sábado, dezembro 27, 2008

Diniz: não pretendo parar com a política *

Vereador por três mandatos consecutivos, o médico Manoel Diniz não se reelegeu na eleição passada, o que surpreendeu muita, mas muita gente que considerava que ele continuaria dono de uma das onze cadeiras do parlamento municipal. Diniz recebeu a reportagem do Jornal do Comércio para uma longa conversa, na qual fez uma análise de seu desempenho como parlamentar, falou de seu futuro político e abordou outros assuntos atinentes à política.

JC – Na ultima eleição, muita gente considerava que um dos vereadores que teriam vaga garantida na próxima legislatura seria o senhor que tem um trabalho permanente. Na sua avaliação, o que deu errado para que não acontecesse sua reeleição?

Dr. Diniz – Minha avaliação tem sido bem fria, bem pé no chão, em relação ao resultado da eleição; e na nossa visão, realmente, foi o eleitor que não valorizou ou deu a resposta que deveria dar. Segundo o nosso entendimento, o nosso trabalho foi muito bem calculado; era um trabalho sobre o qual tínhamos controle e um planejamento de todo o processo, não só do período de eleição, como dos quatros anos de todo o mandato, procurando transparecer a importância de ser um vereador qualificado, procurando ter um comportamento, que deixa-se claro ao eleitor o valor de ter votado em nós, no mandato passado, nesse que está se encerrando, e após isso, a intenção era dar seqüência ao trabalho.

JC – No período da eleição, nos meios políticos, sempre se falou que o fato da vice-prefeita Antonieta Lima ter se lançado candidata a vereadora seria um fator que poderia atrapalhar muito, porque o senhor sempre teve o apoio dela. Isso foi decisivo para o resultado negativo?

Dr. Diniz – Existe uma boa dose de probabilidade, pois o eleitorado da professora Antonieta, realmente circula muito dentro do meu contexto nosso; lamento quanto ao, Iamax, pessoa a mim chegada, que faz parte da nossa amizade, o que faz com que muitos eleitores ligadas a ele, sejam também chegados a mim.

JC – Sempre se fala que o médico sai com uma vantagem considerável em relação a muitos outros profissionais, em função da sua atividade não ter nenhum tipo de restrição por parte da legislação eleitoral. O senhor concorda?

Dr. Diniz – Eu tenho uma avaliação muito critica em relação a isso, desde da minha primeira campanha. Eu não tive apoio da classe medica. Sou rotariano, mas não uso o Rotary na política, sou maçom, mas não uso a maçonaria para isso, sou sindicalizado em quase todo sindicato, mas não uso também essas entidades para me beneficiar. Quanto ao fato de ser de um candidato a vereador ser médico, ele tem poucas vantagens. Na verdade ele tem muito mais trabalho, muito mais cobrança; mas, poucas pessoas reconhecem isso, ou transformam isso em voto.

Tomando Santarém como exemplo, houve uma época que tivemos dez colegas médicos candidatos lá. Nenhum se elegeu; aqui em Itaituba já tivemos vários colegas médicos que foram candidato a vereador e que não também se elegeram. Não e fácil! O eleitor ele tem o seu modo próprio de compreender as coisas. Só tem uma coisa que eu quero deixar bem claro: o eleitor não pode reclamar dos eleitos; quem os elege são eles, tanto prefeito, quanto vereador, deputado, governador, presidente. São eles que elegem, e eles é que depois tem de dizer: esse foi eu que coloquei também lá; eu tenho que entender, que aceitar, que concordar com aquilo que faz quem eu elegi.

JC – Até praticamente no dia da convenção do PMDB, seu nome foi dado como certo para compor a chapa na condição de candidato a vice de Valmir Clímaco. O Dr. Edir terminou sendo o candidato a vice. Daquele processo todo ficou alguma mágoa, ficou algum problema ?

Dr. Diniz – Eu considero que a aposta de ser candidato a vice foi e muito grande. Quanto ao Valmir, ele é uma pessoa com a qual contínuo ter uma afinidade, respeito, e uma consideração muito grande. Espero que ele sinta o mesmo por isso mim e pelos demais companheiros . Eu já estou na vida publica há 16 anos. Isso nos dá uma certa maturidade. Fui secretario de saúde, o único que terminou o mandato todo, só tendo saído para afastar-me a fim de poder ser candidato a vereador na época; esses três mandato de vereador me deram uma maturidade, um equilíbrio, no processo de entendimento da vida publica.

Quanto a ser candidato a candidato a vice, sabíamos do compromisso do Valmir conosco e nosso com o Valmir. Mas, fui muito claro até na hora da decisão em que houve uma dificuldade de escolha . Colocamos a ele muito claro, que ele não podia nem que pensar em ter dificuldade, no caso de optar por uma outra escolha, até por que nossa visão era que o mais importante seria que todo o grupo ganhasse; deixei muito claro para ele e eu acho que ele sabe disso. O importante seria que resultado beneficiasse o coletivo; nunca priorizando o individual. Sempre pensamos assim. Sabíamos que era aquilo que o grupo precisava que acontecesse.

JC – O senhor tem sido um critico freqüente do governo do prefeito Roselito Soares. Qual é sua expectativas para esse segundo mandato que vai começar no mês de janeiro agora que o prefeito não vai ter que se preocupar com reeleição?

Dr. Diniz – Eu continuo na expectativa, porém, bastante crítico, independente de ter ou não uma tribuna, ou de ter um mandato de vereador. As minhas percepções, elas vão continuar sendo ativas, tanto como cidadão, como pessoa ligada à comunidade, como servidor publico que sou, como profissional da saúde pública. Muita vezes, nos falamos para o próprio prefeito e para gente do seu grupo (e tem pessoas do grupo do prefeito que tem esse entendimento), que nossa critica sempre foi no sentido de ser construtiva. Nós nunca procuramos tocar pessoalmente no candidato, enquanto vida pessoal do prefeito, mas, sim no executivo, no administrador que deixou a desejar. Eu ate fiquei supresso no inicio do mandato, quando vi a quantidade de promessas que ele fez, de ideais que podiam ser concretizadas. Eu achava que as coisas iriam acontecer e que eu também iria me surpreender com o trabalho do prefeito. Mas, não aconteceu muito daquilo que eu escute ele falar, que eu ouvi seu grupo prometer, mas não realizou.

Com relação ao prefeito, fui critico durante esses quatro anos, das atitudes que não me agradaram ou não agradaram às pessoas que chegavam e me faziam porta voz dessas reivindicações. Eu acho que em relação ao prefeito faltou ele colocar muito mais em prákktica o que prometia, do que só falar em termos de propaganda. No marketing foi apresentada uma administração boa. Isso a atual administração fez muito bem. Mas, em se tratando de executar, aí foi muito ruim e sei muito bem que tem eleitor que votou no prefeito, atualmente, e já se arrependeu, porque achou que aquelas palavras, aquelas informações, aquelas promessas que não foram cumpridas ou que não vão ser cumpridas, realmente agora vão deixa de ser realizar.

JC – Então, o senhor não tem uma expectativa positiva quanto o segundo mandato.

Dr. Diniz – Prefiro esperar para ver e falar depois. Vou fazer essa reavaliação depois; mas, eu continuo achando que se ele não conseguiu fazer, se ele fez muito mais assim um marketing pessoal, se fez propaganda de uma outra realidade; não dessa que a gente está vivendo aqui. Nossa cidade, hoje, tem muitos pontos que são negativos, que faltam ser reparados; que foram prometidos e não conseguiram realizar. Esperamos o melhor para ela. Até os slogans do prefeito, que foram uns quatro ou cinco durante mandato, nenhum deles conseguimos defender.; realmente, existem falhas do executivo, na questão da praticidade na execução das operações.

JC – Sem mandato a partir do dia 31 de dezembro, o senhor pretende acompanhar o desenrolar do próximo mandato do gestor municipal, apenas como observador, ou vai ter alguma atuação efetiva em termos de crítica?

Dr. Diniz – Nós vamos continuar fazendo avaliações. Não vamos fica na defensiva. Como eu falei no inicio, sou sindicalizado a várias entidades. Em todas elas nós temos uma afinidade muito grande e somos sindicalizados atuantes, o que me deixa na obrigação de continuar tendo uma participação social bastante avaliadoras de todos.

JC – Quais são os seus planos para o futuro? Pretende voltar a disputar e para que cargo?

Dr. Diniz – Eu tenho a capacidade de andar com minhas próprias pernas sem depender de uma outra pessoa para bancar uma campanha, que tem custo, tem necessidade de investimento até profissional e pessoal. Eu creio que serei candidato a vereador, novamente, por um partido com o qual eu tenha afinidade, esperando poder me eleger. Depois pode vir a disputa pela Prefeitura.

JC – Alguma possibilidade do Dr. Diniz estar envolvido no próximo processo eleitoral para deputado estadual como possível candidato?

Dr. Diniz – Até posso pensar numa possibilidade dessa no futuro, mas, no momento que estamos, não e nossa intenção participar duma disputa para deputado estadual. Claro que colaborar com alguém que possa disputar, que possa disputar e se eleger e colaborar com o município nos não podemos fugir dessa regra; mas, no momento a nossa intenção e uma disputa mais domiciliar.

JC – O que fica de positivo e de negativo do mandato, na avaliação do Dr. Diniz?

Dr. Diniz – Nessa trajetória, tenho certeza que procurei cumprir minha missão. As coisas que nos poderíamos fazer foram bem calculadas. A gente não trabalhou de maneira aleatória; eu trabalhei dentro das minhas condições; procurei crescer no processo. Acredito que o eleitorado, a população, devem ter percebido isso. Trabalhei com muito cuidado para não mistura lado profissional com lado político. A população, às vezes, não entendeu isso; não lembra que um profissional tem limites; o político, também. O ser humano tem seus cansaços, suas necessidades, que muitas vezes não foram respeitados. Essa foi a parte negativa.

As pessoas não compreendem quando e o que se pode dar e o que não se pode. Esquecem que o outro lado tem suas necessidades, seus limites de crescimento, suas necessidades de recuar e isso nós tivemos o cuidado de não nos destruir totalmente, tanto pessoalmente, de maneira estrutural, empresarial e às vezes o eleitor não entendeu isso. Àqueles que entenderam e que respeitaram esses limites, a gente agradece e parabeniza pelo trabalho que fizeram conosco. Temos grandes admiradores, temos adversários, temos pessoas que não nos entendem e não tem empatia conosco. Ninguém consegue agadar a todo mundo. É assim na política, como é assim na vida.

* Entrevista publicada na edição 76 do Jornal do Comércio, que circulou na véspera de Natal.

Nunca, nunca, nunca desista! *

Wagner Arouca - A sobrevivência é um termo que sempre esteve ligado à conduta humana. Aliás, dos animais e plantas também. Estas últimas precisam da luz do sol e, na disputa, esticam-se ou enrolam-se umas nas outras para botar sua cabecinha sempre acima das outras competidoras. Os animais travam verdadeira luta de vida e morte em busca do alimento, caçando-se mutuamente. Ou seja, estão permanentemente criando estratégias de caça e sobrevivência, vencendo sempre os mais astutos e menos preguiçosos.

Qualquer semelhança conosco não é mera coincidência. Passamos grande parte de nosso tempo sob pressão, que é o chamado estresse, o inevitável. Faz parte dos nossos tempos modernos. Mas, podemos reduzi-lo, melhor ainda, transformá-lo numa oportunidade para mudar completamente nossas vidas. Como se diz na linguagem da sabedoria popular: "levanta, sacode a poeira e da à volta por cima". Todos temos dentro de nós um arsenal de recursos que herdamos para resistir aos impactos da vida. Fomos feitos para resistir, ainda que pareça demais somos capazes de resistir.

A evolução da humanidade nos fez assim, não se render nunca, lutar sempre.
O estresse não vem apenas dos fatos da vida, mas do modo como os interpretamos. Às vezes, uma unha encravada é muito pior do que a perda de um ente querido, por exemplo; o mesmo problema pode ser visto em sentido de forma diferente, por diferentes pessoas. Depende de como cada um trabalhou o seu "dom" para resolver as questões da vida. Para uns tudo é muito fácil de superar, enquanto que para outros o impacto dos obstáculos e das dificuldades é quase insuportável. Veja os exemplos do nosso dia-a-dia. Enquanto alguns ficam chorando pelos cantos, mesmo que justamente, outros estão empenhados em achar soluções e abrir novos negócios, reformando suas lojas, fazendo promoções, treinando seus funcionários, etc. Ou seja, vêem as mudanças mais como oportunidade do que como ameaça. E, sobretudo, diante da derrota ou da frustração nunca perde a esperança.

Não estou dizendo que é fácil, sei o quanto é difícil mudar os hábitos de pensar e agir principalmente em nossa cultura que é bastante tolerante. Por exemplo, nós latinos, desde pequenos somos pegos no colo quando choramos enquanto que crianças européias não. Eles vivem numa sociedade onde a resistência é maior, ou seja, uma dor de cabeça ou uma frustração causada por um insucesso devem ser enfrentadas e superadas sozinhas.
Li outro dia que nossos anticorpos e hormônios protetores começam a baixar rápida e assustadoramente sempre que perdemos nosso equilíbrio e harmonia internos. Com o inverso também ocorrem mudanças, pois nosso sistema imunológico atua melhor quando maior é a sensação de controle em situações que antes eram temidas. Podemos até dizer que para evitar doenças é necessário estar sempre motivado a fazer coisas, correr riscos e exercitar o controle de situações adversas. Parece que acabei de dar "vida longa e sadia" aos colegas J. Parente e Jadir que aplicaram o que foi dito acima para alcançar êxito no seu grandioso e maravilhoso desafio pela América do Sul.

Finalizando, é preciso aprender que coisas, resultados ruins são normais e necessários na vida; ver e avaliar as coisas com menos ansiedade reduz o estresse. Não estou dizendo como cada um deve agir, apenas sei que dentro do "buraco" tudo é mais difícil.
Peça ajuda, conselhos, converse, ouça, leia, enfim, nunca, nunca, nunca desista!
Feliz Natal e um realizador 2009!!
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* Wagner Arouca é empresário e articulista do Jornal do Comércio. Este artigo foi publicado na edição 76, que circulou na véspera de Natal.

Informe JC *

Sensação de insegurança I
A afirmação feita pelo ex-governador Almir Gabriel na campanha eleitoral de 2006, na qual foi derrotado pela atual governadora Ana Júlia, custou a ele muitos votos, pois sua adversária passou o resto da campanha explorando a pisada na bola. Os tucanos deixaram muito a desejar no item segurança pública, pois, alem dos soldos baixos das polícias Civil e Militar, não re-aparelharam ambas convenientemente, nem tampouco promoveram os concursos públicos necessários para que não houvesse tanta falta de pessoal.

Sensação de insegurança II
Passados dois anos que Ana Júlia assumiu, será que mudou muita coisa? Claro que mudou, mas, para pior. Os índices de violência cresceram, as deficiências de equipamentos e de pessoal em nada melhoraram e o tempo trabalha contra a governadora, que precisa agir rápido, ou terá que engolir as críticas feitas, além de ter que ficar na defensiva quando seus adversários na eleição de 2010 virarem suas metralhadoras contra ela, na questão da segurança pública do Estado do Pará.

Sensação de insegurança III
Não bastasse a violência urbana que assusta, sobretudo nos núcleos mais populosos, os órgãos de segurança pública do Pará não conseguem dar uma resposta a essa modalidade de violência contra transporte coletivo em algumas rodovias do Estado, dentre as quais a Transamazônica, onde se registra uma média de um assalto por semana a ônibus intermunicipais, na maior impunidade, pois a polícia nunca consegue prender ninguém. Os passageiros dão graças a Deus quando os bandidos pegam tudo e fogem, pois, de vez em quando eles resolvem sair atirando, mesmo sem a menor reação dos assaltados.

De onde vêm eles? I
Dias 26 e 27 de novembro, de passagem pela cidade de Itupiranga, que fica perto de Marabá, sete quilômetros fora da Br 230, a reportagem do Jornal do Comércio conviveu com o medo de uma população que vive assustada 24 horas por dia, esperando quando vai acontecer o próximo assalto, ou o próximo assassinato. Não se passaram mais que 13 dias para que a agência local do Banco do Brasil voltasse a ser assaltada, com violência brutal. O subgerente foi assassinado, só porque não tinha como abrir o cofre do banco, que obedece à programação eletrônica. Os bandidos colocaram uma arma em sua boca e dispararam.

De onde vêm eles? II
Ninguém sabe ao certo, e devem vir de diversos lugares. Porém, em Itupiranga fala-se aos quatro cantos da cidade, que existem certos grupos de criminosos formados a partir de alguns assentamentos feitos pelo governo federal, onde centenas de famílias são jogadas, sem infra-estrutura e sem as condições mínimas para levar uma vida digna. Muitos dos filhos dos assentados, segundo os comentários ouvidos, sem nenhuma perspectiva de futuro e sem uma boa estrutura familiar, partem para o crime.

Olhares desconfiados I
O jornalista Jota Parente e o professor Jadir Fank foram parar em Itupiranga por puro acaso. Em virtude do acidente de que foi vítima o jornalista, eles chegaram àquela cidade em busca de socorro médico. Depois dos primeiros atendimentos, muito modestos, por sinal, procuram um hotel para passar a noite. A dona, uma senhora de mais de 60 anos, não queria hospedá-los, de jeito nenhum, pois não acreditou na história do acidente. Relatos semelhantes, ela e muita gente de lá, já tinham ouvido tantas vezes. Eram bandidos querendo conhecer o lugar para armar um assalto. Só depois de ficar totalmente convencida de que havia mesmo um acidentado entre os dois concordou em abrigá-los.

Olhares desconfiados II
Como Parente ficou mais tempo no hotel por causa do acidente, quem manteve mais contato com as pessoas foi Jadir. Os olhares a ele dirigidos eram de evidente desconfiança. Só faltavam dizer que achavam tratar-se de um integrante de algum grupo de assaltantes, que estava ali para levantar informações para o próximo assalto. Segundo Jadir apurou, em conversa com moradores de Itupiranga, toda pessoa desconhecida que chega à cidade é suspeita. Para tentar diminuir esse clima, Jadir deixou o numero de sua carteira de identidade, telefones, endereço. Durante seu deslocamento de moto, de Itupiranga para Itaituba, (trecho onde o risco de assaltos é constante, sobretudo até Anapu) em companhia do Aldair, um itupiranguense que trouxe a moto do Parente. Jadir ligou algumas vezes para dizer onde estava, informando que a viagem estava acontecendo sem alterações. Também, ligou para lá no dia do assalto de duas semanas atrás para manifestar apoio naquele momento difícil.

Sensação de abandono
Enquanto Almir Gabriel falava que havia apenas uma sensação de falta de segurança no Pará, na região que começa depois do final do asfalto de Marabá, até a margem direita do Rio Xingu, onde se faz a travessia de balsa, a situação passa muito disso. A população vive sob o signo do medo. Os assaltos se sucedem e existe uma sensação de abandono.

Por 10 minutos
O ônibus no qual Jota Parente viajou para Itaituba, às 4:15 da madrugada do dia 28/11 , parou ao lado do que se dirigia de Itaituba para Marabá, o qual tinha sido assaltado há 10 minutos. Cinco homens fortemente armados, depois de terem atirado em um dos pneus dianteiros do veículo, encostaram uma camionete, na qual colocaram toda a bagagem dos passageiros, para depois recolherem todos os objetos pessoais, como carteiras, jóias e celulares. Isso tudo, distante apenas uns 20 quilômetros da cidade de Anapu.

O perigo viaja à noite
Como a maioria das viagens intermunicipais é feita à noite, os assaltantes levam grande vantagem em suas investidas. Pegam tudo e somem sem deixar pistas. Já tem empresa ameaçando suspender algumas linhas por tempo indeterminado, até que a polícia consiga botar alguma ordem na estrada. Às pessoas de Itaituba que precisam viajar nesse trecho mais perigoso, o que a coluna sugere é que carreguem consigo o menor volume possível de bagagem e poucos objetos de valor. Jóias, nem pensar! Dinheiro, é sempre bom estar preparado para sofrer um pequeno prejuízo, pois se os bandidos desconfiarem que alguém se preparou para o assalto, não carregando nada de valor, podem ficar nervosos e querer dar um corretivo na base da bala. Infelizmente, é assim mesmo que anda a Transamazônica, nesse trecho. E não é só ela, não. Existem outras, como a Br 316 e a PA 150, onde o problema dos assaltos também é muito sério. Com a palavra, o governo do Estado, que precisa trocar a retórica pela prática.

Um passo à frente
Ainda no campo da segurança pública, o TJE deu um passo à frente, no combate à violência contra a mulher. Em cerimônia presidida pela desembargadora Albanira Bemerguy, dia 8 de dezembro, no Fórum de Santarém, foi instalada a Vara do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Quem não gostou foram os machões covardes daquela cidade, que tiram proveito da vantagem de terem uma compleição física mais avantajada para agredirem suas companheiras. Os que respeitam suas mulheres, batem palmas para a novidade. Ainda vai demorar um pouco, mas, uma hora dessas o TJE chega por aqui com esse juizado. Mas,, antes disso, que a Delegacia da Mulher seja estruturada para poder trabalhar direito, pois com apenas uma delegada e um investigador, não dá.

ITB mais ou menos
De passagem por Itaituba, o superintendente de Polícia Civil da região oeste do Estado, delegado Jardel Guimarães comentou com o repórter Queiroz Filho, que a situação da violência está mais ou menos sob controle em Itaituba. Segundo Jardel, há município sob sua jurisdição onde os problemas são bem maiores.

* Publicado na edição 76 do Jornal do Comércio, que circulou na véspera de Natal.

Mais vereadores? Para quê? *

O Senado Federal terminou de embrulhar um belo presente de Natal para os brasileiros, dia 17/12, o qual tinha sido preparado pela Câmara dos Deputados, que em maio deste ano aprovou o aumento do número de vereadores em todo o Brasil. Só ainda não está valendo porque houve alterações no Senado, o que motivou a não promulgação da chamada PEC dos Vereadores pela mesa da Câmara, o que vai fazer a matéria ser decidida pelo STF, para onde o Senado recorreu contra a decisão da Câmara, dia 19/12.

O Brasil precisa de mais vereadores, ou de vereadores mais preparados e mais comprometidos com o povo que os elege? A mesma pergunta precisa ser feita, especificamente, para Itaituba.
O nível de atrelamento do Poder Legislativo ao Poder Excutivo, em quase todo o Brasil, tem provocado um descrético muito grande do primeiro junto ao eleitor. É comum as pessoas não lembrarem em quem votaram para vereador, pouco depois de um ano da eleição. Porque será que isso acontece?

Para defenderem os "interesses dos seus eleitores", muitos vereadores que se elegem pela oposição, passam a apoiar o prefeito, logo. Não há o menor compromisso com o estatuto do partido; muito menos com a ética. A interdependência entre os poderes, na prática, configura-se muito mais numa dependência do Legislativo em relação ao Executivo. Por isso, para que aumentar o número de vereadores, mesmo sob a alegação de que não haverá crescimento das despesas das câmaras?


* - Editorial da edição 76 do Jornal do Comércio, que circulou na véspera de Natal.

Dico e César

Os vereadores Dico e César Aguiar também trabalham na busca dos votos dos colegas. Ambos já foram presidentes da Câmara e pretendem voltar a ocupar o cargo.

Os observadores polítios de Itaituba não arriscam nenhum palpite acerca de qual dos três candidatos reune mais chances de vencer.

O que se espepecula é que não será nenhuma grande novidade se nenhum desses três nomes for o eleito, pois, com os cinco votos que tem, a oposição tem condições de dar as cartas.

Atrás dos votos

O vereador João Bastos Rodrigues (Cebola) trabalha, de dia e de noite, na tentativa de conseguir votos para continuar presidente da Câmara Muniipal de Itaituba. O homem não quer desocupar a cadeira da presidência, e jeito nenhum.

Antes de ontem Cebola foi visto saíndo da casa do vereador eleito, Marcos da Ideal, que se elegeu pela oposição.

O atual presidente disse a uma fonte deste blog, que é candidato, com ou sem o apoio do prefeito Roselito Soares, fazendo questão de ressaltar, que da primeira vez venceu sem o apoio explicito de Roselito.

Garibaldi quer discutir PEC dos Vereadores

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), recuou ontem no debate sobre a PEC que cria mais de 7 mil vagas para vereadores. De acordo com a Folha, o senador começou a falar em um debate mais amplo devido à repercussão negativa do assunto com a opinião pública.

O comentário de Garibaldi mostra o tamanho da distância entre a realidade do Congresso e a das ruas. A emenda foi aprovada numa madrugada perto do Natal, criando 7 mil vagas no Legislativo (o mais desmoralizado dos Poderes) e ainda sem o artigo que reduzia as despesas das Câmaras Municipais. Mesmo diante desse cenário, Garibaldi precisou esperar o projeto chegar ao público para identificar uma repercussão negativa. O Congresso brasileiro é mesmo inacreditável.
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Comentário: Eu engrosso o coro dos que querem saber o porquê de tanto empenho para aumentar o número de vereadores em todo o Brasil. Ao mesmo tempo, sei que a resposta não é difícil de ser encontrada.

Os vereadores são os cabos eleitorais mais próximos dos deputados federais e dos senadores, além de terem um custo mais baixo. Ninguém serve de ponte entre eles e o eleitorado tão bem quanto os vereadores. Então, para nós eleitores sobra pagarmos a conta desse aumento do número de vagas nas câmaras.

Minha opinião não muda nada, mas, sou contra.

Jota Parente