quinta-feira, junho 19, 2008

JC circula amanhã

Nas primeiras horas da manhã de sexta-feira estará nas bancas e em mãos dos assinantes a 65ª edição do Jornal do Comércio trazendo como destaques:

01 - Invasão do Piracanã tem mais de 250 terrenos não habitados

02 - Entrevista com Davi Menezes, presidente da CDL. Ele diz que não adianta protelar a implantação do emissor do cupom fiscal

03 - Festival Junino da TV Tapajoara será dia 5 de julho

04 - Artigo de Manuel Dutra: Lúcio Flávio é mais conhecido fora da Amazônia

05 - Artigo de Jota Parente: Arrastão do Ibama leva o caos a Trairão e Novo Progresso

Dias difíceis para o setor madeireiro

Artigo de Jota Parente

Como têm sido duros os dias atuais para o setor florestal-madeireiro, por causa do aperto que os órgãos de fiscalização vêm dando no mesmo. E o torniquete chegou por estas bandas há dias, tendo conseguido piorar a situação do setor em Novo Progresso e mais recentemente em Trairão.
Itaituba não passa incólume a isso. Primeiro, porque de uma forma ou de outra a economia desses três municípios está inexoravelmente interligada; segundo, porque esse arrocho está batendo às portas deste município.
As conseqüências do maior rigor na fiscalização por parte do Ibama já se fizeram sentir de alguma forma na cidade, pois semana passada algumas empresas que vendem madeira para a construção civil tiveram dificuldades para entregar algumas encomendas. Houve quem tivesse que protelar a entrega para esta semana, na esperança de que pudesse ter matéria prima para trabalhar.
O problema não está na fiscalização em si, que é necessária. Nenhuma pessoa de bem, ninguém que almeje por um desenvolvimento sustentável da Amazônia gostaria que os órgãos responsáveis por fiscalizar deixassem de fazer o seu trabalho. Sem a atenta vigilância que é exercida a floresta não resistirá por muito tempo, pois a sanha predadora dum grande número de madeireiros e fazendeiros não tem limites. O problema são os excessos e a falta de opções que o governo deixa de oferecer.
Quando operações como essa que está acontecendo baixam em qualquer lugar, elas afetam a economia, muitas vezes ferindo-a de morte. Os fiscais não têm nenhuma complacência na execução do seu trabalho e muitas vezes cometem excessos contra quem se esforça por trabalhar dentro da legalidade.
Exemplo claro de intolerância, de falta de bom senso, ocorreu em Trairão, semana passada, quando servidores do Ibama fiscalizavam uma serraria de gente radicada na terra há décadas. Foi solicitada a apresentação da LO (Licença de Operação), que tem que ficar afixada na parede da serraria. Alguém tinha tirado a bendita LO. Foi solicitada uma cópia autenticada que estava em Itaituba, mas os fiscais disseram que não a aceitariam, informando que lavrariam a multa, que ficou em R$ 15 mil. Disseram ainda que a empresa que tratasse de recorrer.
A possibilidade dessa multa vir a ser cancelada é bastante grande. Mas, se você acha que a empresa não vai gastar nada para conseguir isso, está muito enganado, pois terá que contratar um advogado. A brincadeira vai ficar, no mínimo, por R$ 3 mil, equivalente aos honorários do advogado.
O comércio de Itaituba, de Trairão e de Novo Progresso poderia estar bem melhor, com muito mais dinheiro circulando, se o Ibama possibilitasse que os madeireiros que procuram trabalhar em obediência às leis ambientais pudessem produzir, e se tirasse de circulação aqueles que existem e que não são poucos, que não têm nenhum documento, nenhuma licença para trabalhar. Esse pessoal, verdadeiros piratas, precisa ser expurgado, porque não contribui com muita coisa para a economia, porque só quer praticar a exploração predatória. É contra esses que o governo tem que se voltar; não contra quem age dentro da lei.
Os piratas do setor madeireiro não recolhem nenhum tipo de imposto, não assinam carteira de seus funcionários, que quando sofrem algum tipo de acidente de trabalho não têm a quem recorrer, além de correrem o risco de serem dispensados sem receber nenhum direito, no caso de ficarem impossibilitados de continuar trabalhando. É expurgando esse pessoal que a fiscalização vai por ordem nessa atividade extrativista. Mas, não é isso que se vê na prática.
O desemprego no setor madeireiro continua avançando célere. E eu falo de números oficiais, dos trabalhadores com carteira assinada, pois não tem como fazer levantamento dos que trabalham na informalidade. Somente no mês de abril deste ano o Pará extinguiu 451 empregos formais do setor madeireiro. Nos quatro primeiros meses de 2008 foram perdidos 3.020 postos de trabalho no setor, no Estado.
O setor florestal-madeireiro sente-se traído pela governadora Ana Júlia, que agiu como parceira enquanto senadora, mas, não tem demonstrado o mesmo empenho em tentar ajudar, depois que assumiu o governo do Estado. No discurso ela diz uma coisa, mas, a prática tem sido outra.
Por fim, depois de um inverno inclemente, no qual as rodovias federais que nos servem, voltaram a ficar intransitáveis por alguns períodos, evento que castigou demais nossa economia, chega o verão, com nuvens carregadas de incertezas sobre o que vai acontecer nos próximos meses nesse setor, que pode injetar ânimo no comércio, mas que começa o verão manietado, porque o governo, como ente regulador/fiscalizador, não consegue diferenciar os que se empenham em trabalhar direito, dos que não demonstram a menor preocupação em trabalhar à margem da lei. Apelar para quem, então?!

50 anos de garimpagem - Parte II

Na primeira parte do seu relato sobre as quase cinco décadas de labuta nos garimpos do Tapajós, José Carneiro da Silva (José Come Vivo) contou como começou a extração do ouro na região. Ele encerrou falando da viagem que resolveu fazer a Belém para rever a família. Nesta segunda parte ele revela muito mais.
“Quando eu saí do garimpo para Belém já estava com malária. Foi a primeira vez que ela me pegou. Me tratei, ficando uns 15 dias em Belém. Depois disso peguei um avião da Panair do Brasil, até Santarém. Lá esperei o dia da saída do barco do velho Frasão e vim com ele até São Luis.
Nessa época em São Luis, o Suta e o Anacleto estavam com o movimento de compra de couro de gato selvagem e de jacaré e eu subi com o Suta até o São Martins, onde peguei um 10/12, que já havia por lá nesse tempo, o qual me levou até São José. Quando cheguei ao garimpo o Araújo já tinha brigado com o Inocêncio e já estava tocando serviço no Canta Galo.
A essa altura a gente já tinha muito serviço para tocar, pois já havia 22 grotas exploradas. No rancho a gente tinha muita farinha, muita munição, mas faltava muita coisa. Como já tinha 850 gramas de ouro eu falei que iria a Jacareacanga fazer compras. Mas, a mercadoria que eu encontrei lá só deu umas 350 gramas de ouro, já que não tinha tudo que a gente precisava. Assim mesmo voltei. A gente tinha o ouro, mas faltavam as coisas básicas para a gente comprar. Teve um camarada de Forlândia que começou a levar carne para o garimpo. Ele matava os bois, salgava, enchia latas de 20 quilos e vendia o quilo por três gramas de ouro. Tudo chegava muito caro. Uma caixa de óleo de cozinha, de 36 latas custava 180 gramas de ouro, ou 5 gramas de ouro a lata.
Nesse período tinham entrado uns japoneses com a disposição de tirar ouro do Tapajós. Tava um fole só no José com aquele monte de japoneses da família Okada, de Santarém e mais um bocado de japoneses que vieram de Tomé-Açu.
Foi nesse tempo que começou a exploração de ouro com maquinário, coisa que já era conhecida nos garimpos de Minas Gerais. Quem comprou o primeiro motor para mim, em São Paulo, foi o velho Zé Calegari, pois eu não entendia nada disso. Era um motor M
Mercedes e foi o primeiro a funcionar no garimpo do Tapajós. Foi construída uma balsinha de madeira, tipo duas canoas, para poder transportar o motor, as bombas, mangueiros e tudo mais até o Igarapé do Canta Galo.
Era muito difícil trabalhar com aquele equipamento; tudo era pesado demais; só o revestimento era enorme; um bocal daqueles pesava mais de 50 quilos; para trocar era muito complicado. Não exista o bico jato. A gente fazia tipo um barreiro e arrastava aquela terra com enxada.
O garimpo do Marupá (que tinha sido descoberto pelos Sudário em 1958) estourou nesse período com exploração de ouro na base do mergulho, modalidade que também começou nessa época no Tapajós. Esse ouro foi descoberto por um professor francês, conhecido por Mário Francês, de Macapá. Descendo o Rio Marupá ele viu muito ouro na areia. Ele botou uma lontona e fez 900 gramas, não sei em quantos dias. Com isso foi descoberto o ouro do leito do Marupá. Havia uma tal de madame Salomé, que gastou muito dinheiro mandando fazer uma planta no Rio de Janeiro, com a finalidade de achar o ouro com maior facilidade; existia, também, o Jacinto Pessoa, que sempre mexeu com mergulho. Como ele conhecia esse serviço e onde encontrar gente para trabalhar nele, foi até Roraima onde contratou um bocado de mergulhadores. Eles ficaram um tempo. Não deu certo porque uns começaram a roubar os outros e muitos foram embora. Isso tudo estava acontecendo na década de 1970.
A gente continuava trabalhando com aquele tipo de equipamento do qual eu já falei, quando passou um goiano conhecido por Maciel, que ao ver aquilo disse: é meu patrão, tudo vale, mas já existe bomba de sucção, pequena, com bico-jato, melhor do que isso, que dá muito mais resultado. Serviço que você gasta uma semana com isso aí, você faz num dia com o outro. Como que a gente pode fazer isso aqui, Maciel, perguntei. Ele disse que se houvesse um bom torneiro e a gente desse dinheiro para ele ir buscar umas duas carcaças velhas de bomba em Roraima, o problema estaria resolvido. O dinheiro foi dado pelo meu irmão João.
O Maciel viajou e fez o que prometeu. Voltou por Santarém, onde encomendou as adaptações ao mestre Chico, um torneiro que tinha aberto uma tornearia lá. E a bomba realmente funcionou muito bem, pegando o nome do torneiro. Ela ficou conhecida como Bomba Mestre Chico, espalhando-se por muitos garimpos. Mas, tinha um problema: depois de três ou quatro dias de trabalho a gente tinha que carregar de volta para revestir a carcaça. Foi quando entraram os engenheiros da Frankel e da Hidrojet que fizeram um estudo do material que tinha que ser processado, o que resultou em bombas resistentes. Surgiu logo depois o motor Agrale, que o Paulo da Imatec vendeu com vendeu como folha de pau. Foi nesse momento que estourou de novo, com grande intensidade, o ouro do Tapajós, no ano de 1978.
Eu passei quatro anos afastado do Canta Galo. Eu já era separado de minha mulher (Ivanilda Tavares da Silva, conhecida por Preta). Eu tinha as pistas de pouso do Matraca, da Nova Brasília, da Forquilha do Canta Galo e a mais antiga que era a do Canta Galo. Eu contava com a família para tocar um e outro, mas, ninguém quis nada. Minha ex-mulher começou a encrencar querendo ficar lá dentro (no Canta Galo). Eu tinha um filão, num local que a gente chamava Inferno Verde onde eu fiz uma nova base que eu fiquei usando. Mas, ela continuou arengando. Se eu arrumava um cozinheira, ela dizia que era minha mulher.
A implicância foi grande. Até que eu resolvi que iria dar uma volta nas Guianas. Se me acostumasse lá talvez nem voltasse mais. Mas, se não gostasse, nada podia me impedir de voltar. A essa altura eu já tinha feito uma pesquisa no Ouro Roxo, já tinha feito um contrato com a RTZ. Acho que foi em 1986. Algum tempo depois a RTZ saiu. Como eu queria sair eu chamei o geólogo Nelson Bueno, de Manaus, que tinha intermediado o negócio com a RTZ. Perguntei se ele queria cuidar do garimpo, oferecendo a ele 20% de qualquer negócio que ele viesse a arrumar.
Passei uma procuração para o Nelson, pessoa física, mas ele passou para o nome da empresa dele, a Matapi. Um dia ele me ligou para Paramaribo, dizendo que tinha feito negócio. Disse que ia me repassar um dinheiro. Nisso, se passaram quatro anos que eu estava lá fora, sempre mexendo com garimpo, rodando pela Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, nessa última o lugar mais complicado de todos. Depois fui para Roraima, para onde me ligaram dizendo que tinham invadido o Ouro Roxo. Invadiram o local onde a RTZ tinha pesquisado e encontrado uma mina com 36 toneladas de ouro há 400 metros de profundidade. Eu vim para Manaus para me encontrar com o Nelson, a quem disse que a gente devia ir até o garimpo, pois se eu estava pagando vigias lá, não podia ter acontecido a invasão. O Nelson tremeu nas bases e não quis ir, dizendo que tinha medo de garimpeiros o matassem. Depois disse que iria.
Passamos primeiro em Jacareacanga, onde me encontrei com o Eduardo Azevedo, que me disse que eu teria que indenizar o pessoal, se quisesse que os garimpeiros saíssem da minha área. Eu falei para ele que era muito bonito se uns invasores entrassem na fazenda dele, comessem os bois dele e ele ainda tivesse que indenizar. Dessa balada foi até Belém procurar o DNPM onde falei com o diretor, Dr. Sebastião, que me recebeu bem. Ele prometeu mandar um técnico na área e mandou para fazer um levantamento; os garimpeiros foram intimados. Havia muito ouro na área, mas infelizmente não demorou para o Dr. Sebastião ser transferido, entrando o Dr. Every Aquino no seu lugar e um outro diretor, que eu não sei se participava de umas decisões estranhas. Toda vez que era para a Polícia Federal entrar na área, saía um alvará. Não eram eles que erravam; quem errava era sempre o computador. Com alvará de um pedaço da área, de 50 hectares, de 100 hectares, a Polícia Federal não podia entrar. Isso levou dois anos e meio. Foi quando o grupo RTZ, que tinha direito de pesquisa da área concedido por mim, resolveu voltar para a mesma para retomar os trabalhos, mas, tendo que ceder um pedaço para a cooperativa. Essa é a situação atual. De acordo com o contrato, se a empresa concluir que deve explorar a área terá que me indenizar primeiro. É um contrato de risco. Por isso, embora eu não esteja lá dentro, continuo ligado ao garimpo Canta Galo até hoje.
Eu quero voltar lá atrás para não ficar nenhuma dúvida sobre quais foram os primeiros exploradores dos garimpos do Tapajós. Começou com o Nilçon, que não foi nem ele quem descobriu bastante ouro, mas o seringueiro que vendeu a área para ele, porém, quase ao mesmo tempo os Sudário descobriram o Marupá, em 1958. Eu e meus companheiros fomos a terceira turma a entrar nos garimpos do Tapajós.
Os Sudário (Bebé, Antônio, Elias e Raimundinho) eram seringueiros nas Tropas numa colocação chamada Laranjal. De lá, com a notícia de que o Nilçon estava fazendo muito ouro foi que eles vararam para o Marupá, onde encontraram ouro. Depois do Marupá veio o Porto Rico, explorado pelo Fulgêncio. A primeira pista de lá foi construída pelo comandante Camargo. Mas, do meu conhecimento, a primeira pista da região de garimpo do Tapajós foi a do Murupá, que se não me engano, foi feita em 1964, feita no braço.
Com os sinceros agradecimentos à Ouro Minas, que acreditou neste projeto e empresta sua marca consagrada como empresa parceira do mesmo, o Jornal do Comércio dará prosseguimento ao resgate da memória dos 50 anos da garimpagem de ouro no Tapajós, contando outros episódios dessa saga, trabalho que só terminará na última edição deste ano.

Informe JC

Cadê as subprefeituras?
A cobrança foi feita pelo vereador João Crente (PMDB), na sessão de quarta-feira passada. Ela lembrou que o único subprefeito que ele conheceu foi seu colega de Câmara, Antônio Cardoso. Disse que o prefeito Roselito Soares fez um grande barulho quando encaminhou o projeto de lei que tratava desse assunto, mas, depois o assunto foi esquecido.

De onde veio a grana?
Já a vereadora Ana Cativo (PT) disse, na mesma sessão, que o prefeito Roselito Soares tinha afirmado há algum tempo atrás, que a Prefeitura estava construindo novas salas na Escola Antônio Gonzaga Barros e na escola de Crepurizão com recursos próprios. Mas, na prestação de contas dos repasses constitucionais ficou provado que é verba oriunda do Fundeb. Ela disse, também, que a tribuna da Câmara não deveria ser usada como palanque político, referindo-se aos vereadores que defendem o prefeito.

Viana rebate
“Tem vereadora que defende o governo do Estado, mas não quer a gente defenda o prefeito”, disse o vereador Brás Viana (PR). César Aguiar (PR) pediu aparte para falar que não lembrava de ter visto a colega tratando dos problemas da Educação no Estado, referindo-se à longa greve dos trabalhadores da Educação, recém encerrada.

Não gosta de Itaituba
O vereador Antônio Cardoso (PSDB) mostrou um jornal editado pelo gabinete do deputado federal Paulo Rocha (PT-PA), falando que ele conseguiu inserir emendas no orçamento da União na ordem de R$ 1 bilhão, beneficiando bastante, diversos municípios da região Oeste do Pará. Porém, para Itaituba não foi destinado um centavo. Cardoso disse que acha que o referido deputado Paulo Rocha tem alguma coisa contra Itaituba.

Tem que baixar a torre I
A pista de pouso do aeroporto de Itaituba tem um sistema chamado AVASIS, que é um conjunto de caixas com lâmpadas especiais que emitem feixes de luz, que proporcionam uma rampa ideal para as operações de pouso, aumentando bastante a segurança da aterrizagem. Mas, esse recurso não é usado desde 2005 porque existiam dois obstáculos na linha de aproximação para o pouco.

Tem que baixar a torre II
Um desses obstáculos era o forno da Madeireira Climaco, que já foi rebaixado de acordo com a determinação da Aeronáutica. O outro é a torre da Eletronorte (Linhão de Tucuruí) que fica próximo do quartel do 53º BIS. A empresa garante que ela está na altura certa, enquanto a Aeronáutica diz que não. Para tirar todas as dúvidas está sendo feita uma nova verificação esta semana. Se for confirmado que a referida torre tem mesmo alguns metros a mais, ele terá que ser rebaixada. Do contrário, caso esteja nos conformes, o AVASIS deverá voltar a funcionar.

JC nos anais e no arquivo
Por iniciativa do vereador César Aguiar (PR), a Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, o requerimento 197/2008. César pediu e seus pares concordaram que as 14 edições do Jornal do Comércio a partir da 64ª, constem dos arquivos e sejam registradas nos anais do Poder Legislativo de Itaituba, por causa da série especial de matérias a respeito dos 50 anos da garimpagem de ouro na região do Tapajós. A direção do JC agradece a iniciativa, posto que matérias como essas dão bastante trabalho e esse tipo de comportamento dos vereadores dá força para que o esforço pelo resgate da memória dessa atividade tão importante para a região continue.

Palestras do TCM
Do dia 30 de junho ao dia 4 de julho, servidores do Tribunal de Contas dos Municípios estarão ministrando palestras interativas na Câmara Municipal de Itaituba. Será uma ótima oportunidade para quem tem interesse em saber alguma coisa sobre como fiscalizar a aplicação do dinheiro público. Os pretensos candidatos a vereador, a prefeito e a vice, que têm boa intenção, aqueles que não estão pensando em meter a mão nos recursos do erário público, não podem perder. Os que estão com intenção de fazer o contrário, ou seja, só pensam naquilo, só esperam uma oportunidade para se locupletarem, esses não precisam gastar seu tempo nesse evento. Que bom se o eleitor se interessasse em saber quem está querendo aprender como não se enrolar com o dinheiro público!

Não estão nem aí! I
O Jornal do Comércio sempre defendeu e vai continuar defendendo, sempre, a necessidade de fiscalização das atividades florestal/madeireira em qualquer lugar. Na Amazônia, então, nem se fala. O que este periódico não pode apoiar são os excessos praticados por servidores do Ibama, que parecem ter o rei na barriga quando chegam para fazer seu trabalho. Muitos deles são prepotentes, quem sabe até despreparados para o serviço, pois não basta estarem tecnicamente qualificados. Tem de haver respeito para com as pessoas e nem sempre é assim que muitos agem. São brasileiros ferrando brasileiros. Nem todos são impostores. Tem muita gente fazendo de tudo para trabalhar dentro da lei. Mas, o Ibama não tem contemplação.

Não estão nem aí! II
Terminou a semana de trabalho na Câmara Municipal de Itaituba e não se ouviu um piu, nada, absolutamente nada sobre o desastre que se abate sobre a economia desta região por causa da fiscalização do Incra que não poupa nem culpados, nem quem está na legalidade. Já passou por Trairão e Novo Progresso. Mas, parece que isso está acontecendo noutro planeta. É hora dos vereadores acordarem e pelo menos gritarem para ver se são ouvidos lá fora, pois essa crise já bateu às portas de Itaituba. Isso é muito mais importante do que certas picuinhas que ganham destaque nas sessões.

Não há como fugir do Emissor do Cupom Fiscal


Davi de Oliveira Menezes assumiu a presidência da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaituba (CDL) há pouco mais de um mês. Procurado pela reportagem do Jornal do Comércio ele falou sobre a continuidade do trabalho que vinha sendo feito pela diretoria anterior, da implementação de novas medidas para tornar a entidade ainda mais dinâmica e da necessidade dos empresários itaitubenses entenderem que a implantação do equipamento de emissão do cupom fiscal é uma exigência legal irreversível, que já teve todos os prazos esgotados há bastante tempo.

JC – O que faltou a diretoria anterior fazer na CDL que a diretoria comandada pelo senhor pretende fazer?

Davi – Na gestão passada, o que poderia ser feito eu creio que foi feito. Não ficou nada pendente, a entidade ficou com saldo positivo em caixa. A festa de homenagem aos destaques empresarias e Lojista do Ano de 2007 também vai deixar saldo, pois tem patrocinadores que ainda não pagaram. Nós vamos pegar o saldo que ficou e mais esse da festa para fazermos um balcão, uma divisória. A finalidade do balcão é evitar que as pessoas que vão à CDL em busca de informações tenham acesso à tela do computador, como ainda acontece. Nós já estamos trocando alguns monitores e uma impressora. Além disso, vamos voltar uma propaganda da CDL que já foi veiculada antes, que era do Juquinha, com o objetivo de conscientizar os empresários de Itaituba que a CDL é um órgão importante para todos eles. A partir do momento que eles fazem a inclusão dos nomes dos seus clientes no SPC ou na Serasa, eles inibem que os mesmo comprem em outros locais. Essa mídia vai para o ar nos próximos dias, explicando o que a CDL pode fazer por seus associados.

JC – Qual e o percentual de empresários filiados à CDL, hoje?

Davi - De acordo com a informação passada pela SEFA sobre o número de estabelecimentos comerciais em Itaituba, não passa de 12%. Trata-se de um percentual muito pequeno. Nós esperamos melhorar isso com essa divulgação, mostrando para o empresariado a importância de se integrar à Câmara de Dirigentes Lojistas. Temos apenas 190 empresas credenciadas. Esse número a gente encontra só na Rua Hugo de Mendonça. E os outros, onde estão? Sempre que um empresário deixa de incluir o nome de um cliente que não paga, ele prejudica os demais, pois esse cliente vai procurar comprar em outras lojas.

JC – A CDL dispõe de algum estudo, ou de alguma informação a respeito da falta de interesse de muitos empresários em se filiarem, pois não se pode negar a importância do serviço que a entidade presta?

Davi – Olha, a dificuldade que muitos empresários acham é o pagamento da mensalidade de R$ 42,00, que eles consideram uma despesa. Quando o nosso pessoal vai cobrar essa pequena taxa, muita gente pede para passar depois, vai sempre empurrando para frente.

JC – A receita mensal cobre as despesas de manutenção com funcionários, e outras?

Davi – Com certeza. Tanto que a entidade está funcionando normalmente e ainda fica um saldo em caixa todo mês.
Emissor do Cupom Fiscal

JC – Davi, todos os prazos já se esgotaram faz muito tempo. Nenhum empresário pode alegar que não sabia ou que não teve tempo para se adequar, mas ainda tem muita gente no comércio de Itaituba que não está nem aí. O que esse pessoal pode esperar de parte da SEFA, daqui para frente?

Davi – Posso falar, primeiro como empresário que sou. Há quase quatro anos venho lutando para conseguir o credenciamento de minha empresa (Pontocom) para o emissor do cupom fiscal e só agora há pouco, no mês de maio eu consegui. Eu estive em Santarém no final do mês de maio para buscar os lacres e para conversar com o pessoal da SEFA. Já estamos fazendo os procedimentos de documentação do pessoal que já tinha comprado as impressoras e vamos começar a implantar os lacres ainda este mês de junho. Antes, muitos empresários de Itaituba alegavam que não havia ninguém credenciado para prestar esse tipo de serviço. Com muita dificuldade a gente conseguiu se credenciar. Como empresário, claro que eu viso algum lucro nisso, pois tudo que a gente faz tem a intenção de ganhar dinheiro, mas, asseguro que isso dá muito trabalho, além de ser um compromisso de muita responsabilidade junto à SEFA. De qualquer modo estamos aptos a fazer os lacres das impressoras. Eu gostaria de dizer aos empresários de Itaituba e da região, que muito em breve a SEFA vai exigir a impressora com o cupom fiscal. Agora, com a presença de uma empresa credenciada para fazer o lacre não vai mais ser aceita a desculpa de que não tem quem faça o serviço.

JC – Então, numa próxima investida da fiscalização da SEFA, não vai ter desculpa...

Davi – Ninguém vai mais poder dizer que não sabia, ou que não tinha nenhuma empresa credenciada na cidade. Nesse caso, o que eu posso dizer para os meus colegas empresários que ainda não adquiriram os equipamentos, que não estão informatizados, que se informatizem, compre um computador, o programa, a impressora fiscal. Agora nós estamos entrando num período político no qual, provavelmente, o governo não vai apertar ninguém. Mas, depois de outubro a SEFA deverá voltar à carga com força total.

JC – Tendo uma empresa local fazendo esse lacre diminui o custo para o empresário?

Davi – Certamente, sim. Quando não havia ninguém credenciado aqui era necessário chamar um credenciado de Santarém ou de Belém, pagando passagem aérea, hotel, alimentação e mais a taxa de implantação da impressora fiscal, que fica entre R$ 150,00 e R$ 200,00. O empresário teria um custo de mais ou menos R$ 1.200,00, incluindo tudo. Sendo o serviço feito por uma empresa credenciada daqui esse custo cai para no máximo R$ 200,00.

JC – A CDL pretende fazer alguma campanha de esclarecimento para que seus associados e os empresários em geral entendam de uma vez por todas, que não há como fugir disso. É adequar-se ou ser penalizado por pesadas multas?

Davi – Com certeza vamos fazer, sim, porque isso é algo que já existe desde 2002, que enquadra todas as empresas com faturamento acima de R$ 120 mil. Então, não adianta tentar escapar. Eu até vejo que dentro de no máximo um ou dois anos o governo vai fundir os impostos para acabar com essa sonegação que ainda é muito grande no Brasil. Acabar, acabar não é muito fácil. Mas, podem ter certeza que vai diminuir muito. Os empresários, aqueles que relutam, precisam ir se acostumando a pagar os seus impostos.

JC – Quantas empresas de Itaituba estão enquadradas dentro dessa exigência legal?

Davi – De acordo com informações da SEFA são 130 as empresas de Itaituba que precisam ter esse emissor de cupom fiscal implantado. Dessas, 73 adquiriram o equipamento, mas, por falta de uma empresa credenciada a maioria não implantou o serviço. Isso, numa primeira etapa, porque tem muito mais gente no comércio local que vai ser enquadrada, porque alcança o patamar estabelecido. Eu creio que depois que esses 130 estiverem todos com a impressora do cupom fiscal funcionando a SEFA deva fazer um novo levantamento, através do qual vai identificar muitos outros empresários cujo faturamento se enquadra dentro dessa legislação.

JC – Hoje, na condição de presidente de uma entidade representativa da classe, o que o senhor tem a dizer aos seus colegas empresários que ainda relutam em se adequar a esse tipo de exigência do fisco?

Davi – O que eu posso dizer é que os empresários comecem a analisar a situação do mercado, que evoluiu; as coisas evoluíram; mudou aquela forma de trabalho de vinte anos atrás. Hoje nós temos a concorrência, tem os impostos que precisam ser pagos. Então, digo que precisam se adequar ao novo modelo de empresa e ao novo modelo de empresário, que tem que ser ágil, mais dinâmico, prático, direto. Diretamente, sobre essa questão da impressora do cupom fiscal é algo vai acontecer em Itaituba, pois se trata de uma exigência que ocorre em todo o País. Não falo isso apenas porque tenho interesse na venda do equipamento ou do serviço, mas, como um alerta para que os companheiros empresários não venham a sofrer com sanções por falta de providências.

Pingos nos is

Inquietação
O clima nos arraiais governistas de Itaituba é de completo desassossego por causa da decisão regional do PR, que determinou chapa pura. Se o prefeito Roselito Soares quiser, tem que aceitar o ex-prefeito e seu ex-secretário de planejamento Edilson Botelho como seu companheiro de chapa. Caso contrário, segundo decidiu Anivaldo Vale, presidente regional do partido, o PR nega a sigla ao prefeito.
As informações que chegaram até a coluna dão conta de que Anivaldo tomou essa decisão, como forma de gratidão a Botelho, que trabalhou pesado quando vale foi candidato a deputado federal ocasião em que ele levou uma carrada de votos de Itaituba.
O problema é que essa medida gerou um enorme descontentamento dentro dos demais partidos que apóiam o prefeito, como o PSDB, o DEM, o PP e o PPS, que não aceitam ter que engolir Botelho goela abaixo, sem ao menos discutir.
Como a fábrica de fatos políticos não pára nunca, sobretudo às vésperas do início de uma campanha eleitoral, circulam informações dando conta que o prefeito Roselito Soares, caso decida não sair candidato à reeleição (como comentou Habib Bechara no Descendo a Ripa), ele poderia apresentar a ex-secretária de Educação Eliene Nunes (PSDB) como candidata do grupo, negociando a vice dentro de sua base aliada.
Como disse José Maria Alckmin, que em política só falta boi voar, até o dia 5 de julho, prazo limite para o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral muita coisa poderá acontecer, não apenas nesse imbróglio em que se tornou a candidatura Roselito Soares, mas, em qualquer dos grupos políticos de Itaituba.

Espera
Nesse clima de eleição que começa a contagiar as ruas, o pré-candidato Valmir Climaco (PMDB) continua com a esperança de que o Partido dos Trabalhadores aceite o convite para compor a chapa. A vaga de vice continua à disposição do empresário Afábio Borges, pré-candidato do PT, mas, ao cargo de prefeito.
Afábio movimenta-se como virtual candidato ao cargo de prefeito, parecendo determinado a não concorrer como vice de Valmir, ou de ninguém.

Diniz como vice
Com Afábio parecendo cada vez mais longe da chapa de Valmir, crescem a cada dia as chances do médico e vereador Manuel Diniz ser indicado como candidato a vice. Em se confirmando essa possibilidade o PMDB disputará a eleição com a chamada chapa pura. Dentro desse partido não existe nenhuma resistência expressiva contra o nome de Diniz, o que faz com que a escolha de seu nome não venha a causar nenhuma fissura interna nas hostes pemedistas.

O que é isso, companheira?
A popularidade da governadora Ana Júlia (PT) nunca esteve tão baixa, desde que ela assumiu o governo do Estado. No lapso de tempo de apenas uma semana duas pesquisas de um mesmo instituto, o Vox Populi, apresentaram números nada animadores, não só para ela, como para os pretensos candidatos a prefeito por seu partido.
Na pesquisa encomendada pela Bandnews, divulgada quinta-feira da semana passada, Ana Júlia apareceu com o mais baixo índice de aprovação entre todos os governadores e governadoras do Brasil. Para seus adversários políticos a pesquisa mostrou que ela é a pior governante estadual do momento.
A outra pesquisa foi encomendada pelo jornal Diário do Pará, de Jader Barbalho, aliado político da governadora, cujo objetivo central era a corrida eleitoral para a Prefeitura de Belém. Mas, embutiram lá umas perguntas sobre o governo do Estado e o resultado não foi nada positivo para Ana Júlia.
Governo de Ana Júlia: 3% dos eleitores entrevistados classificaram-no como ótimo, 14% como bom e 27% como regular positivo. A avaliação regular negativo ficou em 14%, a ruim em 11% e o péssimo em 30%, enquanto 2% deixaram de responder. Na tabela agregada, o Vox Populi atribuiu ao governo Ana Júlia 17% de avaliação positiva, 41% regular e 41% negativa.

PMDB + PSDB em Rurópolis
O ex-prefeito Zé Paulo (PSDB) vai ser mesmo o companheiro de chapa do prefeito Aparecido Florentino Silva (PMDB), na eleição de Rurópolis. O acordo foi fechado semana passada, depois de uma reunião ocorrida no Amazon Park Hotel, de Santarém.
A preferência era paraVilson do PT; mas, as exigências de seu partido fizeram arruinar as negociações, que chegaram a ser dadas como concluídas positivamente.
O PT exigia as secretarias de Saúde e Educação para indicar o vice, com o que o atual prefeito não topou.
Depois de reunir com Zé Paulo, Aparecido pediu três dias de prazo para voltar a conversar com o PT, para evitar que dissessem que tinha fechado a porta. Mas, o Partido dos Trabalhadores continuou irredutível em suas preensões.
Enquanto conversava com Zé Paulo, Aparecido chegou a demonstrar preocupação a respeito da reação da cúpula regional de seu partido, por ser Zé Paulo do PSDB. Porém, depois de conversar com Jader Barbalho recebeu sinal verde. Jader disse que não havia o menor problema.
Depois de estar tudo acertado para a dobradinha Aparecido - Zé Paulo, Vilson do PT tentou retomar as conversas, mas o atual prefeito de Rurópolis disse que não tinha mais jeito.
Pesquisas feitas na sede daquele município dão conta de que Aparecido aparece com 31% das intenções de voto, Zé Paulo com 29% e Vilson do PT com 17%. Se for assim mesmo, a parada está decidida por lá.

Canadenses em Itaituba

Prezado Jota,

Em primeiro lugar parabéns pelo blog.Em relação a esta notícia existe um equivoco, não são empresários e sim pessoas do Consulado Canadense que estão vindo conhecer as atividades de pesquisa das empresas canadenses na região do Tapajós. Mas com certeza em breve mais empresas deverão chegar para continuar os investimentos em pesquisa mineral por aqui.

Grande abraço e parabéns

Fernando Marcelo Rêgo
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Caro Fernando, obrigado por acessar o blog. Quanto à sua observação, ela está corretíssima. Eu estive no Hotel apiacás na noite de ontem e pude constatar que os dois maiores jornais de Belém e as emissoras de tv de Itaituba confirmaram essa informação inteiramente equivocada. Num futuro próximo os empresários deverão vir.

Abraços

Jota Parente