quarta-feira, julho 13, 2022

Guedes diz que organismos internacionais cobram posição do Brasil na 'terceira guerra mundial'

Ministro afirma que país vem sendo cobrado em favor de alinhamento em defesa da democracia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (13) que o Brasil crescerá mais do que EUA e Europa no momento em que o mundo já enfrenta a terceira guerra mundial —uma referência ao conflito entre Rússia e Ucrânia— e que organismos internacionais de que o Brasil faz parte já cobram posicionamento do país em defesa da democracia.

Guedes fez a declaração na cerimônia de celebração dos 25 anos da Lei Geral das Telecomunicações, ocorrida no Ministério das Comunicações.

"Em Davos [Fórum Econômico de Davos], tem gente dizendo que já começou a terceira guerra mundial", disse o ministro. "É uma guerra de várias dimensões, segurança energética, bioenergética. Estaríamos já enfrentando uma guerra biológica."

"Perguntam se estamos com as democracias ou do outro lado do mundo [em referência à Rússia]. "Chega nos Brics [grupo dos países em desenvolvimento] é a mesma coisa. Não pode usar a expressão guerra, sanções, já está havendo um estremecimento e o Brasil é tão abençoado que as pessoas disputam o poder sem perceber que lá fora pode ter uma guerra em andamento."

O ministro lembrou que a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) ocorreu após um assassinato e que foi deflagrada após diversos países começarem a aderir a essa causa.

"Começou assim, com um assassinato [o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do império austro-húngaro, foi morto em um atentado em Sarajevo], disse Guedes. "Mais seis meses, a Sérvia recebe ultimato da Áustria e os países foram se aglutinando [até resultar na guerra]."

A pressão em torno do Brasil se deve ao posicionamento do presidente Jair Bolsonaro que visitou o presidente da Rússia pouco antes da invasão da Ucrânia. Posteriormente, fez elogios ao governo de Vladimir Putin, sem se posicionar contra a guerra.

Guedes reafirmou o papel do Brasil na pós-pandemia e disse que, diferentemente de EUA e Europa, que devem enfrentar uma recessão à frente, o Brasil deverá crescer.

"Vamos rever a taxa de crescimento [do PIB] para cima e isso está ocorrendo o tempo todo", disse o ministro. "Lá fora será o movimento inverso. Falam que a crise na Europa será bem mais profunda do que nos EUA."

"A comida está cara. A energia está cara. Mas nas telecomunicações o Brasil está na ponta. O Brasil é uma potência digital [em referência à chegada do 5G no país], energética, agrícola. Temos de ter consciência de somos uma grande nação e trabalhar para concretizar esse potencial de riqueza."

O ministro afagou o governo, na presença do senador Flávio Bolsonaro, também presente ao evento promovido pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN).

"Nosso governo tem se esforçado para isso, te mos enfrentado ondas gigantescas e atravessado essas ondas."

Durante o discurso, o leilão do 5G foi lembrado pelo ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira, como um marco do governo. O Pix, plataforma de pagamentos e transferências lançada pelo Banco Central, também foi lembrado como uma medida de Bolsonaro pela presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques.

A legislação eleitoral veta qualquer tipo de promoção do governo desde o último dia 2 de julho. Foi por esse motivo que o governo não pôde fazer propaganda com o lançamento do 5G na capital federal no dia 6 de julho.

O evento desta terça-feira serviu para marcar a atuação de Faria na condução do leilão. Ele desistiu de disputar as eleições para se dedicar à implantação do 5G.

Folhapress

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