A previsão de gastos com campanha, informada pelos partidos e coligações ao Tribunal Regional Eleitoral, revelou que a coligação Frente Popular Muda Pará, liderada pelo PT, é a que mais pretende gastar na divulgação dos nomes de seus candidatos: R$ 10 milhões. Em segundo lugar despontam a coligação União pelo Pará e o PMDB, com R$ 8 milhões cada.
O PSOL apresentou previsão de gastos de R$ 2,495 milhões para promover a campanha de seus candidatos. Já os partidos menores, PSTU e PSDC, serão mais econômicos: o primeiro pretende gastar cerca de R$ 40 mil e o segundo vai fazer um investimento de R$ 500 mil.
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Haja caixa dois.
Os partidos e coligações que lançaram candidatos ao governo do Estado, ou sabem fazer milagres, ou estão mentindo descaradamente quanto aos valores que pretendem gastar na campanha.
Se um candidato a prefeito de Itaituba que queira ter alguma chance de chegar, precisa dispor de pelo menos, de dois a três milhões de reais, como imaginar que uma campanha para governador seja feita com oito ou dez milhões?
Diante do valores apresentados, parece uma fortuna a previsão do PSOL, de R$ 2,495, em relação às candidaturas da coligação União Pelo Pará, do PMDB e do PT.
sexta-feira, julho 07, 2006
Zapping: Tiroteio cancela gravações de "Páginas da Vida" no Rio
Um tiroteio na Rocinha fez com que gravações da novela "Páginas da Vida", da Globo, fossem canceladas. As cenas seriam com os atores Caco Ciocler e Viviane Pasmanter. A atriz foi a que mais se assustou com os tiros. Caco é Renato e Viviane interpreta Isabel na novela da Globo. Eles são fotógrafos
Morreu o autor da emenda DIRETAS JÁ
ex-governador de Mato Grosso Dante de Oliveira morreu nesta quinta, por volta das 22h, aos 54 anos em Cuiabá. Oliveira era candidato a deputado federal pelo PSDB. Dante de Oliveria havia sido internado às 9h no hospital Jardim Cuiabá com febre devido a uma pneumonia da qual se tratava em casa havia dois dias. Dante tinha diabetes e sofreu uma infecção generalizada.
Folha Imagem
O ex-governador Dante de Oliveira durante o lancamento do livro "Diretas Ja" de sua autoria com Domingos Leonelli na livraria Cultura do Conjunto Nacional em 2004A equipe médica do hospital divulgou boletim médico por volta das 16h10 informando que Dante fora internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) "em estado muito grave por quadro de infecção generalizada e diabetes descompensado".Sedado, Dante estava com respiração artificial sob ventilação mecânica com altas concentrações de oxigênio. "A pressão arterial e o ritmo cardíaco eram sustentados às custas de altas doses de medicamentos", informou o boletim.
De acordo com a assessoria do ex-governador, Dante foi ao hospital de carro com a mulher, a deputada federal Thelma Oliveira (PSDB-MT), e estava apenas com febre. A reportagem apurou que a equipe médica discutia a transferência do ex-governador para São Paulo, quando ele morreu.Além de governador de Mato Grosso por dois mandatos (entre 1995 e 1998 e depois de 1999 a 2002), Dante de Oliveira foi prefeito de Cuiabá e ministro da Reforma Agrária da gestão de José Sarney no Planalto.Diretas JáNascido em Cuiabá em 1952, Dante cursou engenharia civil na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) de 1970 a 1976. Ingressou no MR-8 em 1974, quando o grupo já tinha desistido da luta armada e decidira entrar no MDB.
No MDB, tentou a Câmara de Cuiabá em 1976, sem êxito, mas elegeu-se deputado estadual em 1978. Rompeu com o MR-8 em 1982, ano em que foi eleito deputado federal. Graças ao prestígio obtido com as diretas, foi eleito prefeito de Cuiabá em 1985 (pelo PMDB) e 1992 (pelo PDT), e governador do Estado em 1994 (pelo PDT) e 1998 (pelo PSDB). Fracassou ao tentar o Senado em 2002.
O então deputado federal Dante de Oliveira, quando a emenda constitucional s "Diretas Já" foi rejeitada em plenárioDante de Oliveira ficou conhecido à época das "Diretas Já" pela emenda constitucional que levou seu nome e propunha eleições diretas para Presidência da República em 1985.A emenda foi encampada em 1983, no final da Ditadura Militar, quando Oliveira era então um jovem deputado federal pelo PMDB.A proposta de emenda constitucional catalizou forte apoio popular e transformou-se num dos maiores movimentos políticos da história do Brasil, ao qual a Folha de S.Paulo apoiou publicamente.
Apesar da pressão da sociedade civil, a emenda constitucional foi rejeitada em plenário no dia 25 de abril de 1984.Com a rejeição da emenda, a eleição para presidente da República de 1985 foi indireta, tendo o colégio eleitoral escolhido Tancredo Neves (PMDB) como presidente.
Folha Imagem
O ex-governador Dante de Oliveira durante o lancamento do livro "Diretas Ja" de sua autoria com Domingos Leonelli na livraria Cultura do Conjunto Nacional em 2004A equipe médica do hospital divulgou boletim médico por volta das 16h10 informando que Dante fora internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) "em estado muito grave por quadro de infecção generalizada e diabetes descompensado".Sedado, Dante estava com respiração artificial sob ventilação mecânica com altas concentrações de oxigênio. "A pressão arterial e o ritmo cardíaco eram sustentados às custas de altas doses de medicamentos", informou o boletim.
De acordo com a assessoria do ex-governador, Dante foi ao hospital de carro com a mulher, a deputada federal Thelma Oliveira (PSDB-MT), e estava apenas com febre. A reportagem apurou que a equipe médica discutia a transferência do ex-governador para São Paulo, quando ele morreu.Além de governador de Mato Grosso por dois mandatos (entre 1995 e 1998 e depois de 1999 a 2002), Dante de Oliveira foi prefeito de Cuiabá e ministro da Reforma Agrária da gestão de José Sarney no Planalto.Diretas JáNascido em Cuiabá em 1952, Dante cursou engenharia civil na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) de 1970 a 1976. Ingressou no MR-8 em 1974, quando o grupo já tinha desistido da luta armada e decidira entrar no MDB.
No MDB, tentou a Câmara de Cuiabá em 1976, sem êxito, mas elegeu-se deputado estadual em 1978. Rompeu com o MR-8 em 1982, ano em que foi eleito deputado federal. Graças ao prestígio obtido com as diretas, foi eleito prefeito de Cuiabá em 1985 (pelo PMDB) e 1992 (pelo PDT), e governador do Estado em 1994 (pelo PDT) e 1998 (pelo PSDB). Fracassou ao tentar o Senado em 2002.
O então deputado federal Dante de Oliveira, quando a emenda constitucional s "Diretas Já" foi rejeitada em plenárioDante de Oliveira ficou conhecido à época das "Diretas Já" pela emenda constitucional que levou seu nome e propunha eleições diretas para Presidência da República em 1985.A emenda foi encampada em 1983, no final da Ditadura Militar, quando Oliveira era então um jovem deputado federal pelo PMDB.A proposta de emenda constitucional catalizou forte apoio popular e transformou-se num dos maiores movimentos políticos da história do Brasil, ao qual a Folha de S.Paulo apoiou publicamente.
Apesar da pressão da sociedade civil, a emenda constitucional foi rejeitada em plenário no dia 25 de abril de 1984.Com a rejeição da emenda, a eleição para presidente da República de 1985 foi indireta, tendo o colégio eleitoral escolhido Tancredo Neves (PMDB) como presidente.
Lula dá Correios ao PMDB em troca de apoio
Em ano eleitoral, o governo deu ao PMDB o controle sobre a direção dos Correios. Ontem, o "Diário Oficial" da União publicou a indicação do novo presidente da empresa e de três diretores, todos ligados à bancada do partido no Senado. A nomeação de mais três diretores deve sair nos próximos dias. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador José Sarney (PMDB-AP) e o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), capitanearam as indicações. A ala governista do PMDB é cortejada por Lula, que busca o apoio do partido para fortalecer seus palanques regionais, além de prometer um governo de coalizão caso seja reeleito.
A indicação também é classificada pela oposição como um pagamento pela operação dos governistas do PMDB que impediram o partido de lançar candidato próprio à Presidência. Com isso, aumentam as chances de Lula ganhar a disputa no primeiro turno."Não é possível que uma entidade como os Correios, que ficou tão exposta pelo que foi praticado ali dentro, seja motivo de barganha para abrigar apaniguados de partidos", disse o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), ontem no plenário. A estatal é uma das maiores empresas do país, tem 110 mil empregados, comanda investimentos de aproximadamente R$ 500 milhões, tem verba publicitária de cerca de R$ 90 milhões e, em 2005, faturou R$ 8,6 bilhões (e lucrou R$ 393 milhões). O salário de diretor é de cerca de R$ 18 mil e o de presidente, de cerca de R$ 20 mil.
O novo presidente dos Correios, Carlos Henrique Almeida Custódio, é uma indicação do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG); Carlos Roberto Samartine Dias, novo diretor de Operações, foi sugerido pelo líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB); Manassés Leon Nahmias, novo diretor de Tecnologia, é indicado pelo senador Luiz Otávio (PMDB-PA). O novo diretor Comercial, Samir de Castro Hatem, é indicação de Jucá. "O PMDB indicou pessoas técnicas e que têm experiência. Essas nomeações referendam que o PMDB está colaborando com o governo", afirmou Jucá. O novo presidente dos Correios ocupava o cargo de diretor de Crédito da Caixa Econômica Federal. Hatem foi presidente do INSS quando Jucá foi ministro da Previdência. Os outros dois nomes já faziam parte dos quadros da empresa.
A indicação também é classificada pela oposição como um pagamento pela operação dos governistas do PMDB que impediram o partido de lançar candidato próprio à Presidência. Com isso, aumentam as chances de Lula ganhar a disputa no primeiro turno."Não é possível que uma entidade como os Correios, que ficou tão exposta pelo que foi praticado ali dentro, seja motivo de barganha para abrigar apaniguados de partidos", disse o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), ontem no plenário. A estatal é uma das maiores empresas do país, tem 110 mil empregados, comanda investimentos de aproximadamente R$ 500 milhões, tem verba publicitária de cerca de R$ 90 milhões e, em 2005, faturou R$ 8,6 bilhões (e lucrou R$ 393 milhões). O salário de diretor é de cerca de R$ 18 mil e o de presidente, de cerca de R$ 20 mil.
O novo presidente dos Correios, Carlos Henrique Almeida Custódio, é uma indicação do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG); Carlos Roberto Samartine Dias, novo diretor de Operações, foi sugerido pelo líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB); Manassés Leon Nahmias, novo diretor de Tecnologia, é indicado pelo senador Luiz Otávio (PMDB-PA). O novo diretor Comercial, Samir de Castro Hatem, é indicação de Jucá. "O PMDB indicou pessoas técnicas e que têm experiência. Essas nomeações referendam que o PMDB está colaborando com o governo", afirmou Jucá. O novo presidente dos Correios ocupava o cargo de diretor de Crédito da Caixa Econômica Federal. Hatem foi presidente do INSS quando Jucá foi ministro da Previdência. Os outros dois nomes já faziam parte dos quadros da empresa.
quinta-feira, julho 06, 2006
Deprê aguda
Era de enterro a expressão do ex-prefeito Lira Maia ontem, em Belém, quando tomou conhecimento da coligação acertada pelo PFL, leia-se Vic Pires, a deputado federal.
O partido do marido da vice-governadora Valéria Franco fechou com o PL, de Raimundo Santos, com PSC de Zequinha Marinho e ainda com o nanico PMN. Ou seja, Maia tem tanta chance de emplacar um mandato na Câmara Federal quanto a Seleção da Coréia de ganhar a Copa da África do Sul, em 2010.
Abatido, o líder cipoalense pretende, porém, angariar pelo menos 30 mil votos, para garantir sua permanência no quadro de aspones de Almir Gabriel (PSDB).
Fonte: blog do Jeso
O partido do marido da vice-governadora Valéria Franco fechou com o PL, de Raimundo Santos, com PSC de Zequinha Marinho e ainda com o nanico PMN. Ou seja, Maia tem tanta chance de emplacar um mandato na Câmara Federal quanto a Seleção da Coréia de ganhar a Copa da África do Sul, em 2010.
Abatido, o líder cipoalense pretende, porém, angariar pelo menos 30 mil votos, para garantir sua permanência no quadro de aspones de Almir Gabriel (PSDB).
Fonte: blog do Jeso
As promissórias do delírio
Publico o artigo do cantor e dublê de ator, Léo Jaime, fanático por futebol como eu. É bem longo, mas, muito interessante a análise que ele faz do recente fiasco da seleção brasileira, metendo o pau na crônica esportiva, da qual eu faço parte. E concordo com um bocado de coisas que ele diz. sugiro a leitura; principalmente para os amantes do esporte bretão.
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Fonte: No Mínimo
Por Léo Jaime
A convocação da seleção brasileira não causou polêmica, mesmo com a evidente decadência de alguns jogadores, por uma simples razão: não havia convicção por parte de ninguém em torno de outros nomes que não aqueles que embarcaram para a Alemanha.
Tínhamos um time mediano com alguns jogadores excelentes. Se alguém fez oba-oba e prometeu vitórias acachapantes, não devia cobrar do time ou da realidade, muito menos do Parreira, as promissórias do próprio delírio. No entanto tínhamos chances evidentes. Por que não? Alguém viu nesta copa um time espetacular? Jogadores voltando de contusão, fora de forma, velhos para jogar em funções que exigem velocidade (mas sem substitutos óbvios), um time de estrelas e sem conjunto: são várias as críticas da seleção desta copa que podiam ser feitas antes e mantidas durante todo o percurso. Nada disso impedia aquele time de levar a taça.
Sejamos honestos: as quatro equipes que chegaram às semi-finais não são tão melhores assim. Todas apresentam equivalentes falhas e pontos fracos. Por isso acho que, com todos os problemas, éramos favoritos: não porque tínhamos um timaço, mas porque podíamos, nas individualidades, ser melhores.Há aquela anedota do avião que cai na selva, sem combustível, com dois passageiros que logo avistam uma onça. Um deles, afoito, procura na bagagem o tênis; ao que o outro indaga: “O que é isso? Você acha que só porque está de tênis vai correr mais do que a onça?”. O outro, se levantando, responde: “Eu não preciso correr mais do que a onça, eu só tenho que correr mais do que você!”.
Voltemos à copa, às expectativas criadas pela mídia e para o futebol razoável apresentado por nossa seleção. Sim, razoável. Entre o branco e o preto existem muitos tons de cinza e nossa crônica precisa aprender a enxergá-los. Até porque é preciso entender que crônica, crítica e torcida são coadjuvantes importantes na motivação ou desmotivação de um atleta ou time.
E se algo há para ser aprendido nesta aventura sombria e tristonha em território Alemão, é isso: pela primeira vez o povo não apoiou.Neste momento em que se faz a caça às bruxas, e parece lógico procurar o culpado e linchar qualquer um envolvido com a “vergonha” nacional, parece uma estupidez de minha parte apontar o dedo para outra direção que não o time e a comissão técnica. É óbvio que, mais do que qualquer outra coisa faltou vontade ao nosso time. Sim, é óbvio.
A razão pela qual o time estava tão baixo-astral parece não importar aos críticos ansiosos por sangue. É nisto que me detenho: o que teria deixado jovens inegavelmente talentosos tão apagados? O que sobra do discurso entrecortado de um ou outro, aqui e acolá, é a “pressão” insuportável. Alguém se habilita a tentar entender o ponto de vista? Acho que não. Melhor execrar, bater, xingar, malhar, odiar e pronto. Quem quer entendê-los? Eles tinham a obrigação da vitória ou pelo menos de lutar por ela e não o fizeram. Ninguém quer saber o porquê. Assim foi durante a copa. Natural que lhes faltasse autoconfiança.
Vamos observar o comportamento de quem faz a tal “pressão”. A crônica, curiosamente, adora a unanimidade. Disseram que Ronaldo não podia jogar a copa. Ele foi o melhor do ataque. Disseram que a defesa era uma porcaria. Ela foi brilhante. Disseram que o futebol de Gana era muito perigoso. Sim, se o gol tivesse 12 metros de altura Gana ganhava tudo! Apostaram em muitos times maravilhosos que não desencantaram e em vários craques que não jogaram nada.
Disseram que nossos reservas eram melhores que os titulares. Claro, não avaliando o fato de que entraram para jogar com o time já classificado e contra um adversário, o primeiro, que não podia ficar na retranca. Inventaram que Robinho e Adriano não queriam jogar com Ronaldo, que o ambiente era ruim e nada disso se confirmou.
Disseram, enfim, ainda em uníssono, que Parreira era cabeça-dura por não colocar o Juninho Pernambucano e o Gilberto Silva desde o início, para, depois do jogo em que ele assim o fez, dizer que ele era uma besta, ainda em uníssono, por assim o fazer.
Como é que ele escala dois jogadores que nunca tinham treinado com o time titular? Incoerência, arrogância e em muitos casos falta de respeito. Infográficos de rouba-página por causa de uma bolha no pé de um jogador? Chamá-lo de “ O rapaz da bolha” em alusão ao filme, por causa disso? Dizer que ele tem psicose maníaco-depressiva porque ele acha isso um exagero e fica chateado? A crônica pode tudo!Não vou enumerar todos os erros da crônica nesta jornada pois eles são incontáveis.
Denoto, porém, a incapacidade da autocrítica e de lidar com os meios-tons: ou os jogadores são gênios ou são medíocres. Observei também uma preocupação enorme em criticar os salários, os hotéis, os patrocinadores, o sucesso, enfim, dos nossos ídolos. Isso é o que posso chamar de uma marcação cerrada, homem a homem, no âmbito pessoal e profissional, punindo cada um da comissão por ser escolhido para representar as cores nacionais. Isso é o que eles chamam de “pressão”.
Isso que os cronistas exercem com prazer pois, fazendo-o, pensam ser idôneos e ter “atitude”. Acham que a crítica impiedosa e a violação de qualquer limite é uma prova de caráter e de idoneidade moral. A copa se desenrola de um lado e um outro campeonato, para ver quem é o mais cruel, o mais durão, rola do outro.
Isso não é novidade! Quando a seleção de 70 saiu do Brasil chamavam os jogadores por todos os nomes, com a mesma crueldade que usam ainda hoje. A unanimidade convenceu o povão a apedrejar Felipão e seu time em 2002. Naquela época era Romário machucado e mais 22 ou não tínhamos a menor chance, lembra? Pois é! Não há novidade em a crônica odiar a seleção e seu técnico porque eles insistem em ter vida própria.
A seleção perder a copa também não é novidade. Até mesmo ver os jogadores em campo sem aparente disposição para jogar bola, nós já vimos! E contra a mesma França! A novidade, para mim, é a falta de bandeiras nas ruas, de comemorações depois das vitórias, e, principalmente, de uma torcida exemplar no estádio.
Somos o melhor futebol porque temos a melhor torcida. E vice-versa. Não consigo pensar numa coisa sem a outra.Sei que estou me expondo ao julgamento de todos pois a unanimidade também aponta o futebol da França como espetacular no jogo contra o Brasil. Pois eu acho que se o Brasil tivesse jogado o futebol razoável dos outros jogos tinha feito 3 x 1 na França.
Se tivesse jogado! O Brasil não jogou! O astral dos homens que entraram em campo era de velório! O Parreira parecia conformado e ninguém, mas ninguém mesmo, parecia querer dar um berro para acordar o time. É claro que o massacre da mídia não justifica, mas explica! Tomar pau depois dos 3 x 0 contra Gana foi desanimador para eles.
Todo mundo, inclusive jogadores de seleção, gosta mais de incentivo do que de porrada.Depois do jogo fiquei vendo, como sempre, as mesas redondas, lendo as matérias e ouvindo os comentários nas rádios. Quanta gente feliz com a derrota! Aqueles que torciam contra estavam exultantes! Enfim, o mau humor tinha vencido. Agora era só chutar o defunto. E conclamar as massas ao linchamento.
Veja como foi a derrota dos Argentinos. Foram desclassificados porque o técnico mexeu mal e os jogadores perderam pênaltis. Chegaram em sexto, ficaram atrás do Brasil! Foram ovacionados na volta a seu país. A história é uma só! O que muda é o jeito de contá-la.
A geração de Pelé e Gérson não deve ser lembrada por uma copa em que foram eliminados na segunda fase ficando em décimo-primeiro lugar (eram dezesseis times). Pelé não deve ser lembrado como o que quebrou a perna de outro jogador e nem Zico era o que perdia pênaltis.
Por isso insisto em dizer que nossa crônica deveria parar de ver com lentes de aumento tudo o que nosso time faz de errado enquanto se esquece de observar o que ele faz de bom. Convencer a torcida a ficar calada no estádio e convencer o torcedor a odiar seus ídolos não é mérito nenhum. Não deveria ser motivo de vaidade. Até porque fazer parte da crônica é muito mais fácil do chegar ao selecionado do melhor futebol do mundo.
É muito fácil dizer Nós somos campeões, na vitória e dizer eles perderam, na derrota. Perdoe se você não concorda. Mas eu torço para o Brasil e ainda acho que somos o melhor futebol do mundo. Não somos e nem nunca fomos perfeitos. Mas não podemos, e isso é o que mais incomoda, perder o nosso melhor jogador: a torcida. Torcida que só aparece na vitória não é torcida. É platéia
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Fonte: No Mínimo
Por Léo Jaime
A convocação da seleção brasileira não causou polêmica, mesmo com a evidente decadência de alguns jogadores, por uma simples razão: não havia convicção por parte de ninguém em torno de outros nomes que não aqueles que embarcaram para a Alemanha.
Tínhamos um time mediano com alguns jogadores excelentes. Se alguém fez oba-oba e prometeu vitórias acachapantes, não devia cobrar do time ou da realidade, muito menos do Parreira, as promissórias do próprio delírio. No entanto tínhamos chances evidentes. Por que não? Alguém viu nesta copa um time espetacular? Jogadores voltando de contusão, fora de forma, velhos para jogar em funções que exigem velocidade (mas sem substitutos óbvios), um time de estrelas e sem conjunto: são várias as críticas da seleção desta copa que podiam ser feitas antes e mantidas durante todo o percurso. Nada disso impedia aquele time de levar a taça.
Sejamos honestos: as quatro equipes que chegaram às semi-finais não são tão melhores assim. Todas apresentam equivalentes falhas e pontos fracos. Por isso acho que, com todos os problemas, éramos favoritos: não porque tínhamos um timaço, mas porque podíamos, nas individualidades, ser melhores.Há aquela anedota do avião que cai na selva, sem combustível, com dois passageiros que logo avistam uma onça. Um deles, afoito, procura na bagagem o tênis; ao que o outro indaga: “O que é isso? Você acha que só porque está de tênis vai correr mais do que a onça?”. O outro, se levantando, responde: “Eu não preciso correr mais do que a onça, eu só tenho que correr mais do que você!”.
Voltemos à copa, às expectativas criadas pela mídia e para o futebol razoável apresentado por nossa seleção. Sim, razoável. Entre o branco e o preto existem muitos tons de cinza e nossa crônica precisa aprender a enxergá-los. Até porque é preciso entender que crônica, crítica e torcida são coadjuvantes importantes na motivação ou desmotivação de um atleta ou time.
E se algo há para ser aprendido nesta aventura sombria e tristonha em território Alemão, é isso: pela primeira vez o povo não apoiou.Neste momento em que se faz a caça às bruxas, e parece lógico procurar o culpado e linchar qualquer um envolvido com a “vergonha” nacional, parece uma estupidez de minha parte apontar o dedo para outra direção que não o time e a comissão técnica. É óbvio que, mais do que qualquer outra coisa faltou vontade ao nosso time. Sim, é óbvio.
A razão pela qual o time estava tão baixo-astral parece não importar aos críticos ansiosos por sangue. É nisto que me detenho: o que teria deixado jovens inegavelmente talentosos tão apagados? O que sobra do discurso entrecortado de um ou outro, aqui e acolá, é a “pressão” insuportável. Alguém se habilita a tentar entender o ponto de vista? Acho que não. Melhor execrar, bater, xingar, malhar, odiar e pronto. Quem quer entendê-los? Eles tinham a obrigação da vitória ou pelo menos de lutar por ela e não o fizeram. Ninguém quer saber o porquê. Assim foi durante a copa. Natural que lhes faltasse autoconfiança.
Vamos observar o comportamento de quem faz a tal “pressão”. A crônica, curiosamente, adora a unanimidade. Disseram que Ronaldo não podia jogar a copa. Ele foi o melhor do ataque. Disseram que a defesa era uma porcaria. Ela foi brilhante. Disseram que o futebol de Gana era muito perigoso. Sim, se o gol tivesse 12 metros de altura Gana ganhava tudo! Apostaram em muitos times maravilhosos que não desencantaram e em vários craques que não jogaram nada.
Disseram que nossos reservas eram melhores que os titulares. Claro, não avaliando o fato de que entraram para jogar com o time já classificado e contra um adversário, o primeiro, que não podia ficar na retranca. Inventaram que Robinho e Adriano não queriam jogar com Ronaldo, que o ambiente era ruim e nada disso se confirmou.
Disseram, enfim, ainda em uníssono, que Parreira era cabeça-dura por não colocar o Juninho Pernambucano e o Gilberto Silva desde o início, para, depois do jogo em que ele assim o fez, dizer que ele era uma besta, ainda em uníssono, por assim o fazer.
Como é que ele escala dois jogadores que nunca tinham treinado com o time titular? Incoerência, arrogância e em muitos casos falta de respeito. Infográficos de rouba-página por causa de uma bolha no pé de um jogador? Chamá-lo de “ O rapaz da bolha” em alusão ao filme, por causa disso? Dizer que ele tem psicose maníaco-depressiva porque ele acha isso um exagero e fica chateado? A crônica pode tudo!Não vou enumerar todos os erros da crônica nesta jornada pois eles são incontáveis.
Denoto, porém, a incapacidade da autocrítica e de lidar com os meios-tons: ou os jogadores são gênios ou são medíocres. Observei também uma preocupação enorme em criticar os salários, os hotéis, os patrocinadores, o sucesso, enfim, dos nossos ídolos. Isso é o que posso chamar de uma marcação cerrada, homem a homem, no âmbito pessoal e profissional, punindo cada um da comissão por ser escolhido para representar as cores nacionais. Isso é o que eles chamam de “pressão”.
Isso que os cronistas exercem com prazer pois, fazendo-o, pensam ser idôneos e ter “atitude”. Acham que a crítica impiedosa e a violação de qualquer limite é uma prova de caráter e de idoneidade moral. A copa se desenrola de um lado e um outro campeonato, para ver quem é o mais cruel, o mais durão, rola do outro.
Isso não é novidade! Quando a seleção de 70 saiu do Brasil chamavam os jogadores por todos os nomes, com a mesma crueldade que usam ainda hoje. A unanimidade convenceu o povão a apedrejar Felipão e seu time em 2002. Naquela época era Romário machucado e mais 22 ou não tínhamos a menor chance, lembra? Pois é! Não há novidade em a crônica odiar a seleção e seu técnico porque eles insistem em ter vida própria.
A seleção perder a copa também não é novidade. Até mesmo ver os jogadores em campo sem aparente disposição para jogar bola, nós já vimos! E contra a mesma França! A novidade, para mim, é a falta de bandeiras nas ruas, de comemorações depois das vitórias, e, principalmente, de uma torcida exemplar no estádio.
Somos o melhor futebol porque temos a melhor torcida. E vice-versa. Não consigo pensar numa coisa sem a outra.Sei que estou me expondo ao julgamento de todos pois a unanimidade também aponta o futebol da França como espetacular no jogo contra o Brasil. Pois eu acho que se o Brasil tivesse jogado o futebol razoável dos outros jogos tinha feito 3 x 1 na França.
Se tivesse jogado! O Brasil não jogou! O astral dos homens que entraram em campo era de velório! O Parreira parecia conformado e ninguém, mas ninguém mesmo, parecia querer dar um berro para acordar o time. É claro que o massacre da mídia não justifica, mas explica! Tomar pau depois dos 3 x 0 contra Gana foi desanimador para eles.
Todo mundo, inclusive jogadores de seleção, gosta mais de incentivo do que de porrada.Depois do jogo fiquei vendo, como sempre, as mesas redondas, lendo as matérias e ouvindo os comentários nas rádios. Quanta gente feliz com a derrota! Aqueles que torciam contra estavam exultantes! Enfim, o mau humor tinha vencido. Agora era só chutar o defunto. E conclamar as massas ao linchamento.
Veja como foi a derrota dos Argentinos. Foram desclassificados porque o técnico mexeu mal e os jogadores perderam pênaltis. Chegaram em sexto, ficaram atrás do Brasil! Foram ovacionados na volta a seu país. A história é uma só! O que muda é o jeito de contá-la.
A geração de Pelé e Gérson não deve ser lembrada por uma copa em que foram eliminados na segunda fase ficando em décimo-primeiro lugar (eram dezesseis times). Pelé não deve ser lembrado como o que quebrou a perna de outro jogador e nem Zico era o que perdia pênaltis.
Por isso insisto em dizer que nossa crônica deveria parar de ver com lentes de aumento tudo o que nosso time faz de errado enquanto se esquece de observar o que ele faz de bom. Convencer a torcida a ficar calada no estádio e convencer o torcedor a odiar seus ídolos não é mérito nenhum. Não deveria ser motivo de vaidade. Até porque fazer parte da crônica é muito mais fácil do chegar ao selecionado do melhor futebol do mundo.
É muito fácil dizer Nós somos campeões, na vitória e dizer eles perderam, na derrota. Perdoe se você não concorda. Mas eu torço para o Brasil e ainda acho que somos o melhor futebol do mundo. Não somos e nem nunca fomos perfeitos. Mas não podemos, e isso é o que mais incomoda, perder o nosso melhor jogador: a torcida. Torcida que só aparece na vitória não é torcida. É platéia
Do Repórter Diário, edição de hoje.

Para deputado federal as chances se concentram no advogado tributarista Helenilson Pontes.
Para a Assembléia Legislativa, pela ordem, no médico Nélio Aguiar (Santarém) , no jornalista Jõao Salame (Marabá) , e no próprio Arnaldo Jordy, presidente do diretório regional do partido.
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Foto: Nélio à esquerda e Helenilson à direita, a dobradinha do PPS na região Oeste do Pará

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