentino. Lá nós encontramos meia dúzia de motoqueiros uruguaios, todos endinheirados. O mais pobre pilotava uma 350 cilindradas. Dois ou três estavam em motos 1.200 cilindradas. Contavam com carro de apoio com tudo do bom e do melhor. Fomos conversar com eles, que ficaram muito admirados com a nossa coragem e determinação. O Jadir disse a um deles: “quero ver vocês enfrentarem a jornada em motos do porte das nossas. Nessas de vocês e com toda essa infra-estrutura é moleza”. E eles só iriam percorrer algo em torno de uns cinco mil quilômetros.
Ainda naquela segunda-feira, 17 de novembro, nós fomos até a Rádio Itapiranga AM para sermos entrevistados ao vivo. Fiquei impressionado com a audiência da emissora, pois quando saímos de lá fomos cumprimentados por várias pessoas que tinham ouvido nossa entrevista. Quem não sabia ficou sabendo da história dos dois loucos do Pará. Ficamos mais três dias na cidade, descansando. Nesse ínterim surgiu o convite para a gente fazer uma palestra FAI (Faculdade de Itapiranga), que é um complexo enorme, com uma série de cursos. Para lá vão, além dos filhos da cidade, estudantes de diversos outros municípios. Mas, isso fica para o próximo capítulo.
Esta matéria está na edição do Jornal do Comércio que circulará amanhã de manhã
Emílio, um decano da comunicação
Emilio Carlos Piccardo nasceu na cidade de Londrina, Paraná, no dia 28 de março de 1949. Ele é um decano da comunicação em Itaituba, tendo atuado ao longo de sua vida profissional, no rádio na TV e na imprensa escrita. É o profissional do ramo, há mais tempo em atividade. Emílio conversou com a reportagem do Jornal do Comércio sobre sua trajetória de vida, da qual quase a metade tem sido dedicada a Itaituba.
JC – Como foi sua infância?
Emílio - Minha infância e juventude foram em londrina no Paraná. Meu pai, imigrante italiano; minha mãe, alagoana, num lar muito harmonioso. Sou duma época que não existia o crack, não se falava em AIDS, em drogas, em AR-15. Época em que a gente vivia muito bem.
JC – Quanto aos estudos
Emilio - Todos os estudos eu conclui em Londrina. Ao concluir o cientifico, na época, ingressei na Universidade Federal de Londrina, onde eu estudei até o ultimo ano de Direito. Fiquei afastado alguns anos e fui jubilado. Portanto, eu não tenho terceiro grau completo.
JC – Começou a trabalhar quando ainda estudava?
Emilio - No período que eu era estudante eu fui bancário, no Banco ....., de São Paulo, depois eu ingressei no banco Bamerindus, que hoje e o HSBC, onde eu trabalhei por um ano mais ou menos, e trabalhei em varias emissoras de rádio.
JC – Lembra dos anos em que passou por esses empregos?
Emilio - Eu trabalhei em um banco de São Paulo de 1968 a 1974, depois eu fui pra Xerox do Brasil, onde trabalhei de 1974 a 1979; no HSBC eu trabalhei de 1979 a 1980. Nesse período eu já tinha atividades no radio. Trabalhei na Radio Londrina e na Rádio Difusora. A minha primeira experiência no radio foi na Radio Londrina, ZD4. Minha primeira experiência foi no ano de 1966. Eu era responsável pela discoteca da radio.
JC – Ainda em Londrina, na comunicação, trabalhou somente no rádio?
Emilio - Não eu tive uma passagem muito rápida e pequena na TV Curuá de Londrina afiliada a Rede Globo.
JC – Quando se deu a vinda para o Estado do Pará? Foi direto para Itaituba?
Emilio - Foi diretamente para Itaituba. Minha vinda deu-se através do seu João Ferreira, que na época era dono da Agencia Flip Táxi Aéreo, no ano de 1980. Ele era meu conterrâneo e eu já o conhecia. Eu já tinha estado em Itaituba há cinco anos, em 1975, passeando. Um dia eu estava em Londrina batendo papo e a senhora dele, D. Eunice, que tinha um escritório chamado Organização Pará, no prédio residencial do Truth. Ela precisava de uma pessoa para trabalhar no escritório de contabilidade, fez o convite, eu vim para ficar três meses e não saí mais daqui.
JC – O que lhe motivou a vir conhecer Itaituba?
Emilio - O que me motivou foi que eu queria conhecer a Amazônia ate então eu conhecia Manaus e Belém. Vim por meio de um piloto de nome Valter, que morreu aqui num acidente aéreo. Ele me trouxe para cá. Fiquei aqui 90 dias, gostei e voltei em 80 e nunca mais sair daqui.
JC – Não lhe assustou o clima de faroeste que existia na época em Itaituba?
Emilio - Seu eu disser que não me assustou, estaria faltando com a verdade. Assustou-me, realmente, pois eu vinha de uma região onde o crime existe, existiu e vai existir sempre, mais não era da forma que existia aqui. Enquanto o índice de criminalidade em Londrina naquela época era baixíssimo, aqui era altíssimo. Quase todo dia eram mortos dois, quatro, cinco ou mais em Itaituba. Mas, o salário era tentador.
JC – Por quanto tempo você ficou trabalhando no escritório?
Emilio – Até o final de 1983, inicio de 84 pra ser mais exato, nessa época eu já apresentava o jornal da TV Itaituba canal 6.
JC – Quando você passou a trabalhar em na televisão?
Emilio - Eu trabalhava no escritório da Organização Pará durante o dia todo e apresentava o jornal na TV Itaituba canal 6 aonde, onde funcionou a Rádio Itaituba (antigo Chapéu do Povo). Fui efetivado na TV Itaituba como gerente da mesma no ano de 1984 ficando ate 1985, quando infelizmente ela foi lacrada pelo DENTEL.
JC – Você começou logo como apresentador de telejornal?
Emilio – Não. Como apresentador eu comecei em 1982. Tendo passado dois anos nessa função, para depois assumir direção da emissora.
JC – Que lembranças você tem daquele tempo?
Emilio – Primeiro, eu me sinto orgulhoso de ter participado do inicio daquela atividade, uma vez que Itaituba tem um ditado que diz que tudo veio de maneira diferenciada. A TV veio primeiro que o Radio, o avião chegou primeiro do que carro e por ai vai. O Jornal Nacional, naquela época vinha gravado de Belém e nós exibíamos aqui com três dias de atraso. Por volta de 1984 para 1985 nós passamos a receber o sinal da Embratel, que era ali na 4º Rua, onde hoje é a Oi. Nós esticamos um cabo que saía da Embratel. passava pela Transamazônica e ia ate a TV. Era tudo muito difícil. O jornal na época era patrocinado pela Prefeitura Municipal de Itaituba, na administração de Francisco Xavier Lages de Mendonça (Fran Mendonça). Eu tenho boas recordações daquele tempo. Não havia celular, não se tinha fax, a internet ainda não existia. O que nos tínhamos aqui na época que eu me recordo, era o telex. Trabalhavam além de mim, o Aroldo Pedrosa, o Lobo, que está agora no SBT em Belém, a Marilene, que continua na Prefeitura, na assessoria, a Nazaré, o Ivan Araújo que também é da mesma época. Ele tinha cabelo e eu não tinha cabeça branca.
JC – Além do episódio da cobra, que você já contou, mas que é bom contar de novo, que coisas engraçadas aconteceram naquele tempo?
Emilio - Houve uma seqüência de crimes num determinado período. Eu fiz um comentário sobre esses crimes e uma pessoa que eu agradeço muito, e que há muito tempo eu não vejo chamado Iraí, filho do Pai Velho, chegou na TV por volta de 4 horas da tarde e falou que eu tinha que tomar muito cuidado, porque o que eu tinha falado havia incomodado gente da pesada. No outro dia, cedo, eu viajei para Londrina, onde eu fiquei por dois meses, por medida de precaução. O comentário que fiz foi sobre uma pessoa que não está mais viva. Ela nunca me ameaçou, mas tinha aquelas pessoas que eram amigas da mesma, que começaram a levar conversa. O camarada interpretou pelo lado errado. Depois eu voltei, conversei com ele e ficou tranqüilo. Essa pessoa chamava-se Miguel Apinajés e esse foi o momento que mais marcou a minha vida.
O caso da cobra foi engraçado. De vez em quando eu lembro e fico sorrindo. Eu apresentava na época, o Jornal da Globo (local), que era ao vivo. Naquela época nós fazíamos ao vivo. Nosso sistema de operação era Matic, que já era um sistema avançado aqui em Itaituba. Foi um investimento que o Chico Caçamba, o Altamiro e o finado Samuca fizeram na emissora. Eu estava apresentando o Jornal da Globo. Era mais de meia-noite no horário local e as instalações físicas da emissora eram muito acanhadas, muito pequenas, mesmo. Ali o calor era demais; então a gente ficava com as portas abertas. Estávamos no momento, eu e o operador. Eu sentava num determinado local no estúdio, ficava uma câmera fixa e o operador deixava correr. Eu estava apresentando o jornal quando vi alguma coisa se mexendo, quando fixei o olhar vi que era uma cobra, adentrando ao estúdio; eu vendo aquela cobra entrando, que não era nada. Comecei a dizer para o operador: olha a cobra, ele tinha deitado um pouquinho embaixo da mesa de áudio não ouviu nada porque estava sem retorno do meu áudio. E a cobra continuou se aproximando, até que uma hora eu fiquei em pé. Eu estava de bermuda, paletó e gravata. Dentro do estúdio a cobra bateu no tripé onde estava a câmera, que saiu do enquadramento e ficou me pegando da cintura pra cima. Foi uma confusão daquelas. Conseguimos matar a cobra, que tinha mais de 3 metros de comprimento. Não era uma cobra venenosa, mas ela causou muito espanto e surpresa para muito gente que estava nos assistindo naquele momento. Eu tive que agüentar essa historia da cobra por um bom tempo.
JC – Algum outro fato pitoresco de sua vida profissional?
Emilio - Eu lembro de um outro caso, quando chegou aqui a expedição do Jacque Cousteau. Ele e o filho dele, Henri Michel, com o navio oceanográfico Calypso, helicóptero, e todo aquele esquema que ele tinha. Numa sexta-feira, lá nas dependências do Carrapicho, ali na Marechal Rondon, estava o Henri Michel. Eu assumi o compromisso de entrevistá-los (pai e filho), no sábado às 08:00 da manhã. Só que eu cheguei de 09:30 para 10:00 horas. Os dois estavam no porto da balsa, no Calypso, que com a boina vermelha; eles estavam vermelhos, de raiva e pelo sol escaldante. Eu me aproximei do Jacque Cousteau para entrevistá-lo e ele nervoso me chamava de “monsieur”, não quero mais dar entrevista, chamou-me de tratante; não teve jeito, ele não concedeu a entrevista, de jeito nenhum, bravo, em função do meu atraso e ele tinha suas razões. Deixei de pegar uma entrevista histórica por causa desse fato.
JC – Depois que a TV foi lacrada, em 1985, o que você foi fazer?
Emilio - Quando ela foi lacrada pelo DENTEL, fui convidado para trabalhar com empresário Aldo Inácio, o Seu Mané, a quem eu devo muito respeito, pois comigo ele foi um homem digno e eu correspondi à altura graças a Deus. Eu fui trabalhar com Seu Mané, sem carteira assinada. Eu era relações publicas das impressas dele, onde fiquei de 1985 até 1988, quando eu saí para ser candidato a vereador, tendo conseguido me eleger.
JC – Quando você começou sua atividade política?
Emilio - Comecei em 1982 fazendo as primeiras reuniões do PT. Sou uns dos fundadores do PT em Itaituba. Eu fui, primeiro, candidato a prefeito de Itaituba, para depois ser candidato a vereador. Fui candidato a prefeito de Itaituba quando aqui era Área de Segurança Nacional, em 1985. O professor Anésio Ribeiro foi meu vice.
JC – Houve momento em que você achou que dava para ganhar?
Emilio - Nos achávamos que tínhamos condições, pelo seguinte motivo: existia uma animosidade muito grande entre a outra chapa e o Silvio Macedo, que era candidato do PMDB, cujo vice era o professor Felipe Melo. Criaram uma polarização entre eles (eles quem?) Enquanto isso, eu e o professor Anésio estávamos correndo por fora, o famoso cavalo pangaré, que de repente tinha condições de chegar na frente. Só que nós esperávamos que o Alexandre Primo que foi candidato a prefeito, tendo Teófilo furtado como seu vice, tivesse uma votação boa. Infelizmente a candidatura deles não decolou, a nossa também não, e com isso o Silvio foi o prefeito eleito.
JC – Além da fraca votação da chapa liderada pelo José Alexandre Primo, o que mais faltou para sua campanha ser vitoriosa?
Emilio - Faltou dinheiro na minha campanha. Eu só tinha um carro, o qual foi cedido pelo o comandante Machado, uma C10, que tinha escrito no capô “Duro na queda”. Ali era a minha casa. A gente rodava, comia o que as pessoas davam pra gente pela Transamazônica, Santarém-Cuiabá e tantas vezes dormíamos, como comíamos no carro. Foi assim a campanha toda. Mas, apesar de tudo fomos bem votados. Não fez vergonha. Pela falta de condições financeiras, foi uma grande vitória.
JC – Lembra quanto por cento dos votos teve sua chapa?
Emilio – Não. Não lembro de quantos votos eu tive na época. Na eleição seguinte eu me elegi vereador com 448 votos, um dos mais votados da época; inclusive virei presidente da Câmara, de 1989 a 1990.
JC - Você considera essa pagina da política em termos de candidatura uma pagina virada, ou não?
Emilio - Eu gosto da política eu estou ausente há muitos anos, até pela função que ocupo na emissora (TV Liberal), mas, não descarto a possibilidade. Quem sabe no futuro eu possa voltar novamente.
JC - Depois que você saiu da vereança, o que você passou a fazer?
Emilio – Bom, eu deixei a câmara no dia 1º de janeiro de 1993. Tirei uns meses para descansar e no 3 de abril de 1993, atendendo ao convite de Sebastião Lima, o Sabá, do barco Natureza, fui trabalhar na TV Muiraquitã, hoje TV Liberal de Itaituba. Vou completar 17 anos de casa, dia 13 de abril de 2010. Por aqui tem sido bom. Não reclamo de nada. Tenho uma forma de ver a vida pela qual eu não me arrependo de nada do que eu fiz. Eu acho que tudo teve um motivo, até os erros. Tenho dois filhos formados, tenho uma filha que vai se formar, minha esposa Lurdes de Fátima Soares Piccardo futuramente se aposenta, meus dois filhos Tiago Soares Piccardo hoje trabalha em Jacareacanga, Emilio Carlos Piccardo Junior já recebeu seu diploma e tenho uma filha que está no segundo ano de Direito, a Rafaela Soares Piccardo, além de um neto Cauã completou no dia 25 de novembro, três anos de idade.
JC – Quais são os planos do Emílio para o futuro próximo e em longo prazo?
Emilio - Para 2010 eu estou sentido que eu devo dar uma repensada na minha vida, tanto em termos de trabalho, pois já vou fazer 61 anos. Eu acho que mais do que justo alguém vir a me substituir neste trabalho. Futuramente, quem sabe tentarei uma volta à vida publica. existem convites de alguns amigos, de algumas pessoas, alguns grupos. Não sou filiado a nenhum partido, há aproximadamente oito anos.
JC – Qual o paralelo que você traça entre a imprensa que se faz hoje e a que se fazia nos anos 80?
Emilio - Da imprensa daquela época para imprensa de hoje, é como se fosse antes de Cristo e depois de Cristo. Hoje, os companheiros da imprensa talvez não passassem pelo o que eu passei. Como eu disse antes, houve um momento da minha vida em que eu tive que sair às pressas daqui de Itaituba. Então, hoje eu vejo que a situação está uma maravilha; temos a liberdade de expressão para criticar o presidente da Republica, criticar o Obama, o prefeito municipal, criticar o presidente da Câmara. A imprensa em Itaituba evoluiu bastante.
JC – Além da vez que teve que sair às pressas para Londrina, em alguma outra situação sentiu-se ameaçado?
Emilio – Não. Graças a Deus, não. Eu sempre tive o respeito das pessoas de Itaituba, daquelas que já se foram e daquelas que aqui estão. Sempre tive um respeito muito aqui na cidade. Só teve aquele incidente, que não foi nem originado, nem mesmo pela pessoa citada anteriormente, mais por alguém que estava do lado dela.
JC – Seu projeto de vida inclui continuar morando em Itaituba?
Emilio - Não me passa pela cabeça eu deixar mais Itaituba. Até pelo meu tempo de vida aqui. Aqui eu conheci a minha esposa, aqui eu constitui minha família, aqui eu tenho meus amigos. É um desejo meu, que após a minha morte, que eu seja sepultado aqui e aqui eu fique pra eternidade.
JC – Nesse tempo todo de Itaituba, conhece alguma história interessante relacionada com o garimpo?
Emilio - Eu lembro de um fato, de um pessoa chamada Chico Índio, que morava em Itaituba. Ele ficava meses no garimpo. Quando vinha com ouro e vendia, ele amarrava um barbante na calça dele e colocava várias notas e saía pela cidade dizendo que a vida toda ele tinha andado atrás do dinheiro; agora, o dinheiro era que tinha que andar atrás dele. Outra extravagância dele, marcante era que ele fretava cinco ou seis carros no aeroporto na época. Ele ia na frente, parecendo um imperador. Atrás seguia um chapéu panamá num dos carros e uns três ou quatro carros cheio de mulheres do km 6. Ele ficava durante dois ou três dias, dia e noite circulando na cidade. Só parava quando acabava o dinheiro e voltava para o garimpo. Quando pegava mais ouro, vinha novamente e fazia tudo de novo. Chico Índio morreu num acidente de carro, quando vinha de onde hoje é a Maloquinha, com o empresário Paulo da Jandaia. A porta abriu e ele morreu imediatamente.
JC – Como foi sua infância?
Emílio - Minha infância e juventude foram em londrina no Paraná. Meu pai, imigrante italiano; minha mãe, alagoana, num lar muito harmonioso. Sou duma época que não existia o crack, não se falava em AIDS, em drogas, em AR-15. Época em que a gente vivia muito bem.
JC – Quanto aos estudos
Emilio - Todos os estudos eu conclui em Londrina. Ao concluir o cientifico, na época, ingressei na Universidade Federal de Londrina, onde eu estudei até o ultimo ano de Direito. Fiquei afastado alguns anos e fui jubilado. Portanto, eu não tenho terceiro grau completo.
JC – Começou a trabalhar quando ainda estudava?
Emilio - No período que eu era estudante eu fui bancário, no Banco ....., de São Paulo, depois eu ingressei no banco Bamerindus, que hoje e o HSBC, onde eu trabalhei por um ano mais ou menos, e trabalhei em varias emissoras de rádio.
JC – Lembra dos anos em que passou por esses empregos?
Emilio - Eu trabalhei em um banco de São Paulo de 1968 a 1974, depois eu fui pra Xerox do Brasil, onde trabalhei de 1974 a 1979; no HSBC eu trabalhei de 1979 a 1980. Nesse período eu já tinha atividades no radio. Trabalhei na Radio Londrina e na Rádio Difusora. A minha primeira experiência no radio foi na Radio Londrina, ZD4. Minha primeira experiência foi no ano de 1966. Eu era responsável pela discoteca da radio.
JC – Ainda em Londrina, na comunicação, trabalhou somente no rádio?
Emilio - Não eu tive uma passagem muito rápida e pequena na TV Curuá de Londrina afiliada a Rede Globo.
JC – Quando se deu a vinda para o Estado do Pará? Foi direto para Itaituba?
Emilio - Foi diretamente para Itaituba. Minha vinda deu-se através do seu João Ferreira, que na época era dono da Agencia Flip Táxi Aéreo, no ano de 1980. Ele era meu conterrâneo e eu já o conhecia. Eu já tinha estado em Itaituba há cinco anos, em 1975, passeando. Um dia eu estava em Londrina batendo papo e a senhora dele, D. Eunice, que tinha um escritório chamado Organização Pará, no prédio residencial do Truth. Ela precisava de uma pessoa para trabalhar no escritório de contabilidade, fez o convite, eu vim para ficar três meses e não saí mais daqui.
JC – O que lhe motivou a vir conhecer Itaituba?
Emilio - O que me motivou foi que eu queria conhecer a Amazônia ate então eu conhecia Manaus e Belém. Vim por meio de um piloto de nome Valter, que morreu aqui num acidente aéreo. Ele me trouxe para cá. Fiquei aqui 90 dias, gostei e voltei em 80 e nunca mais sair daqui.
JC – Não lhe assustou o clima de faroeste que existia na época em Itaituba?
Emilio - Seu eu disser que não me assustou, estaria faltando com a verdade. Assustou-me, realmente, pois eu vinha de uma região onde o crime existe, existiu e vai existir sempre, mais não era da forma que existia aqui. Enquanto o índice de criminalidade em Londrina naquela época era baixíssimo, aqui era altíssimo. Quase todo dia eram mortos dois, quatro, cinco ou mais em Itaituba. Mas, o salário era tentador.
JC – Por quanto tempo você ficou trabalhando no escritório?
Emilio – Até o final de 1983, inicio de 84 pra ser mais exato, nessa época eu já apresentava o jornal da TV Itaituba canal 6.
JC – Quando você passou a trabalhar em na televisão?
Emilio - Eu trabalhava no escritório da Organização Pará durante o dia todo e apresentava o jornal na TV Itaituba canal 6 aonde, onde funcionou a Rádio Itaituba (antigo Chapéu do Povo). Fui efetivado na TV Itaituba como gerente da mesma no ano de 1984 ficando ate 1985, quando infelizmente ela foi lacrada pelo DENTEL.
JC – Você começou logo como apresentador de telejornal?
Emilio – Não. Como apresentador eu comecei em 1982. Tendo passado dois anos nessa função, para depois assumir direção da emissora.
JC – Que lembranças você tem daquele tempo?
Emilio – Primeiro, eu me sinto orgulhoso de ter participado do inicio daquela atividade, uma vez que Itaituba tem um ditado que diz que tudo veio de maneira diferenciada. A TV veio primeiro que o Radio, o avião chegou primeiro do que carro e por ai vai. O Jornal Nacional, naquela época vinha gravado de Belém e nós exibíamos aqui com três dias de atraso. Por volta de 1984 para 1985 nós passamos a receber o sinal da Embratel, que era ali na 4º Rua, onde hoje é a Oi. Nós esticamos um cabo que saía da Embratel. passava pela Transamazônica e ia ate a TV. Era tudo muito difícil. O jornal na época era patrocinado pela Prefeitura Municipal de Itaituba, na administração de Francisco Xavier Lages de Mendonça (Fran Mendonça). Eu tenho boas recordações daquele tempo. Não havia celular, não se tinha fax, a internet ainda não existia. O que nos tínhamos aqui na época que eu me recordo, era o telex. Trabalhavam além de mim, o Aroldo Pedrosa, o Lobo, que está agora no SBT em Belém, a Marilene, que continua na Prefeitura, na assessoria, a Nazaré, o Ivan Araújo que também é da mesma época. Ele tinha cabelo e eu não tinha cabeça branca.
JC – Além do episódio da cobra, que você já contou, mas que é bom contar de novo, que coisas engraçadas aconteceram naquele tempo?
Emilio - Houve uma seqüência de crimes num determinado período. Eu fiz um comentário sobre esses crimes e uma pessoa que eu agradeço muito, e que há muito tempo eu não vejo chamado Iraí, filho do Pai Velho, chegou na TV por volta de 4 horas da tarde e falou que eu tinha que tomar muito cuidado, porque o que eu tinha falado havia incomodado gente da pesada. No outro dia, cedo, eu viajei para Londrina, onde eu fiquei por dois meses, por medida de precaução. O comentário que fiz foi sobre uma pessoa que não está mais viva. Ela nunca me ameaçou, mas tinha aquelas pessoas que eram amigas da mesma, que começaram a levar conversa. O camarada interpretou pelo lado errado. Depois eu voltei, conversei com ele e ficou tranqüilo. Essa pessoa chamava-se Miguel Apinajés e esse foi o momento que mais marcou a minha vida.
O caso da cobra foi engraçado. De vez em quando eu lembro e fico sorrindo. Eu apresentava na época, o Jornal da Globo (local), que era ao vivo. Naquela época nós fazíamos ao vivo. Nosso sistema de operação era Matic, que já era um sistema avançado aqui em Itaituba. Foi um investimento que o Chico Caçamba, o Altamiro e o finado Samuca fizeram na emissora. Eu estava apresentando o Jornal da Globo. Era mais de meia-noite no horário local e as instalações físicas da emissora eram muito acanhadas, muito pequenas, mesmo. Ali o calor era demais; então a gente ficava com as portas abertas. Estávamos no momento, eu e o operador. Eu sentava num determinado local no estúdio, ficava uma câmera fixa e o operador deixava correr. Eu estava apresentando o jornal quando vi alguma coisa se mexendo, quando fixei o olhar vi que era uma cobra, adentrando ao estúdio; eu vendo aquela cobra entrando, que não era nada. Comecei a dizer para o operador: olha a cobra, ele tinha deitado um pouquinho embaixo da mesa de áudio não ouviu nada porque estava sem retorno do meu áudio. E a cobra continuou se aproximando, até que uma hora eu fiquei em pé. Eu estava de bermuda, paletó e gravata. Dentro do estúdio a cobra bateu no tripé onde estava a câmera, que saiu do enquadramento e ficou me pegando da cintura pra cima. Foi uma confusão daquelas. Conseguimos matar a cobra, que tinha mais de 3 metros de comprimento. Não era uma cobra venenosa, mas ela causou muito espanto e surpresa para muito gente que estava nos assistindo naquele momento. Eu tive que agüentar essa historia da cobra por um bom tempo.
JC – Algum outro fato pitoresco de sua vida profissional?
Emilio - Eu lembro de um outro caso, quando chegou aqui a expedição do Jacque Cousteau. Ele e o filho dele, Henri Michel, com o navio oceanográfico Calypso, helicóptero, e todo aquele esquema que ele tinha. Numa sexta-feira, lá nas dependências do Carrapicho, ali na Marechal Rondon, estava o Henri Michel. Eu assumi o compromisso de entrevistá-los (pai e filho), no sábado às 08:00 da manhã. Só que eu cheguei de 09:30 para 10:00 horas. Os dois estavam no porto da balsa, no Calypso, que com a boina vermelha; eles estavam vermelhos, de raiva e pelo sol escaldante. Eu me aproximei do Jacque Cousteau para entrevistá-lo e ele nervoso me chamava de “monsieur”, não quero mais dar entrevista, chamou-me de tratante; não teve jeito, ele não concedeu a entrevista, de jeito nenhum, bravo, em função do meu atraso e ele tinha suas razões. Deixei de pegar uma entrevista histórica por causa desse fato.
JC – Depois que a TV foi lacrada, em 1985, o que você foi fazer?
Emilio - Quando ela foi lacrada pelo DENTEL, fui convidado para trabalhar com empresário Aldo Inácio, o Seu Mané, a quem eu devo muito respeito, pois comigo ele foi um homem digno e eu correspondi à altura graças a Deus. Eu fui trabalhar com Seu Mané, sem carteira assinada. Eu era relações publicas das impressas dele, onde fiquei de 1985 até 1988, quando eu saí para ser candidato a vereador, tendo conseguido me eleger.
JC – Quando você começou sua atividade política?
Emilio - Comecei em 1982 fazendo as primeiras reuniões do PT. Sou uns dos fundadores do PT em Itaituba. Eu fui, primeiro, candidato a prefeito de Itaituba, para depois ser candidato a vereador. Fui candidato a prefeito de Itaituba quando aqui era Área de Segurança Nacional, em 1985. O professor Anésio Ribeiro foi meu vice.
JC – Houve momento em que você achou que dava para ganhar?
Emilio - Nos achávamos que tínhamos condições, pelo seguinte motivo: existia uma animosidade muito grande entre a outra chapa e o Silvio Macedo, que era candidato do PMDB, cujo vice era o professor Felipe Melo. Criaram uma polarização entre eles (eles quem?) Enquanto isso, eu e o professor Anésio estávamos correndo por fora, o famoso cavalo pangaré, que de repente tinha condições de chegar na frente. Só que nós esperávamos que o Alexandre Primo que foi candidato a prefeito, tendo Teófilo furtado como seu vice, tivesse uma votação boa. Infelizmente a candidatura deles não decolou, a nossa também não, e com isso o Silvio foi o prefeito eleito.
JC – Além da fraca votação da chapa liderada pelo José Alexandre Primo, o que mais faltou para sua campanha ser vitoriosa?
Emilio - Faltou dinheiro na minha campanha. Eu só tinha um carro, o qual foi cedido pelo o comandante Machado, uma C10, que tinha escrito no capô “Duro na queda”. Ali era a minha casa. A gente rodava, comia o que as pessoas davam pra gente pela Transamazônica, Santarém-Cuiabá e tantas vezes dormíamos, como comíamos no carro. Foi assim a campanha toda. Mas, apesar de tudo fomos bem votados. Não fez vergonha. Pela falta de condições financeiras, foi uma grande vitória.
JC – Lembra quanto por cento dos votos teve sua chapa?
Emilio – Não. Não lembro de quantos votos eu tive na época. Na eleição seguinte eu me elegi vereador com 448 votos, um dos mais votados da época; inclusive virei presidente da Câmara, de 1989 a 1990.
JC - Você considera essa pagina da política em termos de candidatura uma pagina virada, ou não?
Emilio - Eu gosto da política eu estou ausente há muitos anos, até pela função que ocupo na emissora (TV Liberal), mas, não descarto a possibilidade. Quem sabe no futuro eu possa voltar novamente.
JC - Depois que você saiu da vereança, o que você passou a fazer?
Emilio – Bom, eu deixei a câmara no dia 1º de janeiro de 1993. Tirei uns meses para descansar e no 3 de abril de 1993, atendendo ao convite de Sebastião Lima, o Sabá, do barco Natureza, fui trabalhar na TV Muiraquitã, hoje TV Liberal de Itaituba. Vou completar 17 anos de casa, dia 13 de abril de 2010. Por aqui tem sido bom. Não reclamo de nada. Tenho uma forma de ver a vida pela qual eu não me arrependo de nada do que eu fiz. Eu acho que tudo teve um motivo, até os erros. Tenho dois filhos formados, tenho uma filha que vai se formar, minha esposa Lurdes de Fátima Soares Piccardo futuramente se aposenta, meus dois filhos Tiago Soares Piccardo hoje trabalha em Jacareacanga, Emilio Carlos Piccardo Junior já recebeu seu diploma e tenho uma filha que está no segundo ano de Direito, a Rafaela Soares Piccardo, além de um neto Cauã completou no dia 25 de novembro, três anos de idade.
JC – Quais são os planos do Emílio para o futuro próximo e em longo prazo?
Emilio - Para 2010 eu estou sentido que eu devo dar uma repensada na minha vida, tanto em termos de trabalho, pois já vou fazer 61 anos. Eu acho que mais do que justo alguém vir a me substituir neste trabalho. Futuramente, quem sabe tentarei uma volta à vida publica. existem convites de alguns amigos, de algumas pessoas, alguns grupos. Não sou filiado a nenhum partido, há aproximadamente oito anos.
JC – Qual o paralelo que você traça entre a imprensa que se faz hoje e a que se fazia nos anos 80?
Emilio - Da imprensa daquela época para imprensa de hoje, é como se fosse antes de Cristo e depois de Cristo. Hoje, os companheiros da imprensa talvez não passassem pelo o que eu passei. Como eu disse antes, houve um momento da minha vida em que eu tive que sair às pressas daqui de Itaituba. Então, hoje eu vejo que a situação está uma maravilha; temos a liberdade de expressão para criticar o presidente da Republica, criticar o Obama, o prefeito municipal, criticar o presidente da Câmara. A imprensa em Itaituba evoluiu bastante.
JC – Além da vez que teve que sair às pressas para Londrina, em alguma outra situação sentiu-se ameaçado?
Emilio – Não. Graças a Deus, não. Eu sempre tive o respeito das pessoas de Itaituba, daquelas que já se foram e daquelas que aqui estão. Sempre tive um respeito muito aqui na cidade. Só teve aquele incidente, que não foi nem originado, nem mesmo pela pessoa citada anteriormente, mais por alguém que estava do lado dela.
JC – Seu projeto de vida inclui continuar morando em Itaituba?
Emilio - Não me passa pela cabeça eu deixar mais Itaituba. Até pelo meu tempo de vida aqui. Aqui eu conheci a minha esposa, aqui eu constitui minha família, aqui eu tenho meus amigos. É um desejo meu, que após a minha morte, que eu seja sepultado aqui e aqui eu fique pra eternidade.
JC – Nesse tempo todo de Itaituba, conhece alguma história interessante relacionada com o garimpo?
Emilio - Eu lembro de um fato, de um pessoa chamada Chico Índio, que morava em Itaituba. Ele ficava meses no garimpo. Quando vinha com ouro e vendia, ele amarrava um barbante na calça dele e colocava várias notas e saía pela cidade dizendo que a vida toda ele tinha andado atrás do dinheiro; agora, o dinheiro era que tinha que andar atrás dele. Outra extravagância dele, marcante era que ele fretava cinco ou seis carros no aeroporto na época. Ele ia na frente, parecendo um imperador. Atrás seguia um chapéu panamá num dos carros e uns três ou quatro carros cheio de mulheres do km 6. Ele ficava durante dois ou três dias, dia e noite circulando na cidade. Só parava quando acabava o dinheiro e voltava para o garimpo. Quando pegava mais ouro, vinha novamente e fazia tudo de novo. Chico Índio morreu num acidente de carro, quando vinha de onde hoje é a Maloquinha, com o empresário Paulo da Jandaia. A porta abriu e ele morreu imediatamente.
Esta matéria vai estar na edição do Jornal do Comércio que circulará amanhã
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