domingo, julho 17, 2022

O dia que quase morri por hipotermia

Aconteceu na primeira expedição em 2008, que fiz com o amigo Jadir.

Às cinco da manhã a gente já estava se aprontando na cidade de Puquio,  plena Cordilheira dos Andes, a três mil metros de altitude, a caminho de Cusco.

O Jadir chamou minha atenção. "Parente, tu estás colocando pouca roupa, porque nós vamos continuar subindo e a temperatura vai prosseguir caindo". 

Dito e feito. Eu não segui o conselho do amigo, e me dei mal, muito mal.

Passava de nove da manhã quando eu
Comecei a sentir um troço do estranho, c o qual não estava acostumado. 

Com o frio a gente já estavaais do que adaptado,as, aquilo.era diferente, porque o.corpo.foi.adormecendo como se eu tivesse tomado a.anestesia. senti que estava apagando aos poucos, saindo do ar.

Quando percebi que precisava fazer alguma.coisa, com.dificuldades, desci da moto, e mal consegui puxar o descanso, jogando-me no asfalto, incontinente.

O Jadir seguia na minha frente, a uma distância que lhe permitia acompanhar os meus passos pelo retrovisor. Assim que ele viu o que estava acontecendo, manobrou na minha direção para me prestar socorro. E eu estava precisando muito de atenção.

Tratou de desmarrar minha bagagem para tirar roupa de frio para reforçar a minha proteção, que era insufiente.

A providência dele foi fundamental para que o processo de hipotermia entancasse e eu pudesse continuar a viagem e estar aqui para contar essa história.

Foi por pouco. Se estivesse sozinho, talvez não tivesse forças para tentar dessamarrar a bagagem para tirar a roupa que precisava para combater aquele frio terrível dos Andes.

Jota Parente 


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